The Lake House escrita por Valentinna Louise


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas...
Primeiro: Feliz ano novo... *----*
Segundo: Desculpem a demora... agora que terminei a outra fic, isso não irá acontecer mais.. :)
Bem, é um capítulo 'família'....
Espero que gostem...



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Quinn

“Quero agradecer pela árvore.”

O bilhete pequeno que Rachel deixou, me fez sorrir largamente. Kitty que estava me visitando reparou nisso. Tinha a minha carta, pronta pra ser enviada a ela.

“A árvore foi só pra mostrar que de alguma forma eu estou cuidando de você Rachel. Eu sinto que eu devo fazer isso.”

“Cartinha uh?”

“É só um bilhete...”

“É? De qual namoradinha..?” Ela deu risada e tomou um gole da cerveja que tinha na mão.

“Você fala como se eu tivesse ficado com metade da população feminina do mundo...”

“E não ficou? Só pelos lugares que você viajou eu diria que pelo menos 1/3 já passou pela sua cama...” Kitty falou rindo.

“Que imagem terrível você tem de mim Kitty Wilde. Na verdade.. é uma pessoa especial Kitty..”

“Engraçado.. nunca pensei que estaria viva pra ver Lucy Quinn Fabray apaixonada.”

Pensei comigo mesma. Nem eu pensei que fosse ver esse dia. Tomei um gole da cerveja e fiquei fitando a casa. Kitty sentou ao meu lado e ficamos observando a casa durante um tempo, em silêncio.

“Você morou aqui?”

“Muitos anos atrás... Russel havia acabado de construir e minha mãe se propôs a criar um lar aqui.”

“Era feliz?”

“No começo sim. Porém Russel e sua mania de querer ser maior do que tudo e todos começou a ver que essa casa era pequena demais pra ele. Então passava dias fora. Minha mãe, como toda esposa prendada esperava ele de braços abertos até...” Me lembrei com pesar daquele dia. Foi o dia em que minha mãe finalmente desabou.

“Até?”

“Até o dia em que ele veio aqui dizer que estava indo embora e que tinha outra. Minha mãe ficou transtornada...nós nunca tivemos um lar. Minha mãe sofreu meses a fio e eu a vi definhar. Hoje ela está lá, em Lima... mal fala..mal come.Russel sabia construir casas, mas não um lar, uma coisa estruturada pra família. O que ele sabia era sobre o controle. Tudo aqui é limitado, controlado. Da mesma maneira era com a minha mãe. Ele a controlava.”

“Sinto muito Q...”

“Não sinta Wilde... sua mãe fez bem em ir embora pra longe do irmão.. talvez isso tivesse afetado sua família também..”

Kitty tomou um gole da cerveja e falou novamente:

“E a Vanguarda Visonária Fabray?” Comecei a gargalhar. “Qual é Quinn? Você sabe que isso é um projeto incrível..”

“Mas não é pra mim Kitty..”

“E o que é pra você? Passar o resto da vida em um canteiro de obras, recebendo cantadas de pedreiros e vendo seu talento ser jogado no lixo...”

“Não posso bancar isso agora Kitty..”

“Mas Quinn”

“Não.. isso não vai acontecer..”

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Rachel

Mandei meu bilhete agradecendo e segui caminho para a casa dos meus pais. Assim que cheguei na porta já conseguia sentir o cheiro dos famosos bolinhos de Hiram Berry.

Acenei para a vizinha antes de entrar. Assim que meu papai me viu, deu um sorriso gigantesco:

“Estrelinha!!!”

“Oi papai..”

Ele me envolveu em um abraço apertado. Me afastei e perguntei:

“Onde meu pai está?”

“Bem querida... ele está na estufa, cuidando das preciosas dele. Daqui a pouco ele entra. Uma hora ele vai ter que entrar..” Meu papai deu de ombros. Meu pai podia ser bem turrão às vezes.

Sentei na mesa da cozinha e fiquei observando papai colocar a cobertura nos bolinhos, do mesmo jeito que fazia quando era criança. Nesse momento, senti um pouco de vontade de desabafar.

