Sword Art Online - Hunter escrita por Razi


Capítulo 12
Capítulo 11 – Presas à Mostra


Notas iniciais do capítulo

Ufa! me desculpem pela longa espera, estive muito ocupado nesse tempo e apesar de já estar com esse capítulo pronto a algum tempo, demorei muito para fazer a revisão dele. Espero que gostem, de longe foi o capítulo mais difícil de se escrever.



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18 de Agosto de 2024 – 68° Andar – Deserto da Perdição.

Estilhaços de madeira eram arremessados ao vento e logo depois se desintegravam. Em poucos segundos, o Saloon foi inteiramente destruído pelo grande Golem. Eu e Nagi escapamos por pouco nos enfiando na cortina de poeira que se levantou devido às ações do Monstro.

A criatura era um tipo de Boss especial de um evento que acontecia no deserto. O Monstro era robusto, media cerca de 15 metros de altura, todo feito em rochas com o tom do deserto avermelhado.

Sem pensar, eu e Nagi corremos para longe do Golem. Apesar de sua força, o Monstro não poderia nos acompanhar em velocidade. Quando saímos do meio da fumaça, uma barreira translúcida de cor azul claro nos impedia de passar. Ao contornar o olhar pelo local, percebi que aquela barreira havia feito uma cúpula que engoliu toda a pequena cidade, com aproximadamente 200 metros da borda até o centro.

“Eu tinha escutado apenas alguns rumores sobre isso, mas nunca imaginei que eu mesma iria vê-lo.” Comentou Nagi.

“Do que você está falando?” Perguntei curioso. Ao fundo, o Golem tentava dispersar a fumaça à procura de nós dois.

“No começo da semana ouvi sobre um Boss do evento do deserto. O evento se ativa ao se encontrar com ele e uma barreira magica é criada em volta do local da batalha, o único jeito de escapar é usando uma pedra de teleporte ou...”.

“Enfrentando ele.” Me virei para encarar a grandiosa criatura, que após confirmar nossa localização veio enfurecidamente nos atacar. “Já que não temos escolha...” Desembainhei minha espada e me concentrei no meu alvo. Quando o Golem nos alcançou, ele desferiu um golpe com braço direto, tentando nos esmagar. Me esquivei para a esquerda, enquanto Nagi foi para a direita.

Com um grito de guerra, pulei em cima do braço do monstro e comecei a subir por ele. Eu sabia que atacar membros do corpo não iria fazer tanto efeito, era preciso acertar pontos vitais para eliminá-lo.

Com o outro braço, o monstro tentou parar minha investida. Velozmente, pulei de um braço para o outro desviando assim dos ataques. Quando cheguei perto do pescoço, utilizei minha lâmina oculta para me prender melhor no corpo do Golem e golpeá-lo com minha espada. Fui de um lado para o outro, atacando garganta e articulações a procura de um ponto fraco que pudesse reduzir seu HP mais rapidamente. Porém todos os meus esforços foram em vão, tudo o que lhe causei não poderia nem ser chamado de arranhões, a porcentagem ainda estava em 99%.

“Ele é feito todo de pedra, como vou fazer isso?” pensei enquanto me esquivava de uma das mãos que tentava me agarrar.

“O que você está fazendo?!” Gritou Nagi enquanto me olhava do chão.

“Oras, não é óbvio?!” Respondi num tom sarcástico.

“Mas você tem que-“ Ela foi interrompida por um ataque do Monstro, entretanto, conseguiu se esquivar para dentro da poeira. “Você tem que-“ Tentou continuar Nagi, contudo mais uma vez o Golem a atacou, impedindo-a. Novamente ela se esquivou. “Você tem... Ah não, de novo não!” Ao perceber que mais um ataque viria em sua direção, Nagi deu um grito extremamente feroz e desferiu um poderoso golpe na mão direita da criatura que estava presta a acertá-la.

O ataque foi tão forte que fez com que a mão do monstro fosse destruída. Com o choque, me desequilibrei e acabei caindo. Ao aterrissar, mantive uma certa distância para ficar fora do alcance dos ataques até que pudesse me recuperar. Muita poeira tinha se levantado por conta da batalha, e a cada movimento do Boss, mais outra quantidade subia. Fiquei curioso em saber qual foi o dano que o ataque de Nagi causou. Por minha surpresa, o HP dele ainda estava em 98%, e a mão estava se regenerando, utilizando-se da terra.

“Isso é sério? Além de ter uma defesa tão grande assim ele se regenera com terra?!” Fiquei indignado por causa dessas vantagens do Monstro além do fato de estarmos num deserto.

“A esmeralda.” Disse Nagi saindo da poeira, vindo em minha direção “A esmeralda na testa dele é o ponto fraco.” Virei minha atenção para o local informado. Lá estava, uma grande pedra que refletia um intenso e lindo brilho esverdeado. Novamente o Golem nos viu e veio em nossa direção. Desta vez eu tinha que escalá-lo o suficiente para alcançar o topo e cravar minha espada naquela pedra.

“Certo!” Foquei em meu objetivo e me concentrei nos movimento do Monstro.

“Espera, ainda-“ O Boss deu um ataque na horizontal, varrendo tudo que tinha a sua frente. Eu pulei por cima e me agarrei em seu braço quando ele passou. Nagi pulou para trás evitando ser pega junto. “Que raiva! Odeio isso!” grunhiu ela em protesto.

