Sangue Rebelde escrita por mrs montgomery


Capítulo 11
Imersos


Notas iniciais do capítulo

Não, eu não morri. Continuo viva. Demorei porque Cidade de Vidro é muito bom, e Dezessete Luas é espetacular, e esse capítulo saiu bom, eu achei. E com 3.000 palavras É PRA GLORIFICAR DE PÉ e divando =P

Até as notas finais ;*

Boa leitura :)



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- Vocês se acham muito espertinhos, mesmo – disse a voz rouca e grossa, vinda do garoto de cabelos cobre. Ele ampliou o sorriso maléfico, exibindo as presas afiadas. – Não sabem que não podem ficar vagando pela floresta?

- Vocês também não podem – respondeu Matthew enquanto se levantava entorpecido e passava a mão na boca suja de sangue. – então não podem falar nada de nós.

Outro soco foi desferido em seu rosto, e ele cambaleou para trás até cair na superfície de pedra com algumas folhas quebradas. Mais sangue jorrou de sua boca. Quando seu olhar se voltou para o ruivo, seus olhos estavam amarelados, e ele podia sentir que ia se transformar a qualquer momento. Sua visão estava estranha, pontinhos pretos apareciam a toda hora, portanto ele não conseguia ver quem mais estava ali. Só sabia que havia desmaiado e acordara naquele local da floresta, que deviam ser ruínas de alguma coisa, e havia outras pessoas – ou sobrenaturais – ali. Nem sequer sabia se Thomas ainda estava ali.

- Olha isso, Nathaniel, ele está se transformando. – O olhar do ruivo se desviou de Matthew para um vampiro pálido e ruivo com um sorriso maquiavélico no rosto, aparentemente nomeado Nathaniel.

- Tome cuidado com os pelos, ouvi dizer que eles soltam bastante. – disse Nathaniel. – O que fazemos com aquele outro ali? – ele apontou para Thomas, que estava desmaiado abaixo de pedregulhos.

- Algeme-o junto aquele outro mais para lá – ele respondeu. – Deixe-os caídos assim mesmo.

- Mas, Ross, isso não vai dar problema?

- Claro que não – ele revirou os olhos. – Não seja tonto, Nate. Estamos na área dos vampiros, são os lobos que vão se encrencar. Aliás, duvido muito que eles ficarão aqui. Depois de umas horas vão arrumar um jeito de fugir, e tudo vai ficar normal de novo.

- E aquele cadáver ali? – Ele apontou para um corpo jogado mais ao longe nos pedregulhos.

- Já está morto? – Ross parecia um pouco aflito. – Bem, podemos jogá-lo na água. Não é culpa nossa se ele morreu. Nosso trabalho é apenas assustá-los. – Ele deu de ombros. – Onde está Jay? Ele é quem cuida de corpos assim.

- Foi dar uma olhada no local, ver se tem mais algum infrator.

- Estúpidos – O olhar dos dois se voltou para Matthew, de pé, no seu limite. As unhas estavam grandes e tortas, os olhos castanho-amarelados, as orelhas se modificando, os pelos começando a surgir. Thomas surgiu logo atrás, do mesmo jeito.

- Olhe só... – Nathaniel exibiu as presas.

- O que perdi? – O rapaz chamado Jay apareceu e se juntou à dupla. Era um humano, cabelo loiro platinado até o pescoço e puxado para trás, com olhos azuis penetrantes, tanto que pareciam venenosos. O cabo de uma espada estava em suas costas, e usava um colete de couro por cima da camisa negra deixando os braços a mostra.

- Esses dois acham que podem contra nós – Foi Ross quem respondeu.

- Estão enganados. – disse Jay. - E o outro que pegamos?

- Morto. – respondeu Nathaniel. – Jogue-o na água depois.

Quando se viraram, ambos estavam prontos, mas uma voz suave e aveludada fez com que eles parassem, e se virassem para olhar.

