Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 69
Capítulo LXIX




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—  O que significa tudo isso? O que essas crianças fantasiadas estão fazendo, destruindo minha empresa! E a minha filha! O que você fez com a minha filha, maldito Takagi! -  o homem corpulento de terno, Presidente da Yamabuki Corp. voltou-se violentamente contra seu funcionário, praticamente erguendo-o no ar pela gola do jaleco branco que ele usava.

—  E-eu não sei, S-senhor… isso não está indo de acordo com o meu plano… e-eu…

—  Eu não pago à você milhões por mês para você me dizer isso! - ele vociferou, cada vez mais raivoso. Takagi hesitou, fitando com o canto dos olhos amedrontados, a figura feminina que se erguia no ar, e distribuía ataques de energia negra na direção dos seus inimigos. Um esboço de sorriso ameaçou surgir na sua face.

—  Eu não sei o que sua filha está fazendo, Senhor Presidente, mas meu traje está funcionando com extrema perfeição.

—  Se ela estiver em perigo, eu juro que…

—  Não precisa se preocupar, Senhor! - Takagi tentou se desvencilhar do aperto do homem, e recuou alguns passos. - Ela ficará perfeitamente bem. - ele assentiu, com segurança. - Espero. - sussurrou para si mesmo.

O Senhor Yamabuki estava prestes a avançar na direção da filha, provavelmente para tentar pará-la, quando um feixe de luz arroxeada veio na sua direção. Ele não teve tempo para reagir, e caiu para trás, mas não foi atingido por nada. Quando percebeu, havia uma redoma de luz dourada ao seu redor, e um garoto usando uma ridícula roupa de príncipe cheia de babados e com uma coroa na cabeça, surgiu ao seu lado.

—  Senhor Yamabuki, eu não sei o que o senhor está fazendo na sua empresa, ou se está ciente do que está acontecendo aqui, mas sugiro que saia e leve consigo todos os funcionários que ainda estiverem no prédio. Não é seguro ficar aqui por mais tempo!

—  Você acha que eu vou obedecer crianças e deixar minha empresa nas mãos de pirralhos insanos com fantasias? - O homem resmungou. - Saaya! Eu estou ordenando, saia daí e tire essa coisa do seu corpo, agora!

A garota não parecia escutar uma única palavra que ele dizia. Ela ria ensandecidamente, distribuindo golpes e desviando dos ataques que lançavam contra ela. O homem viu ao longe, uma garotinha de óculos correr desesperada, fugindo de Saaya, até que ela ergueu no ar uma espécie de caneta gigante, e da ponta dela saiu um animal inacreditável, uma mistura de águia e leão que ele nunca havia visto em sua longa e chata vida - um grifo.

—  O senhor provavelmente não entende o que está acontecendo. - Ao lado dele, uma garota vestida com um enorme kimono cerimonial, e com asas de borboleta brilhando nas costas, falava calmamente. Em que mundo ele havia caído, para ver tantas coisas inacreditáveis de uma só vez. - Sua filha perdeu completamente o controle, vítima de uma criação financiada pela sua própria empresa. O senhor deveria ter conhecimento, ao menos, do que estava patrocinando, não? - A garota de kimono sorriu, e o Presidente não soube como responder a isso.

—  Aaah, por que estão hablando com este hombre?— Uma garota usando também uma roupa espalhafatosa, de cabelos longos e azuis, surgiu, carregando um livro. Ela tinha sotaque estrangeiro, possivelmente espanhol. - Será que usted não percebe que está nos atrapalhando? Estamos meio ocupados aqui! Entonces, se puder nos dar licença… - ela começou a escrever no seu livro.

—  Sempre sutil, Stéffanie… - a garota de kimono comentou com um riso.

Sem que fosse da sua vontade, o Senhor Yamabuki começou a recuar para fora do prédio. Não sabia como ou quem o controlava. Todas aquelas crianças e coisas fantásticas ao seu redor, sua filha descontrolada e com poderes mágicos… talvez ele tivesse tomado whiskey demais, e agora, estava alucinando.

Sim, só podia ser isso.



~



Apesar de estar disparando golpes sem parar, com seu corpo focado na luta, agindo somente pelo instinto ao qual estava habituado, na sua mente, outra batalha travada internamente tornava ainda mais difícil a sua função. Ele precisava atingir Miguel. Derrotá-lo. Machucá-lo. Mais ainda do que já havia feito.