Desviando das tentativas do Boss de me pegar, eu escalei até a altura do pescoço. Ele tentou me acertar novamente, mas pulei em suas costas e continuei subindo. Suas tentativas falhas para me agarrar acabavam causando dano a ele mesmo quando o acertava. Quando cheguei a sua nuca, pulei e me contorci no ar para virar. Nesse momento, o Boss levantou o rosto para me encarar, e pude ver a esmeralda. Ela era uma grande joia quase do tamanho de uma bola de futebol, estava fixada no centro da testa do Golem. Cuidadosamente no ar, posicionei minha espada com a ponta para baixo e executei uma das minhas habilidades de espada de uma mão. Impulsionado por ela, desci e cravei a arma no centro da esmeralda. O corpo da criatura se estremeceu e caiu de joelhos.

“Consegui?” Me perguntei ao olhar em volta. Apenas uma das quatro Barras de HP do Boss tinha sido esvaziada. Tentei remover minha arma que estava cravada pela metade na esmeralda, mas ela não se movia, não importava a força que eu usasse, parecia que ela tinha se fixado. As mãos do Golem já estavam em movimento, preparando um ataque para me eliminar. Sem hesitação, eu carreguei minha habilidade especial com a mão esquerda e golpeei a empunhadura da espada. Como se fosse um martelo pregando um prego, a lâmina se fincou na pedra completamente, e mais uma vez o corpo da criatura reagiu com o golpe. A segunda barra de HP caiu. Dessa vez, a minha arma estava totalmente cravada na pedra e não se movia por nada. “Ah... que ideia ótima eu tive!” Meu sarcasmo sempre tentava me alegrar em momentos ruins. Agachei e peguei na empunhadura da espada com as duas mãos, tencionei todo o meu corpo para tentar removê-la. Por causa da minha postura, fui capaz de ver os movimentos do Boss. Ele juntou suas mãos e as afastou do seu corpo, preparando um poderoso golpe. “Droga...” O ataque pegou em cheio sua testa inteira. O impacto foi tão forte que despedaçou suas duas mãos e uma parte de cada braço.

“Hikaru!” Gritou Nagi me procurando no meio da nuvem de fumaça que se fez por causa do ataque. Escapei por muito pouco, consegui me desviar do golpe dando um pulo em volta da cabeça do golem e cravando minha lâmina oculta na nunca. “Francamente...” Nagi deu um suspiro, aliviada.

Me movi outra vez para o local da esmeralda. Ela estava agora totalmente destruída e minha espada estava frouxa o bastante para ser removida sem dificuldade. Olhei para o HP do Boss e sua terceira barra já tinha se esvaziado, restando agora em vermelho sua quarta e última barra de HP.

“Vem logo, a barreira mágica se foi!” Gritou Nagi, no chão.

“Mas agora só falta uma barra, vamos matá-lo e ganhar o drope” Bem na hora em que eu terminei minha frase um dos Braços destruídos do monstro tentou me acertar.

“Hump! É por isso que eu odeio homens...” Resmungou Nagi enquanto caminhava até a perna direita do Golem. “Eles não sabem esperar...” Ela levantou o grandioso martelo de haste longa e começou a carregar uma skill “E eles nunca... Escutam!” Ela lançou um forte ataque horizontal que destruiu a perna do Boss. Ele se desequilibrou e caiu de lado. Por causa da queda e da cortina de fumaça que se fez, fiquei desorientado até que uma mão agarrou meu braço.

“Vem logo!” Protestou Nagi.

“Mas o Boss... ele está-”.

“Eu sei! Só que não tem como matá-lo! A partir do momento em que o HP dele chaga no vermelho, só uma arma pode feri-lo. Aquela que foi dropada do Boss do último andar limpo. A lança de Filins.” Com um olhar triste, me virei pra onde o Boss tinha caído.

“Certo, também ouvi esse rumor” Junto com os itens ganhos com a vitória em cima do Boss do 67º andar, uma mensagem dizia que o item especial dropado iria ajudar em um evento no próximo andar.

“Vem logo!”

Juntos, corremos para longe. Tivemos sorte, provavelmente o campo mágico estava programado para se dissipar quando o HP do Boss estivesse baixo, dando assim uma chance a mais para uma fuga. Naquela época, eu esquecia frequentemente que aquilo era um jogo, e como qualquer outro havia sempre maneiras de escapar ou lutar, apesar de duro, ele não era injusto.

Corremos por quase uma hora até chegar numa caverna. Ela ficava entre duas grandes aglomerações de pedras que se erguiam em duas pontas e um vão formando a letra u.

Ao entrar na caverna, nós nos encostamos na parede e descansamos. Quando nossos olhares se encontraram não conseguimos segurar o riso.

“Eu não acredito que depois dessa a sua espada ainda está inteira.” Comentou Nagi.

Logo me veio à mente os golpes que ela tomou. Primeiro, aquele golpe que eu executei e segundo, o ataque do Boss. Desembainhei-a e verifiquei sua lâmina para ver se havia acontecido algum tipo de dano no metal. Por sorte ela ainda estava intacta, sem nenhuma rachadura, mas era provável que sua durabilidade estava muito baixa.

“Samanta me mataria caso essa espada tivesse sido destruída.” Pensei, enquanto a olhava fixamente.

Nagi deu uma pequena gargalhada e voltou sua atenção para a caverna.

“Nós voltamos à estaca zero, não é?” Confirmei com a cabeça a pergunta de Nagi.

