Antonym escrita por TimeLady


Capítulo 5
5.


Notas iniciais do capítulo

OLÁÁÁÁÁ!! Eu falei para mim mesma que eu ia esperar até eu terminar o próximo capitulo para postar esse aqui, mas o que comentários adoráveis de pessoas mais adoráveis ainda não fazem com uma autora? XP Só que, como eu sou um ser humano impossivelmente lerdo e que procrastina demais (culpa do tumblr) eu provavelmente só vou conseguir terminar o próximo capitulo semana que vem! Sorry.



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A janela começou a carregar, desaparecendo com a tela anterior e as palavras ali digitadas. O grupo, que antes se encontrava diante de si e da Lisbon, deu a volta no computador para enfim verem o que aquela mensagem estava para revelar. A leitura corporal de todos não indicava nada, assim como o ar que só tinha o gosto da tensão por conta do caso, e nada mais.

Aparentemente, ninguém mais viu o que ele havia escrito.

Ninguém além da pessoa gentil atrás de si, com a mão pequena e tensa sobre o seu ombro.

“Jane...”

Ergueu o rosto e sorriu novamente para sua querida amiga. Mil e um sentimentos passavam pelos belos olhos cinzentos enquanto que o principal, que era preocupação honesta e profunda, dominava seu rosto. Se Lisbon fosse um animal, provavelmente seria um cachorro, um akita para ser mais exato, que é fofo e amável e conhecido por sua lealdade, e que também sabe ser feroz quando precisa.

Jane tinha uma fraqueza por cães, então não podiam condena-lo por querer mimar aquela mulher de vez em quando. Principalmente quando ela demonstrava atenção a detalhes que ele gostaria que ninguém notasse e, ao mesmo tempo, que queria muito que perguntassem. Uma pedra firme em sua vida turbulenta.

“Eu estou bem” Ele falou, sua voz suave.

“Por que a senha-“

“Eu não sei” cortou-a rapidamente. Por motivos, não queria que ninguém mais soubesse qual fora a senha. “Hoje é... hoje seria o aniversario dela” Se esforçou para manter o sorriso.

Lisbon tinha a expressão de alguém que havia acabado de pisar na pata do gato do vizinho e ele teve que rir, uma vez, sinceramente. Ela abriu e fechou a boca algumas vezes, como se não soubesse direito como prosseguir, mas no final não foi necessário já que Wainwright deu o ar de sua graça naquele momento, entrando no local com aquele ar abafado e estressado que Jane via em todos os seus superiores desde Minelli. “Ah, Luther, finalmente. Estava começando a me preocupar com sua ausência para assegurar das coisas aqui.”

O homem o olhou uma vez, como se quisesse dizer algo um tanto quanto áspera, mas mudou de idéia no ultimo segundo e se virou para Teresa. “Eu estava falando com nossos superiores e o FBI está a caminho, com uma agente Darcy particularmente irritada. Eu imagino porque” E somente agora ele se volta para Jane, à expressão furiosamente sobre controle.

O loiro ergue os ombros, sorrindo inocentemente. “Como eu vou saber? Mulheres são tão imprevisíveis. TPM?”

Wainwright sorriu uma vez, sem humor. “Eu acho que não. Talvez tenha mais haver com o fato de termos recebido uma mensagem de Red John, mas isso é impossível, certo?” Ele deu um passo para frente, sua expressão dolorosamente sarcástica virando de Jane para Teresa e vice-e-versa. “Afinal, você o matou alguns meses atrás, não é?”

“Com certeza” O ex-vidente confirmou e, num impulso, se ergueu da cadeira adotando uma posição mais séria. Apontou para o peito do homem diante de si. “E isso só pode significar duas coisas: Isso...” fez um gesto vago em direção a tela do computador “... é obra de um copiador ou, a opção mais provável, um seguidor de Red John querendo se vingar”

Luther piscou os olhos algumas vezes, confuso diante a expressão repentinamente séria no rosto de seu empregado. “Bem, isso...”

“Chefa!” Van Pelt o cortou, seu tom urgente atraindo a atenção de todos.

