Digimon - Digital-pets escrita por Ítalo Barbosa Simões


Capítulo 2
Tamers! O início de uma grande aventura!




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Há duas semanas...




Era tarde e o sol estava se pondo, o céu estava todo alaranjado e havia poucas nuvens. Um garoto andava pela rua deserta junto com um Gaomon. Nesse instante, o Digivice dele começa a apitar e a brilhar. "Digimon selvagem detectado" Ele lê, enquanto passava uma carta na fenda lateral de seu Digivice e desaparece em dados reaparecendo em um outro lugar. Era um lugar sem muitas características, somente numeração binária de cor verde que cobria tudo. Lá longe eles avistam um Digimon correndo. Era Kudamon, que tentava atravessar para o Mundo Humano.




— Essa coisinha fofa é o nosso problema? Fala sério, vai ser como tirar doce de criança!



Okamoto Willian ⇨ Cabelos brancos; com algumas mechas que caiam no rosto; olhos azuis e pele branca. Filho de mãe solteira, tem um irmão mais velho de 25 anos. Will é um adolescente extrovertido, amigável, rockeiro e que foge das características de um adolescente normal. Ele é meio tímido, mas depois que uma pessoa o conquista, ele vira um grande amigo se arriscando por ele.




O garoto continuava:



— Vamos lá, Gaomon! Vamos dar um jeito nesse selvagem!




— Sim senhor! — Gaomon corria ao encontro de Kudamon e preparava para atacar. Ele começa a socar o outro Digimon incessantemente, até que ele cai.



— Não vão me impedir de sair desse lugar! Bullet Whirlwind!!! — Kudamon se levanta, dá um salto e começa a girar no ar. Depois se lança como um cometa na direção de Gaomon e o mesmo cai com alguns ferimentos, mas logo se levanta, se mostrando persistente — Hum...




— É isso aí, Gaomon! Vamos mostrar para esse selvagem o seu lugar! — Willian encorajava seu Digimon, enquanto segurava a carta de um Growmon, a passa no leitor de cartas do Digivice liberando um feixe de luz — Digimudança! Plasma Blade!!



Uma lâmina eletromagnética cresce nos antebraços de Gaomon e o mesmo começa a atacar Kudamon com elas. Kudamon desviava como podia das investidas do cão azul, até que são liberadas das lâminas algumas rajadas que vão na direção dele e o acertam. Kudamon cai desacordado muito ferido e as lâminas somem dos antebraços de Gaomon.




— Por que não se tornou um Digitama?! — O garoto se irritava — Isso não é justo, nós vencemos, ele tinha que se transformar num Digitama e voltar para o Digimundo!!



— Talvez ele ainda seja capaz de batalhar mais...




A voz dos dois começava a desaparecer aos poucos na mente de Kudamon, como se ele estivesse sumindo. Então, ele ouve uma outra voz de um adolescente que o chamava desesperadamente "Kudamon! Kudamon! Volte...". O Digimon começa a emanar luz de seu corpo e se transforma em dados, que desaparecem no ar.



— Está feito! — Willian se orgulhava do seu feito e agradecia Gaomon, enquanto eles também saíam do local.





Agora...



No dia seguinte daquele marcado pelo nascimento dos gêmeos, Naomi saiu cedo para ir até Shinjuku, onde sua sobrinha estava hospedada num dos hotéis do local. Mariana passaria uns tempos na casa da tia, até que a crise, que sua família enfrentava, passasse. A mulher esperava na recepção, não demorou muito e lá vinha ela, com a sua Plotmon ao lado e um dos funcionários carregavam suas malas e já as colocava no porta-malas do carro. As duas se cumprimentam e se abraçam.




— Nossa como você está crescida, já é uma mulher... E você também tem um Digimon, que ótimo... — Naomi se desanimava ao ver a Digimon, pois já havia dois em casa. Ela só ficava imaginando quem iria limpar a bagunça depois.



— Plotmon é um problema? Mas ela é tão quietinha, quase não faz bagunça, e as que ela fizer, eu mesmo arrumo...




— Não se preocupe senhora, não lhe darei problemas! — Plotmon, carismática como sempre, aliviava Naomi.



— É que já temos dois em casa, então fiquei preocupada, mas não me julguem mal, é só pela bagunça mesmo. Bom, se estão prontas, podemos ir!




