Antonym escrita por TimeLady


Capítulo 8
8.


Notas iniciais do capítulo

Ok. Sem desculpas dessa vez, eu sinto muito pelo atraso. Agora que as minhas férias estão chegando, entretanto, vou conseguir postar com mais frequência.



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O garoto parou de chorar tão silenciosamente quanto começou e se Jane não tivesse tomado a iniciativa de se afastar para tentar dar uma olhada no ferimento, ele provavelmente nunca teria notado. O rosto pequeno estava manchado de lagrimas, mas os olhos de ouro derretido pareciam secos e vazios.

O loiro engoliu um suspiro e sem tirar os braços do ombro do menino, usou a mão livre para inspecionar as mãos pequenas, procurando por machucados e tentando impedir que aquela imagem se encravasse em sua mente.

Duvidou que tivesse conseguido.

Havia traços de sangue no pano velho da luva, mas não era o suficiente e nem no padrão certo para indicar que o ferimento era na palma da mão. Então com cuidado e toda a delicadeza que suas mãos treinadas de ilusionista tinham, puxou a manga larga da jaqueta do braço direito – o braço que ele havia mantido perto do corpo quase o tempo inteiro. O menino recuou num movimento automático de dor, um segundo antes do pano preto revelar uma atadura improvisada encharcada de vermelho.

A atadura se estendia por todo o antebraço e era feita de um pedaço de pano velho e sujo, Jane notou com um tremor. Deslizou no chão devagar, de modo que o garoto escorregou até ficar encostado em seu peito e não no seu ombro e esticou o braço recém-liberto para ajudar a desatar o nó malfeito. Entretanto, no instante em que tocou no machucado o menino pareceu ganhar vida de repente, como uma marionete tendo os cordões puxados mais uma vez, e saltou para longe do seu toque. “Não!”

Ergueu as mãos no mesmo instante. “Eu não vou mexer” Falou com calma. “Mas eu preciso ver o machucado. Ele pode estar infecionado”.

O garoto o encarou hesitante, medo e dor nos olhos, enquanto agarrava o braço ferido contra o peito. Jane abaixou as mãos e estendeu ambas as palmas, sem quebrar o contato visual. “Por favor”

O menino engoliu em seco e não se mexeu por alguns segundos, apenas ficou a observar o loiro por debaixo da espessa franja de cachos negros. Enfim, depois de um minuto inteiro, o pequeno lentamente soltou o próprio braço e o esticou em sua direção, ainda meio que ansiosamente. Devagar e com cuidado, Jane desatou o nó e desenrolou a atadura malfeita.

Quando viu o ferimento, foi impossível segurar o sibilo de aflição. Era um corte longo irregular de bordas feias e rasgadas, que ia da base do pulso até a dobra do cotovelo. A pele em volta estava amarelada, ou pelo menos a pele que dava para ver por debaixo de uma grossa camada de sangue seco e toda a carne da região estava inchada. Jane não era medico, mas ele podia dizer que aquilo era bem grave, apesar disso não havia sinais de infecção ou pus, o que era uma pequena vitória até agora.

Ainda segurando o braço pequeno com cuidado, puxou o lenço branco que ele sempre carregava no bolso. Não era o ideal, mas era melhor do que o pano sujo de antes. Desdobrou com um sacudir do pulso e com toda delicadeza possível, cobriu o ferimento e amarrou as pontas. O garoto soltou um gemido de dor quando teve que apertar ligeiramente o machucado, mas não fez nenhuma tentativa de escapar.

“Qual é o seu nome?” Perguntou com casualidade enquanto ajeitava a atadura improvisada.

O menino não o respondeu imediatamente, ficando em silencio absoluto. Um único olhar confirmou sua suspeita do que estava sendo freneticamente analisado pelos orbes dourados, com uma chama de desconfiança atravessando o medo e a dor.

Jane continuou sem sua mascara habitual, deixando cada sentimento seu aberto para a observação meticulosa do garoto. Ele podia contar nos dedos de uma mão o numero de vezes que ele fora tão honesto com alguém que ele havia acabado de conhecer. O numero de vezes que falara com uma pessoa envolvida em um caso sem absolutamente nenhum plano, nenhuma armação ou truque. Somente a pura e simples verdade.

