– Louca! É isso que você é, Annabeth. – Percy gritou, enquanto a loira terminava a sua risada da vitória.
– Ah, sim... Você trás essa... essa, sei lá, nem sei como chamar essa garota, para a casa dos meus pais e a louca sou eu? Você não tem senso?
– Como se você se importasse com a casa dos seus pais, ficou foi morrendo de ciúmes...
– Fiquei mesmo! – Percy não esperava que ela admitisse tão rápido – Mas, fiquei com raiva, também. Você não pensou em mim ao trazer uma garota pra minha casa. Você sabe que eu te amo, eu não preciso esconder isso de ninguém, eu não consigo tirar esse sentimento do meu coração, embora eu saiba que você é um canalha, que você não presta. Mas, trazer uma garota pra minha casa? Transar com ela e bem alto, pra que todo mundo que passasse pelo seu quarto pudesse ouvir, isso é demais pra mim, eu não posso com isso...
– Eu não lhe devo explicações, Annabeth. Aliás, você não passa de uma garota mimada, na minha opinião. Você só gosta de mim pelo fato de não poder me ter, é por isso que vive infernizando minha vida, você sabe que eu não gosto de você e quer que isso aconteça de qualquer forma, mas, escuta uma coisa – Percy apontava o dedo na cara de Annabeth – eu nunca vou gostar de você, na verdade, eu estou te odiando nesse momento. Você joga baixo e ao invés de aceitar que eu não te amo e seguir sua vida ou tentar me conquistar, sei lá, mesmo que isso seja impossível, não, você precisa infernizar minha vida porque sabe que não é capaz de fazer cara algum gostar de você. Você é baixa e me dá nojo, garota. – Os olhos de Annabeth começam a lacrimejar, mas, ela pensou que já tinha sido muito humilhada por uma manhã só e Percy nunca mais a veria chorando, muito menos por ele. A garota passou a mão pelo rosto e ia saindo do quarto, quando Percy a puxou pelo braço – E se você me der licença, estou indo pra faculdade agora, porque ao contrário de você, eu faço algo por mim, eu não preciso que meus pais paguem tudo e que eu seja um eterno dependente deles.
– Ah, não precisa, então, né? – Annabeth chegou perto de Percy, com uma fúria imensa.
– Não.
– Então, o que é que você faz vivendo nessa casa? Hã? – Annabeth ergueu uma das sobrancelhas e depois deu um empurrão em Percy, que caiu sentado na cama. Ela, saiu batendo a porta.

 You're messing' with my head

(Você está mexendo com a minha cabeça)

Girl, that's what you do best

(Garota, isso é o que você faz melhor)

Saying there's nothing you won't do

(Dizendo que não há nada que você não faria)

To get me to say yes

(Para que eu dissesse sim)

Annabeth chegou em seu quarto chorando e com muita raiva de todas as coisas que Percy dissera. Pegou o telefone e discou para sua prima, que atendeu com uma voz sonolenta.

– Rach, você tem o número do Edward?

Xx

Irritado e pensando em todas as coisas que aconteceram pela manhã, Percy não conseguiu se concentrar no trabalho. O dia estava lotado, vários casos da agência passando pela sua mesa e ele não conseguia ler ao menos uma linha, nem sequer o titulo. Precisava se afastar de Annabeth urgente ou ela poderia colocar em risco tudo que ele estava conquistando aos poucos e há tanto tempo. Ela fazia uma pressão psicológica na mente dele, Percy não gostava disso, pois sempre foi uma pessoa muito calma e relaxada, e Annabeth fazia seu sangue ferver, ele tinha vários pensamentos sobre como machucar ela muito séria e gravemente, embora alguma coisa dentro de si o impedisse de colocar todos esses pensamentos em prática.

