Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 70
Capítulo LXX




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Enquanto isso, não muito longe dali, três pessoas corriam no quarto andar à procura do laboratório, ainda que a terceira não estivesse com tanto fôlego assim para correr. Porém, pararam bruscamente ao ouvirem um sonoro barulho vindo de uma sala ali perto. Depois de atravessar um corredor parcialmente destruído, o pequeno grupo encontrou o laboratório que tanto procuravam. Só não esperavam que houvesse uma pessoa ali.


— Kaori... ainda está aqui? - Ikuto falou em tom casual demais para uma garota que agora tentava fugir pela janela.
— Ikuto - ela resmungou, ao vê-lo acompanhado de Yaya e Kukai - Digo o mesmo para você. Está todo acabado, mal consegue ficar de pé... deveria sair daqui e ir até um hospital.
— E de quem você acha que é a culpa de eu estar nesse estado, hein? - o mais velho rebateu.
— Certo, certo, deixem os "cumprimentos" para mais tarde, vocês dois - Kukai tentou intervir - Escute bem, Kaori: Nós viemos decididos a libertar os Batsu Tamas que restaram aqui e destruir esse laboratório. Não tente nos impedir se sabe o que é melhor para você!
— Hunf... façam o que quiserem, eu não ligo - a loira resmungou - Os documentos com as informações sobre o que o Takagi-sensei pretendia fazer com aquela coisa horrorosa que ele inventou estão nessa gaveta - ela abriu a gaveta de cima da escrivaninha mais próxima - E os documentos sobre como ele construiu aquela coisa estão na parte de cima desse armário - ela esticou a mão até a porta mais alta de um armário a um canto, mas não a alcançava, nem na ponta dos pés. Comprimiu os lábios, irritada, e então virou-se para Kukai - Bem, você é bastante alto, pode pegar os documentos sozinho. Agora, se me dão licença... - ela voltou-se para a janela novamente.
— Ué? Por que está nos mostrando onde estão os documentos importantes? Você não quer mais lutar contra a gente, Kaori-chi? - Yaya indagou surpresa.
— Não me chame assim! - ela reclamou - Aquele maldito travesti arrancou todos os segredos sobre o projeto do Takagi-sensei de mim, é questão de tempo até que o chefe descubra e que as coisas se compliquem para o meu lado. Isso sem falar que aquela coisa asquerosa que o Takagi-sensei criou me dá arreios, é tão repugnante... eu preciso sair daqui o mais rápido possível, não tenho tempo para perder com você, pirralha.
— Que travesti? - Kukai voltou-se para a mais nova.
— Ela deve estar falando da Naddy - a ruiva respondeu - Puxa, a Yaya estava crente que você iria querer lutar para se vingar da surra que levou da Onee-chan! - ela exclamou, voltando-se para Kaori novamente, que ofegou, contraindo os lábios de raiva - A Onee-chan estava bastante machucada, mas ela disse que ganhou de você. Yaya queria taaanto ter visto essa luta!
— Deve ter sido memorável - Ikuto concordou com um sorrisinho debochado.
— Aquela espanhola cretina jogou sujo! Aquela loira tampinha ajudou ela com aquelas cordas, foi trapaça! - Kaori voltou-se novamente para eles, o rosto vermelho de raiva.
— Você só está com raiva porque perdeu pra Onee-chan - Yaya continuava rindo dela.
— Cale a boca, sua anãzinha! - Kaori rebateu - Vocês disseram que vieram aqui para soltar os Batsu Tamas, ou sei lá o que, não é? Pois então façam isso logo e me deixem em paz! Eles são inúteis sem o Mattchan para controlá-los mesmo... aquele estúpido, dava tanta atenção para o seu amiguinho gay que acabou se esquecendo da missão. Eu fiquei sabendo que vocês finalmente descobriram o segredinho estúpido que o Mattchan tanto se esforçou para esconder. E pensar que ele colocou tudo a perder por algo tão idiota como o amor. Tudo isso porque fez a besteira de se apaixonar por aquele português afeminado e pervertido...


Kaori interrompeu o que certamente seria uma enxurrada de xingamentos ao receber uma dolorosa bofetada na cara. Yaya era bem menor do que ela, mas conseguira acertar um tapa realmente violento de tão furiosa que estava agora.


— Não fale do Micchan desse jeito - o rosto geralmente sorridente de Yaya agora estava excepcionalmente furioso - Você não faz a menor ideia do quanto ele está sofrendo por causa das mentiras que o Matt contou para ele. Não fale dos amigos da Yaya desse jeito!
— Como se não bastasse apanhar da irmã mais velha, ela apanhou da irmã mais nova também - Ikuto soltou um assobio - Nada mal, tampinha.
— Maldita pirralha... - Kaori encarava Yaya com ódio profundo, uma das mãos cobrindo a bochecha onde Yaya lhe acertara o tapa, e a outra se levantando, pronta para revidar, mas Kukai a interrompeu.
— Espere aí, Kaori. Você disse que estava com pressa para sair daqui e que não tinha tempo para perder conosco, não era? - o ruivo lembrou - Então, acho que você não vai querer arranjar confusão com a Yaya. Pode não parecer, mas ela é boa de briga.
— Realmente não tenho tempo para perder com vocês - ela resmungou, embora ainda encarasse Yaya com ódio refletido nos olhos - Vou embora. Tenho mais o que fazer.
— Ótimo. Mas quero te perguntar uma coisa primeiro - Ikuto chamou - Aquilo que você disse antes... é verdade que o Matthew se apaixonou pelo Miguel? Quero dizer, se apaixonou de verdade?
— Ele só pode ter se apaixonado de verdade para tê-lo protegido tantas vezes durante todas as nossas lutas, não é?
— O Matthew... protegeu o Miguel? - Kukai indagou, os olhos verdes arregalados em surpresa.
— Então vocês não perceberam? Como são idiotas - a loira debochou - Devem ser mesmo muito idiotas para só terem notado agora que o Mattchan é na verdade o seu amiguinho "Shunsuke". Mas, sim, ele sempre fez o possível para proteger o amigo de vocês, tanto que quase sempre colocava a nossa missão em risco. Acho que isso só pode significar que aquele idiota pervertido gostava mesmo do seu amigo português, não é?
— Mas isso... - Kukai interrompeu-se quando um tremor atingiu todo o prédio, fazendo as paredes e os móveis balançarem.
— Droga... lutando ou não, acabei perdendo tempo demais com vocês! Adeus! - Kaori exclamou.
— Ei, espere aí, Kaori! Ainda quero perguntar... - Kukai virou-se para onde ela estava, mas a garota já havia desaparecido, restando apenas a janela aberta com as cortinas esfarrapadas balançando ao vento forte da noite bem onde ela estava instantes atrás.
— Maldição... aquela covarde fugiu - Ikuto resmungou.
— Não importa. Pelo menos ela nos contou uma coisa muito importante.
— Do que está falando, Yaya? - o ruivo indagou.
— Que, apesar de todas as maldades que fez, o Shun-chan, ou Matt, ou seja lá que nome tenha, bem lá no fundo, gostava mesmo do Micchan - ela respondeu, voltando a sorrir.
— Pode até ser... mas acho que isso não importa mais - Ikuto coçou atrás da cabeça. Sentiram então outro tremor, causado certamente pela luta contra Saaya no terraço - Ei, pirralhos, nós viemos até aqui para libertar os Batsu Tamas e destruir o que sobrou desse laboratório, não foi? Então é melhor nos apressarmos!
— Certo! - os dois exclamaram juntos.