O ouro continuou a encara-lo firme, embora ainda úmido de lagrimas. “Você sabe meu nome” Ele afirmou, cheio de suspeita.

“Eu não” Jane retrucou, terminando de prender o seu lenço. Tentou ignorar o vermelho que rapidamente começou a manchar o pano branco, delineando o comprimento do ferimento. “Mas eu gostaria muito de saber”

O menino pareceu não notar que ele havia terminado com o seu braço, de modo que não se moveu e o loiro ainda estava segurando gentilmente o pulso pequeno entre seus dedos. Os batimentos cardíacos pulsavam constantemente debaixo de seus dígitos, mesmo que um pouco rápido demais. Os dois continuaram a se encarar.

As pequenas sobrancelhas se juntaram entre os olhos, o rosto infantil ligeiramente confuso. “Você não está mentindo.” Outra constatação, não era uma pergunta.

Dessa vez foi o ex-vidente que ergueu uma sobrancelha, intrigado. “Não, não estou”.

“Mas...” O pequeno engoliu em seco, apertando os lábios de modo apreensivo. Pela primeira vez o garoto desviou os olhos, indo para o chão enquanto tentava organizar seus pensamentos – Jane pode dizer pelo movimento dos olhos. Os orbes de ouro voltaram a encara-lo, agitados e desconfiados. “... vocês sempre sabem o meu nome.”

O loiro sorriu um pouco hesitante. “Ao contrario do que a mídia mostra por ai, a policia nem sempre descobre tudo de uma vez. Tem vezes que a gente tem que sair e perguntar pra descobrir”.

O pequeno o encarou cheio de suspeitas por vários segundos, mas logo essa expressão começou a quebrar quando ele começou a realizar alguma coisa. Devagar como uma torneira pingando gota por gota, a surpresa e o choque foram se infiltrando naquele rosto infantil, até que terminou com o menor o encarando de olhos arregalados e boca ligeiramente aberta.

“Você realmente não sabe” Ele falou com algo parecido com admiração.

[Esperança?]

Jane não vocalizou suas perguntas internas, apenas sorriu e balançou a cabeça suavemente duas vezes.

O moreno respirou uma vez pela boca, um som surpreso e soltou sua próxima frase com o ar. “Mas ele contou para todo mundo, então você não é...”.

Isso soou um sino na cabeça de Jane, que franziu levemente o cenho. “Ele?”

O moreno abriu a boca mais um pouco, como se fosse falar, mas hesitou, o lábio inferior tremendo levemente. Todo o corpo pequeno tremia, na verdade. Algo lhe disse que dessa vez não era só medo dessa vez, mas ele também estava ali. Ele ainda estava assustado, assustado desse ‘ele’ e desse ‘vocês’ que continuava a assombrar suas frases.

Então Patrick arquivou aquela pequena frase, solta num momento de descuido do pequeno, e voltou a focar nos problemas mais imediatos do momento.

Com delicadeza, cobriu a mão pequena que segurava com a sua própria.

“Então, qual é o seu nome?” Perguntou mais uma vez.

O mais novo engoliu em seco, abriu e fechou a boca algumas vezes enquanto seus olhos dourados o encaravam turbulentos de emoções. Jane conseguia até mesmo ver os sentimentos lutando um contra o outro.

E ele viu quando um deles ganhou.

“Arthur...” O garoto sussurrou, a voz tremula e raspada. “Meu nome... meu nome é Arthur King.”

O ex-vidente sentiu os dedos pequenos apertarem os seus levemente, hesitantemente. Ele não era do tipo que gosta de manter esperanças, mas naquela hora ele realmente esperou que isso significasse que estava ganhando a confiança daquela criança.

Claro que foi nessa hora que o FBI resolveu aparecer.

Talvez fosse irônico (ou não, para quem o conhecia de verdade) dizer que Patrick não gostava de autoridades. Não só por causa da coisa de receber ordens e da hierarquia de poder que sempre acabava com um idiota no comando – abençoada seja a humanidade e seus mistérios – mas também pelo simples fato de que, na sociedade, autoridade deve inspirar respeito. Como as pessoas em geral não respeitam umas as outras sem um motivo pessoal, praticamente toda autoridade usa do elemento básico para ganhar poder: medo.

