Digimon - Digital-pets escrita por Ítalo Barbosa Simões


Capítulo 3
Erro de Programação


Notas iniciais do capítulo

Um erro na programação dos Digital-pets começa a fazê-los evoluir e muitos acidentes acontecem. Agora, os tamers têm trabalho em dobro pela frente! Boa leitura. :3



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— Haru, já é tarde. Vai acabar se atrasando.

— Mãe... — Haru acordava lentamente e se levantava coçando os olhos — O que? Que horas são?

— Já são quase oito horas. Vai se atrasar se demorar mais.

"Ela não sabe nada... Também não vou contar, ela esconde coisas sobre o meu pai, não é justo! Se ela soubesse onde eu estive noite passada..." Pensava enquanto ia se arrumando. Então, um flashback em sua mente nos leva até o momento do acontecido.

Noite passada, exatamente às 9:00 PM

Todas as luzes da cidade piscavam como se sofressem algum tipo de interferência e os equipamentos eletrônicos falhavam constantemente. Haru, ainda acordado, observava tudo da janela do seu quarto. Ele já estava de pijama; todo branco; e segurava um copo d'água. DORUmon e Ryudamon se aproximavam.

— É um Digimon? — Perguntou DORUmon.

— Não sei... Pode ser qualquer coisa, talvez, houve falha em algum sistema... Mas se for um Digimon, quem vai cuidar dele é o Will. Não tenho experiência o suficiente.

— Mas você agora é um tamer. É o seu... nosso dever protegê-los dos selvagens! — Ryudamon incentivava o garoto, que já estava quase cedendo. A curiosidade se mesclava com a vontade de ajudar. Logo, o garoto se vira e pega o Digivice, que estava na mesinha ao lado da cama.

— Vamos Ryudamon, DORUmon... Nossa primeira missão nos aguarda! — Dizia, enquanto ele e seus Digimons desciam as escadas e iam pra rua.

Enquanto corriam asfalto a fora, o menino percebe que nem havia trocado de roupa. Ele poderia até voltar e vestir outra, mas, nesse momento, uma bola enorme de fogo cortava a escuridão do céu deixando uma cortina de fumaça pelo caminho. Quando entra em colisão com o chão do parque; aquele perto de sua casa; há uma grande explosão seguida por mais fumaça e uma onde de vento passava por eles, quase os derrubando.

— Digimon? — Indagou Ryudamon. Se apoiando apenas nas patas traseiras, ele procurava o cheiro de algo, mas não encontrava.

— Meteorito, talvez... mas pouco provável.

— Haru, talvez tenha vindo do Digimundo!

— Bom, talvez DORUmon. Mesmo assim vamos ver mais de perto.

Eles vão até o parque. No local onde o suposto meteorito havia caído, tinha se formado uma cratera enorme e as árvores em volta tinham sido tombadas ou queimadas completamente. No centro da cratera não havia vestígios de nada, nenhuma pedra ou alguma coisa que poderia estar naquela bola de fogo, quando a fumaça se esmaece, dava para se ver a cratera toda e Haru, muito observador, nota que havia riscos no chão do local, que vistos de cima, formavam um símbolo; um triângulo invertido que era envolvido por um círculo e saíam outros três triângulos, um de cada ponta do primeiro.

— Que símbolo estranho... — Haru ia descendo a cratera, mas retornou para junto dos Digimons — Vocês conhecem?

— Como poderíamos saber de algo sobre o Digimundo, se nós nascemos aqui?

— Ryudamon e eu não conhecemos nada de lá...

— Ah é mesmo. Alguma coisa fez isso, mas o que ou quem? — Assim que ele alcança os outros, percebe que algo os observava. Um vulto por entre as árvores — HEI!!

Com o grito, o alguém se assusta e foge, sendo seguido por Haru, Ryudamon e DORUmon. Depois de algum tempo de perseguição entre as árvores, o ser que estava sendo perseguido alcança uma clareira. A lua cheia iluminava o lugar, dando para ver as costas dele. Realmente parecia humano. Seu corpo era envolvido por panos brancos. Com um único impulso, surgem cinco pares de asas em suas costas e ele as abre, levantando voo.

— U-Um anjo! — Haru dizia enquanto observava a criatura se afastar cada vez mais no céu. E DORUmon se preparava para segui-lo.

— Eu vou pegá-lo!