“O que?” Lisbon se adiantou, parando atrás da sua agente sentada diante do monitor. A ruiva não disse nada e apenas apontou para a tela onde a janela havia terminado de carregar. Jane e Wainwright se postaram dos lados.

No computador, a frase de Charlotte Bronte e a pequena caixa com a senha haviam sumido, sendo substituídas por um texto pequeno e comum, sem nada de mais.

Olá, velho amigo.

Eu tenho um presente de aniversario para a nossa pequena escritora. Mas ele está vulnerável. Melhor ir busca-lo antes que suma novamente.

Trinta e oito quatro meia dois nove dois e três na linha do horizonte

Cento e vinte e um quatro um meia seis nove e quatro com a bruxa verde

“O que isso supostamente deveria significar?” Luther indagou em voz alta, seu tom meio ácido. “Isso... isso não faz nenhum sentido!”

“Senhor...” Teresa começou naquele tom moderado-padrão de oficiais da justiça responsáveis.

Jane deixou a conversa chata para sua querida chefa e se concentrou no texto diante seus olhos, seu cérebro já processando as palavras e comparando-as com sua enciclopédia sobre Red John. Novos fatos: o assassino sabia de onde o nome de sua filha veio e sabia que dia era hoje. O que era aquilo? Uma provocação direta de Red John? Ele estava se expondo dessa maneira, isso mais o vídeo dele seguindo a agente Darcy – mesmo com tudo o que podiam dizer da policia, eles não eram tão estúpidos assim, saberiam pôr um mais um.

Então por que aquilo tudo?

“O que são esse números, então?” A voz alta de Wainwright o trouxe de volta a realidade e somente nesse momento Jane realizou que eles realmente não haviam entendido ainda.

Ok, talvez eles demorassem um pouco para juntar o um mais um.

“São coordenadas” Falou.

O grupo parou de discutir. Lisbon se virou para o loiro.

“O quê?”

Lançou um olhar rápido para a colega antes de voltar a encarar o monitor pensativo. Respondeu distraído. “Os números. São coordenadas, sabe, latitude e longitude”

“Como você poderia saber isso?” Luther perguntou naquele tom cético e ele realmente teve que segurar a vontade de revirar os olhos. Apontou para os números escritos por extenso na janela branca. “É obvio. Trinta e oito, ponto, quatro seis dois nove dois três na linha do horizonte” Fez um movimento na horizontal com a mão. “Uma linha horizontal, linha do Equador. E cento e vinte e um, ponto, quatro um seis seis nove quatro com a bruxa verde. Bruxa verde. Green witch, ou mais provavelmente, meridiano de Greenwich”

Wainwright era engraçado parecendo um peixe.

“Espera ai. Ponto? O texto não tem a palavra ponto entre os números” Grace falou, virando na cadeira para encara-lo.

“Quando lemos números fracionais, lemos os números antes da virgula como um todo e os depois da virgula como individuais” Jane respondeu.

“Que? Você só está chutando” O supervisor exclamou, pondo as mãos no quadril.

O loiro virou de modo ligeiramente petulante. “Me de uma idéia melhor, então”

“E a mulher? Você acha que as coordenadas vão levar a ela?” Rigsby interrompeu a discussão.

“Essa é uma ótima pergunta, Rigsby” Jane virou, apontando um dedo ao amigo, antes de novamente se voltar para o resto da equipe. “E a mulher?”

Lisbon ergueu uma sobrancelha. “O que você quer dizer?”

“Você disse que a mensagem estava ameaçando uma mulher. Qual mulher?”

“A que está na imagem no arquivo anexado” Ela respondeu.

“Arquivo anexado?”

“É, na... na outra janela” A morena fez um gesto confuso em direção ao computador, parecendo repentinamente frustrada. “Van Pelt, mostre ao Jane. Cho, procure o local onde essas coordenadas levam e Rigsby, verifique de novo a identificação da vitima, procure em outros bancos de dados além dos que Van Pelt tentou. E senhor, provavelmente vamos precisar de uma equipe de resposta...”

Cho acenou e se dirigiu ao seu próprio computador ao mesmo tempo em que Rigsby, os dois digitando rapidamente no teclado. Grace acenou suavemente para Jane, pedindo para ele se aproximar. O loiro se postou ao lado da amiga. Com um clique a imagem surgiu.