E o que inspira mais medo do que um bando de homens sacudindo armas grandes e assustadoras?

É, o FBI reina nesse requisito.

Por isso que Jane nunca gostou deles.

E naquela hora ele conseguiu invocar mais cinquenta e dois motivos para não gostar daquela unidade de poder do governo, além dos seus cinco básicos. Entre os principais estava: 23- Necessidade de se exibir para os civis, o que, ok, talvez ele não tivesse o direito de julgar, mas naquela hora Jane estava pouco se lixando para hipocrisia ou moralidade.

Nada e nem ninguém lhe dá o direito de aterrorizar uma criança.

Por isso que quando ouve o estridente barulho de dez portas de aço sendo abertas violentamente, de quase todos os andares, e o som de dezenas de pés correndo (subindo e descendo) pela escadaria de ferro e o garoto entrou em completo pânico, Patrick Jane ficou furioso. E ele provavelmente teria feito algo imbecil como gritar com o primeiro membro do FBI que surgiu no seu campo de visão, mas outra coisa o distraiu completamente.

Arthur imediatamente arregalou os olhos dourados e a expressão de segundos atrás, aquela expressão com esperança, foi varrida em um instante e em seu lugar veio aquele medo absoluto que impregnava o menino dês daquele momento na sala de espera do hospital minutos atrás (havia se passado minutos ou horas?) com uma nota de traição que foi como um soco no estomago para o ex-vidente. A mão pequena entre as suas escapou antes que Jane pudesse reagir e o menor ergueu-se num salto ágil, afastando-se de si em terror. Olhou para os lados freneticamente, a respiração ofegante já audível e quando pareceu compreender que estavam cercados, ele imediatamente se lançou para frente.

Para a murada da escada.

Talvez estivesse indo ver a extensão dos agentes subindo, quantas pessoas eram, talvez ele quisesse apenas conferir se eles estavam mesmo todos armados, talvez fosse apenas o instinto de querer ver o que estava acontecendo. Talvez. Talvez. Mas alguma coisa dentro de Jane gritou em total pânico quando ele viu aquilo.

Pare-o!

[Aquilo não era um simples susto, aquilo não era medo instintivo]

[Aquilo era um terror totalmente consciente]

[Como um soldado sendo capturado no Iraque]

[E que sabe que o que vai acontecer]

[É pior que morrer]

Ele se jogou imediatamente atrás do garoto e o enlaçou pela cintura antes que as mãos pequenas pudessem alcançar o corrimão prateado, erguendo-o no ar com facilidade. O menino imediatamente começou a se debater e a espernear, tentando escapar de modo desesperado e Jane sabia que estava ganhando varias marcas de unhas e contusões roxas, mas continuou a segurar com firmeza.

“Não! Não! Me larga!” O rouco daquela voz infantil sumiu quando ele gritou, quando ele gritou e berrou como um condenado sendo arrastado para a forca.

E Jane não conseguiu ignorar aquilo, porque doía aos ouvidos tanto medo. Então parou de simplesmente segurar o garoto, virou com leveza aquele corpo magro, ignorou o chute violento que acertou o seu quadril e o abraçou de novo. Mergulhou o rosto naqueles cachos negros embaralhados e se colocou de modo que aquela criança tão aterrorizada ficasse entre a parede e o seu próprio corpo, tentando criar algum tipo de sensação de segurança sem nem pensar direito.

Ele só queria parar aquele som tão desesperado, tão...

...tão triste.

“Não! Por favor!

O som de passos, o barulho de armas, a comoção do FBI que ele tanto detestava virou plano de fundo, um som abafado como se estivesse embaixo da água. Ele se focou apenas no choro que ameaçava sair naquela voz estridente, esganiçada de medo e tentou acalma-la, tranquiliza-la de algum modo. E quando ele notou, palavras saiam de sua boca num ritmo continuo sem significado nenhum, desconexas e cheias de motivos e sentimentos.

Mais promessas.

“Está tudo bem”

Não!

“Nada vai te acontecer”

“Me solta! Não!”

“Eu prometo...”

“Por favor! Eu não quero-!”

“Shh, está tudo bem”

Eu não quero voltar!