—--------


Enquanto isso, no andar mais alto da empresa, agora praticamente destruído, Saaya continuava a reunir cada vez mais Batsu Tamas ao seu redor, rindo de forma ensandecida. Ela ainda atirava raios de energia maligna para todos os lados, por vezes sem nem sequer mirar nos Guardiões. Parecia estar apenas se divertindo enquanto destruía as coisas, muito embora a "coisa" em questão fosse a empresa de seu pai, apreciando o novo enorme poder que havia adquirido.


Esa niña esta loca (Essa garota está louca) - Stéffanie resmungou, observando incrédula a destruição que Saaya criava - Destruindo a empresa de el padre de esto modo (do pai desse jeito)...
— Ela perdeu totalmente a noção - Nadeshiko concordou - Talvez nem saiba mais o que está fazendo de tanta energia maligna que está ao seu redor.
It's don't matter (Isso não importa), temos que detê-la antes que seja tarde demais! - Anna exclamou.
— E só tem um jeito de fazer isso: O mesmo meio que usamos para purificar todos aqueles Batsu Tamas que estavam presos dentro da empresa - disse Amu.
— Acha que consegue fazer de novo, Signorina Hinamori? - Giovanni indagou.
— Estou bastante cansada, devo admitir... mas é o único modo, então darei tudo de mim - A Coringa falou com o máximo de confiança que conseguiu demonstrar.
— Bem, também não estou na melhor das condições, ma farò del mio meglio (mas vou me esforçar ao máximo) - Giovanni concordou.
— Giovanni, Amu - Rima chamou - Vai dar tudo certo. Vocês dois são bastantes fortes, sei que vão conseguir.
— Acreditamos em vocês - Kairi acrescentou com um sorriso encorajador.
— Obrigada pessoal - Amu sorriu de volta - Precisaremos de toda ajuda que pudermos ter.
— Nesse caso, vou ajudar também - Utau falou atrás deles. Quando os dois mais novos se viraram, viram que ela havia desfeito o Chara Nari com Iru, e se transformado com Eru - Pode não ser muita coisa, mas irei cantar para os Batsu Tamas. Isso talvez acalme a ira deles.
Good idea (Boa ideia) Utau! - Anna exclamou.
— Há! Arquitetando novos planos? Pois não vai adiantar! - Saaya havia parado de destruir o cenário e voltou a mirar neles, um sorriso maligno formando-se em seus lábios cheios de gloss. Tadase conseguiu materializar o Holy Crown segundos antes de eles serem atingidos pelo raio lançado por Saaya. Ele queria muito capturar o Embrião, que ainda flutuava no céu acima deles, mas proteger seus amigos e a si mesmo era a maior prioridade no momento - Vai protegê-los até o fim? Por que, Tadase-sama? Só por que eles são todos Guardiões como você? Por que essa garota é uma cantora famosa e conseguiu se transformar de diabinha a anjo? Por que essa inglesinha lhe parece uma estrangeira exótica aos seus olhos ou coisa do tipo? Por que, Tadase-sama? Por que você escolheu ela e não a mim?!
— Vou lhe dizer por que, Yamabuki-san! - o loiro gritou de volta - Não tem nada a ver com o fato de ela ser estrangeira. É porque a Anna-chan tem um bom coração. Não importa se ela é um pouco desajeitada, ela é uma garota adorável, gentil, prestativa, alegre. Uma pessoa que se importa com seus amigos, que gosta de ajudar os outros... é uma pessoa insubstituível para mim. Você, por outro lado, só pensa em si mesma. É egoísta, egocêntrica, não se importa com suas supostas "amigas", faz qualquer coisa para conseguir o que quer... até a empresa do seu próprio pai você destruiu por um motivo tão banal! - ele fez um gesto amplo com a mão livre, indicando as paredes derrubadas e o monte de concreto espalhado à esmo em volta deles - E pensar que, por algo tão fútil, tantas crianças tiveram seus ovos do coração modificados. Tivemos até que chamar pessoas de outros países para resolver esse problema, que nada tinham a ver com isso... e que acabou causando um sofrimento tão grande para uma delas - ele olhou de relance para Miguel. Nem conseguia imaginar o tamanho da dor que o amigo devia estar sentindo por descobrir que a pessoa por quem estava apaixonado era na verdade um espião que só o estava usando para obter informações sobre eles. Isso só tinha acontecido porque ele tinha sido chamado para ajudar a investigar o caso dos Batsu Tamas modificados. Mesmo que indiretamente, aquilo era culpa dele. Se Tadase tivesse sido capaz de rejeitar Saaya devidamente antes que toda essa confusão se formasse, Miguel nunca teria vindo ao Japão, não teria conhecido Shunsuke, e nada disso teria acontecido - E, como se isso não bastasse, ainda corrompeu os ovos do coração das crianças da cidade inteira... você é uma pessoa horrível. Foi por isso que eu me apaixonei pela Anna-chan ao invés de por você!
— Wooooww! Belo discurso, Tadase! - a voz estridente de Yaya ecoou pelo local, seguida pelo som de palmas. Não apenas ela, mas também Kukai e Ikuto aplaudiam, aparentemente observando a cena há bastante tempo - A gente pensou em vir aqui ajudar vocês depois de destruir o laboratório, mas a conversa estava tão interessante que a Yaya não quis interromper... que bom que assistimos até o final! Não é todo dia que a Saaya-chi leva um fora do Tadase bem na frente de todos os Guardiões afinal! E de quebra, na frente da Utau-chi e do Ikuto também! - ela riu, ainda aplaudindo, aparentemente sem ter muita noção do perigo que corria. Tinha acabado de jogar mais lenha na fogueira e aumentar ainda mais o incêndio.
— Imperdoável! Ninguém fala assim com Yamabuki Saaya! Ninguém! - a garota esbravejou, excepcionalmente furiosa. Voltou a atacar com ainda mais força, e Tadase teve que se concentrar ao máximo na barreira criada pelo Holy Crown, se esquecendo de tudo e de todos ao seu redor - Parece que apenas pegar essas coisinhas roxas das pessoas da cidade não foi o suficiente... quem sabe se eu pegar as dos seus preciosos amigos Guardiões você não aprende a me dar o valor que eu mereço, hein Tadase-sama? - ela comentou como quem fala do tempo, embora ainda sorrisse de modo ensandecido.
— O que?! Yamabuki-san, o que pretende...? - a pergunta de Tadase foi interrompida quando ela lançou novas ondas de energia maligna, muito mais fortes do que as anteriores, cada uma indo na direção de um Guardião diferente.


Alguns conseguiram se defender a tempo, outros conseguiram se desviar, porém alguns poucos foram atingidos pelo golpe. Tadase olhou ao redor, desesperado, à procura dos amigos. A maioria se levantava lentamente, gemendo de dor, cobertos de poeira. No entanto, alguns poucos permaneceram onde tinham caído.