“Sim, temos que encontrar um meio de sair daqui.” Nesse momento, minha atenção foi atraída por um pequeno brilho que estava na pare logo atrás de Nagi.

“Espere, fique parada por um momento.” Me aproximei de Nagi e a encostei na parede. O pequeno brilha estava do lado do rosto dela, tinha o tamanho da cabeça de um alfinete.

“O-O que você está fazendo?”

“Espera, fique quieta” Se ela se movesse, o reflexo de luz, que fazia aquele pequeno ponto brilhar, poderia se extinguir. Me aproximei perto o bastante e vi um pequeno cristal cravado na parede da caverna. Quando dei um pequeno toque, uma janela do sistema apareceu contendo informações sobre o item. Cliquei no botão para adicioná-lo ao meu inventário. Quando voltei a minha posição, Nagi estava encostada na parede com a cabeça um pouco virada e os olhos levemente fechados. Seus lábios estavam semiabertos e sua expressão parecia suave.

“Ah... Er... Um cristal...” Fiquei sem o que dizer naquele momento.

“Ham?!” Nagi abriu os olhos e se contraiu. Em seguida seu rosto ficou todo vermelho. “Idiota!” Ela me empurrou e se virou para o lado.

“Ei. Calma, o que aconteceu?” Perguntei preocupado.

“Nada... Idiota!” Continuou resmungado.

Por causa de nossos movimentos, outros inúmeros e minúsculos pontos brilhantes se acediam e apagavam, nas paredes e no teto mais ao funda da caverna.

Continuamos explorando a caverna e percebemos que ela era bem maior do que aparentava. Tinha diversos caminhos para se tomar e alguns túneis davam em locais grandes o suficiente para se chamarem de salões. Esses locais maiores e grande parte dos túneis eram iluminados por um suave brilho azulado vindo dos cristais.

“Isso também é uma caverna dimensional?” Perguntou Nagi curiosa.

“Não tenho certeza, ela parece... Diferente.” Até mesmo o ar dentro daquele lugar era sereno, diferente do pesado e intenso que se encontrava na caverna onde Kisaro e companhia se escondiam. “Mas estamos em outro andar, talvez seja mesmo.”

“Vamos procurar algo parecido com um cristal de teleporte então” Depois de Nagi falar isso, eu a encarei com uma careta bem sarcástica. Nós estávamos obviamente cercados de cristais. “Um que tenha o tamanho e que possa nos levar de volta para uma área segura!” Porém era uma tarefa mais difícil do que parecia. Os cristais a nossa volta pareciam apenas pequenos fragmentos, de no máximo uma polegada de tamanho.

Continuamos seguindo juntos e sempre atentos para caso encontrássemos algum cristal que pudéssemos utilizar. Até que entramos numa espécie de câmara que estava mais iluminada que o normal.

Essa câmara tinha um formato redondo e no centro ficava um pequeno altar feito de pedra. Em cima dele havia uma pedra em formato oval cor azul safira, ela tinha quase um palmo de alta e meio de largura.

“O que é isso?” Perguntei, assim que chegamos em frente ao curioso objeto.

“Não sei, nunca vi nem um relato sobre isso.” Nagi foi até ele e apertou o botão invisível e uma pequena janela pareceu em seu campo de visão. “Aqui diz: Safire Egg. Não tenho ideia do que seja.”

“Deve valer alguma coisa, ou deve ser um item para alguma quest”. Eu seguia uma das regras mais importantes que tinham em um jogo RPG, sempre pegue todo item estranho que pareça importante, uma hora ou outra ele irá ser utilizado.

“Tem razão.” Nagi então o adicionou ao seu inventário.

Quando o misterioso item foi retirado, a câmara perdeu boa parte do brilho azulado. O que fez com que o brilho de outros cristais ficassem mais fáceis de serem percebidos. Depois de verificar novamente as paredes da câmara, ficamos inteiramente alegres com o que achamos.

“São muitos...” Disse Nagi boquiaberta.

“Sim! E são praticamente do tamanho dos cristais de teleporte normal!” A nossa alegria era evidente, finalmente poderíamos sair daquele lugar.

Após uma rápida comemoração, retiramos alguns cristais e os colocamos no chão. Ambos olhávamos pensativos para eles. Tentamos pegar os cristais que aparentavam ser mais quadrados, como os normais que utilizávamos, mas tinham de diversas formas e tamanhos.

“Acho que não preciso dizer que esses cristais não são refinados como os que compramos dos NPCs, não é?” Comentou Nagi.

“É como Kisaro afirmou, eles podem nos levar para qualquer lugar.”

“Então como ele soube que aquele que ele pegou iria nos trazer até esse andar?” A questão que Nagi levantou era justamente o que me deixava intrigado quanto as palavras dele.

“Ele poderia estar mentindo para nós, ou simplesmente foi na sorte.”

“Não, eu acho que tem alguma coisa haver com a cor, lembra que aquele tinha uma cor marrom?”

“Sim, mas naquela caverna só tinha os da cor marrom e os daqui só tem do azul. Não faz sentido quanto a isso.”

“Tem razão...” ficamos em silêncio novamente. O perigo de um teletransporte errado poderia custar nossas vidas, por isso nosso receio de ativar algum cristal.

“Não saberemos até tentar” Eu tinha na mente que os cristais, como Kisaro falou, levasse para qualquer lugar de Aincrad que não fosse acima do andar da caverna. Mas não importava para onde fosse, não poderia ficar pior.