“Você não vai, eu juro”

De algum modo ele soube quando Lisbon chegou, mesmo de costas e de olhos fechados. Uma presença mais suave no recinto, um olhar sem julgamento na sua nuca, um coração mais gentil batendo por ali.

Coincidência ou não, naquele momento ele se sentiu mais seguro. Como a visão de chão firme quando com os pés sobre um lago de gelo rachando.

“Eu não vou deixar nada acontecer”

“E-eu não quero...!”

“Vai ficar tudo bem”

Por favor...”

“Você está seguro agora”

“E-eu...”

“Está tudo bem”

“E-eu não sei...”

Quando foi que o menino parou de lutar, ele não soube. Ele apenas tomou consciência disso quando a voz de criança já não gritava mais, quando o pequeno apenou deixou a cabeça tombar sobre seu ombro e começou a chorar de novo.

Ajeitou o seu corpo para que o braço machucado não ficasse pressionado contra seu peito. Deslizou uma mão até a nuca pequena e acariciou os cachos embaralhados, enquanto produzia uma melodia suave do fundo de sua garganta inconscientemente.

Por um momento, Jane se perdeu no tempo e no momento. Era como se estivesse naquele quarto com cheiro de biscoito de chocolate e leite quente, oito anos atrás.

[Eu não quero dormir, papai!]

Respirou fundo e lutou com ferocidade contra suas próprias lagrimas. Simplesmente não era a hora para isso.

Continuou a acariciar a cabeça do menino, que ainda chorava silenciosamente em seu ombro, o pequeno corpo tremendo com soluços ritmados. Sem surpresas, notou que ainda murmurava coisas sem muito sentindo em meio à melodia que cantarolava, pequenas tentativas de tentar acalmar aquele pequeno ser. Ele conseguia sentir o medo vibrando para si.

“Nada vai te acontecer” O loiro prometeu, sussurrando suavemente no ouvido do menino. Pôs toda sua força de vontade naquelas palavras, talvez ajudasse.

Ignorou com facilidade os dois pares de passos que se aproximaram de si e continuou a acalmar a criança em seu colo. Só dignou atenção às mulheres (porque Jane sabia bem quem eram as pessoas atrás dele) quando sentiu o braço que circulava seu pescoço recuar violentamente até o seu peito e ouviu um soluço mais alto e agudo do que o resto. Virou o corpo de lado, afastando-se mais ainda para o canto da plataforma e lançou um olhar acusador para uma Agente Darcy imperturbável, parada ao lado de uma Lisbon confusa e preocupada.

“Sr. Jane, o que significa tudo isso?” A agente do FBI perguntou, sua mão ainda segurando casualmente sua arma.

Patrick sentiu seu olhar endurecer, enquanto lutava para recobrar a mascara que havia deixado cair. Cerrou a mandíbula e se recusou a falar, encarando a mulher loira diante de si sem vacilar. Ela, por sua vez, ergueu uma sobrancelha desafiadora e o encarou de volta sem medo.

Teriam ficado assim por horas se Lisbon não tivesse se adiantado e colocado uma mão razoável no braço de Darcy. Susan virou o rosto depois de um segundo de resistência e as duas tiveram uma rápida e calorosa discussão silenciosa, comum entre mulheres no poder tendo de lidar com homens estúpidos – e Jane sabia que ele podia encaixar com quase perfeição nessa posição, mas de novo, quando foi que isso o incomodou?

Com um suspiro quase invisível, agente Darcy colocou de volta a arma em seu coldre e cruzou os braços. Como se esse fosse o sinal que precisavam, todos os outros agentes do FBI imediatamente ergueram seus respectivos armamentos pondo, em milhares de pequenos ‘clicks’, a trava de segurança de volta.

Dessa vez, Teresa voltou-se para si com um olhar que dizia claramente: Pronto, agora é sua vez. E por favor não faça nenhuma estupidez, ok?

Lisbon era comunicativa assim.

“Então” Falou Darcy, a sobrancelha ainda lá, erguida. “Poderia fazer o favor de explicar porque saiu correndo no meio de uma operação delicada como essa?”

“Eu achava que ajudar as vitimas era parte do trabalho da policia, agente Darcy” Jane replicou entre o inocente e o sarcástico.