Buscar maneiras de derrubar Miguel parecia, ainda, errado. Shunsuke ainda existia dentro dele, e não queria agir daquela maneira. Ele precisava suprimir esse seu lado fraco e sentimental, antes que acabasse guiando-o para o fracasso. Precisava manter seu objetivo inicial em foco, e se livrar de qualquer pensamento superficial. Enterrar todos os sentimentos, todos eles. Apagar as lembranças felizes daqueles dias que nunca pertenceram a ele.

Ele podia enxergar bem, agora, enquanto brandia a lupa que era a sua arma principal, lançando feixes de luz amarelada na direção do seu namorado. Ou ex-namorado. Via a expressão de dor e raiva que Miguel trazia, algo que nunca imaginou que ele poderia trazer consigo. Miguel era sempre tão gentil, preocupado, e tímido. E o sorriso dele, que parecia iluminar qualquer lugar onde estivesse, era genuinamente sincero em qualquer ocasião. O brilho nos olhos castanhos, sempre que Shunsuke dizia algo que o fazia feliz. O toque hesitante dos lábios, quando ele vencia o constrangimento, e decidia iniciar um beijo.

Matthew sentiria falta disso. Sentiria muita falta. Porém, era impossível conseguir de volta aquilo que ele havia deixado para trás, e só restava seguir em frente. Ele iria conquistar aquilo que desejava, e apenas isso importava, nada mais.

Ele se concentrou em um golpe mais forte, que fez Miguel ser levado para trás, embora ele ainda se mantivesse de pé. O raio colorido que saía do chicote dele quase acertou Matthew, mas ele conseguiu pular para trás. Um sorriso de canto maldoso e forçado adornou sua expressão. Apesar de tudo, ele não queria que Miguel sofresse por sua causa.

Ele jamais poderia descobrir que Matthew realmente o amava. Isso o confundiria, o faria hesitar, e ele poderia acabar sendo usado por Kaori, ou por qualquer outra pessoa daquela organização. Ele não aguentaria ver Miguel demonstrando piedade ou tentando ajudá-lo logo agora, depois de tudo o que ele fez, mesmo que isso fosse impossível. Não, ele precisava fazer o contrário. Mentir, uma vez mais.

Miguel precisava odiá-lo com todas as suas forças, essa era a maneira correta de encerrar essa disputa. Matthew atacou mais uma vez, usando o poder dos ovos negros para erguê-lo no ar, enquanto tentava atingir o garoto que corria pela lateral. As janelas por toda a extensão do corredor iam sendo espatifadas, enquanto Miguel desviava habilidosamente dos golpes.

Se Miguel o odiasse poderia descontar toda a sua raiva naquela luta. Depois disso, seus amigos cuidariam dele, e o consolariam. E então, ele superaria a dor. Sim, Matthew sabia o quanto Miguel era forte, e essa era uma das coisas que ele mais admirava no português, pois ele próprio não era assim. Miguel voltaria para Portugal assim que tudo acabasse, e seguiria sua vida. E Matthew teria o que ele sempre desejou, quando conquistasse o Embryo. Era assim que deveria ser. Ele merecia ser feliz, depois de tudo.

O sorriso sarcástico no rosto de Matthew, enquanto ele partia para atacar mais uma vez Miguel, sendo bloqueado imediatamente pelo chicote dele, era um reflexo de como ele se sentia por dentro. Era realmente uma ironia amarga, que depois de tentar proteger Miguel daquele seu antigo “amigo” sem escrúpulos, ele estivesse fazendo exatamente a mesma coisa com ele agora. Magoando-o, ferindo seu coração de uma maneira que talvez, fosse irremediável. Não custava tentar arrancar esse amor do coração de Miguel à força, então.

Ele havia notado pela visão periférica que os guardiões haviam avançado pelo corredor em outra direção, atrás de algo que ele não pode perceber do que se tratava, pois estava focado demais em Miguel. Havia mais alguém os atacando? Poderia ser Kaori, ou quem sabe o cientista maluco havia colocado em prática o seu plano com aquele traje medonho. Não importando o que fosse, ele não tinha a intenção de deixar que Miguel fosse para lá.