— Não DORUmon! Suas asas são menores e não sabemos se aquilo é um Digimon. Meu Digivice nem reagiu. Mas as luzes da cidade ainda continuam malucas... Ai que confusão! — Haru tentava entender o que acontecia. Então, pegou o Digivice para tentar contatar Willian, mas não obteve êxito.

Uma outra explosão perto dali chamou a atenção dos três e eles correm até o local, onde estava um Kabuterimon e um Thunderballmon em uma batalha de choques elétricos.

— Mas como eles atravessaram sem chamar a atenção? — Haru se assustava, pois eram Digimons adultos e seriam facilmente localizados antes de conseguirem atravessar. A única lógica era que eles teriam nascido no Mundo Humano ou evoluído de algum Digimon nascido naquele mundo. Mas os D-Pets não evoluem e isso deixava aquilo ainda mais confuso. Haru ficou parado por um bom tempo vendo o besouro gigante lutando contra aquela esfera minúscula; se comparada ao tamanho do adversário; porém igualmente senão mais poderosa que o inseto. Até que Ryudamon o chama a atenção:

— Haru! Temos que fazer alguma coisa. Eles não podem ficar livres por aí.

— Mas o que acham que podemos fazer contra esses dois? São Digimons adultos.

— Podemos lutar contra ele! — DORUmon se mostrava preocupado e decidido a lutar contra eles para defender os humanos e principalmente Haru.

Nesse instante, o Kabuterimon voava por cima deles e o Thunderballmon vinha correndo e passava por debaixo das pernas do garoto. Thunderballmon concentrava energia em suas mãos e criava uma esfera de eletricidade (Thunderball), depois ele a atira no Kabuterimon, que por sua vez, absorve o ataque com os chifres da carapaça metálica em sua cabeça. Ele retrai seus membros ao encontro do peito e começa a concentrar a energia em sua volta.

— Eletro Shocker!! — No momento que ele abre seus braços e pernas, impulsionava uma bola de eletricidade concentrada, que ia à direção de Thunderballmon, ele é atingido e se transforma num Digitama. Este mesmo desaparece no ar. O Kabuterimon ficou descontrolado e começava a destruir a paisagem do local com a sua eletricidade. Antes que Haru conseguisse notar, Ryudamon e DORUmon já corriam até aquele besouro azul gigante e ficaram um de cada lado, como se estivessem em formação de ataque. Haru, por mais inexperiente que fosse, notou que eles queriam lutar, era mais forte que eles. Aquele era o instinto dos Digimon, eles nasceram para lutar. Essa era a primeira batalha de Haru como um tamer.

— Certo! Estou com vocês! — Haru gritava, enquanto os Digimons se preparavam para atacar.

— Iai Blade!! — Com esse ataque, Ryudamon lançava de sua boca uma lâmina de ferro que se inflamava devido à velocidade que tomava ao ir à direção do inseto.

— Metal Cannon!! — DORUmon atira uma esfera de metal de sua boca, que também ia à direção de Kabuterimon.

Os ataques acertam o alvo, causando duas pequenas explosões que jogam Kabuterimon no chão, logo ele se levanta mais furioso que nunca e começa a reter energia como antes.

— Eletro Shocker!!

O ataque atinge os gêmeos e ambos caem com algumas queimaduras pelo corpo e faíscas de eletricidade que passeavam por eles devido ao ataque.

— NÃO!! Eu sei que vocês conseguem. Por favor, levantem! Eu confio em vocês... — Ele começava a perder as esperanças, quando uma criatura branca reluzente surge flutuando em frente a ele. Um DigiGnomo, que olhava constantemente para o garoto. Quando o olhar da criatura vai até o Digivice e volta para os seus olhos, Haru entende o que ele queria dizer "Com certeza eles podem. Mas precisam da sua ajuda." A frase parecia que surgia no subconsciente de Haru, então ele se lembra das cartas de batalha — É isso... Mas eu não trouxe nenhuma carta comigo.

Quando o DigiGnomo percebe que Haru o tinha entendido, ele junta suas mãos no topo da cabeça, criando uma sequência de luz e cores que quase o cegavam, então ele cobre os olhos com o braço. Quando cessa a luz, uma carta havia surgido na mão de Haru e o DigiGnomo já havia desaparecido.

— Equipamento? Tanto carnaval para criar uma carta de equipamento? Bom, é o que temos. — Ele passava a carta no leitor do aparelho — Digimudança! Thor Hammer!!