Optei por pegar um cristal do tamanho do meu punho com formato triangular, era o tipo menos frequente por isso achei que ele poderia nos levar para um local seguro.

“Ah... espera!” Nagi segurou meu braço me interrompendo, assim que eu ergui o cristal para ativá-lo. “E se esse cristal teleportar só você e me deixar aqui sozinha?”

“Hum... Acho que ele vai ativar um por-“ Nesse momento o cristal brilhou e envolveu nós dois. “Droga, era só dizer ‘ativar’ que ele já funciona?” O cenário a nossa volta foi se transformando e ficando cada vez mais escuro, até tudo ser engolido pelas sombras. Quando me acostumei um pouco com a escuridão do novo local, só era perceptível um portão um pouco enferrujado com uma claridade bem fraca provinda de um castiçal que estava atrás de nós. Por Nagi estar segurando em mim, ela também foi teleportada.

“Eu acho que conheço esse lugar” Após o comentário de Nagi, também senti familiaridade com o cenário.

“Oh droga...” Me virei para trás e olhei uma tocha iluminando o que parecia ser um trono que ficava numa arquibancada mais elevada. “Nós voltamos para o covil de Kisaro” Nagi deu uma pequena risada irônica.

Um ranger de madeira quebrou o silencio do salão. Quando me virei para ver o que era, uma sombra correu para dentro de uma porta de madeira no canto mais escuro.

“Pega ele!” Gritou Nagi. Não podíamos deixar que, quem quer que seja, escapasse e avisasse o restante da guilda sobre nós.

Desembainhamos nossas armas e fomos ao encalço do suposto inimigo. Dessa vez, mais atento, pude perceber as lascas de cristais de cor marrom que enxiam as paredes e o teto da caverna. Era certeza, havíamos voltado para o esconderijo de Kisaro.

Por causa da má iluminação do túnel, ficamos seguindo apenas o som dos passos daquele que nós perseguíamos. Mas durou até chegarmos numa parte em que o túnel se dividia em três.

“Pra onde ele foi?!” perguntou Nagi enquanto verificava cada um dos três caminhos a frente. Ainda dava para escutar os passos, mas o eco da caverna atrapalhava a orientação.

“Droga, é tarde. Temos que achar um jeito de sair daqui. Não dá pra lutar contra uma guilda inteira”

“Mas onde seria a saída disso?” A pergunta de Nagi me fez refletir por onde nós entramos, em momento algum passamos por uma entrada de verdade, apenas caímos nesse buraco.

“Vamos por onde nós viemos. Através daquele Salão tem que ter alguma forma de sair.” Nagi concordou comigo e voltamos pelo túnel.

Ao chegar ao salão, passamos correndo pela porta e nos surpreendemos com o que vimos.

“Por essa eu não esperava.” Disse Kisaro num tom alto e firme que ecoou pelo salão. “Não sei como conseguiram sobreviveram e nem como conseguiram chegar aqui tão rápido. Mas não são tão inteligentes vindo de novo sozinhos.” Kisaro e mais oito capangas estavam nos esperando no salão que estava todo iluminado. “Que seja, já tive o suficiente de vocês dois.” Com um estalo de dedos, Kisaro fez uma armadilha ser ativada. Uma enorme pedra foi desprendida por um dos PK’s que estava numa plataforma bem no alto do salão.

Me joguei para lado esquerdo enquanto Nagi foi para a direita. Por muito pouco a pedra não nos esmagou, mas ficamos separados por ela enquanto os outros PK’s partiam para o ataque.

Ao todo eram dez inimigos, contando com Kisaro e o que estava acima na plataforma, que não se mexeu mais. Quatro me enfrentavam ao mesmo tempo, dois deles eram usuários de lança e os outros dois eram de espada e escudo. Os dois de lança tentavam limitar meus movimentos enquanto os outros dois me flanqueavam. Eu evitava a todo o custo não ficar encurralado, caso contrário, seria meu fim. Apesar de estar em menor número, minhas habilidades eram melhores que as dos quatro, porém eles estavam cientes disso e tomavam todo o cuidado para não abrir a guarda. Seus ataques consecutivos me impediam de contra-atacar e qualquer movimento errado poderia ser meu fim.

“Droga, se continuar assim...” Nesse momento, escutei Nagi gritar ferozmente e logo em seguida um estrondo. Um dos PK’s foi atirado contra parede e bateu fortemente nela, causando uma rachadura e nocauteando-o instantaneamente.

Em seguida, ela correu em minha direção com os outros três PK’s em sua cola. Enquanto ela chegava, fiz alguns movimento rápidos para me esquivar dos ataques direcionados mim e fiquei em posição para fazer uma formação com ela.

Porém, quando Nagi estava a poucos passos de mim, Kisaro deu um pulo de onde estava e pousou fortemente a poucos centímetros de onde Nagi havia acabado de passar. Enquanto aterrissava, Kisaro já estava com seu grandioso machado duplo executando um poderoso ataque.

“Nagi!” Antes que ela pudesse se virar para ver Kisaro, o machado a pegou em cheio na altura de sua cintura. O Choque da parte laminada do machado com seu corpo fez com que um grande risco vermelho cortasse o ar. Mas o machado não apenas fez um corte, e sim, entrou na cintura de Nagi.

Com um pequeno gemido de dor, Nagi foi arremessada com um forte impacto. Por muito pouco ela não foi dividida ao meio.