- Rapazes, estavam mesmo pensando em começar a festinha sem mim? – Era Donna, parada um pouco atrás deles, com as duas mãos na cintura. Kevin estava atrás de uma árvore

Os três a avaliaram da cabeça aos pés.

Nathaniel se aproximou dela e sorriu maliciosamente.

- O que faz por aqui, gracinha? – disse ele. – Não sabe que é perigoso?

- Ora – começou ela, sorrindo perversamente. -, mas é claro que eu sei.

- Sabe – Foi Jay quem falou, se aproximando dela e colocando as mãos em sua cintura. – Posso te proteger.

Ela sorriu fracamente sem separar os lábios e tentou afastá-lo.

- Nem tão perto. – Ela praticamente o empurrou para longe.

- Uma garota indefesa como você não pode ficar sozinha na floresta a essas horas da noite. – Ross estava com os braços cruzados, e mesmo sorriso malicioso no rosto.

- Bem, indefesa eu não estou. – Ela sacou a adaga da bota com um movimento rápido. O sorriso não estava mais em seu rosto. – Quem são vocês, e o que pretendem com meus amigos?

Ross riu.

- Garota, você seria perfeita se não fosse por esse defeito: você fala demais.

- Eu vou perguntar de novo – Seus olhos estavam selvagens, mas sua voz estava calma, e ela falava pausadamente. – Quem são vocês e o que pretendem com meus amigos?

- Acho que você tem que aprender a escutar não. – Foi Nathaniel quem falou.

- Resposta errada, gracinha.

Fúria repentina passou pelos olhos de Donna, desaparecendo rapidamente. Em uma fração de segundo, ela se afastou, e Matthew e Thomas, já transformados avançaram nos três rapazes. Nathaniel avançou em Donna, e fez um corte em sua perna, mas ela revidou e enfiou a adaga em seu coração. O garoto gritou de dor e cambaleou para longe, caindo no chão. Mais distante dela, Ross tentava fugir enquanto Matthew e Thomas davam um jeito em Jay e Nathaniel. Ele estava correndo entre as árvores, e, em centésimos de segundo, um lobo cinza apareceu e o bloqueou, avançando e cravando suas garras na camisa preta dele.

Donna lançou sua adaga na direção de Jay quando ele estava quase enfiando uma espada no coração de Matthew, que tinha assumido sua forma humana novamente. Ela não conseguiu ver Thomas, mas viu um vulto negro se movimentando entre as árvores e deduziu que pudesse ser ele. A adaga entrou na coxa de Jay com tudo, e ela correu para longe para procurar algo para se defender. Um fulgor prateado vinha de algo coberto por folhas quebradas e pedregulhos, só então Donna viu que estava nas suas ruínas, um castelo abandonado que com o tempo caiu aos pedaços literalmente. O brilho prateado vinha do que outrora fora uma escada de madeira, com degraus quebrados e cinzas negras cobrindo-a por inteiro.

Seu coração acelerou, e de repente suas pernas se moviam sem perceber, e ela estava correndo para lá. Sangue escorria por sua perna, mas ela era uma vampira, se curava rápido. A fonte do brilho estava coberta por folhas quebradas e mortas, cinzas negras, e algumas pedras pequenas. Ela afastou tudo isso com as mãos de dedos pequenos, revelando o objeto. Seu coração disparou.

Era uma espada.

Uma espada mortífera e familiar.

Ela pegou a espada e olhou em volta. Viu uma figura caída nos escombros ao longe, e imediatamente foi até lá. À medida que ia caminhando, ia vendo com nitidez quem era. Um garoto. Ajoelhou-se. Seus os joelhos ralados estavam doendo, o corte esbanjando sangue. Deixou a espada de lado e afastou as pedras do rapaz, logo depois levando as mãos para o seu rosto e tirando os fios que caíam nos olhar. Sua pele era fria, enquanto a dele era quente.

- Evan... – ela murmurou enquanto encarava-o. Suas pernas fraquejaram quando ele piscou os cílios batendo uns contra os outros. Seu coração bateu ainda mais forte, e ela corou. Estava tão acelerado que ela pensava que ele pudesse ouvir.