Kabuterimon se aproximava dos dois que iam se levantado, quando dois martelos gigantes feitos de Cromo Digizoide Prateado surgem na mão direita de cada um dos irmãos. O Kabuterimon tenta acertar Ryudamon com a mão eletrificada, mas ele se defende com o martelo, que absorve a eletricidade do golpe.
Aproveitando a distração, DORUmon voa até as costas do monstro e se preparava para acertá-lo com o gigantesco martelo. Embora a arma fosse duas ou três vezes maior que o seu próprio corpo, ele conseguia dominá-la e acertava nas costas de Kabuterimon liberando uma descarga elétrica tão potente que ele não resistiu. O monstro cai desacordado e logo se transforma num Digitama. No fim da batalha, os martelos se desfazem em dados e Haru corre até os seus Digimons, os abraçam e eles retribuem.

— Vocês foram incríveis! — Haru os elogiava.

— Não teríamos conseguido sem a tua ajuda, Haru. — Disse DORUmon.

Ao fim do flashback, voltamos até o quarto do adolescente. Ele já tinha se arrumado para a aula. Vestido com o seu uniforme; uma camisa branca com a gola e costura das mangas em azul-marinho, uma pequena gravata vermelha costurada na gola azul e um short também azul-marinho. Ele nunca se esquecia de usar os óculos de aviador. Descia as escadas, sendo surpreendido por Mariana que passa por ele feito um foguete e dizia que tinha que ser rápida ou ia perder o ônibus. Nessa rapidez, ela nem notou que a Plotmon vinha correndo atrás dela e, ao fechar a porta, a Digimon não consegue parar a tempo e dá de cara com a porta. Ela ia se levantando aos poucos, quando Niko se aproximou gentilmente e a ajudou a ficar de pé.

— Obrigada, Niko. — Plotmon agradecia sorrindo e o garoto fazia um gesto com a cabeça.
Todos estavam muito apressados. Logo, Naomi atravessa a sala com um copo descartável com café até o meio na mão.

— Sim... Eu sei Sr. Matsunaga, mas o senhor tem que entender que nossa agência não se responsabiliza pelos dejetos dos Digimons. Isso é com a Digital-pets! — Ela atendia um de seus clientes pelo celular. Ele reclamava dos tais dejetos que estavam na frente do imóvel que comprara — Vou dizer o que eu posso fazer. Eu vou escrever um e-mail para os profissionais da Corporação ARON e o senhor aguarda a visita deles, ok? Então está resolvido! Tenha um bom dia o senhor também...

Enquanto ia saindo, Niko corria atrás dela com a mochila na mão. Naomi era quem o levava para a escola em Shinjuku, perto do escritório onde trabalhava. Haru ia todo dia a pé pra escola. Mas a mesma ficava há duas quadras de sua casa. Ele estava na cozinha, trocava a água das vasilhas de onde os Digimons bebiam; cada um tinha a sua; e colocava a ração deles em outras. Quando terminou, ouviu o telefone tocar. Só estava ele e os Digimons na casa, então, ele correu até a sala para atender ao telefone, que estava numa mesinha ao lado do sofá. Ele atende ao telefone:

— Alô?

— Haru? É você? — Perguntou a pessoa do outro lado da linha.

— Will! Como conseguiu o número daqui de casa?

— Ah isso não importa agora. Liga a tevê no canal de notícias.

Ainda com o telefone sem fio sendo segurado na orelha com a mão direita, ele pega o controle remoto com a outra mão e se senta no sofá. Ele liga no canal noticiário, como Willian havia dito. Era uma reportagem sobre destruições pelo mundo causadas por monstros.

— Ainda não se sabe de onde eles surgiram, ao que tudo indica, esses monstros são os tais D-pets fabricados e vendidos pela Corporação ARON, porém ninguém ainda se manifestou sobre os acidentes. — Dizia a repórter na televisão. No fundo, passava vídeos feitos por amadores que mostravam o momento dos ataques.

Um deles, gravado em Paris, mostrava um Airdramon, que enrolava o seu corpo na Torre Eiffel e curvava os metais da estrutura. Um outro, gravado no Rio de Janeiro, mostrava um Seadramon, que destruía a orla de Copacabana e afugentava os banhistas, depois ele atirou flechas de gelo contra os edifícios os deixando esburacados como queijos suíços. O último mostrava um Gorimon andando por uma rua movimentada de Nova York, ele destruía os veículos dos estacionamentos e assustava as pessoas, que fugiam apavoradas. Haru nem piscava vendo aquilo. Boquiaberto e não acreditando no que via, ele acaba esquecendo-se do telefone. Will continuava:

— São os D-pets, Haru. Estão evoluindo!