As três saem do local e entram no carro. Depois de alguns minutos, elas chegam. Enquanto Mariana levava suas coisas pro quarto onde ficaria ajudada por Plotmon, que puxava uma das malas com os dentes, Naomi guardava seu carro na garagem. Haru e Niko estavam no colégio e os gêmeos dormiam no quarto do mais velho. A casa se encontrava em completo silêncio. Quando Mariana terminou de guardar e organizar as suas coisas no quarto, foi para a sala, onde ficou assistindo tevê com a tia.

Na escola era hora do intervalo e as crianças brincavam em grupos. Haru estava junto com alguns garotos que jogavam um jogo de cartas de Digimon, quando um ou outro ganhava era a maior gritaria. Haru quase sempre ganhava e renovava o seu baralho a cada vitória, pois eles jogavam valendo cartas. Logo o intervalo acaba e eles voltam para a sala de aula. No fim da tarde, Haru voltava pra casa. O cenário era uma rua deserta com o sol se pondo atrás dele, o céu estava laranja por conta disso. Logo, o garoto pressente que alguém o seguia. Um menino, que aparentava ser mais velho e se escondia nas sombras das árvores. Haru se assusta e começa a andar mais rápido, mesmo assim, o outro continuava o seguindo. Até que ele dobra a esquina e o outro para de segui-lo. Era Willian.



— Não vamos segui-lo?




— Não, Gaomon. Eu sei onde ele mora! Vamos ficar só observando por enquanto...



— Mas ele tem dois selvagens em casa, podem ser perigosos para os outros. Devíamos entrar lá, derrotar de uma vez aqueles dois e mandá-los de volta pro Digimundo!




— A pressa é inimiga da perfeição... Além do mais, aqueles dois não atravessaram, eles nasceram aqui. Temos que descobrir como foram trazidos, e mesmo assim, os dois podem aprender com o garoto e o transformar num Tamer, toda ajuda é bem vinda no nosso negócio! — Ele sorria enquanto se virava e ia embora.



À noite na casa de Haru, todos se reuniram na mesa e jantavam silenciosamente, até que


Mariana quebrava o silêncio com uma pergunta:




— Onde compraram Ryudamon e DORUmon? Nunca havia visto Digimons desse tipo...



— Não fomos comprados! — DORUmon comia algo numa tigela que ele segurava sentado ao chão.




— Ah! Mas é claro que foram — Haru ria entanto tentava disfarçar um pouco — Mãe, conte a ela onde os compramos...



— Foi... — Ela improvisava — Numa loja em Shinjuku, se chama... Hum... Sotaum Hacima.




— Hum... E o que significa? — A menina não desistia.



— Crianças! Já está na hora de dormir, não? — Naomi já ia tirando a mesa.




— Mas mãe, eu ainda não terminei — Niko reclamava, enquanto sua mãe retirava o seu prato.



— Nada de "mas"! Vão todos lá para cima, escovem os dentes e vão dormir! Mari, amanhã cedo nós duas vamos até a escola para resolvermos o seu assunto!




Os três sobem e os Digimons os seguem. Haru foi o primeiro a escovar seus dentes, seguido por Mariana e Niko. Algumas horas depois, quando todos estavam dormindo, Haru fica com sede e vai até a cozinha beber água. Quando voltava, ele vê pela janela do quarto, a mesma pessoa que o seguia mais cedo, observando a casa do outro lado da rua. "Dessa vez ele não me escapa!" pensava. Imediatamente, ele pega o Digivice, acorda Ryudamon e o leva com ele. Quando ele ia saindo, Willian se virava e começava a caminhar. Gaomon estava junto com ele.



— Espere! — Haru corria até Willian, que para e se vira — V-Você, por que me seguia mais cedo e agora vigia a minha casa?!




— Hunf! — Willian vê o Digivice na mão do mais novo — Então, você também é um tamer! Eu sabia!! E os dois selvagens são seus Digimons?



— Selvagens?! — Ryudamon se irritava — Não sou selvagem, nem meu irmão é!!




— Oh! Ele fala! — Willian se espanta, pois achava que os dois Digimons eram selvagens, como seu Digivice apitava toda vez que ele chegava perto.



— É claro que ele fala, é um Digimon, todos falam!




— Nem todos! — Gaomon interrompia e se aproximava deles — Alguns se tornam selvagens quando tentam atravessar para esse mundo, e o nosso trabalho é garantir que esses Digimons não causem destruição neste mundo!