—  Está começando a cansar, honey? - ele provocou, notando que o ritmo dos ataques do português ia diminuindo. Ele estalou o chicote, franzindo as sobrancelhas em uma expressão de fúria.

—  Nunca. - Miguel rosnou, ainda que estivesse com a respiração ofegante de correr de um lado para o outro tentando acertar Matthew. Ouvia os barulhos de batalha próximo dali, embora não soubesse exatamente de onde eles vinham. Seu coração batia alto e apertado, e ele encarava Matthew direamente, embora fosse perturbador ver nele o rosto daquele que amava. Os sentimentos misturavam-se dentro de sim.

Raiva. Incompreensão. Dúvida. Dor. Tristeza. Tudo querendo ser liberto de uma só vez. Seu corpo inteiro tremia, enquanto ele se preparava para mais um golpe. Matthew, que se posicionara em cima de uma estante razoavelmente alta, parecia esperar pela sua próxima atitude. Ao fundo, barulhos altos de destruição, e as vozes dos seus amigos entoando as palavras de ordem dos seus ataques.

Miguel faria o que fosse necessário para ajudar aqueles que sempre estiveram do seu lado. Tinha que acabar com Matthew, se quisesse ser de alguma ajuda, e depois de garantir a eles que podia fazer isso sozinho, não havia como voltar atrás. Ele não desistiria tão fácil. Ele entoou o nome do seu ataque com a voz falha mais uma vez, atacando com o chicote, conseguindo acertar Matthew dessa vez, que não pulou rápido o suficiente para longe, e acabou sendo derrubado, atirado na parede oposta.

O português correu na direção dele. Não saberia dizer se a pressa para alcançá-lo era por preocupação ou se realmente queria finalizar o ataque e derrotá-lo, mas não importando o que fosse, Miguel não chegou ao outro lado do cômodo. O barulho de explosão vindo de algum lugar próximo o sobressaltou. Ao virar-se, alarmado, ele viu a parede atrás de si abria-se com um golpe, o ruído estrondoso ensurdecendo-o por um momento. Ele caiu para trás, prevendo o impacto de um golpe que nunca ocorreu.

Ao abrir os olhos novamente, através de uma nuvem de fumaça poeirenta decorrente da explosão, Miguel via Batsu-tamas. Um muro de batsu-tamas diante de si, que o protegeram. Miguel olhou para a direção de onde Matthew estava, e o viu parado em pé, embora segurasse com a mão livre a costela esquerda, com uma expressão de dor que ele desejava muito disfarçar.

Não houve tempo para perguntar-se por que Matthew havia o ajudado. Através do rombo aberto na parede, uma figura negra flutuante surgia. Ela estava sendo atingida por golpes variados dos guardiões, Miguel conseguia identificar os raios coloridos de cada um deles, mas nenhum dos golpes parecia enfraquecê-la. Só então ele percebeu que na verdade, a energia negra que a rodeava, e que parecia sair diretamente do traje que vestia. Aquela energia a protegia instintivamente, sem que ela precisasse prestar atenção. Aquela era Yamabuki Saaya, e Miguel sabia disso, mas ela estava irreconhecível.

— Pare de ficar encarando como um idiota e saia logo daí! - Miguel ouviu o grito que vinha de trás, e moveu-se por instinto, buscando um lugar melhor para se posicionar, e ajudar seus amigos.

A figura de Matthew saiu um pouco da sua mente, ao ver a situação em que os outros se encontravam. Precisava muito ajudá-los, e ao perceber que Matthew também parecia surpreso com a visão da garota diante deles, talvez ele não fosse ser um problema imediato a ser resolvido.

Não pôde analisar melhor sua situação. Outro feixe de energia negativa veio na sua direção, e com uma acrobacia, ele desviou habilmente, indo parar perto de Yaya, que ordenava bravamente os seus patinhos a atrapalhar o caminho de Saaya, embora ele destruísse todos eles imediatamente após Yaya invocá-los.

—  O que está havendo?

—  A Saaya está usando o traje criado pelo cientista daqui. Ela está completamente fora de controle. - Nadeshiko foi quem explicou, enquanto acenava energicamente com seu leque, mantendo os ataques afastados, refletidos pela luz que saía dele. Atrás dele, Miguel viu Stéffanie agachada, escrevendo febrilmente no seu Book Handler como se sua vida dependesse disso (o que era, de certa forma, o que acontecia ali).