— Por que... por que ainda estou a lutar? - Miguel estava estirado no chão, as pernas e braços abertos, os olhos castanhos vazios encarando o céu noturno, sem realmente vê-lo - Shunsuke me deixou. Ele nunca me amou de verdade. Só estava a me usar... e eu nem sequer consegui ajudar meus amigos. Coloquei todos em risco ao trazer um espião para perto deles... sou um inútil. Lutar... é inútil...
— Micchan... Miguel! - Utau exclamou, correndo até o garoto. Rima e Kairi a seguiram, preocupados - Micchan, não diga isso! Lutar não é inútil, nós vamos conseguir vencê-la!
— E daí se vencermos? Isso não trará o Shunsuke de volta para mim - Miguel continuava murmurando - Vencer ou perder, não importa... não me importo com mais nada.
— Gonçalves-kun... - Tadase olhava o amigo horrorizado - O que você fez com ele?! Como ousa roubar os ovos do coração dos meus amigos?
— Devia ter pensado nisso antes de me rejeitar! - Saaya exclamou de volta, atacando-o novamente, sem dar tempo para Tadase rebater.
— Sabem, eu entendo um pouco essa rapariga (garota) - Miguel continuava murmurando - Ter um amor não-correspondido... é muito triste.
— Meu Deus, ele está mal mesmo - Kairi comentou alarmado.
— Miguel, acorde! Independente do que aconteceu com o Matthew... isto é, com o Shunsuke... isso não é motivo para você se deixar ser derrotado por esta garota horrorosa - falou Rima - Se você continuar assim, a Grace vai se transformar em um Batsu Chara. É isso o que você quer? Que a Grace vire um Batsu Chara?
— Grace... - Miguel repetiu o nome da Chara, piscando. Um pouco de luz começava a voltar para os olhos dele.
— Isso mesmo, pense na sua Shugo Chara. Ela não merece isso - Kairi apoiou.
— Não... não merece - o português concordou, piscando com mais força. Sentou-se lentamente e, apoiando a cabeça em uma das mãos, acrescentou - Mas essa garota... Saaya... ela sim merece uma lição por fazer isso comigo.
— Concordo. E nós vamos dar uma lição nela - Utau concordou sorrindo, abraçando-o em seguida - Bem vindo de volta, Micchan.
— Por que dariam uma lição nela? - uma voz monótona perguntou perto dali - Ela está certa... o Miguel também estava certo. Lutar é inútil.
— Ikuto...? - Utau soltou o português e olhou para a outra extremidade do local ao reconhecer a voz do irmão.
— Ela está certa, Utau - Ikuto repetiu, a mesma expressão vazia nos olhos que Miguel demonstrava antes - Eu traí vocês... não uma, mas duas vezes. A Easter me capturou, e agora os Yamabuki também... ambos me usaram como ferramenta para destruir vocês, pirralhos Guardiões. Não importa o quanto eu tente ajudar vocês, no final, só atrapalho. Sou mesmo um inútil...
— Ikuto... o que está dizendo? O que aconteceu com você?! - Utau encarava o irmão com um olhar desesperado.
— O ataque da Saaya parece ter atingido as pessoas com o coração mais frágil - Miguel falou, colocando uma das mão no ombro dela - Olhe - ele apontou ao redor, onde mais duas Guardiãs haviam sido atingidas.
Why I'm fighting (Por que eu estou lutando)? - Anna indagava para ninguém em especial, seu rosto estranhamente inexpressivo - When the fight is over, I will have to go (Quando a luta acabar, eu terei que ir embora)... vou ter que voltar para a Inglaterra, e nunca mais verei o Tadase de novo. Maybe I should stop fighting (Talvez eu devesse parar de lutar)... afinal, tudo isso é inútil...
— Por que a Yaya é tão inútil? Todos estão lutando com tudo o que tem... todos são tão fortes, e têm ataques incríveis. Só a Yaya é fraca. Só eu que nunca consigo fazer nada direito, nunca consigo ajudar ninguém... a Yaya é tão... inútil...
— Anna... Yaya... Ikuto! - Utau parecia prestes a chorar - Por que?! Por que isso tem que acontecer com meus amigos, com meu irmão... por que?! - ela correu até Ikuto, sendo seguida por Amu - Ikuto, acorde! Por favor, não seja dominado por eles de novo!
— Não adianta, Utau - o rapaz nem sequer a encarava. Continuava com os olhos fixos nos próprios pés, murmurando baixinho - Nada do que vocês façam adianta. Eu não tenho mais salvação. Não desperdicem mais energia comigo... é inútil...
— Não diga que é inútil, seu idiota! - Amu exclamou - Nada é inútil nessa vida, então recomponha-se!
— A Amu está certa, Ikuto! - a loira apoiou - Pense no Yoru! Se você continuar desse jeito, ele vai acabar se transformando em um Batsu Chara!
— E daí?
— O que...?
— Sou o mais velho do grupo. O Yoru já deveria ter sumido há muito tempo. Provavelmente logo irá desaparecer - ele continuou murmurando - Por isso que estou dizendo que se preocupar comigo é inú...
— Já disse para parar de dizer isso! - Amu gritou, sua voz sobrepondo-se à dele - É isso mesmo que você quer que aconteça com o Yoru? Que ele vire um Batsu Chara? Pois eu não quero isso! Não quero ver os Shugo Charas dos meus amigos, das pessoas que eu gosto... de quem eu gosto... tendo um fim tão triste como esse!
— Amu...? - Utau murmurou, surpresa com o que a amiga acabara de falar. Ela não poderia estar se declarando em uma situação como aquela, não é?
— Está bem... já entendi, tampinha. Também não quero que o Yoru vire um Batsu Chara, então isso não vai acontecer hoje - de repente Amu sentiu uma mão bagunçar seus cabelos e, ao erguer a cabeça, viu Ikuto sorrindo para ela.
— Ikuto, você... voltou ao normal! - Amu abriu um sorriso, os olhos marejados. De repente um súbito pensamento lhe veio à cabeça e o sorriso desapareceu de seu rosto, sendo substituído por um olhar de desconfiança - Ei, espere aí... você não estava fingindo, não é?
— Fingindo? É claro que não! - Ikuto exclamou em tom ofendido.
— Então quando exatamente você voltou ao normal?
— Agorinha mesmo - ele respondeu.
— Mentira! Aposto que foi antes! - a Coringa acusou.
— Acha mesmo que eu iria fingir a ponto de dizer todas aquelas coisas horríveis sobre o Yoru? - Ikuto ergueu uma sobrancelha, ainda parecendo ofendido.
— É... acho que não - Amu pareceu enfim se acalmar - De qualquer forma, agora que você voltou ao normal, vamos logo nos juntar aos outros! Não podemos deixar o Tadase-kun lutando sozinho! - ela foi na frente.
— Ei, você estava fingindo ou não, hein? - Utau indagou depois que Amu se afastou o suficiente para não poder ouvi-los.
— O que você acha?


A poucos metros dali, Yaya repetia as mesmas coisas pessimistas que os dois rapazes. Tadase queria correr para ajudar a amiga, porém mal conseguia bloquear os ataques de Saaya, que insistia em atacar os outros Guardiões, então não tinha como ele sair dali. Não podia permitir que ela tentasse transformar o Shugo Chara de mais um de seus amigos em um Batsu Chara. Pelo menos isso ele precisava impedir a qualquer custo.