“Nagi!” O corpo inerte dela caiu rolando no chão, no meio do salão. Sua barra de HP foi descendo rapidamente até parar em volta de 10%. Eu me impulsionei para um contra-ataque e acabei derrubando um dos meus oponentes que usava lança. Um outro que usava uma espada entrou na minha frente, mas velozmente o tirei de curso fingindo ir para direita enquanto na verdade seguia para a esquerda. Ao escapar fui em direção onde Nagi estava caída. Os PK’s não se esforçaram para me seguir.

“Foi quase. Se a armadura dela não fosse de boa qualidade eu tinha a transformado em duas.” Disse Kisaro seguido de uma risada irônica.

Quando a alcancei, percebi que ela tinha perdido a consciência. Uma grande área de sua cintura ainda estava da cor vermelha pulsante. Seus status estavam estranhos, além do que indicava a inconsciência haviam mais outros quatro que eu não conhecia, todos eles negativos. Ao prestar mais atenção, percebi que sua barra de HP ainda estava se esvaziando. Enquanto isso Kisaro fez um sinal para os outros PK’s se acalmarem e esperassem por suas ordens.

“Droga que tipo de veneno esse?” Essa era a única coisa que vinha em minha mente. Foi a primeira vez que vi um veneno de rank alto em atividade.

“Esqueça, acabou para ela. Nem mesmo o cristal de cura pode ajudá-la.” Disse Kisaro. Sem hesitar, peguei um pequeno vidro com poção que aumentava a vida e dei para Nagi. Sua barra de HP voltou a subir gradualmente, até chegar mais ou menos em 70%, mas o veneno vagarosamente ia esvaziando-a novamente. Saquei uma das adagas com antídotos e finquei em seu ombro. Apenas dois dos cinco status sumiram, mas a barra de HP ainda estava caindo. “Eu já lhe disse. Ela já era. Tive muito cuidado em criar um veneno bem potente que não tivesse antidoto, especialmente para matá-la. Sabe, é interessante essa parte, pois depois que a Laughing Coffin foi destruída, seus segredos e conhecimentos estavam sendo vendidos para quem pudesse pagar. É incrível o que esses caras fizeram, apenas peguei alguns venenos deles e os misturei até criar algo mais mortífero.” Continuou Kisaro. Nesse tempo, toquei o rosto de Nagi e me surpreendi com suas condições.

“Esse veneno diferente está causando febre e o desmaio nela. Nunca ouvi falar sobre algo que causa isso, deve ser um ingrediente raro para o veneno, não tenho antidoto para isso.” Precisava sair o mais rápido dali e encontrar Nalius. Ele talvez fosse a única esperança de Nagi naquele momento. Mas os PK’s jamais me deixariam sair tranquilamente, principalmente naquela situação. O único jeito então, seria abrindo caminho por cima deles.

“Mas agora...” Me levantei de costas para Kisaro enquanto ele falava. Desembainhei minha espada calmamente e esperei ele terminar de falar. “É o fim. Vocês dois já sobreviveram mais do que o suficiente.” Ele se virou para outros PK’s “Matem-no. Sem piedade e nem clemência, não quero prisioneiros, podem eliminá-lo rápido. Deixem a Megitsune do jeito que está, ela vai morrer lenta e dolorosamente.”

Olhei novamente para o rosto de Nagi. Ela estava vermelha e parecia um pouco ofegante. A febre a deixava indefesa. Um único sentimento me percorreu, a raiva. O ódio contra, não apenas Kisaro, mas sim todos os jogadores que se pareciam com ele. Não se importavam com quem morria, e o pior é que riam disso.

“Você...” Minha palavra interrompeu os movimentos dos PK’s “Você tem mesmo coragem de atacar uma garota pelas costas e depois mandar um grupo inteiro me atacar enquanto só fica olhando? De todos que eu cacei nenhum deles foi tão covarde a esse ponto.” Kisaro deu uma pequena risada.

“Um ato muito previsível, tentar me irritar.” Retrucou Kisaro.

“Não quero mais fazer joguinhos. Quero apenas um mano a mano. Só você e eu!”

Kisaro riu alto novamente. Seu rosto indicava que não ia ceder a meu pedido. Mas os olhares de seus subordinados o fizeram repensar.

“Está com medo?” Kisaro me encarou seriamente “Você se diz o líder de seu bando, mas quando um oponente o chama para um combate você se esconde e manda seus subordinados. Para mim não importa, irei eliminar todos que vierem e depois irei atrás de você do mesmo jeito. Mas pelo menos pensei que você iria honrar o seu título de líder. Você é só mais um covarde qualquer que se esconde por trás das aparências ou de...”.

“Já chega!” Kisaro explodiu de raiva, pegou o machado e começo a caminhar a passos largos até mim. “Se você quer tanto morrer pelas minhas mãos, que assim seja!”

Ele começou uma investida feroz com seu enorme machado. Jogando toda a sua raiva, Kisaro desferiu um golpe diagonal contra meu corpo, assim que eu entrei no alcance de sua arma. Me surpreendi com a velocidade, por muito pouco o machado não me acertou. Dei um pulo para trás aumentando a distância para planejar meus próximos movimentos. Entretanto, Kisaro não permitiu que eu me afastasse e rapidamente cobriu os poucos metros que nos separavam.