Mariana observava o diálogo deles pela janela de seu quarto. Ela acorda a Plotmon e desce junto com ela.




— O que está fazendo aqui fora, Haru? — Ela se aproximava aos poucos.



— Mari! Essa não... O que você este fazendo aqui? — Haru se assusta.




— Só vim ver o que está acontecendo... Você não deveria falar com estranhos, ainda mais alguém mais velho!



— Hunf! Ele é só uma criança Gaomon... Deixa a própria irmã ou seja lá quem for decidir por ele e não diz nada. Não sei se ele consegue ser um Tamer... — O Digivice de Willian começa a apitar como antes e ele o checa — Selvagem! Gaomon vamos, temos um serviço a fazer!




Ele passa uma carta no Digivice e o mesmo começa a brilhar, envolvendo todos na luz e os transformando em dados. Eles reaparecem no local onde, há duas sememas, Willian e Gaomon haviam travado uma batalha contra Kudamon. Mariana, assustada, pegava a sua Plotmon no colo e a abraçava.



— Antes que perguntem, esta é a Dimensão do Meio! — Explicava Willian, enquanto pegava o seu Digivice para rastrear o sinal do Digimon que estava querendo atravessar — O meu nome é Willian, mas podem me chamar simplesmente de Will! Sei que seu nome é Haru e você a chamou de Mari, então, não precisamos de mais apresentações!




Seguindo um ponto vermelho na tela do Digivice, Will começa a caminhar pelo local a procura do Digimon e os outros o seguiam. Na medida em que andavam, o ponto vermelho na tela do aparelho ficava maior e os intervalos entre os "bips" diminuíam, até que toda tela fica vermelha e um único bip se propagava como um eco e então para.



— Achamos! — Willian afirmava — Mas onde está?




— Estou sentindo ele. Ele tem que estar aqui!! — Gaomon farejava olhando por todos os lados, mas, aparentemente, não havia mais ninguém, além deles, no local. Willian deduz que seu Digivice estava com problemas e começa a bater no aparelho, na esperança de fazê-lo funcionar.

Nesse instante, surge do nada um Digimon quadrúpede, de face tampada por uma máscara branca com alguns desenhos na cor vermelha e com uma foice afiada no lugar de sua cauda, que salta por cima deles e se prostra na frente de Gaomon, como se estivesse se preparando para atacá-lo.



— Revanche! — A besta dizia em voz baixa enquanto rosnava. Então, Willian pega seu Digivice e escanea o Digimon para obter informações.




Reppamon é um Digimom do tipo Besta Sagrada, a forma adulta de um Kudamon. Ele ataca com a lâmina em forma de foice em sua cauda... — Ele lia as informações que apareciam na tela do aparelho — Não acredito! Aquele... E-É o Kudamon que derrotamos há semanas atrás!!



— Vamos terminar o serviço dessa vez! — Gaomon se preparava.




Willian alertava para os outros que se afastassem, pois aconteceria uma batalha. Então, eles se afastam deixando somente Will, Gaomon e Reppamon no local da futura batalha. Reppamon começa atacando e pula em Gaomon, usando suas garras, ele arranha o cão, que cai ferido.



— Gaomon!! Ah, ele é um Digimon adulto, vamos nivelar esta luta! — Ele pega uma das cartas e passa no leitor do Digivice — Digimudança! Acessório de Evolução S!!




Uma luz muito forte, emanada do Digivice, acerta Gaomon e ele começa a se modificar.



— Gaomon Digivolve para... — O Digimon falava, enquanto a pele atual deixa seu corpo expondo seus dados, que se reagrupam mudando de forma e crescendo. Uma nova pele reveste os dados, a pele de um cão quadrúpede, de tamanho quadruplicado e com as luvas em ambas as mãos rasgadas pelas garras que cresceram rapidamente — GAOGAMON!!




— E-Ele evoluiu!! — Haru gaguejava, olhando a batalha de longe tentando entender tudo aquilo.



— Mas os D-Pets não evoluem, eles... eles são privados dessa função quando são criados para que não hajam acidentes! — Mariana tentava encontrar lógica naquilo, mas era certo que Gaomon não era um D-Pet comum. O seu Tamer possuía um objeto que ele chamava de Digivice e Haru havia ganhado um igual, só que de cor diferente; o de Haru era preto com detalhes em laranja e o de Willian era branco com detalhes em azul.