Evan soltou uma exclamação de dor e movimentou o braço direito. Ela afastou o casaco preto dele do braço. Ralados e mais ralados, sangue seco, cortes. Donna estremeceu e pôs o casaco de volta no lugar. Ela ajudou-o a sentar, suas mãos meio molengas; todo seu corpo parecia tremer.

- Eles vão te pegar – ele sussurrou, tirando as cinzas do cabelo. Sua voz estava fraca. Donna olhou para trás. Matthew, Thomas e Kevin estavam dando um jeito nos tais Noturnos. – é melhor você ir...

- O que eles fizeram com você? – Ela tirou algumas folhas pequenas e um pouco de grama do cabelo dele. Seus fios eram macios e sedosos, negros como a noite.

- Eu levei uma surra feia – Sua mão foi até a testa dele, onde havia um hematoma grande, coberto de sangue seco. O sangue seco ia até o olho, onde estava avermelhado. Com certeza iria ficar roxo. Recolheu a mão de volta ao próprio colo. – Depois me jogaram aqui. Fingi que estava acabado para me deixarem em paz.

- Eu vou te tirar daqui. – Ela se levantou, e só então percebeu que a perna estava coberta de sangue, e a barra do vestido também. Sua sorte era que se curava rápido, mesmo que ainda não estivesse Completa. Ignorou a pequena dor e o ajudou a levantar. Ele se apoiou nela.

- Você ficou louca? – ele exclamou. Sua voz ainda estava fraca. - Aqueles caras são perigosos, Donna. Você nunca ouviu falar deles?

Donna pensou em todas as vezes que tinha fugido ou dormido quando sua mãe tentava lhe ensinar as coisas do reino.

- Não.

Evan suspirou pesadamente.

- É perigoso – disse ele. – E dessa vez é sério. Sério mesmo. – Ele olhou para os lobos. – Aqueles são seus amigos? – Ela assentiu.

- Eles vão ficar bem ai, sabem se cuidar. – disse ela.

- Tudo bem, então – Ele se afastou, se equilibrando com dificuldade, e imediatamente ela sentiu falta do calor de suas mãos. – Vamos sair daqui. Tem uma trilha na floresta que leva até a praia, e meu corcel está lá.

- Você consegue andar até lá?

- Consigo. Estou apenas com alguns cortes e hematomas, nada demais. O que mais dói é o braço. – O braço direito estava dobrado e pressionado contra o peito. – Acho que está quebrado. Minha irmã deve dar um jeito nisso. – Seu olhar se voltou para a perna ensanguentada de Donna, e para todos os arranhões e ralados de seu corpo. – E o que houve com você?

- Alguns ferimentos, nada demais. – disse ela. – Vampiros se curam rápido.

- Eu sei, mas isso ai está bem feio. – Ele se aproximou.

- Assim como o seu braço.

Ele sorriu. Donna já não ouvia mais os barulhos dos lobos; era como se só estivessem ela e Evan ali.

- Se não me engano, é por aqui. – Ele apontou com o queixo para um caminho na floresta depois das ruínas. – Para a praia. Sua perna aguenta até lá?

- Evan, eu conheço essa parte floresta como conheço a mim. Daqui posso ir para minha casa facilmente. A questão é se você vai conseguir chegar bem a sua casa.

- Não sou eu a donzela em perigo aqui. – Ele sorriu. – Eu nem sequer sou uma donzela.

Donna sorriu.

- Que gracinha – disse uma voz atrás deles. Os dois se viraram para olhar Jay coberto de sangue, com a adaga de Donna na mão. O cheiro de sangue atingiu Donna arrebatadoramente. – Só falta dar beijinho. Sinceramente, Evan, pelo o que te conheço, eu achei que fosse arrumar coisa melhor. Tipo aquela loira que vive atrás de você. Qual o nome dela mesmo? Começa com b, eu acho.