— Meu Deus... — Ainda paralisado, não tirava os olhos da tevê e continuava a conversa pelo telefone — Mas eles não deveriam evoluir.

— Mas estão! E está acontecendo muito rápido... Agora, vamos precisar de toda a ajuda possível.

— Eu estou sozinho em casa. Todos já foram. E eu também preciso ir, não posso perder aula.

— Leve o Digivice, eu manterei contato.

Assim que encerra a conversa, Haru pega as suas coisas. Ele se despede dos Digimons, dizendo para que se comportassem e que não saíssem de casa. Ele sai e vai direto pra escola.
Mais tarde naquele mesmo dia, era hora do recreio na escola onde Niko estudava e seus colegas se reuniam no pátio em volta de um arbusto ao lado do playground. Estavam alterados e gritavam muito. Niko, curioso, foi se aproximando aos poucos da roda de amigos e antes que perguntasse, um garoto menor passou por ele e disse:

— É incrível, Niko! Um inseto enorme e verde! — E continuou correndo até entrar no prédio escolar.

Niko foi mais rápido dessa vez e abriu caminho por entre os colegas, conseguindo chegar ao centro na anarquia. Era uma lagarta gigante e verde.

— Não é inseto... É um Digimon — Disse Niko assustado. Não mais assustado que o pobre Dokunemon que morria de medo das crianças e se encolhia tremendo e olhando para eles. — Se afastem! Isso é perigoso!

— Quem você pensa que é para mandar em nós?! — Disse um outro aluno, mais alto e gordinho com sardas nas bochechas.

Ele intimidava Niko, que se afastava enquanto o grandalhão se aproximava e suas costas já se se encostavam ao muro. Estava encurralado. Nesse momento, o Dokunemon começa a brilhar intensamente e seu corpo, envolvido pela luz, crescia e quadruplicava. Quando cessa a luz, aquela larva verde havia se transformado numa abelha gigante com dois pares de asas cor-de-vinho. Era um Flymon. Ele voava por cima das crianças, que corriam na direção da escola para se esconderem. Niko ficou olhando tudo escondido atrás do arbusto.
De repente, um outro Digimon pula os muros da escola. Era Reppamon que carregava um humano junto com ele, seu tamer. O jovem tinha porte atlético e era bem mais velho que Niko. Tinha o cabelo azul-escuro, pele branca e olhos na cor azul-safira. Usava um tênis preto e vermelho, uma calça preta, camisa branca com um colete preto por cima dela e uma gravata vermelha. Usava luvas sem dedos pretas com detalhes vermelhos. Ele desce do Digimon e tira um Digivice do bolso; branco com detalhes pretos.

— Acabe logo com ele! — Disse o adolescente.

— Sim senhor! — Reppamon corria velozmente até o Flymon, que afugentava as crianças. Ele dá um salto e o acerta com a lâmina em sua cauda. O monstro cai, mas logo se levanta e voa na direção de Reppamon apontando o seu ferrão para ele. Ele atira vários ferrões em Reppamon que desviava deles em alta velocidade. Até que ele se aproxima o suficiente para cravar suas garras nas costas de Flymon e ficar pendurado enquanto ele voava sem controle.

— As asas! — Gritou o garoto.

— Lion Claw!! — Disse Reppamon, enquanto atacava as asas do Flymon com as suas garras afiadas, fazendo muitos buracos nela.

Flymon já não conseguia mais voar e aterrissou brutalmente no chão. Agora Reppamon se afastava um pouco.

— Muito bem, Reppamon. — Disse o garoto, enquanto pegava a carta de uma Kyubimon que estava em seu bolso e passava no leitor do aparelho — Digimudança! Fox Flame Dragon!

Uma chama azul envolveu todo o corpo de Reppamon e se transformando num dragão, atingiu o Flymon que se converteu num Digitama. Depois disso, o Reppamon regrediu para Kudamon e rastejou até o ombro de seu tamer. Eles deram as costas como se nada tivesse acontecido e caminharam até a saída da escola. Niko os seguia e ficou observando eles andando pela rua até desaparecerem no horizonte.

— Quem são esses dois? — Perguntou Niko para si mesmo enquanto voltava pra escola.


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Notas finais do capítulo

Bom, esse foi mais um capítulo, pessoal. Espero que estejam gostando. Obrigado por lerem e até o próximo capítulo! o/



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