— Por que só a Yaya é inútil? - a menina estava sentada em posição fetal, abraçando os próprios joelhos, parecendo uma bolinha - Todo mundo tem ataques legais... até o pessoal que veio de fora do Japão, são tão poderosos... mas a Yaya sempre será um bebê. Bebês são fracos e inúteis. Não podem fazer nada sozinhos. Por isso que eu nunca consigo ajudar ninguém. Sempre atrapalho todo mundo, sempre. Yaya... é uma inútil... - ela interrompeu seu murmurar depressivo ao levar uma forte bofetada no rosto. Piscou algumas vezes, desnorteada e, ao olhar para cima, viu um olhar irritado e familiar a encarando.
Sí, usted eres realmente inútil. Y estas siendo terrivelmente irritante ahora también (Sim, você é mesmo inútil. E está sendo terrivelmente irritante agora também) - Stéffanie afastou a mão que a havia acertado - Pero, Yaya, escuches bien, porque no voy repetir esto: Usted puede no ser buena en luchas, pero es una persona incrible (Mas, Yaya, escute bem, porque não vou repetir isso: Você pode não ser boa nas lutas, mas é uma pessoa incrível). Incrivelmente irritante, é verdade, mas... você tem suas próprias qualidades, diferentes das nossas. Faz de tudo para animar seus amigos e tentar aproximar as pessoas que gostam uma da outra... tudo mesmo, eu sei bem disso. E é tão animada e cheia de energia que acaba animando todo mundo, mesmo nas piores situações. Este é o seu ponto forte, Yaya. Então pare de dizer que é tudo inútil.
— Onee-chan... - a ruiva encarou a mais velha por alguns segundos em silêncio, tentando absorver aquelas palavras, com certa dificuldade, tanto pelo estado hipnótico que a energia negativa que Saaya lançara sobre ela, quanto pelo espanhol misturado com japonês que Stéffanie falava, e principalmente por ser Stéffanie a lhe dizer aquelas coisas - Por que você está dizendo uma coisas dessas pra Yaya, Onee-chan? Sei que você gosta de judiar de mim, mas isso é demais... Yaya já entendeu que é uma inúti, não precisa tentar iludir a Yaya...
Ahh maldición! No estoy mentindo, su mocosa estúpida! (Droga! Não estou mentindo, sua pirralha idiota!) Estou falando sério, vê se sai logo desse transe, eu não tenho paciência para aturar uma Yaya-zumbi! Anda, acorda! - ela começou a sacudir Yaya pelos ombros.
— Ei, pára com isso, assim você vai machucá-la! - felizmente, Kukai interveio, e afastou Yaya da espanhola, que estava tendo um sério acesso de raiva.
— Pelo amor de Deus, nem consolar uma pessoa direito você consegue? - Nadeshiko deu um tapa na própria testa.
— Eu estava tentando. Mas essa versão zumbi da Yaya me irrita! - Stéffanie respondeu entre os dentes.
— Sim, nós percebemos - Kukai resmungou de volta, encarando-a com irritação. Em seguida voltou-se para Yaya, com mais afeto - Yaya... mesmo a Blanca-chan não tendo jeito pra falar essas coisas, ela tem uma certa razão. Não importa se você não é a melhor lutadora do mundo, todos têm seus pontos fortes. E o seu ponto forte é essa quantidade enorme de energia positiva que existe dentro de você, e que sempre contagia a todos nós. Essa é a sua maior força, Yaya. Nos deixar alegres, nos trazer esperança. Não deixe que a energia negativa que aquela patricinha cabeça-oca lançou contra você domine a luz que sempre preencheu seu coração.
— Por favor, volte ao normal, Yaya-chan - Nadeshiko pediu - Todos nós gostamos de você como realmente é. Sempre alegre e agitada, armando aqueles seus planos mirabolantes de sempre, irritando tanto a Blanca-san até ela te bater - a Ex-Rainha deu um sorrisinho enquanto Stéffanie bufava, virando o rosto para o outro lado - Se até a sua querida Onee-chan se deu ao trabalho de tentar te animar, é porque todos realmente queremos que você volte a ser como era antes. Certo, Blanca-san?
— Bem, era menos ruim do que essa Yaya-zumbi... - Stéffanie murmurou, ainda sem encarar Nadeshiko.
— Naddy... Kukai... Onee-chan! - de repente o olhar vazio de Yaya foi substituído por um sonoro ataque de choro - A Yaya quer ficar com vocês! Yaya não quer ser dominada pela energia maligna da Saaya bad-girl... Yaya não quer virar um zumbi...!
Cierto, cierto, ya compreendemos, ahora será que puede parar de llorar (Certo, certo, já entendemos, agora será que pode parar de chorar)?! - Stéffanie exclamou, tampando os ouvidos com as mãos.
— Acho que agora sim tudo voltou ao normal - Kukai suspirou aliviado.
— Ainda não - Nadeshiko apontou para a outra extremidade do terraço, onde Anna estava sentada em uma pedra de concreto perto da sacada, murmurando sozinha.
Why I'm fighting? (Por que estou lutando)? - Anna perguntava para ninguém em especial - Se vencermos a batalha, terei que voltar para a Inglaterra.I can not see more Tadase... neve more (Não poderei mais ver o Tadase... nunca mais). Vou perder a única pessoa por quem já me apaixonei na vida. A única pessoa que já gostou de mim pelo quem eu sou de verdade, e não por causa do meu título. When I'm back to the London (Quando eu voltar para Londres)... terei que retomar todas aquelas aulas chatas sobre etiqueta, e sobre como ser uma dama. And as an adult, I have to marry someone I don't love (E, quando for adulta, terei que casar com alguém que eu não amo). Meus pais provavelmente vão fazer um casamento arranjado com alguém rico com um título importante para mim. Alguém que eu não conheço. Tudo isso vai acontecer se vencermos essa luta... por isso que continuar lutando é inútil - de repente uma súbita ideia veio a sua mente e Anna ergueu um pouco a cabeça, um pequeno brilho preenchendo seus olhos verdes e vazios por um breve momento - Se nós perdêssemos essa luta... eu não precisaria voltar. I could stay in Japan with the Tadase and my new friends (Poderia ficar no Japão com o Tadase e meus novos amigos). Desse jeito, não precisarei ficar sozinha na Inglaterra de novo. É isso... nós precisamos perder.
— Anna-chan... Anna-chan! - Tadase colocou o máximo de força que conseguiu em seu Holy Crown tamanha era urgência de ir ao encontro de Anna, tanto que conseguiu empurrar Saaya, fazendo-a recuar um passo para trás. Mas é claro que não durou muito. Enquanto o garoto corria em direção à inglesa, Saaya berrava para ele.
— Acha mesmo que pode me derrotar apenas com isso? Acha que pode salvar esta garota patética? É tarde demais, Tadase-sama! Tarde demais para ela... e para você também!
— Anna-chan - Tadase, ignorando os berros de Saaya, finalmente a alcançou. Estava exausto da luta e de tanto correr, mas sua preocupação para com Anna era mil vezes maior do que o cansaço. Ele se ajoelhou diante da namorada, preocupado - Por favor, acorde. Não se deixe ser levada pelas palavras cruéis dela. Não se deixe ser controlada.
But Tadase... when the fight finishing (Mas Tadase... quando a luta terminar), eu terei que voltar pra casa - Anna falou, sem encará-lo - Terei que deixar o Japão. E nunca mais poderemos nos ver.
— É... - Tadase murmurou, compreendendo o receio que a namorada sentia. Anna tinha razão. Não era pra menos que ela estava tão assustada. Deviam haver várias outras coisas que a assustavam e que ele desconhecia, mas, só de pensar naquilo, fez uma dor imensa preencher seu peito. Mas não era hora de pensar nisso. Ele poderia se preocupar com isso o quanto quisesse mais tarde, mas precisava vencer esta luta primeiro - Isso é verdade, mas...
You see (Está vendo)? Você também concorda - Anna o interrompeu - Se não vamos mais poder nos ver depois que vencermos esta luta... então é melhor que ela nunca acabe! Melhor ainda! É melhor que percamos a batalha! - Anna colocou-se de pé, enfim encarando-o nos olhos, e Tadase se surpreendeu com o olhar dela. os olhos esverdeados da garota continuavam vazios, porém determinados.
— Anna-chan... o que está dizendo? - Tadase indagou atordoado, levantando-se também - Nós chegamos tão longe, não podemos perder agora...
We can (Nós podemos)! Se perdemos, poderemos criar novos planos e estratégias, e tentar capturá-la de novo em um outro dia. So I can stay longer in Japan with you (Assim poderei ficar mais tempo no Japão com você). Eu demorei tanto tempo para conseguir ficar com você, Tadase... não quero te perder agora - Anna exibia um sorriso triste, de cortar o coração. Seus olhos sem vida começavam a ficar marejados.
— Está vendo? Eu disse que era tarde demais para salvá-la! - a voz estridente de Saaya ecoou por todo o terraço - Você não quer sair de perto dele, não é, inglesinha? Bem, você não precisa mais fazer isso. Basta derrotá-lo para mim e me deixar vencer.
— Ei, o que foi que ela disse?! - Kukai, que tinha se aproximado junto dos demais para ajudar Tadase, exclamou surpreso ao ouvir aquilo.
— Pensei que ela estava apaixonada pelo Rei - Kairi também parecia assombrado, e confuso - Por que ela faria com que a pessoa que ela ama fosse atacada?
— Para que eu possa vencer essa luta, é claro! - Saaya falou como se aquela fosse a coisa mais evidente do mundo - Basta que ele não morra. Desse jeito, a inglesinha vai se sentir tão culpada por ter atacado o Tadase-sama que não vai mais conseguir ficar perto dele depois. E então, ele será só meu! - ela soltou uma gargalhada tão terrível que mais parecia uma gralha ao invés de uma garota rindo.
— Tenho que admitir que é um bom plano - Rima comentou.
— Sim. Exceto pela última parte - Amu respondeu.
— Que garota mais sádica essa, hein - comentou Ikuto.
I'm sorry Tadase, mas eu preciso fazer isso, é para o bem do nosso futuro juntos. Agora fique parado para que meu guerreiro celta possa te acertar. Se você se machucar a ponto de desmaiar, tenho certeza de que os outros não poderão continuar lutando... - Anna começou a desenhar alguma coisa em seu bloco, enquanto a imagem de um homem de cabelos longos de armadura e empunhando uma espada se materializava à sua frente - Pode doer um pouco, mas por favor, aguente firme, okay?
— Anna-chan... - Tadase chamou, pensando desesperadamente em como sair daquela situação. Precisava fazer Anna acordar e sair daquele transe. Mas como? Não era como as outras pessoas que haviam tido seus ovos do coração roubados e acreditavam que seus sonhos eram inúteis. Havia algo diferente com ela. Alguma coisa muito errada - Anna-chan, você quer mesmo fazer isso? Quer mesmo me ferir?
I do not want you to get hurt, but (Eu não quero que você se machuque, mas)... - ela fez o último traço em seu bloco, terminando o desenho - Infelizmente, isso é necessário. Guerreiro celta, ataque!


