Sangue Rebelde escrita por mrs montgomery


Capítulo 10
Coração e Coragem


Notas iniciais do capítulo

Heey readers *-----*

Hoje eu não tenho nada para falar aqui, apenas para ignorarem o nome do capítulo - era isso ou Capítulo 10.

Boa leitura ^-^



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Donna fechou os olhos, e tentou pela milésima vez entender aquilo tudo. Aquele garoto com certeza estava ficando louco. Ficar perto dela era tudo o que ele deveria temer. Ele deveria se importar sim com sua vida.

Sentiu sede novamente. Já estava ficando insuportável, e se ela não saísse dali agora, com toda a certeza um corpo seria achado, morto. E ela odiava se importar com isso. Se importar com ele. Se importar com uma vítima. E ela não tinha a mínima ideia do que estava sentindo naquele momento, e em todos os outros.

- Preciso ir agora. – ela disse enquanto abria os olhos.

- Por quê? Ainda é cedo. – ele tentou protestar.

- Se eu não for agora vou acabar te matando. – Os dois ainda estavam a centímetros um do outro.

- Sei que consegue se controlar. – ele sussurrou, e brincou com uma mecha de cabelo.

- E se eu não conseguir? – ela sussurrou de volta, ignorando-o ao mexer em seu cabelo.

Ele sorriu sombriamente, então se aproximou ainda mais dela. Ela não era pequena em relação a ele, sempre fora alta, mais alta que a maioria das meninas da sua idade, e era quase da altura dele. Centímetros de diferença.

- Porque você se importa comigo? – Soou tão baixo que se eles não estivessem tão próximos, ela não conseguiria ouvi-lo.

Ela ficou confusa, ele se afastou, rindo, e foi andando para mais na beira do penhasco, sem qualquer medo de cair.

- Eu pesquisei sobre você, sabe? – Ele passou a mão nos fios rebeldes que caíam nos olhos. – Perguntei ao meu avô, meu irmão. Eles estiveram nos Dias Trevosos. Contaram a mim que você era grossa, não se importava com nada, e era perigosa. Meu avô disse que sua mãe o alertou para ficar o mais longe possível, porque você não era muito boa em se controlar quando havia sangue humano por perto.

- Deveria ouvi-los. – ela disse.

- Mas então agora eu me pergunto – Ele a ignorou completamente e se aproximou novamente, tão perto que podia sentir a respiração quente dela em seu rosto. E beijá-la, caso se aproximasse alguns milímetros. – Como você se controla quando está perto de mim? Tão perto como estamos agora? – Ele estava sorrindo. – E o mais importante, porque se importa comigo?

- Eu... – As palavras sumiram, e ela não sabia o que dizer. Talvez se aqueles olhos verdes brilhantes não estivessem encarando-a ela conseguisse falar alguma coisa. Talvez se ela soubesse o que estava sentindo poderia matá-lo e sair sem ressentimentos. – Eu só me importo. E não sei por quê.

Ele sorriu, e ela percebeu que ele entendeu mais do que deveria.

- Agora entende porque me importo com você? – ele perguntou.

- Sim.

Seu sorriso aumentou, e ficou travesso.

- Ainda vai me encontrar amanhã?

Ela riu e se aproximou, quase encostando seus lábios.

- Eu vou pensar no seu caso. – Sussurrou.

Ele sorriu. Os dois ficaram em silêncio por um tempo, se encarando, pensando no que dizer, ou no que fazer. Uivos espessos cobriram a floresta, como o sol cobria as flores no território humano. Donna se arrepiou enquanto se afastava de Evan imediatamente e ficando de costas para ele, avaliando a floresta.

- Ouviu isso? – Não havia rastro algum de medo em sua voz.

- Ouvi. – Ele sacou uma espada brilhante da sela do cavalo, incrivelmente mortífera.

- Lobos. – Ela deu de ombros. – Nada demais.

Evan estremeceu com tamanha coragem.

- São lobos. – disse ele. – Não lobisomens. Podem acabar com você em uma patada. – Donna não esboçou reação alguma. – Você não tem medo?

- Evan, tem uma coisa que precisa saber sobre mim. – Ela se virou para ele. – Lobos não me assombram. Nunca fui atacada por lobo algum, mas sei o que fazer.

- E como sabe o que fazer?

Ela deu um sorriso torto.

- Digamos que... Eu treino. – Riu.

Evan franziu o cenho.

- Treina?

Donna inclinou a cabeça para trás e riu.

– Amigos lobos. – Ele levantou as sobrancelhas em surpresa. – É. Lobos.

Ele passou a mão pelos fios rebeldes.

- É melhor a gente ir embora – Ele apontou para o cavalo. – Você pode conhecê-los, mas um lobo furioso não irá a reconhecer.

- Evan, eu sei me cuidar. – O sorriso não estava mais no seu rosto. – Não precisa se preocupar. – Outro uivo atravessou a floresta, e dessa vez seguido de barulhos de folhas quebrando, cada vez mais perto.

Ele olhou para ela, a expressão preocupada. Ela suspirou e desviou o olhar.

- Eu não preciso, sei que você sabe se cuidar. – Ela olhou para ele, e este foi andando em sua direção. Ele sorriu torto. – Mas eu quero me preocupar.

Na verdade, ficar perto de você, concluiu mentalmente.