Gaogamon corria na direção de Reppamon e se preparava para atacar com suas garras (Dash Double Claw), mas Reppamon era mais veloz e se desvia tão depressa, que parecia se teletransportar de um lugar para o outro. A investida de Gaogamon não surtiu efeito e o outro surge em cima dele, gira a cauda liberando uma lâmina de vento muito transparente, quase que invisível (Razor Wind) e este mesmo cai e se levantava com dificuldade.



— Ele é rápido demais! — Will procurava por cartas nos bolsos da roupa que vestia, mas não encontra nenhuma — Ah! Droga! Eu deveria ter trazido cartas!!




Reppamon se movia rapidamente ao redor de Gaogamon e o feria com suas garras facilmente sem que ele pudesse revidar os ataques. Willian se desesperava ao ver aquilo, não queria nem pensar na possibilidade de perder o seu parceiro. Haru, então, lembra que carregava algumas cartas com ele e as joga para Willian, que começa a procurar uma com alguma utilidade. E ele a encontra.



— Finalmente! — Ele passa a carta no leitor do Digivice — Digimudança! Acessório de Ultra Velocidade!!




Agora, Gaogamon se movia na mesma velocidade que o seu adversário e podia atacá-lo. Nesse momento, Will percebe que havia um humano distante do local, que observava tudo. "Então, Kudamon tem um Tamer!" Ele pensava.



Spiral Blow!!! — Num único fôlego, o cão cria um vórtice de vento tão poderoso quanto um tornado e o atira em Reppamon. Depois desse ataque, que parecia ser o golpe final, Reppamon desaparece e reaparece atrás de Gaogamon. Ele ataca o cão com a foice em sua cauda o ferindo, então, Gaogamon regride para Gaomon e cai desacordado. Para o desespero do Tamer, Reppamon se aproximava de vagar e cochichava algo para Gaomon:




— Essa foi por aquele ataque sem precisão nenhuma, agora, pense duas vezes antes de me atacar novamente! — Dito isso, ele desaparece como um relâmpago junto com o seu Tamer. Logo, Gaomon se levanta e os outros se aproximam e também saem do local da mesma forma que vieram.



Enquanto andavam pela rua, indo na direção da casa de Haru, Will se mostrava desapontado com o seu Digimon, mas no fundo, ele estava aliviado por não ter perdido o parceiro. Quando chegam em casa, os primos ficaram parados na entrada olhando para Will, até que Haru cria coragem e resolve perguntar:




— O que foi a-aquilo tudo que aconteceu hoje?



— Aquilo é o que vem acontecendo há mais de um mês em minha vida... Na noite que eu comprei o Gaomon em uma das lojas de D-Pets, eu ganhei este aparelho que os tamers chamam de Digivice... — Ele mostrava o aparelho para os dois que prestavam atenção na sua explicação — Depois desse dia, tudo mudou em minha vida. O dever dos Tamers é treinar o seu Digimon e prepará-los para batalhas, como a de hoje, naquele lugar que eles chamam de Dimensão do Meio.




— E qual é o propósito de vocês lutarem contra outros Digimons? — Era o que Mariana perguntava ao garoto, que logo tratou de responder a ela.



— Quando os Digimons saem do Digimundo, o local onde vivem, eles atravessam pelo Nada e chegam naquela dimensão intermediária entre os dois mundos. Nesse estágio da viagem, eles perdem a consciência e se tornam selvagens. Se um Digimon selvagem consegue atravessar e chegar aqui, os resultados podem ser catastróficos. Então, nós os impedimos de fazer a passagem e mandamos eles de volta pro Mundo Digital na forma de um Digitama... Preciso ir, está muito tarde, posso responder mais perguntas outra hora. E Haru, você agora é um Tamer, aprenda como treinar o seu Digimon se quiser ajudar! — Willian se virava e começava a caminhar pela rua, logo, eles desaparecem no horizonte.




Haru, Mariana e seus Digimons entram na casa e se dirigem aos seus quartos. Enquanto Haru dormia, ficava pensando nos acontecimentos do dia... "Eu hoje fui para uma outra Dimensão, presenciei a evolução de um Digimon e a luta dele com um outro Digimon, agora eu descubro que também faço parte disso, também sou um Tamer! Puxa... Será que não terei mais dias normais...?" Ele se perguntava enquanto pegava no sono.


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