Tadase protegeu-se com o Holy Crow no instante em que o guerreiro o atacou com a espada. Para uma lâmina feita de tinta, até que era bastante poderosa. Tadase finalmente se deu conta do quão poderoso era o Chara Nari de Anna. O poder de materializar qualquer coisa que quisesse através de um simples pedaço de papel... era realmente assombroso.


O Rei desfez sua barreira dourada e contra-atacou com seu cetro, que felizmente resistiu contra a espada do guerreiro celta. O loiro tentou empurrá-lo, mas o guerreiro era surpreendentemente forte para alguém feito de tinta. Tadase começou a ser empurrado pelo guerreiro e, felizmente notou as pedras atrás dele, conseguindo desviar antes de tropeçar. Mas isso deu brecha para que o guerreiro celta atacasse, acertando seu braço de raspão, rasgando a manga de sua roupa.


— Hahahahaha! - a risada estridente de Saaya ecoou pelo local mais uma vez - Isso mesmo, continue! Continue machucando a pessoa que você gosta! Esse é o seu castigo por ter roubado o Tadase-sama de mim!
Rayos, callate, sua....— Stéffanie tinha pego uma pedra de concreto entre os escombros e estava prestes a jogá-la contra Saaya, certamente junto com uma enxurrada de xingamentos em espanhol, porém Nadeshiko a segurou antes que ela o fizesse, tampando sua boca com uma das mãos.
— Pare com isso, Blanca-san, ou ela vai fazer com você o mesmo que fez com a Lewis-chan - a Ex-Rainha pediu.
— Grande coisa! Eu poderia te vencer mesmo sem estar naquele estúpido modo zumbi... - ela interrompeu-se ao escutar outro grito de Tadase e enfim se calou, voltando a observar a luta.


O loiro havia, de algum modo, conseguido passar pelo guerreiro celta criado por Anna e chegado até a inglesa. Ele agora a segurava pelos ombros e a sacudia de leve, tentando fazê-la recuperar a razão.


— Anna-chan, pare com isso, por favor. Nós precisamos vencer, você sabe. Senão os ovos do coração de todas as crianças da cidade continuarão sendo Batsu Tamas. Pense em todas as coisas horríveis que já aconteceram e que não conseguimos impedir. Tantas crianças inocentes tendo seus ovos do coração transformados em Batsu Tamas, até nossos amigos quase tiveram seus Shugo Charas transformados em Batsu Charas. Todas aquelas terríveis lutas intermináveis contra a Kaori. Aquela horrível farsa do Matthew. E a destruição dessa empresa. Você não pode deixar a Yamabuki-san ganhar. Ela é a causadora de tudo isso. Nós precisamos derrotá-la.
— Mas... se nós vencermos, eu...
— ... terá que voltar para casa - Tadase completou a terrível verdade - Mas eu estou aqui com você agora. Não pense no que vai acontecer depois que a luta terminar. Ninguém sabe o que vai acontecer no futuro. Olhe apenas para o presente. Eu sou o seu presente. Eu estou aqui com você agora, não estou? Anna-chan, eu te amo. Então, por favor, volte ao normal. E volte a ser a garota por quem eu me apaixonei - Tadase levou as mãos ao rosto dela, aproximando-o do seu e a beijou.


