– Nossa! É aqui que você mora? – Kate perguntava para Percy enquanto ele fechava a porta da imensa casa.
– Sim, mas, digamos que a casa não é bem minha. – Ele sussurrou enquanto chegava por trás da garota e abraçava.

– Como assim?
– Isso não interessa agora, né? – Percy, com toda sua experiência, girou a garota pelas mãos, fazendo com que ela ficasse de frente para ele. Ele jogou as chaves da casa em cima de uma mesa que ficava ao lado da porta e servia exatamente para guardar as chaves. Enquanto beijava Kate, Percy a colocou em cima de seus pés e foi caminhando – carregando ela junto – até seu quarto. Chegando lá, deixou a garota na cama e foi até o frigobar de seu quarto, de onde tirou uma garrafa de vinho e duas taças – Aceita? – Percy perguntou.
– Sim.

Xx

Annabeth chegou em casa com os pés dormentes de tanto caminhar com Rachel e os amigos dela. Ela vestia uma roupa de inverno, pois fazia muito frio na rua. Quando passou pela soleira da porta, depositou as chaves numa pequena mesa que ficava ao lado da porta e tirou a touca e o casaco que antes a protegiam do frio, mas, dentro de casa não se faziam mais necessárias. Olhou para a mesinha novamente e percebeu que as chaves de Percy já estavam ali, o que queria dizer que ele já tinha chegado em casa, pensou em ir falar com ele e pedir desculpas, mas estava magoada demais para dar o braço a torcer. Acabou optando por ir até a cozinha e se entupir de comida. Algumas horas mais tarde, Annabeth estava fazendo o dever de casa em seu notebook quando o telefone de seu quarto tocou.

– Anne, o Edward super se interessou por você, garota. – Rachel ria escandalosamente.
– Ai, para Rachel, nem começa. Você que ficou vendo coisas.
– Você é uma louca mesmo. Sabia que todas as garotas do colégio desejam o Edward? Ai, ele fica te cuidando e você se enfiando no seu buraco invisível?
– Racheeeel, o que eu te falei sobre você ficar jogando meninos para cima de mim? Eu nem estava no clima para namoro hoje, só fui por sua causa. – Annabeth parou de digitar e ficou caminhando pelo quarto com o telefone na orelha.
– E eu aceitei isso, com muito custo, mas aceitei. Tanto é que nem fiquei jogando o Ed para cima de ti... Ele fez isso sozinho. – Rachel continuava rindo, o que deixou Annabeth com um pouco de raiva.
– Pare, você está me irritando.
– Au. Ok, vou desligar, mas entra no facebook pra gente conversar mais, ok? Se quiser, eu te mando o perfil dele, que tal?
– Tchau Rachel. – Annabeth riu e desligou o telefone. Olhou no relógio e se assustou um pouco com o horário, tinha ficado tanto tempo estudando que nem se deu conta que as horas passaram daquela maneira. O relógio marcava dez horas da noite e Annabeth começou a sentir dores na costas de ficar tanto tempo na mesma posição. Saiu do seu quarto para pegar um remédio, mas quando passou pelo quarto de Percy, algo lhe chamou atenção.
– Isso, Percy, assim. – A voz era de uma mulher e tinha um tom sufocado, como se ela tivesse fazendo muito esforço para falar. A fala se seguiu por um gemido e vários outros depois.
– O que eles estão fazendo? – Annabeth perguntou para si mesma enquanto se aproximava mais da porta.
– Mais rápido, ah. – A voz da mulher ainda gemia, sim, essa era a palavra certa para definir o momento. Annabeth estava escutando gemidos.
– Shh, Kate.. fale mais baixo, ninguém pode saber que você está aqui. – Annabeth escutou a voz de Percy dessa vez.
– Eu não acredito, Percy Jackson. Você trouxe uma mulher e está transando com ela na casa da minha família. – Annabeth deu um soco na porta de Percy e saiu correndo para o banheiro, tamanho era a raiva que ela sentia. Vasculhou o banheiro todo em busca da caixinha de remédios ao mesmo tempo em que as lágrimas insistiam em rolar pelo seu rosto desesperadamente. Pegou um remédio para dor muscular e o tomou. Depois, lavou a mão a qual deu um soco na porta, pois estava cheia de sangue. Limpou bem o espaço e aplicou um remédio, terminando por enrolar toda a extensão da mão com uma gaze. Annabeth foi dormir decepcionada, mas, ela já sabia o que faria para se vingar de Percy. Ela deixou o relógio pra despertar o mais cedo que pode, 5:30. E foi dormir.