“Papai?”

“Sim Querida...” Ele parou de confeitar os bolinhos e se virou pra mim.

“Você.. hum.. já mandou cartas para meu pai?”

“Não que eu me lembre, querida.. mas por que a pergunta?”

“Não.. nada..”

“Sei...” Ele continuou com os bolinhos. Alguns minutos depois, ele sentou na mesa e me olhou.

“Tem algo que você queira me contar querida?”

“Por enquanto não papai..” Fiquei um pouco desconfortável sob o olhar dele então me levantei e fui até a estufa.

Meu pai estava sentado de frente para um vaso sem planta alguma. Apenas remexendo na terra. Depois que havia se aposentado, as rosas se tornaram sua paixão.

Entrei silenciosamente, porém ele percebeu.

“Já era hora de vir nos visitar Rachel..”

“Olá pai..” me aproximei da pequena bancada onde ele revolvia a terra. Ele se virou, tirando as luvas de jardinagem. Meu pai nunca aparentou a idade que tinha, mas agora o rosto já demonstrava claros sinais de envelhecimento. As bolsas sob os olhos, as rugas no canto da boca, os vários e vários fios grisalhos. Dei um sorriso e puxei um banquinho.

“Olá Rachel...como está, filha?

“Bem pai.. e o senhor?”

“Oh querida eu estou bem..tenho trabalhado em novas mudas e isso me revigora.”

Apesar de ser um hobby, meu pai trabalhava com muito afinco nas suas rosas. Comprando mudas de espécies exóticas e até mesmo indo a exposições a respeito. Porém a vida dele se resumia a isso: as rosas.

“Que ótimo pai, fico feliz em ver o senhor se dedicando tanto à essas rosas. Mas tem um mundo lá fora além dessa estufa. Eu sinto falta do senhor. Até papai sente sua falta e vocês moram na mesma casa.”

Ele suspirou e voltou a mexer no vaso.

“Veio até aqui me dar sermão Rachel?”

“Me desculpe..não, não foi a minha intenção.. só queria saber o motivo desse afastamento todo... eu entendo que você não esteja muito satisfeito com a vida que leva atualmente...”

“Rachel, eu não levo a vida que eu queria... sinceramente, por mim eu estaria com você, em Chicago, fazendo cirurgias.. mas não posso. Minha reclusão é uma forma de não explodir de raiva, mágoa e tudo mais..”

Vi uma lágrima solitária descer pelo rosto do meu pai. Ele estava sofrendo. Sofria desde que soube que tinha L.E.R. . Eu estava no 3° ano da faculdade. Ele havia se recusado a fazer a cirurgia reparadora e isso fez com que alguns músculos do braço enrijecessem, tornando assim impossível a tarefa de continuar a ser cirurgião. Medicina era tudo pra ele, e agora ele sofria. E saber que ele havia conseguido isso por causa de uma postura errada ao escrever era pior ainda.

Decidi mudar de assunto.

“Pai?”

“Sim?”

“O senhor costumava escrever cartas..?”

“Há muitos anos atrás...”

“E se correspondeu com alguém especial..?”

Meu pai se virou novamente pra mim e deu um sorriso.

“Antes de conhecer seu pai, houve uma garota. Eu não tinha consciência da minha sexualidade até o high school. Essa menina estudou comigo durante anos, e quando ela se mudou, nós só conversávamos por cartas..”

“E o senhor a amava...?”

“Oh Rach... e a amava sim.. era bobo, amor adolescente, mas a mesma sensação só foi se repetir depois que eu conheci Hiram.”

“E, se a amava, por que o senhor não ficou com ela?”

“Pra que algum dia, eu tivesse uma filha que me perguntaria isso..”


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Notas finais do capítulo

E então?
Pra quem não sabe L.E.R. é Lesão por esforço repetitivo...
Enfim...espero que tenham gostado...
Faberry no próximo!!
Até lá.. :*



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