Donna enrubesceu ferozmente, mas se controlou e sua mão apertou a espada de Evan; ainda estava segurando-a. Olhou de soslaio para Evan. Ele estava vermelho.

- É melhor sair daqui, mortal. – ela rosnou entre dentes.

- Para que? – Ele deu uma risada. – Para que vocês dois possam namorar mais um pouquinho? – Donna apertou o cabo da espada com mais força.

- Cale a boca! – Ela já estava perdendo o controle.

Ele riu mais uma vez, e ela avançou com a espada. Jay sacou o a espada que tinha nas costas e jogou a adaga de Donna em direção a Evan. Ele foi mais rápido e, por mais que estivesse com o braço quebrado, desviou e a pegou. Os olhos de Donna estavam selvagens, e a fúria era perceptível em seus golpes. Jay parecia um tanto surpresa; Donna era muito habilidosa, sabia lutar com qualquer arma. Mas Jay foi mais rápido e conseguiu jogar a espada que Donna segurava para longe. Deu uma risada seca. Ela sorriu, exibindo as presas, e seus olhos ficaram ainda mais vermelhos. Evan lhe lançou a adaga, e ela pegou. Passou por Jay numa fração se segundo – velocidade de vampiro – e ergueu a adaga. Ele se virou no mesmo segundo, e Donna lançou-a em seu coração. Sua mão estava trêmula, então acabou indo na barriga. Ela fez um gesto com a cabeça pra que Evan a seguisse pela floresta, mas antes ele pegou a espada caída no chão e pôs nas costas.

Ele a seguiu pela floresta, os dois mergulhando na escuridão. Ela levantou o capuz da capa, se camuflando na imensidão negra da floresta.

- Você está bem? – perguntou ele pegando fortemente seu braço. - Está mais branca que o normal.

- Estou – disse ela. – só quero sair daqui.

- E os seus amigos?

- Eles vão me matar por ter saído assim, do nada – Deu de ombros, então voltou a caminhar em silêncio, e depois correr, por mais insuportável que a dor em sua perna estivesse. E estava incrivelmente insuportável. De uma hora para outra, era como se ela estivesse ficado vulnerável como vidro.

As estrelas brilhavam incansavelmente por trás dos galhos retorcidos das árvores. O ar estava congelando - eles estavam entrando no inverno - e algumas folhas amareladas caíam. Agora eles estavam em uma trilha dessas, com folhas caídas e árvores sem nenhuma, ar frio e meio pesado, mas um cheiro molhado no ar...

Donna se virou para Evan e pôs um dedo nos lábios, sinalizando silêncio. Sua audição aguçada de vampira estava atacada.

- A espada – ela disse baixinho. Ele lhe deu a espada e ela segurou, as juntas dos dedos embranquecendo mais do que o resto do corpo. Sangue estava espalhado por todo o seu corpo; à princípio, apenas a barra do vestido estava manchada, e era do próprio sangue, e agora havia sangue de Evan na saia e na blusa.

- O que houve? - ele perguntou no mesmo tom.

Os olhos dela estavam se escurecendo, adquirindo um vermelho escuro.

- Seu braço dói muito? – indagou, alarmada com a floresta.

- Bastante – respondeu. – mas posso usar o braço esquerdo.

Ela consentiu, e virou para encarar a escuridão da floresta. Algo se movimentava pela floresta, algo tão negro quanto seu cabelo ou sua capa. Ela segurou ainda mais firme a espada, e se virou para Evan. Tirou uma adaga com uma capa de couro de dentro da bota e lhe entregou. Quando tirou a capa, a lâmina era clara como cristal, tão clara que criava a ilusão de ser transparente. O cabo era de pedra, todo esculpido, como o cabo de uma rosa. Uma pedra vermelha estava cravada na pedra, e a adaga em si era pesada.

- É uma das minhas preferidas – O que parecia ser um sorriso estava no rosto dela. – E eu odeio quando estragam minhas coisas.

Ele sorriu.