Foi nessa hora que Patrick viu o quão bom era a mulher parada diante de si. Ao contrario de muitos homens de autoridade igual ou até maior que Susan Darcy, que reagiram com raiva e irritação quando provocados pelo loiro durante um caso, a loira nem ao menos piscou. Tudo o que ela aparentemente resolveu registrar foi o essencial da frase do ex-vidente. Seus olhos ganharam de repente um brilho suspeito e curioso. “Vitima?”

“Sim, esse...” Jane tocou levemente a cabeça do menino, ainda encolhido como se quisesse sumir. “... é Arthur.”

As duas mulheres olharam para o menino de modo intrigado, até que ele virou levemente a cabeça para encara-las, ainda cheio de lagrimas nos olhos. No mesmo instante, ambas arregalaram os olhos, a expressão sendo imediatamente tomada pelo choque.

Aquelas orbes cor de ouro eram impossíveis de se esquecer.

“É o menino da foto!” Exclamou Lisbon, perplexa, pondo a mão levemente sobre a boca. “O filho...”

Jane inconscientemente tapou o ouvido da criança em seu colo que sua mão alcançava. “Da nossa refém, sim”

“Mas...” A morena olhou mais uma vez para o menino, que a encarava cheia de inteligência nos olhos dourados. Ela engoliu em seco. “Mas eu achei que ele tinha três anos. Como isso é possível?”

“Ele tinha três na foto” O consultor replicou.

“Mas não sabemos quando a foto foi tirada” Completou Darcy, cujo olhar estava lacrado no pequeno. Com cuidado e com movimentos lentos de alguém experiente em lidar com pessoas traumatizadas, a mulher calmamente se aproximou de Jane e de Arthur e falou num tom tranquilo, mas não infantil – coisa de quem já esteve com crianças por um tempo considerável para saber que a maioria não responde bem quando tratados como bebes. “Querido, nós estamos aqui para ajudar, ok?”

O menor não respondeu, apenas a encarou com uma expressão vazia. Susan não se deixou abalar. “Mas para isso, vamos precisar da sua colaboração também, tudo bem?”

O ex-vidente se mexeu ligeiramente desconfortável, trazendo o corpo pequeno para mais perto num movimento quase automático. Nunca gostou de envolver crianças em casos do Red John (porque ele sabia que o assassino jamais deixava algo como a idade de alguém no seu caminho. Ele matava quem ele achava que tinha que matar). Pigarreou uma vez, virando-se de modo que o menino ficasse mais longe da agente do FBI. “Talvez agora não seja uma boa hora...”

Darcy o ignorou. “Você sabe onde sua mãe está?”

Não viu a expressão que dominou o rosto do menor, mas Jane sentiu o corpo pequeno ficar imediatamente tenso em seus braços. Então ele virou o rosto e o apertou contra seu peito, soltando uma risada sem vida e fraca que fez o estomago de ex-vidente dar um nó.

[...errado]

[...esse som]

[está errado...]

“Isso é cruel” Arthur murmurou num fio de voz, seu tom úmido de lagrimas. “Mesmo para vocês, isso é cruel”

Lisbon franziu o rosto em preocupação, dando um passo para frente de maneira instintiva, o que resumiu o estado de todos os outros naquele local. “O que é cruel, Arthur?”

Jane ficou grato à morena por fazer a pergunta que queimava em sua garganta, mas sua boca estava seca demais naquela hora.

O menino não disse nada e apenas continuou encolhido, tremendo.

“Arthur, onde está sua mãe?”

Os olhos dourados surgiram mais uma vez, dessa vez transbordando de lagrimas. Vestia uma expressão tão ferida e machucada que quase todo mundo naquele recinto sentiu uma pontada no coração. “Londres, ela está em Londres.“

Darcy juntou as sobrancelhas, confusa. “O que? Onde de Londres?”

O garoto segurou um soluço.

“Cemitério de West Norwood”

Silencio.

Choque.

“Minha mãe está morta a mais de sete anos, Sra. Darcy”


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Notas finais do capítulo

TA-DAAAAM!! AQUI está as respostas(perguntas) que eu prometi a uns dois capítulos atrás! Comentem!



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