Fate/Another Tears- Interativa escrita por Gabriel21


Capítulo 23
EXTRA: O passado que o vento levou...


Notas iniciais do capítulo

SURPRESA!!!! Um capitulo extra que conta o passado do Kazuma o/ (PS: VAI SER EM PRIMEIRA PESSOA PARA VARIAR UM POUQUINHO... 0_o).



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“Aquela pequena brisa calma já foi parte de uma grande e violenta tempestade.”

A família Kannagi era um talentoso clã de magos que manipulava chamas. Possuía boas relações com a torre do relógio e era economicamente privilegiada sendo que muitas terras do lado norte do Japão pertenciam a ela. Qualquer um que nascesse nesta nobre e “perfeita” família se sentiria abençoado, mas, meu pecado foi nascer nela.

Meu pai o herdeiro do brasão da família era obcecado com o sangue puro e a habilidade de exercer o poder de fogo e também era incrivelmente cruel e impiedoso. Minha pobre mãe foi obrigada por sua família a se casar com esse horrível monstro que batia constantemente nela, primeiramente porque ela não conseguia gerar um filho depois começou a bater nela justamente por causa desse filho, eu.

Nasci sem a habilidade de manipular fogo. Sempre que tentava a menor das faíscas era apagado em um piscar de olhos pelo vento, eu culpava o vento pelo meu sofrimento naquela época, parecia que ele sempre me seguia. Minha mãe sofria por minha falta de talento, eu assistia todo dia ela apanhar do meu pai sem fazer nada, apenas rezando para que aquilo parasse logo. A coragem me odiava quando eu era garoto. Cresci cercado pelo medo, medo de tudo e de todos. Sozinho... Sem ninguém para chamar de amigo. As crianças que moravam perto implicavam comigo sempre, arremessavam pedras e me chamavam de medroso e bebê chorão e em resposta eu só falava chorando: “por favor, não me maltratem”. Certa vez, em um dia onde chovia fortemente achei um cãozinho vira-lata abandonado e desejei no fundo meu coração que ele me entendesse. Egoisticamente o abracei dizendo:

–Você não vai me maltratar, não é? Que tal sermos amigos? Eu quero tanto alguém para nunca mais ficar sozinho...

Meu pai estava de viagem e minha mãe achou ótima a ideia eu ter um cachorrinho. As três melhores semanas da minha vida. Finalmente senti o que as pessoas chamavam de “felicidade”, mas, os eventos que desencadearam por causa dessa minha felicidade me perseguiriam por toda a vida. Quando meu pai voltou não aprovou termos um cachorro e não aprovou mais ainda que minha mãe houvesse deixado. Então... Então... Invés de tomar uma decisão normal como manda-lo para a carrocinha ou coisa assim... Meu pai... Meu pai... Meu pai queimou o cachorro vivo na minha frente até virar cinzas.

– Isso é para aprender, quem toma as decisões nessa casa sempre serei eu, uma mulher inútil como sua mãe ou um bastardo medíocre como você nunca poderão tomar nenhuma decisão da vida, suas vidas sempre pertencerão a mim!- Gritou meu pai para mim até se virar para minha mãe- Mulher se prepare vamos para cama! Quero ver se nesse teu ventre imundo sai alguma coisa que preste diferente desse verme inútil que você insiste em chamar de filho!

– Seu... Seu... Seu maldito você não tinha direito de fazer isso! Basta, não aguento mais viver um segundo perto de você!- Minha mãe raivosamente grita e com uma faca avança em direção ao meu pai que desvia facilmente e agarra o pescoço dela. Ele aperta cada vez mais forte enquanto ela lutava para respirar. Lágrimas saiam da sua face e eu assistia tudo... Sem fazer absolutamente nada apenas parado tremendo de pavor. Depois enforca-la até a morte ele queimou o corpo morto da única pessoa da família que já expressou amor de verdade por mim.

Algo estranho cresceu dentro de mim, algo além da grande tristeza e medo que sempre senti. Naquele momento aprendi o que as pessoas chamam de “raiva”. Girei meu braço e de lá surgiu uma grande rajada de vento que acertou meu pai. Eu fiz um corte muito profundo no seu abdômen e ele gritou de dor. Depois de perceber o que eu havia feito um certo prazer adentrou minha alma e foi aí... Foi aí que entendi que o vento não era o responsável pelo meu sofrimento e sim era o monstro que eu sempre chamei meu pai. Ele disparou algumas bolas e eu consegui com dificuldade desviar, mas, quando escapei do ataque acabou acertando as paredes da casa que eram de madeira.