Annabeth acordou no dia seguinte muito cedo. Abriu o roupeiro e escolheu a camisola mais provocante que tinha, o que foi difícil, já que ela não gostava de roupas desse jeito e tinha muito poucas dentro do armário. Achou uma rosinha, onde na parte da barriga era de renda, então, toda sua barriga ficava a mostra, além do comprimento do tecido ser pequeno, também. Talvez ajudasse, ela não sabia, ela só realmente esperava que seu plano desse certo, bem, ela arriscaria. Imaginou que a porta do quarto de Percy estivesse trancada, então, foi até uma outra sala que os funcionários que cuidavam da casa aministravam e lá, ficavam armazenadas todas as chaves reservas da mansão dos Chase. Vasculhou cada parte da sala, até encontrar a chave que abria a porta do quarto de Percy. Ao entrar no quarto, se deparou com uma cena que a deixou com vontade de vomitar: Percy estava deitado e ao seu lado, uma garota ruiva, que ela imaginou ser a tal Kate – os dois estavam dormindo e pelados. Annabeth segurou as lágrimas e se enfiou em baixo da cama, aguardando o momento certo para começar seu plano, ainda meio impactada pelo que acabara de ver. Depois de quase uma hora de espera, o despertador tocou e para a sorte de Annabeth, era um sábado, então, ela estava na esperança de que a tal Kate levantasse antes de Percy – pois as aulas na faculdade sábado, começavam mais tarde, e então, Percy não precisaria acordar mais cedo – e foi o que aconteceu. Ela observou os pés da garota entrando no banheiro do quarto de Percy e fez uma pequena comemoração que acabou lhe rendendo bater a cabeça na parte inferior da cama, fazendo um barulhinho.
 

– Droga – Annabeth murmurou, logo depois tapando sua própria boca.
– Percy? – Kate o chamou com a voz assustada. “Droga, droga, droga” Annabeth pensava. Ao perceber que Percy ainda estava dormindo e que, provavelmente, ela não teria respostas, Kate entrou no banheiro e fechou a porta. A garota que estava em baixo da cama respirou aliviada. Com muito cuidado para não acordar Percy, Annabeth foi saindo de baixo da cama, tirou seu próprio sutiã e a camisola e deixou tudo pendurado na cabeceira da cama, depois, se deitou ao lado do garoto que estava nu na cama. Destapou um pouco ele, para que ficasse mais visível que os dois estavam pelados. No começo, foi estranho para Annabeth sentir o corpo de Percy tão próximo do dela e ainda mais estranho sentir realmente o toque da pele dele com a dela, era uma sensação boa, apesar de tudo. Percy se mexeu um pouco na cama e abraçou Annabeth, fazendo com que os corpos dos dois se grudassem, literalmente. As bochechas da garota coraram e ela ficou um pouco envergonhada por estar daquele jeito com Percy. Foi então, que para a alegria da loira, Kate saiu do banho e avistou a cena minuciosamente preparada por Annabeth. – PERCY JACKSON, o que está acontecendo aqui? – Kate deu um grito enquanto Anne segurava a vontade de rir e fingia estar dormindo também. A garota ruiva pegou as roupas de Percy que estavam jogadas no chão e começou a jogar nele.
– Ai – Percy murmurou meio sonolento.
– Jackson, acorda agora – Kate bufava de tanta raiva.
– Kate? O que foi? – Percy despertava no susto e a primeira visão do dia foi a de uma calça jeans, bem pesada, atingindo sua testa.
– Quem é essa do seu lado? – A blusa de Percy agora foi jogada em Annabeth, que fingiu acordar.
– Ai, Ai. – Annabeth deu dois gritinhos – O que está acontecendo? Ah, oi? – Annabeth falou acenando para Kate.
– Annabeth? O que você está fazendo aqui e... pelada? – Percy perguntou com os olhos arregalados, desviando os olhos do corpo de Annabeth o tempo inteiro. Era homem, claro que seus olhos queriam ver, mas, sua consciência dizia que aquilo não era certo, afinal, Annabeth era quase como sua irmã.
– Oi, momô. – Annabeth sorriu e segurou o braço de Percy – Quem é essa garota só de toalha no seu quarto? – Perguntou para Percy com o tom mais inocente do mundo.

Percy olhou nos olhos de Annabeth e depois para as suas mãos que estavam nos braços dele, reparou que uma delas estava enfaixada e então se lembrou da noite passada:

“Percy tinha Kate em seus braços e enquanto depositava vários beijos e mordidas nos seios da garota, suas intimidades se misturavam, formando um só. Kate gemia alucinadamente e Percy tentava abafar o som beijando a garota, pois não queria fazer muito barulho. Mas Kate continuava a gemer alto.

– Shh, Kate.. fale mais baixo, ninguém pode saber que você está aqui. – Ele murmurou para ela. De repente, Percy escutou um barulho do que parecia ser um murro na porta de seu quarto. Seu coração disparou achando que fosse alguém querendo falar com ele exatamente no mesmo momento em que ele não podia, de forma alguma, sair daquele quarto. Tapou a boca de Kate com uma de suas mãos e ficou aguardando para que alguém falasse algo, mas, isso não aconteceu, então, ele continuou o que estava fazendo com Kate.”

Percy olhou de forma terna para Annabeth como se soubesse que tinha sido ela na noite passada, ela baixou o olhar e fez uma cara triste para ele. Mas, estava cansada de Percy a magoando todo o tempo, então, decidiu seguir com seu plano, e Kate lhe deu a oportunidade perfeita para fazer isso.

– Quem é essa? – A ruiva perguntou.
– Eu sou a namorada dele, quem mais eu poderia ser? – Annabeth riu como se o que tivesse dito fosse óbvio.
– O que? – Percy e Kate falaram em uníssono.
– Não, Kate, ela não... – Percy tentou se defender, mas Kate começou a se vestir e Annabeth ficou segurando Percy na cama, para que ele não tentasse ir atrás dela. Kate ainda jogou mais dois sapatos em cima de Percy e saiu batendo a porta. Annabeth, que não conseguia mais se segurar, explodiu em risadas.