Patrick sentiu que havia levado um soco no estomago, porque ele conhecia aquele rosto.

Um rosto de pele branco e saudável, com um cabelo negro liso que tocava suavemente os ombros. Olhos azuis como duas safiras, brilhantes com alegria e orgulho. Só que não agora não era orgulho e alegria que se estampavam naquele rosto bonito.

Terror.

Um sorriso vermelho para cumprimenta-lo.

Caro Sr.Jane

[Ela nunca acordou]

Grace, aparentemente não notando sua mudança de humor, continuou a falar um discurso que ele não lembrava dela ter começado. “... olhei em todos os lugares, mas mesmo assim tive resposta zero. Mesmo com o identificador facial-“

“Ela é britânica, mão solteira no inicio dos trinta anos e sem interesse romântico” O loiro a interrompeu, seus olhos ainda presos na tela. “Artista, provavelmente pintura ou desenho, talvez os dois e vive disso, sendo em conjunto dona-de-casa, o que explica a aparente falta de dinheiro. Tem um único filho que é bem amado e cuidado”

“O quê?” A ruiva piscou seus grandes e gentis olhos, surpresa e confusa.

“Você tirou tudo isso dessa foto?” Indagou Lisbon incrédula, aparecendo ao seu lado.

Endireitou-se e respirou fundo, tentando fazer seu nível de adrenalina abaixar, porque definitivamente não seria de boa ajuda no momento. “Dessa foto não” Respondeu e puxou seu celular do bolso da calça. Sem demorar muito acessou a área de arquivos transferidos e o mostrou a Teresa a imagem que havia recebido. “Só dessa”

A morena analisou a foto por meio segundo antes de entender. Seus olhos cinzentos se arregalaram levemente de choque. “É a mesma mulher! Como você conseguiu isso?” Ela exclamou e num ato tirou o celular de suas mãos.

“Eu recebi pouco depois de você me ligar”

Grace, ao olhar a foto, fez um som estrangulado no fundo da garganta. “Ela tem um filho?” O seu tom horrorizado pareceu traduzir o que ela estava pensando. Lisbon lançou um olhar ansioso para Luther que apenas acenou antes de disparar dali, celular na mão, provavelmente ligando para o FBI. A morena, por outro lado, largou o celular de Jane nas mãos de Grace e se adiantou para frente. “Cho!”

“Já estou conseguindo, chefa!”

Patrick olhou para a ruiva que ainda encarava para a foto no celular abalada. Gentilmente fechou o aparelho e o retirou das mãos incrivelmente delicadas da mulher. Embora seu próprio eu estive dolorido, cheio de estilhaços de uma memória fragmentada e manchada de vermelho, Jane sorriu o seu mais amável sorriso para aquela jovem de bordas macias e coração suave. “Nós vamos encontra-la”

A mulher engoliu em seco e acenou com a cabeça.

“Consegui!” Exclamou Cho atrás de si.

No instante seguinte, Rigsby entrou no lugar correndo. “O FBI chegou com uma equipe de resposta.”

“Ok, vamos!” Lisbon praticamente gritou, disparando em direção ao elevador em passos determinados. Kimball com um pedaço de papel seguiu-a logo atrás, com Rigsby ao lado. Grace, ao seu lado, pulou da cadeira com uma expressão feroz e perigosa que Jane já vira tantas vezes no rosto da agente e correu para alcançar a turma.

Patrick observou seus colegas, seus amigos se preparando as pressas na frente do elevador.

Engoliu um caroço entalado em sua garganta e olhou uma ultima vez para a imagem no celular. Os olhos azuis orgulhosos e o sorriso infantil falso queimaram sua mente como brasa. Apesar de ter tranqüilizado Van Pelt, ele entendia o sentimento de horror com a perspectiva de que aquela mulher tivesse uma criança, uma alma inocente e vulnerável.

Por que se uma guerreira é capturada tão facilmente, o que impede do Diabo por as mãos no anjo sobre sua proteção?


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Notas finais do capítulo

Aham!! XD No próximo capitulo chegaremos no ponto crucial!



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