“Essa não!” Os golpes de Kisaro eram extremamente rápidos, mas isso era causado pela força brutal em que eram executados. Se ele me acertasse somente um golpe, já poderia me considerar morto. A violência de seus ataques não se assemelhava a nada que eu já tinha visto. Ele literalmente era um bárbaro, um Oni.

Depois de desviar de um combo, foi capaz de respirar um pouco e pensar no que ia fazer.

“Mesmo sendo tão grande ele é bem veloz. Mas depois de um ataque, sua guarda fica muito aberta. Um contra-ataque rápido no ponto certo deve acabar com a luta rapidamente.”

Com isso em mente, me preparei para contra-atacar o próximo golpe de Kisaro. Ele deu uma investida, só que desta vez fui de frente contra ele. Dando o meu máximo de velocidade agachei poucos centímetros antes do machado me acertar em cheio. Após o machado passar por cima da minha cabeça, me levantei com impulso e dei um pequeno pulo em seguida. Enquanto subia, fiz um ataque de baixo para cima com minha espada que acertou a articulação da perna direita de Kisaro. Me contorci todo para dar um giro no ar e alcançar o seu pescoço com minha mão esquerda. Quando me posicionei aonde queria, saquei minha lâmina oculta e cortei a sua garganta. Foi um golpe certeiro, a lâmina passou cortando metade do pescoço de Kisaro, causando um corte bem grande e espalhando diversas partículas vermelhas pelo ar.

Aterrissei um pouco depois de onde Kisaro estava. Logo em seguida, ele caiu de joelho na parte onde eu tinha golpeado.

Alguns segundos se passaram no total silêncio. Ao ver que Kisaro não se movia voltei minha atenção para os outros PK’s.

“Acabou...” Olhei diretamente para o rosto dos PK’s. Por causa da fraca iluminação, não pude ver suas expressões. “Certo, quem vai ser o próximo?” Uma risada vinda de Kisaro ecoou pelo salão. Me virei novamente para encará-lo, ele estava na mesma posição.

“Interessante...” Disse Kisaro enquanto se levantava lentamente “Muito Interessante. Não consigo me lembrar da última vez que recebi um ataque que foi capaz de retirar tanto HP assim como esse.”.

Um frio percorreu meu corpo ao ver a barra de HP de Kisaro. Ela estava marcando cerca de 90% e subindo.

“Impossível! Meus ataques foram certeiros! Tenho certeza que aqueles dois golpes acertaram pontos vitais e provavelmente foram com bônus de crítical” Antes de enfrentá-lo, eu já calculava que Kisaro tivesse mais HP que os outros jogadores normais, mas aquilo era muito além do que um jogador era capaz de aguentar. “Ele só tem algumas placas de metal espalhadas pelo corpo como armadura. O pescoço dele é aberto sem nada protegendo. Não tem como eu ter causado tão pouco dano nele.”

“Surpreso? Deve estar...” Kisaro estava certo. Eu não tinha outra reação além de surpreso.

“O ataque que lhe causei foi profundo e em um ponto vital. Era para vocês estar no mínimo imóvel ou inconsciente.” Kisaro voltou a ficar sério após o meu comentário.

“Devo confessar que te subestimei Lobo-san. Não esperava um movimento ágil com um dano tão alto como esse. Mas infelizmente tenho que te informar. Vai precisar de muito mais do que isso para me derrubar.” Kisaro fez uma expressão demoníaca que mostrava seus dentes feito uma fera selvagem que mostrava suas presas para amedrontar seu inimigo.

Novamente ele partiu para uma investida e furiosamente me atacou. Seus golpes passavam muito perto de me atingir, eu apenas desviava e tentava achar uma brecha para contra-atacar. Só que desta vez Kisaro mantinha a haste de seu machado mais perto do corpo, justamente para protegê-lo de ser perfurado no tronco ou na garganta. Porém isso fazia com que seus membros superiores e inferiores ficassem mais expostos.

Concentrando em meus movimentos e tentando prever os de Kisaro, comecei a contra-atacar com golpe cortantes em seus braços. Eu tinha que me manter mais perto de seu monstruoso corpo para que seus movimentos fossem mais limitados, mas diversas vezes ele tentava me golpear ou empurrar. Continuei desviando até achar uma brecha em seus ataques. Quando o momento apareceu, desferi um golpe preciso no antebraço de Kisaro. Como se não fosse nada, ele continuou executando mais ataques que com dificuldade eu desviava.

Dessa forma a luta foi se prolongando, a cada golpe que Kisaro realizava, eu conseguia fazer um corte em um de seus membros. Parecia uma eternidade, mas passaram-se apenas alguns minutos desde que o combate tinha se iniciado.

“Uma hora ele vai cansar... E eu vou me aproveitar do momento para finalizá-lo” Mas meu plano foi descartado assim que percebi que meus ataques não eram mais do que arranhões.

Acertei o machado de Kisaro com minha espada para desviá-lo e usando seu joelho para me apoiar, saltei para o lado esquerdo criando uma distância segura entre nós.

Ofegante, empunhei minha espada a minha frente enquanto olhava para Kisaro. Sua Barra de HP estava completa, mesmo eu tendo feito tantos cortes em seu corpo.

“O que foi? Já está cansado?” Kisaro me olhava ironicamente. “Eu posso ficar o dia todo nisso se você quiser”

“Como? A regeneração de HP dele em combate é monstruosa” Tentava de toda maneira descobrir de onde vinha tamanha vantagem. “Não vi ele usar nem um tipo de poção antes do confronto, isso é simplesmente o estado normal dele? Ele tem que ter um ponto fraco!”