– Reyna, você viu a Kate? – Reyna era muito bonita, Percy sempre achou, desde que ele chegou ao escritório, Reyna lhe chamou muito atenção, mas, depois de algum tempo, descobriu que Leo, o seu melhor amigo dentro do escritório, era o namorado de Reyna, desde então, Reyna se tornou sua melhor amiga também.
– Eu vi, mas ela me falou tão mal de você. O que conseguiu fazer pra ela? – Reyna se divertia, pois conhecia o caráter de Percy quanto as mulheres. É claro que às vezes tinha raiva dele por maltratar tanto as mulheres, como qualquer outra mulher teria, mas, Percy era seu melhor amigo e ela sabia que poderia confiar nele, com o tempo, ela até acabou se acostumando com o jeito dele.
– Eu, nada.
– Aham.
– É sério, dessa vez foi a Annabeth. – Reyna riu.
– Essa menina é muito louquinha, né? O que ela aprontou dessa vez?
– Acredita que ela tava pelada, na minha cama? Ai depois disse pra Kate que era minha namorada. – Reyna se controlou para não dar uma gargalhada muito alta pois eles estavam no ambiente de trabalho.
– Adoro ela, cara.
– Como assim? Você tem que me adorar e não aquele monstrinho.
– Eu gosto dela porque ela não tem medo de você.
– O que você quer dizer com isso?
– Bem, Percy. Você sabe que já machucou várias garotas, mas, nenhuma delas nunca tentou sem vingar, sabe? E a Annabeth não, ela sempre arruma um jeito de fazer você pagar pelas mancadas que dá com ela. Isso é engraçado.
– Porque não é com você, Rey.
– Verdade.

Xx

Annabeth estava preocupada com a roupa que iria escolher. Não sabia se Edward gostava de garotas mais produzidas ou mais naturais, então, chamou sua prima para ajudar a escolher sua roupa, já que Rachel estava no mesmo ano que o garoto e convivia bastante com ele.

– Ok, o que você acha desse vestido? – Annabeth perguntou, enquanto colocava em cima do corpo um vestido ainda pendurado no cabide.
– Hmmm, nah. Assim, pelo que vejo das garotas que o Ed sai, ele gosta de garotas bem arrumadas, mas, não exatamente provocantes, entende? Tipo, uma beleza mais menininha. Exatamente igual aquela roupa que você estava usando na lanchonete aquele dia, acho que por isso chamou tanta atenção dele.
– Entendi. Então, talvez eu pudesse fazer uma maquiagem levinha, só pra reforçar o rosto e botar uma roupa bonitinha.

– Isso.
– E uma tiara a cabeça, quem sabe?
– É, fica bem menininha. Gostei.
– Ok, agora o mais difícil é encontrar essa roupa. – As duas riram e se jogaram closet a dentro em busca do que queriam.

Percy chegou em casa mais cedo, pois nos sábados ele não trabalhava o turno inteiro. Depositou as chaves na mesinha ao lado da porta e subiu para trocar de roupa. Enquanto isso, em outro cômodo da casa, Annabeth já estava quase pronta para sair com Edward, faltando apenas a maquiagem, parte essa, que Rachel fez questão de cuidar. Percy desceu as escadas da casa e passou na cozinha apenas para pegar alguma coisa para comer, depois, foi direto para o sofá da sala assistir televisão. Viu Rachel passar na sua frente e cumprimentou a mesma, não entendeu porque, mas percebeu um clima estranho por parte da garota, imaginou que Annabeth já teria feito alguma reclamação dele, muito provavelmente.

– Tchau, Rach. Obrigada por tudo. – Percy escutou Annabeth gritar e logo depois Rachel cruzar a soleira da porta. Uns minutos depois disso, escutou passos na escada e uma Annabeth toda produzida passando na sua frente e o ignorando.
– Ei, ei... onde é que você vai? – Percy perguntou.
– Oi, ser. Eu acho que eu não te devo satisfações, Percy. Né? – Annabeth mandou um beijinho pra ele – Tchau. – Percy fica curioso e resolve ficar espiando Annabeth.
– Um dia é “Eu te amo” no outro é “Oi, ser”, né? – Percy murmura pra si mesmo enquanto observa a garota pela janela. – Mulheres... – Ele percebe que Annabeth não está com os seguranças que o Sr. Chase paga para cuidar dela sempre que ela precisa sair e também que ela não iria sair com o motorista e sim com um garoto que Percy percebeu estar beijando a mão de Annabeth naquele exato momento. – Que coisa mais brega, eu hein. – Percy pega as chaves do carro e sai pela porta sem ser visto por Annabeth e o garoto, entra no carro e fica esperando para saber se eles vão sair. É óbvio que ele não deixaria Annabeth sair sozinha, sabia o quanto o trabalho de Frederick era perigoso e o quanto dariam milhões para ver a filha dele sozinha e desprotegida dessa maneira. O garoto abria a porta do carro para Annabeth e Percy já foi ligando o carro, então, quando os dois saíram, Percy saiu logo atrás.