Um beijo carinhoso e desesperado ao mesmo tempo, em que ele rezava para que pudesse trazer Anna de volta ao normal. Ele sentiu uma lágrima solitária escorrer pelo rosto da garota e pousar em sua mão. O guerreiro criado por Anna ainda estava lá, decidido a atacar Tadase. Sua espada estava a centímetros de distância, prestes a acertá-lo, quando de repente ele desapareceu, se transformando em uma chuva de tinta dourada. Quando Tadase soltou a namorada, seu olhos verdes manchados de lágrimas haviam voltado ao normal.


— Tadase... - ela murmurou, sem desgrudar os olhos dele, até perceber o ferimento no braço do garoto - Oh my God! Oh, Tadase, I'm sorry, I'm so sorry...
— Está tudo bem, Anna-chan - Tadase sorriu, limpando as lágrimas do rosto dela - Que bom que você voltou ao normal.
— NÃÃÃOOOOOO!!! - a voz de Saaya soava mais alta do que nunca. Os Batsu Tamas voltaram a se reunir ao seu redor, cada vez mais próximos dela, fazendo a garota flutuar - Como ousa... roubar o Tadase-sama de mim? Como ousa... beijá-lo desse jeito na minha frente? Sua garotinha estúpida, você veio até aqui apenas para atrapalhar os meus planos, arruinar a minha vida... vai pagar por isso! Todos vocês vão pagar por isso! Vou destruir todos vocês, um por um!
— Ei, pessoal - Utau chamou - Lembram que íamos tentar purificar os Batsu Tamas antes da Yaya e os outros chegarem? Bem, acho que a hora é agora.
— Concordo - disse Amu - Está pronto, Giovanni? - ela encarou o italiano.
— Sim - o garoto assentiu - Sei sicuro che si può, Signorina Utau? (Tem certeza de que consegue, Senhorita Utau?)
— Farei o possível - a loira respondeu - Minha canção já funcionou contra Batsu Tamas antes, mas nunca lutei contra tantos antes...
No te preocupes, ustedes no están solos, Utau (Não se preocupe, vocês não estão sozinhos, Utau) - Stéffanie falou, com seu Book Handler nas mãos - Não tenho nenhum poder purificador. Mas se eu escrever que o ataque de vocês é forte o suficiente para purificar todos os ovos, vocês devem conseguir.
— Ei, você pode mesmo fazer isso? - Nadeshiko indagou, entre desconfiada e espantada.
— Não faço a menor ideia. Mas acho que é uma boa hora para descobrir - a espanhola respondeu, se preparando para começar a escrever.
— É... e acho que também é uma boa hora para vocês começarem a se preparar, porque aí vem o ataque dela - Nadeshiko avisou.

Amu colocou-se entre Utau e Giovanni, de frente para Saaya, que lançou uma nova gigantesca onda de energia maligna contra eles. Os três respiraram fundo, se preparando. Eles atacaram antes que a massa de energia maligna pudesse alcançá-los. Um forte clarão cegou a todos durante vários segundos de tão poderoso que foi o ataque combinado. Ouviu-se o berro estridente de Saaya, mas ninguém conseguia sequer tentar abrir os olhos para ver o que estava acontecendo. Vários segundos depois, a claridade ofuscante causada pelo ataque combinado de Amu, Giovanni e Utau foi se dissipando, e os Guardiões piscaram com força, tentando se acostumar novamente apenas com a luz das estrelas e dos postes de iluminação ao longe.


Milhares de ovos sobrevoavam o local, alguns negros, outros cinzas, e alguns poucos brancos. Os ovos do coração das crianças estavam finalmente sendo purificados, um a um. A canção de Utau ainda ressoava no ar, como um eco distante, embora a garota não estivesse mais cantando, como uma espécie de coro angelical. Saaya estava estatelada no chão, os braços e pernas abertas, trajando suas roupas normais de grife, agora completamente esfarrapadas. Uma massa disforme enegrecida jazia perto dela. O traje projetado pelo professor Takagi estava completamente destruído.


— Os ovos... estão sendo purificados! - Tadase exclamou, custando a acreditar que aquilo fosse verdade.
— Não acredito que finalmente conseguimos - Kairi falou abismado, observando os ovos mudando de preto para branco, um a um, e voando em direções diferentes, de volta para seus respectivos donos - Isso é incrível. Você foram mesmo fantást... ei! Hinamori-san! - ele exclamou ao ver os joelhos de Amu cederem, e a segurou segundos antes de a garota desabar no chão - Ei, você está bem? Diga alguma coisa!
— Estou bem... só um pouco... cansada - a garota murmurou - Gastei muita energia purificando todos esses Batsu Tamas. Acho que estou um pouco fraca.


Amu não era a única que sentia o peso do cansaço. Claro que todos ali estavam exaustos de tanto lutar, mas aqueles que participaram do processo de purificação estavam completamente esgotados. Utau desabou no chão ao lado dela, seguida por Giovanni.


— Utau... ei, Utau! - mesmo enfraquecido, Ikuto correu o mais depressa que conseguiu até a irmã, erguendo-a nos braços - Ei, você está bem?
— Bem cansada - ela respondeu, forçando um sorriso - Isso foi mais cansativo do que eu imaginava... sugou todas as minhas forças.
— Giovanni - Rima sacudia o garoto pelos ombros, tentando fazê-lo abrir os olhos - Giovanni, acorde! Por favor, diga alguma coisa!
— Preciso dormir...
— Não é hora de dormir, seu preguiçoso! - Rima exclamou - Vamos, acorde!
— Não pode culpá-lo, baixinha - falou Ikuto - Essa é a segudna vez que ele faz isso, não é? O moleque fez a mesma coisa para me fazer voltar ao normal... não é a toa que está tão exausto.
— Giovanni... - a loira chamou preocupada.
— Estou bem - ele se forçou a abrir um pouco os olhos para encará-la - Ma è come Ikuto ha detto (Mas é como o Ikuto disse). Fazer isso duas vezes no mesmo dia... não é nada fácil.
— Ei, pessoal! - Kukai exclamou - É ótimo que os ovos do coração enfim tenham sido purificados e que essa garota horrível tenha sido derrotada, mas temos outras coisas com o que nos preocupar.
— O que? Mal saímos de um problema e já arranjamos outro?! - Yaya reclamou.
— É que esse lugar está todo destruído, o prédio parece estar prestes a ruir. E o Miguel parece ter sido atingido pela explosão dos golpes de purificação e da Yamabuki - ele indicou o garoto que estava estatelado no chão perto dele. Parte da camisa estava rasgada onde havia um ferimento profundo. Sangue escorria de um lado de sua cabeça. Miguel estava inconsciente - E ela também não parece estar muito bem - ele apontou para Stéffanie, que só continuava sentada porque Nadeshiko a estava segurando, senão já teria caído estatelada no chão a muito tempo.
— Onee-chan... não vai me dizer que conseguiu mesmo fazer com que o ataque de purificação ficasse mais forte?! - Yaya exclamou.
— É o que parece - Nadeshiko respondeu por ela, já que parecia que a garota não conseguia nem falar direito - Ei, quer parar de se esforçar tanto á toa? Você precisa descansar.
Estoy... bien (Estou bem) - Stéffanie resmungou baixinho, embora fosse óbvio para qualquer um que ela estava tão acabada quanto Amu e os outros - Não fique se preocupando à toa... o que precisamos agora é... cuidar do Micchan.
— Ah, e tem outra coisa - disse Kukai - O Embrião...
— ... está aqui - uma voz masculina terrivelmente familiar o interrompeu.