“Acabou a pausa!” Novamente ele fez uma investida e brandido aquele enorme machado executou diversos ataques. Kisaro nem fazia mais conta em ser atingido pelo meus contra-ataques, todos os cortes que eu fazia nele não tinham efeito algum.

“Será uma questão de nível?” Olhei para o canto superior e verifiquei meu Nível, 89 com a barra de experiência quase encostando no 90. “Impossível que ele seja mais do que isso” Até mesmo entre os jogadores da linha de frente o meu nível era bem acima da média, devido ao fato de jogar sozinho e lutar contra mais criaturas ao mesmo tempo.

O desespero começou a tomar conta de mim. A cada ataque de Kisaro parecia que meu tempo de reação diminuía, a qualquer momento poderia ser meu fim. Mas não podia, aquilo não era justo, Kisaro não poderia vencer. Se eu fosse morto ali, Nagi e muitos outros jogadores acabariam sendo vítimas daquela guilda. Eu não queria em hipótese alguma que aquilo se repetisse.

Quando Kisaro desferia um golpe horizontal para me acertar na cintura do lado direito, eu com toda força interceptei seu machado com um soco. A arma de Kisaro se enterrou no chão e antes que ele pudesse retirá-la, eu fiquei minha espada em seu peito e fui rasgando-o. Quando minha lâmina saiu de seu corpo, Kisaro recuou pela primeira vez.

“Maldito!” Apesar do golpe não ter causado muito impacto em seu HP, ele ficou furioso por eu ter causado mais dano ainda. Ele novamente começou a desferir diversos golpes fortes e raivosos. Só que desta vez eu os acompanhava, havia entendido o padrão de seus ataques e comecei a prevê-los. Então ele parou com seus golpes e deu dois passos para atrás.

“BERSERKER!” Gritou Kisaro numa fúria colossal. Sua pele começou a ficar avermelhada e seus olhos ficaram quase amarelos. Ele parecia uma besta mitológica.

E mais uma vez investiu num ataque violentíssimo. Desviei por muito pouco. Não tinha ideia do que ele tinha feito para ficar daquela forma, mas a sua velocidade aumentou monstruosamente e com toda a certeza sua força estava mais brutal do que antes. Ele me atacava sem planejamento e nem perícia, simplesmente balançava seu enorme machado como se fosse uma vareta tentando me acertar. Ele estava num estado de fúria tão insana que não era capaz de distinguir amigo de inimigo. Tudo o que eu fazia era recuar para uma distância em que sua arma não era capaz de me alcançar, só que continuamente ele ia tentando chegar mais perto. Contra-atacar ou tentar defender era impensável. Em certos momentos ele acertava o chão e as paredes da caverna que depois ficavam extremamente danificados.

Até que um passo em falso acabou me deixando dentro do alcance da arma de Kisaro. Ele então desferiu um impiedoso golpe de cima para baixo. Tudo o que pude fazer foi colocar o braço esquerdo e a espada para tentar defender o golpe.

Machado pegou em cheio meu braço esquerdo, bem na onde estava minha manopla. O impacto foi tão forte que me fez ficar de joelhos e o chão abaixo de mim se trincou e afundou alguns centímetros. O choque fez com que todos os meus membros ficassem formigando e aquele golpe, mesmo sendo defendido, abaixou minha barra de HP para casa dos 60%.

Quando olhei novamente para Kisaro, ele havia voltado ao normal. Aquele estado era bem temporário. Com a espada empurrei para longe seu machado e recuei alguns metros.

Ambos estávamos ofegantes, mas o HP de Kisaro ainda estava completo.

“Tenho que fazer algo em relação a regeneração dele. Se ele se transformar mais uma vez naquela besta, não vou suportar outro ataque do tipo” As condições de um jogador dentro de uma batalha variavam de acordo com a quantidade de HP que este possuía. Quanto menor a barra, mais rápido ele se cansava e mais facilmente se desconcentrava. Até que em certos limites o jogador chegava a desmaiar quando ficava perto dos 5%.

Kisaro voltou a me atacar, só que seus ataques estavam mais fracos que os de antes de ele fazer aquela transformação.

“Agora é minha chance” Mesmo estando cansado eu ainda era capaz de me mover mais rápido que Kisaro e desta forma eu tomei a ofensiva. “Ainda assim, derrubar ele com apenas um ataque era impossível, tenho que arranjar um jeito de anular a regeneração de HP dele e ir baixando a barra de pouco a pouco.” Kisaro tentava proteger a maior parte do corpo, mas ainda deixava seus membros desprotegidos quando atacava.

“Já sei!” Planejei fazer algum tipo de sangramento nele. Sangramentos causavam perda contínua de HP e isso poderia anular a regeneração. O jeito que era certeza para causar esse status era o desmembramento, eu precisava de alguma forma cortar fora algum de seus membros.

Comecei então a mirar todos os meus ataques no antebraço direito de Kisaro, a cada ataque ou movimento dele, eu desferia um ataque mesmo que fosse um reles corte. O antebraço dele começou a cada vez mais vermelho e cada ataque eu ficava mais e mais ansioso.

Em determinado momento, Kisaro mudou a direção de seu machado, me surpreendendo enquanto estava preparando um contra-ataque. O machado fincou em minha perna esquerda, por sorte este ataque não foi forte e rápido o suficiente para cortá-la fora.