- Se acabar morto com o sangue drenado não diga que eu não te avisei. – Ela tirou a adaga da bota e entrou na escuridão da floresta. Ele foi atrás, ainda com a espada na mão.

- Aonde você pensa que vai? – Indagou enquanto a virava para ele através dos ombros.

- Procurar meus amigos. – Ela retirou a mão dele de seu ombro.

- Agora? Está de noite, e acabamos de ouvir lobos!

- Isso muda alguma coisa?

- Eu vi como aquele lobo estava correndo atrás de você aquele dia. E ele era um amigo seu, foi o que você me disse.

- Ele só estava com raiva.

- E quem disse que agora ele pode estar calmo?

Donna se calou. Podia sentir a sede de novo, e seus punhos se cerraram. Expirou.

- Eu sei me cuidar. – disse de olhos fechados, tentando se controlar.

- Não foi o que pareceu aquele dia.

Ela mordeu a língua para não falar nenhuma besteira. Lentamente ela abriu os olhos, os cílios enormes dando espaço aos olhos escarlate.

- Você não sabe nada sobre mim. – disse baixinho, movimentando a cabeça para tirar uma mecha da testa que atrapalhava sua visão.

- Posso não saber muito sobre você, mas sei o suficiente para dizer que você não conseguiu se cuidar aquele dia.

- Eu só estava assustada! – disse entre dentes. Instantes depois ela voltou ao normal, suas mãos trêmulas, a pele mais branca que o normal. – Eu ainda não estou Completa, Evan. E eu ainda sinto as coisas.

Ele foi andando em passos lentos até ela, que foi recuando até bater com as costas em uma árvore.

- Me importo com você, e não vou te deixar sair por esta floresta sozinha com lobos a solta.

- Que pena – ela sorriu perversamente. – Pois é isso mesmo que vou fazer.

Ela saiu dali em um movimento rápido, mergulhando na escuridão da floresta.

E dessa vez Evan não foi atrás dela.

-♥-

Donna pegou as chaves presas no cinto do vestido e destrancou a porta. Entrou silenciosamente, medindo cada passo. Estava escuro, e a única luz provinha das frestas do que outrora fora uma janela, mas fora encoberta por pedaços de madeira. Tirou a capa e a pendurou em um prego virado na parede, alto demais para que alguém se machucasse. Fez um coque no cabelo desarrumado, suspirando. No sofá, havia uma figura preta, irreconhecível pela pouca luz. Donna ergueu a adaga e foi se aproximando aos poucos. Ergueu a faca acima da cabeça, e sua mandíbula se enrijeceu. Ela já estava para cravar a faca na figura quando estava deu um berro e se levantou.

- Kevin? – rosnou entre dentes, abaixando a adaga e a prendendo no cinto. – O que você está fazendo aqui?

Kevin parecia aliviado.

- Me escondendo. – Ele pôs a mão no peito, controlando a respiração acelerada. O cabelo loiro escuro estava grudado na testa pelo suor, e os olhos arregalados.

- De que? – Donna se sentou no sofá.

- Tem uns lobisomens rondando por aí, e eles não são dos nossos. E com isso quero dizer que eles não são de Wonder Hill. E também são muito estranhos.

- Como assim estranhos? – ela indagou, fazendo gestos com as mãos.

- Eles usam roupas totalmente pretas, e Thomas me disse que eles têm uma marca igual em todos.

- E cadê ele?

- Ele e Matt foram atrás desse cara, dizendo que iriam dar uma lição neles. Aqueles lobisomens estavam fazendo o que seria um tipo de avaliação nos outros lobos. - A respiração dela começou a acelerar. – Donna, a coisa não tá legal. Eu vim para cá na esperança de te encontrar, mas aí acabei pegando no sono.

- Eles estavam brigando quando você saiu? – perguntou se levantando e pondo a capa. Foi até o porão, e abriu lá um baú. Pegou adagas e lâminas, e as pôs no cinto e na bota.

- Estavam começando uma discussão, e logo vi que não iria acabar bem. – Ele desceu para o porão.

- Eles se apresentaram como um grupo?

- Sim. Um deles disse que eram conhecidos por Noturnos.

As pupilas de Donna se dilataram.

- Noturnos? – Sua voz saiu esganiçada.

- Sim. – O olhar dela se perdeu por um tempo. – Conhece?

- Ouvi falar. E a única coisa que posso dizer é que coisa boa não é. – Ela pegou uma adaga e entregou a Kevin. – Pegue.

- Para que isso?

Donna sorriu travessa.

- Temos uma festinha para destruir.


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Notas finais do capítulo

Bem, agora eu tenho coisas para falar aqui! Primeiramente quero recomendar a fic Sweet Best Friend, da Amanda, que é muito boa. Eu estou viciada.
A outra coisa que quero falar é o próximo capítulo pode demorar, porque pretendo fazer um com mais de 3.000 palavras (sonha alto...) e isso, pelo menos para mim, exige tempo para as coisas saírem da minha mente e irem para o papel. E também pode demorar porque estou lendo um livro muito bom, Cidade das Cinzas, segundo volume da série Os Instrumentos Mortais, e estou quase acabando.

Enfim, nos vemos nos reviews =D

PS: Queridos leitores fantasmas, apareçam. Reviews me incentivam bastante a continuar a fic!