Ela retribuiu, mas o sorriso desapareceu quando ela voltou a observar a floresta. O que estava se movimentando não havia parado. Então, de repente, uivos quebraram o silêncio, junto com barulhos de folhas quebrando. Em segundos avançaram em Donna e Evan. Evan ergueu a adaga, que refletia a luz da lua, e Donna a espada. Ela reconheceu um dos lobos como Ross, acabado. O outro ela podia jurar que nunca viu na vida, mas parecia um pouco familiar. Outro lobo se juntou a ela, este sendo marrom meio dourado. Seus olhos se arregalaram quando os reconheceu.

O lobo marrom foi em direção á ela e ficou por cima, então Donna rolou para longe e conseguiu se livrar. Lama estava misturada com grama na pelagem do lobo, o que sujou um pouco Donna. Por um instante, ela pareceu completamente vulnerável e fraca. Mas no instante seguinte seus olhos estavam cor de vinho, e suas presas desceram. Seu rosto estava rijo, então ela mostrou as presas de um modo surpreso. O lobo atacou de novo, e dessa vez Donna ergueu a espada pronta para parti-lo ao meio. Mas o bicho foi mais rápido e, com uma pata, mandou a espada para longe quando esta quase lhe arrancou um membro. Agora Donna estava vulnerável. Ela tentou pegar a espada, mas tropeçou e ele avançou e feriu seu ombro. Mais sangue. Ela podia sentir os caninos afiados prontos para perfurar sua garganta, o hálito horrível indo direto para as suas narinas. O lobo foi se transformando em lobisomem até assumir sua forma humana.

Uma garota loira, com pele morena e olhos castanhos estava com a espada prestes a entrar em seu coração.

Paige, ela pensou com desgosto.

- Brianna me avisou que você era perigosa – disse ela com veneno na voz; uma voz aguda e irritante. –, mas agora discordo. Não consegue se cuidar sem uma arminha, não é mesmo?

Donna tentou se mover, mas Paige colocou a espada em seu pescoço e prendeu seus braços ao lado direito do corpo com as mãos semi transformadas, as garras surgindo e machucando sua pele.

- Eu poderia falar para que se cuidasse, mas seus dias acabam aqui, projeto de garota. – Ela descartou a espada, então suas garras agarraram a garganta de Donna, deixando inúmeras marcas. As unhas enormes pareciam soltar veneno. – Van Gould. – Ela arranhou o rosto de Donna, deixando marcas avermelhadas saindo sangue. – Já cuidamos de um de vocês antes, mas ninguém como você. Sua ousadia me enoja. Sempre quis te matar. Pessoas como você são perigosas sabia? E perigo que você representa acaba aqui. – Neste momento, Donna soltou a perna e chutou Paige. A loba foi para longe, surpresa, e ela aproveitou para acabar com aquela garota.

E sem a espada.

Paige estava se levantando quando Donna pisou com a bota de couro na barriga dela. Pisou no rosto depois, afundando a bota com força como tortura. Se afastou depois de uns segundos. Um dos lobos de pelagem escura veio para cima de Donna, e ela caiu. O lobo olhou para Paige acabada – porém viva – e depois para Donna, fúria brilhando em seus olhos amarelos.

Quando Matt saber disso, pensou.

O lobo começou a dar patadas, e ela se protegeu com os braços, deixando-os cortados e vermelhos de sangue. O bicho estava quase rasgando o rosto de Donna, mas antes disso uma adaga penetrou em sua nuca, ele caiu no chão. Donna se levantou meio grogue e limpou o sangue da boca. Virou-se e viu Evan, coberto de sangue, olhando para ela. Ross estava caído em sua forma humana, um pouco mais ao longe. "Lobos retornam a sua forma humana quando mortos ou quanto tem partes do corpo arrancadas", a voz de seu avô ecoou em sua cabeça. Ela pegou a adaga da nuca do lobo e se recostou em uma árvore.

Evan foi até ela, manchando as folhas de sangue.