Um grande incêndio se deu inicio. Uma das colunas que sustentava a casa desabou bem em cima daquele que um dia foi meu pai. Ele implorou ajuda, eu olhei bem nós olhos dele o desespero, mas, simplesmente ignorei e fugi para fora da casa rumo a liberdade. Nada sobrou da casa em que nasci e tive que passar um ano inteiro na rua vivendo de coisas roubadas ou jogadas fora. Aprendi a cozinhar sozinho para sobreviver e descobri o valor daquilo que as pessoas chamavam de “dinheiro” a coisa que fazia o mundo girar e que era a porta para a felicidade a partir de conseguir bens materiais.

Minha vida era miserável, sem motivo para continuar vivo, sem nenhuma luz de esperança... Tentei cometer suicídio. Em uma noite nevada fiquei no meio dos trilhos eu vi uma silhueta brilhante cada vez mais perto, esperei então o meu destino. Mas de repente quando quase estava sendo atingindo pelo trem o maldito vento interferiu. Sim, o maldito vento interferiu novamente no meu destino. Uma rajada de ar me empurrou para frente bem no momento em que a locomotiva estava passando me salvando. Virei-me e dei de cara um jovem de pouco mais de dezenove anos.

– Eu até aceito alguém brincar no meio dos trilhos, mas, não suporto ver alguém brincar com a própria vida desse jeito- O homem respondeu para mim sorrindo gentilmente- Olá jovenzinho sou Raven Yagami e...

– Por que você me salvou?!- Interrompi o loiro arrogantemente- Eu não queria ser salvo... Por que... Por que então você me tirou do meu destino?!?

– Bem, talvez tenha sido o destino eu ter te salvado, sabe garoto é muita sorte sua, acabo de voltar dos Estados Unidos apenas para uma breve visitinha ao meu país natal...

– Se... Se... SE VOCÊ SOUBESSE O QUE EU PASSEI ENTENDERIA QUE O MEU DESTINO É SIMPLISMENTE A MORTE! ISSO QUE VOCÊ CHAMA DE SORTE EU NÃO POSSUO E NUNCA VOU POSSUIR!- Gritei chorando muito em resposta a isso o homem simplesmente se agachou para ficar na minha altura e me abraçou fortemente. Um abraço tal puro e ingênuo e que me fez responder da mesma forma me fazendo derramar mais lagrimas.

– Nada é mais importante que sua vida, de certa forma... Não existe nenhum motivo valioso realmente para se sacrificar, aprendi isso da pior forma, não cometa o mesmo erro que eu cometi... Você tem pais? Alguém que chame de família?– Falou o Raven e logo eu neguei com a cabeça- Então... Então que tal você ser parte da minha família, é como se o vento tivesse me guiado até você, então pequenino topa?

– Eu... Eu topo- Falei extremamente alegre.

9 ANOS DEPOIS NA CIDADE DE SNOW CITY, ESTADOS UNIDOS.

– Velho, cheguei!- falei entrando na casa de uma vez

– Isso é hora de chegar, Kazuma?- Falou meu pai irritado- Você foi a uma festa ás oito da noite e volta só agora?

– É que tinha tantas gatinhas lá... Não consegui resistir

– Te salvei e é assim que você me retribui... – Fala ele suspirando, ele estava todo arrumado como se estivesse se preparando para alguma coisa importante- Vou sair, vou para Inglaterra resolver algumas coisas, o pessoal da torre do relógio que me chamou... O que será que deve ter acontecido?...

– Ok, ok... Ei, antes de você sair, pode me dar dinheiro, estou com a carteira vazia!-pergunto esperançoso

– Não! Consiga sozinho, seu preguiçoso. Há, já ia esquecendo, a qualquer momento deve chegar um pacote para mim, guarde é muito importante!

–Um pacote... O que tem dentro? É alguma coisa valiosa?

– Não é da sua conta- Fala ele saindo apressado- NÃO ABRA DE JEITO NENHUM!


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Notas finais do capítulo

Bem espero que tenham gostado, eu pessoalmente adoro escrever em primeira pessoa, domingo deve sair o próximo capitulo até mais se tiver algum erro é só comentar o/