Percy acordou cedo aquele dia, abriu todas as janelas da grande sala da mansão e com o notebook em mãos, começou a procurar empregos que combinassem com seu perfil e com seu currículo. Ele precisava encontrar uma solução rápido, mas, se da primeira vez já tinha sido difícil, ele nem queria imaginar como seria agora, que sua carteira de trabalho dizia, especificadamente: “demitido”. Aquilo era muito frustrante para o garoto. Escutou a campainha tocar e ficou esperando que algum dos criados fosse atender, mas já que ele estava ali mesmo, que mal lhe faria? Deixou o notebook no sofá e foi caminhando lentamente até a porta, um pouco desanimado por todas as coisas que estavam acontecendo. Se assustou um pouco quando não conseguiu visualizar o rosto de quem havia apertado a campainha, pois esse estava coberto por um enorme buquê de rosas vermelhas, deixando apenas as pernas do entregador a mostra.

– Para a srta. Annabeth Chase. – Precy escutou a voz abafada do homem falar e com uma expressão assustada, recebeu as flores. Colocou-as no chão e assinou o papel de recebimento.
– Obrigado – Percy agradeceu e fechou a porta, então, parou ao lado das flores e ficou observando – Para Annabeth? Hm – Ele estava curioso demais, mas, ainda ficava tentado entre pegar o cartão e ler ou deixar ali mesmo, esperando para que Annabeth visse. A quem ele estava querendo enganar? Ele queria muito saber. Pegou o cartão que estava emaranhado junto as rosas e foi caminhando até o sofá com o mesmo em suas mãos.

“Para uma gatinha muito especial,
Parabéns pelo seu diploma, garota... Eu sei o quanto isso significa pra você,
Parabéns também por ser essa garota simpática, linda e especial.
Adorei o nosso encontro, precisamos repetir isso mais vezes.

Luke, seu eterno admirador secreto.”

– Quem é esse? – Percy murmurou irritado – Gatinha muito especial? Seu eterno admirador secreto? Será que a Annabeth só consegue encontrar garoto brega?
– Bom dia, flor do dia! – Percy escutou Annabeth descendo as escadas e pelo entusiamo na voz, estava com muito bom humor. Desesperadamente largou o cartão em baixo de algumas almofadas do sofá e trouxe o notebook pra cima do seu corpo novamente, tentando fazer a cena ser o mais natural possível. Se Annabeth descobrisse que ele tinha bisbilhotado suas coisas, ai sim que nunca mais o deixaria em paz, mesmo. – Bom dia, namorado! – Annabeth exclamou com um humor muito bom para quem tinha recém acordado.
– Não sou seu namorado, garota. – Percy digitava qualquer coisa sem nexo no notebook, fingindo não prestar atenção na felicidade exagerada de Annabeth pela manhã.
– Tá – Annabeth disse como se essa não fosse uma informação importante pra ela e Percy uniu as sobrancelhas em sinal de confusão e, talvez, de desgosto – Que flores lindas! Quem colocou aqui? – Perguntou enquanto se aproximava das flores e as cheirava, depois, ficou observando um pouco as flores – Não tem cartão, é a nova decoração da casa?
– Não – Percy murmurou irritado.
– Péssimo humor matinal você tem, hein? Vou te contar. – Annabeth olhou para Percy – Ei, estou te perguntando algo, me responda.
– As flores chegaram pra você, hoje de manhã. – Percy fechou o notebook, como se aquele assunto o estivesse irritando muito.
– Ai, que lindo! – Annabeth dava pulinhos de alegria – Mas, quem pode ter sido? Já procurei em tudo, não tem cartão nenhum. – Ela dizia enquanto se enfiava no meio de todas aquelas flores, tentando encontrar alguma coisa.
– De repente, não mandaram cartão.
– Ou, será que foi você quem me mandou essa flores? – Annabeth tinha um tom de desconfiança e agora ia até a direção de Percy, o encarando como se quisesse ver através de sua alma.
– Tá maluca? – O garoto perguntou.
– Admite logo que você aceitou minha proposta e comprou até flores pra ficar tudo bonitinho.
– Claro que não, não viaja. – Um Percy muito irritado se levantou do sofá e saiu da sala, deixando Annabeth sozinha e rindo muito, Rachel saiu de trás de algum móvel que estava escondida e as duas caíram na risada juntas.
– Acha que ele leu o cartão? – Rachel perguntou.
– É claro que ele leu, o cartão sumiu, só pode ter sido ele.
– Bem, isso é verdade. – As duas voltaram a rir e se jogaram no sofá.
– Agora, o mais importante. Você tem que contatar esse tal de Luke e eu posso tentar armar umas cenas para que Percy me veja com ele. Aliás, quem é esse garoto?
– Ele é primo de uma amiga minha, ela me falou que ele é super legal. Anne, eu não acho legal a gente ficar usando as pessoas assim, e se você tentasse sair com o Luke, de verdade?
– Eu não sei, Rachel. Eu acho que não, eu não estou muito afim de desistir do Percy justo agora que eu sinto ele cada vez mais perto de mim, sabe?
– Você quem sabe.