Todos olharam na direção de onde viera a voz ao mesmo tempo e viram um garoto loiro de olhos verdes e cruéis em cima do teto do que parecia ser uma sala de manutenção, parciamente destruído, encarando-os com o Embrião em uma das mãos, um sorriso triunfante nos lábios.


— Shunsuke...? - Kukai chamou confuso, esquecendo-se por um momento sobre a dupla-identidade do rapaz devido à grande série de acontecimentos daquela noite.
No. That's Matthew (Não. Esse é o Matthew) - Anna corrigiu, encarando o garoto anormalmente séria.
— Na verdade sou ambos - disse Matt, rodando o Embrião entre os dedos distraidamente.
— Devolva o Embrião, Matthew! Você não tem o direito de ficar com ele depois de tudo o que nos fez passar! - Tadase exclamou furioso.
— Oh, sim, é claro. Agora mesmo, Majestade - Matthew fingiu uma reverência - Até parece. Eu sacrifiquei coisas demais para conseguir obter o Embrião. Depois de tanto tempo, finalmente consegui encontrá-lo... não vou entregá-lo a ninguém.
— É, sacrificou mesmo. Até mesmo os sentimentos do Gonçalves-kun, que nada tinha a ver com as suas ambições, você sacrificou, não é? - Tadase falou em tom acusador.
— Tem razão - Matt respondeu alguns segundos depois em tom amargo, desviando os olhos para o lado - E é por isso mesmo que não posso entregar o Embrião para ninguém! Não depois de tudo o que fiz para obtê-lo! Ah, mas eu devo parabenizá-los. Nunca pensei que vocês realmente seriam capazes de derrotar a Yamabuki Chata - ele forçou um sorriso debochado para que ninguém notasse o quanto ele estava sofrendo por ter perdido Miguel.


Tadase estava prestes a rebater, mas, antes que o fizesse, o enorme grupo de adolescentes sentiu o chão voltar a tremer sob seus pés. A luta havia enfim cessado, e eles nem estavam lutando contra Matthew agora, estavam apenas discutindo. Mas se o chão ainda estava tremendo, só podia significar uma coisa:


— Pessoal, este lugar está prestes a desabar - Kairi falou preocupado, ainda com Amu em seus braços, praticamente inconsciente - Precisamos sair daqui o quanto antes.
But the Embryo (Mas o Embrião)... - Anna lembrou.
— Nossa segurança é a maior prioridade no momento, Anna-chan - Tadase falou. Por mais que detestasse a ideia do Embrião ficar nas mãos de Matthew, de nada adiantaria eles terem um confronto em um prédio que estava prestes a ruir. E todos estavam exaustos demais para lutar. O melhor era se recompor e tentar tirar o Embrião das mãos de Matthew depois - Temos que sair daqui, depressa!
— Sábias palavras, Little King!— Matt soltou uma risada debochada - Fiquem à vontade para fugir enquanto eu... - o garoto interrompeu-se ao sentir outro tremor, dessa vez mais forte do que o anterior. As beiradas da sacada começaram a despencar, fazendo chover pedacinhos de concreto na rua - Well, parece que é melhor eu ir embora também afinal.


Um enorme pedaço de concreto se soltou da parede do local onde Matt estava parado, e o garoto teve que se desviar rápido para não ser esmagado por ela. Tadase se apressou em materializar o Holy Crow para proteger a todos, mas estava completamente esgotado. Sua magia estava prestes a se dissipar quando outra, muito mais forte e poderosa, a substituiu. Um enorme escudo, erguido por um gigante musculoso desenhado por Anna protegeu a todos da parede que acabara de ruir. Ela se espatifou sobre o escudo do gigante, fazendo chover pedacinhos de concreto para todo lado.


— Anna-chan... - Tadase a encarou abismado - Obrigado. De verdade, você nos salvou.
— I-Imagine... é o mínimo que posso fazer depois de.. sabe... - ela se remexeu, desconfortável, olhando de esguelha para o machucado no braço de Tadase.
— Já disse para não se preocupar com isso - o loiro sorriu de modo reconfortante para ela. Mas o chão continuava tremendo sob seus pés. Eles não tinham tempo para isso agora — Depressa, pessoal! Ajudem os que estão mais feridos e vamos sair daqui o quanto antes!
— Bem, temos um problema aqui, Tadase...
— O que foi agora, Souma-kun? - o loiro virou-se para ele exasperado. Eles já estavam atolados em problemas até o pescoço, não conseguia imaginar nenhum outro novo problema.
— É que a perna do Miguel está dobrada em um ângulo estranho... acho que ele torceu, ou talvez tenha quebrado. Dependendo de como eu o carregar para fora do prédio, pode piorar - o ruivo indicou a perna esquerda do garoto desacordado ao lado dele.
— E a Yaya não é nenhuma especialista em medicina, mas... ele não está perdendo muito sangue não? - a garota apontou para o antebraço do garoto, onde sua camisa havia rasgado e de onde realmente fluía muito mais sangue do que em um ferimento normal - O Micchan não está com hemorragia... está?
— Miguel... - Matthew sussurou, tão baixo que ninguém pôde ouvi-lo.


Ele havia sacrificado coisas demais para chegar até ali. Enganou muitas pessoas, mentiu, fingiu ser alguém que não era... mas quem ele era agora afinal? Ele era Matthew, o garoto que se associou à Corporação Yamabuki apenas para obter o Embrião e realizar seu maior desejo? Ou era Shunsuke, um garoto comum, que tinha se apaixonado por um dos Guardiões e que era livre para amá-lo sem restrições? Nem ele sabia mais... talvez estivesse mentindo até para si mesmo. O Embrião estava bem ali, em suas mãos. Matt havia trilhado um longo e árduo caminho para encontrá-lo, e finalmente tinha conseguido. Mas por que... por que seu desejo já não parecia mais tão importante como quando entrou para a Corporação Yamabuki? Aquele era o seu maior desejo, o sonho de sua vida. Não podia deixar essa chance escapar. Nunca mais teria essa oportunidade novamente, o Embrião não aparece duas vezes para a mesma pessoa afinal.
Mesmo assim...


Um novo ataque foi lançado na direção onde estavam Kukai e Yaya, levantando uma enorme nuvem de poeira, separando-os de Miguel. Antes que os dois notassem, o garoto havia sido retirado de perto deles. Matthew, a poucos metros dali, estava com Miguel deitado em seu colo, o Embrião bem seguro em uma das mãos.


— Ó, Embrião, por favor, realize meu desejo - Matthew implorou, comprimindo os lábios, mal acreditando no que estava prestes a fazer - Cure os ferimentos de Miguel Gonçalves.


Foi, literalmente, como mágica. O português foi envolvido por uma fortíssima luz de um branco puro, que cegou a todos por vários instantes. Quase um minuto depois, os Guardiões, ainda piscando, começaram a abrir os olhos, e viram Miguel sentado a alguns metros de distância deles, aparentemente confuso.