- Você está bem? – perguntou ele segurando seus cotovelos. Ela balançou a cabeça; não conseguia falar nada. Ele revirou os olhos. – É sério, garota. Me diga a verdade.

Ela desviou o olhar.

- Estou acabada – Ela deu uma risada trêmula. – Vampiros ficam ainda mais sedentos quando perdem sangue. E no momento eu sou uma cascata de sangue.

- Não, você é uma cascata de cachos negros, não sangue. – Seu rosto estava rijo quando ele tirou as mãos de seus cotovelos.. – Vem, eu vou te tirar daqui. Seus amigos fugiram. – acrescentou vendo a expressão dela. – Está tudo bem, mas precisamos ir rápido.

- E os lobos?

- Donna, você confia em mim?

Ela hesitou, e depois seu olhar de cruzou com o dele, e ele a sustentou. Podia sentir as pernas derretendo, e não era pelos machucados.

- Confio.

- Ótimo. – Ele sorriu, então os dois correram para longe dali.

-♥-

Não havia se passado dois minutos do acontecido quando Evan parou. Donna não aguentava mais correr, e os ferimentos doíam ainda mais. Evan estava mancando, mas rejeitara quando Donna lhe perguntara que queria ajuda.

- Tem certeza de que é por aqui? – perguntou ela.

Evan pensou antes de responder.

- Bem – disse ele –, na verdade, não.

Donna suspirou pesadamente para se controlar e não voar no pescoço de Evan com toda sua fúria.

- Você está brincando – disse ela. –, não é?

- Não. – respondeu. – Mas a praia é para cá.

Donna fechou os olhos e massageou as têmporas com força extra. Era coisa demais para uma noite só. Abriu os olhos quando ouviu folhas se quebrando, algo cortando a dureza do ar. Um cheiro molhado, ela odiava dizer, preencheu o ar.

- Ouviu isso?

Antes que ele pudesse responder, um lobo marrom surgiu da floresta, assim, do nada. Evan pegou a mão de Donna, ignorando as dores de ambos. Ela estremeceu, mas ele pareceu não perceber. O lobo agora estava correndo atrás dos dois, e eles se viram sem saída. Donna deixava um rastro de sangue por onde passava, e isso só piorava as coisas.

Mais a frente, a luz da lua estava mais clara. Um penhasco, ela percebeu.

- O Abismo Maldito - disse Evan. Ela estremeceu. O Abismo Maldito era um penhasco alto, o mais alto de Wonder Hill, cuja queda era tão perigosa que ninguém se arriscava – nem mesmo os lobisomens, fãs de alturas. A praia não ficava perto do penhasco, e era preciso nadar bastante para chegar lá. Suas águas violentas, e todos diziam que haviam monstros que habitavam ali. Sua profundidade era desconhecida.

Os dois se viram cercados – o lobo estava lá, e o penhasco era a única saída.

- Não tem outro jeito. – disse Evan.

O lobo se aproximou ainda mais, e Evan firmou seu aperto. O penhasco se aproximou o suficiente, e Donna podia ouvir as ondas se quebrando em outras.

Então eles pularam.


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Notas finais do capítulo

Vocês nem conseguem imaginar o que vai ter no capítulo seguinte hueheuehueh

Bem, não sei quando o próximo capítulo vai sair, mas vou me esforçar para que seja com mais de 3000 palavras. Ou 4000. Estou sonhando alto eu sei.

Entããão, pessoal, eu estou com várias ideias boladas para Entre Lobos e Vampiros, então provavelmente logo logo eu colocarei nas notas de um capítulo de Sangue Rebelde algum trechinho, ou a sinopse. Para os curiosos, se pedirem nos comentários, eu posso dar um spoilerzinho de alguma coisa. A única coisa que direi aqui é para prestarem atenção em alguns personagens de Sangue Rebelde, porque alguns farão importância em Entre Lobos e Vampiros.

Uau.

Pelo Anjo, isso ficou uma bíblia *o*

Até a próxima, readers :D



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