Kisaro ficou surpreso por seu machado ter parado. Provavelmente por causa do desvio que ele realizou na trajetória do ataque, seu golpe perdeu força e velocidade. Me aproveitando disso, carreguei uma Skill e acertei seu antebraço em cheio com toda a minha força. O braço direito de Kisaro foi decepado e jogado para longe, onde poucos segundos depois ele explodiu em diversos polígonos de luz.

“Consegui!” Um sentimento de vitória me percorreu rapidamente ao ver aquela cena. Mas Kisaro se aproveitou da minha distração, largou o machado e foi para cima de mim esticando a sua mão esquerda parar me agarrar. O movimento de Kisaro me pegou desprevenido, ele me agarrou pelo pescoço e me levantou. Por descuido, deixei minha espada cair.

“Maldito, como ousa fazer isso comigo?!” Vociferou Kisaro enquanto eu lutava para me desprender de seu enforcamento. Mesmo eu tento arrancado seu braço direito e causado o status de sangramento, a barra de HP de Kisaro continuava a subir. Kisaro riu da minha desgraça.

“O que é isso?! Ele é um monstro! Como pode regenerar HP nessas condições?” pensei desesperadamente enquanto via a minha barra de HP descer vagarosamente para a casa do 30%.

“Você foi o que chegou mais perto... de todos, ninguém conseguiu me ferir deste jeito desde que ganhei essa habilidade.” Meu HP entrou no vermelho e alarme de HP baixou começou a soar. Desesperadamente saquei minha lâmina oculta e tentei acertar o rosto de Kisaro, mas não pude alcançar “Ah! Ainda tem alguns truques na manga, hem?” Comecei a esfaquear freneticamente o braço de Kisaro tentando de alguma forma que ele me largasse.

A Cada facada a barra de HP de Kisaro dava uma pequena pausa. O desespero tomava conta de mim por estar ficando sem ar. Minha barra de HP já estava quase na casa dos 10%. Minha visão começou a escurecer.

“Não!... Não! Não para ele, não aqui!” Dei um forte gritou como se fosse um grunhido. Abri bem meus olhos e me contorcendo todo carreguei uma Skill com minha lamina oculta e a fiquei com toda a minha força no braço de Kisaro. O ataque fez a barra de HP dele cair 10%, rapidamente repeti o mesmo ataque e novamente caiu mais 10%. Enquanto isso, o meu HP já tinha atingido 5% para menos.

“VOCÊ NÃO VAI ME VENCER!” Vociferei para Kisaro, que ficou com uma expressão assustada. Seu braço já estava todo vermelho pulsante. Gritando e executando um último esforço total fiz mais um ataque com a lâmina oculta. O golpe atravessou o braço esquerdo de Kisaro arrancando-o fora.

Quando cai sentado no chão, senti a empunhadura da minha espada com minha mão. A agarrei e a levantei desferindo um ataque diagonal de cima para baixo. Cortei Kisaro do lado direito de sua cintura até o ombro esquerdo. O vermelho do corte encheu a minha visão.

Kisaro só deu um pequeno grito de agonia e caiu de costas, com os dois braços decepados.

Fiquei novamente em posição. Meu HP estava muito baixo, não sabia mais dizer em qual porcentagem eles estava. Minha visão estava turva e me sentia meio tonto. Porém me esforcei totalmente para manter a minha pose.

Olhei para Kisaro. Sua barra estava praticamente igual a minha só, que estava parada, não se regenerava e nem caia. Porém a minha começou a se regenera lentamente.

“Mesmo com os dois braços, a sua regeneração ainda o matem vivo... Você é um monstro mesmo...” Disse bem baixo para que ninguém ouvisse. Mas depois me virei para os outros PK’s e percebi que todos me olhavam surpresos. Fiquei em posição e saquei minha lamina oculta, pronto para o combate. “Então quem vai ser o próximo?”

Os PK’s que também estavam em guarda a alguns metros de distância de mim começaram a trocar olhares entre eles. Depois um deles pegou sua lança e saiu correndo pelos tuneis. Logo em seguida um outro o seguiu e depois mais outro. Depois dessas desistências, o restante grupo começou a fazer a mesma coisa.

“Ei... espera aí! Onde vocês vão?!” Gritei enquanto todos corriam para dentro dos túneis. Nem tentei segui-los, ainda tinha que cuidar de Nagi e prender Kisaro. Soltei uma risada sarcástica por causa de tudo que havia passado. Fui até Kisaro e recuperei meus cristais que estavam com ele. Usei um deles para mandar Kisaro para o Castelo de Ferro Negro. Depois caminhei até Nagi, sua barra estava perto dos 30%, dei-lhe mais um pote de HP que subiu novamente para 90%.

“Preciso falar com Nalius, mas primeiro tenho que levá-la para um local seguro.”


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Notas finais do capítulo

Bom gente, espero que tenham gostado desse capítulo, acreditem, deu trabalho escrevê-lo. Infelizmente o próximo capítulo estou sem previsão para conclusão, pois preciso entregar meu TCC daqui duas semanas, então agora é meio que uma corrida contra o tempo rs. Mas a boa noticia é que a minha próxima postagem será de dois capítulo de uma vez só! Será um extra, onde fala um pouco sobre a Samanta (tamanho dele vai ser menor do que de costume), e um outro normal que continua a história. Até lá! xD



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