— O que aconteceu? - Miguel indagou, olhando ao redor. Suas roupas estavam um trapo, mas não havia nem um único arranhão em seu corpo - E aquele ataque combinado... deu tudo certo?
— Sim, deu certo - Kukai respondeu, andando até ele, pasmo - Mas, Miguel... você está bem?
— Estou ótimo, o que é surpreendente, na verdade - o português respondeu, se levantando - Por que está me encarando desse jeito?
— Não é nada. Depois explicamos - disse Tadase - Agora precisamos sair daqui, o prédio está desmoronando.
— Nee, o que aconteceu com o Embrião? - Yaya indagou baixinho.
— Não está mais aqui, como pode notar - disse Ikuto, erguendo desajeitadamente Utau sobre um dos ombros. Ainda estava ferido e exausto demais devido às experiências que fizeram com ele, provavelmente precisaria de ajuda para carregá-la.
— E o Matthew? Onde ele está? - indagou Rima, tomando o cuidado de falar mais baixo do que o normal para que Miguel não a ouvisse.
— Desapareceu - Ikuto falou, olhando para o lugar onde o garoto estivera instantes atrás - Ei, lamento informar, mas as escadas estão bloqueadas - ele falou mais alto - Pessoal que sabe voar, acham que conseguem nos tirar daqui?
— Lamento... mas é melhor não contar com isso - Giovanni murmurou fracamente, deitado no chão. Sua respiração estava entrecortada, e suas asas pareciam desaparecer por breves instantes, como se seu Chara Nari estivesse prestes a se desfazer.
— Ainda posso voar, mas... tirar todos do prédio... - Nadeshiko pronunciou-se incerta - Não sei se consigo.
— Sua namoradinha não pode escrever que suas asas são incrivelmente fortes a ponto de aguentar todos nós ou algo do tipo? - Ikuto indagou. Era para ser uma piada, é claro, mas estava tão desesperado que ele poderia estar muito bem falando sério.
— Algo assim é absurdo demais, Ikuto-niisan - Tadase o repreendeu - Mas você não pode mesmo escrever algo que nos ajude, Blanca-san? Que o prédio vai parar de desmoronar ou algo parecido.
Por supuesto que puedo (Claro que posso)... só me dê... um minuto... - a garota murmurou, mas era óbvio que estava apenas sendo teimosa como sempre. Não conseguiria escrever nem uma linha naquelas condições.
— É melhor pensar em outra coisa, Hotori-kun - Nadeshiko avisou, notando a respiração entrecortada da espanhola. Ela abriu a boca para dizer alguma coisa, provavelmente querendo discutir, mas não conseguiu dizer nada.
— E agora? Utau-chan também não pode voar... - Tadase estava começando a ficar desesperado. Como iriam sair dali?
— Tadase - Anna chamou de repente - I finished (Terminei).


Enquanto todos discutiam sobre como sairiam dali, Anna estava quieta em um canto, desenhando furiosamente em seu bloco. E o que ela desenhou foi um gigantesco dragão alado, capaz de carregar tranquilamente o dobro do número de pessoas que havia naquele prédio.


— Anna-chan... incrível! - Tadase exclamou, olhando abismado para o dragão que rosnava para eles, aparentemente chamando-os, para que subissem logo em cima dele - Realmente fantástico!
— Verdade... devo admitir, você foi impressionante dessa vez, Anna - Rima concordou, surpresa pela amiga ter pensado tão rápido em uma solução.
T-Thank you, guys...— Anna corou, desacostumada a receber tantos elogios de uma só vez.
— Certo, certo, a inglesinha foi realmente incrível, e está de parabéns. Mas será que podemos parabenizá-la enquanto estamos montados nesse dragão gigante, fugindo desse prédio? - Ikuto perguntou. Tadase virou-se para ele, prestes a reclamar da sua falta de educação, quando notou que Utau estava empalidecendo em seus braços, a respiração entrecortada. Ela não estava apenas fraca e exausta por causa do ataque combinado para purificar os Batsu Tamas. Precisava de cuidados médicos, e os outros também.
— Certo, vamos lá. Pessoal, me ajudem a trazer os que estão mais machucados. Anna-chan, você irá conduzir o dragão, então monte primeiro, por favor.


Tadase foi até Ikuto e o ajudou a carregar Utau, enquanto Kukai ajudava uma desajeitada Rima a levar Giovanni até o dragão. Kairi e Miguel carregaram Amu, enquanto Yaya ajudava Nadeshiko a levar Stéffanie.


— Uau, a Onee-chan deve estar mal mesmo. Nem está reclamando que você está carregando ela, Naddy - a ruiva comentou.
— Acho que ela está inconsciente - Nadeshiko respondeu em tom preocupado, notando que a garota nem caminhava mais sozinha - Ah, é mesmo! Ei, Hotori-kun!
— O que foi? - o garoto gritou de volta, ajeitando Utau nas costas do dragão.
— O que vamos fazer com a Yamabuki-san? - perguntou a Ex-Rainha.
— A Yaya vota por deixar ela aqui! - Yaya ergueu um braço no ar como se respondesse uma pergunta em sala de aula, e quase deixou Stéffanie cair com o gesto.
— A Blanca-san provavelmente concordaria com você - disse Nadeshiko, segurando a garota a tempo - Mas você sabe que não podemos fazer isso, Yaya-chan.
— Ehh? Por que não, Naddy?!
— Porque seria errado. Se deixarmos a Yamabuki-san aqui, ela pode morrer - Tadase saltou do dragão de volta para o prédio e carregou a garota com ele à contragosto - Por mais detestável que ela seja, não podemos deixar que uma vida seja perdida assim.


Ainda com Yaya reclamando sobre como salvar Saaya poderia ser um erro, pois ela poderia querer se vingar depois e aprontar tudo aquilo de novo, o restante do grupo montou no dragão criado por Anna, que levantou vôo quando a inglesa bateu as rédeas amarradas ao redor de seu pescoço.


Havia acontecido coisas demais naquela noite, e no momento eles só se preocupavam em cuidar dos ferimentos uns dos outros, talvez hospitalizar os que haviam se machucado mais seriamente, tanto que mal conseguiam absorver o fato de que a longa batalha contra a Corporação Yamabuki havia enfim terminado. Os Batsu Tamas modificados tinham sido purificados, o culpado fora desmascarado, e o método para fazer toda aquela monstruosidade fora destruído. A longa batalha que trouxera Anna, Miguel, Stéffanie e Giovvanni até o Japão enfim terminou.
Era hora de voltar para casa.


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Notas finais do capítulo

Konbawa minna! Teffy-chan falando!
Uau, esse capítulo ficou enorme... 9 mil palavras? É isso mesmo? Meu Deus, como eu fiz isso? o_o Acho que é um recorde XD
Bem, eu espero que esse capítulo gigante tenha compensado a demora pra postar e que vocês tenham gostado dele! Pois é, a batalha finalmente terminou! (e bota finalmente nisso, né) E agora... o que será que vai acontecer? Descubram no próximo capítulo, com a Shiroyuki!
Deixem reviews, por favor! Vocês não fazem ideia de como as opiniões de vocês são importantes para nós! *-*
Kissus^^



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