—  Isso não parece ter sido parte do plano deles… - Miguel observou, lembrando do quanto Matthew parecia também surpreso ao vê-la.

—  De qualquer maneira, temos que pará-la. - Tadase surgiu vindo do lado oposto, correndo com sua espada em punho, e desviando dos ataques da garota, que parecia estar se concentrando em especial nele, naquele momento. O Holy Crown podia não ser mais o suficiente, se ela resolvesse atacar com mais força do que vinha fazendo. - Ela parece estar atraindo mais força de batsu-tamas do que antes… Cuidado!

Uma horda de ovos negros surgiu de repente, abrindo passagem pelas janelas que já tinham seus vidros parcialmente destroçados, e atacaram os guardiões diretamente. Eles se dispersaram, correndo cada um para um lado.

—  Parem de fugir, guardiões! Vocês não podem se esconder de mim! - Saaya gritou, sua voz ecoando pelas paredes parcialmente destruídas daquele andar. Sua voz parecia ligeiramente alterada pelo poder que emanava dela, naquele traje negro que parecia ter vida própria ao redor do seu corpo. - Esse daqui é o meu castelo, e eu sou sua única Princesa! Vou destruir todos vocês! - ela gritou ainda mais alto, e no mesmo momento, o grande volume de batsu-tamas que ela agora controlava, se dividiu, e perseguiu cada um dos guardiões. Cada um defendia-se como podia, com seus ataques, mas aquele poder era demais para qualquer um deles.

A quantidade de batsu-tamas era muito maior do que eles poderiam aguentar. Miguel pensou que talvez, por causa da aproximação do traje de Saaya, Matthew poderia ter perdido completamente seu controle sobre eles, e isso justificaria aquele número tão grande, e a retirada estratégica do outro, que havia sumido completamente do seu campo de visão.

Saaya não parecia nem se dar conta dos ataques ofensivos que lançavam contra ela. Enquanto os batsutamas atacavam individualmente os guardiões, eles tentavam atingi-la também, mas o seu traje a defendia automaticamente, sem que ela precisasse se mover.

—  São muitos! I can’t… - Anna lamentou, enquanto o gigante de gelo que ela havia desenhado tentava segurar com os punhos e impedir o avanço dos batsu-tamas que vinham na direção dela. Kukkai veio voando com seu skate, enquanto ainda era perseguido por outro grupo menor, e desviou no último segundo, fazendo com que os ovos chocassem uns contra os outros. Apesar disso, não foi o suficiente para fazê-los sumir, e eles continuaram atacando.

Utau tratava de tentar manter Ikuto longe de perigo, pois ele ainda estava extremamente fraco, e acertava os batsu-tamas com seu tridente porém não parecia ser o suficiente para dispersá-los, muito menos quebrá-los. Eles eram mais fortes do que qualquer coisa contra a qual ela já havia lutado.

Giovanni e Rima estavam encurrá-lados no canto, quase contra a janela, e mais um pouco, teriam caído pelo lado de fora. Giovanni se ergueu no ar, e com movimentos fortes das suas asas, conseguiu afastar a maior parte dos batsu-tamas, mas eles não desistiam.

—  Vamos recuar! - Tadase ordenou. Precisavam pensar rápido e decidir o que deveria ser feito. Aquela roupa era poderosa demais para eles agirem livremente. Precisavam pensar em algo.

Ainda utilizando seus poderes, eles conseguiram se defender por tempo suficiente para alcançar a saída de emergência do andar. Assim que todos passaram pela porta, Ikuto sendo carregado por Kukkai e Utau, Tadase selou a entrada com o Holy Crown. Eles ouviram o ruído dos ovos batendo-se contra a porta e tentando abri-la, fazendo-a estremecer, mas Tadase continuou firme.

—  O que nós fazemos? Ela é forte demais! - Amu indagou, desesperada. Nós não vamos conseguir derrotá-la desse jeito!

—  Nós já estamos lutando há muito tempo, não vai demorar para começarmos a ficar fracos. - Kukkai detestava ser aquele a dar notícias ruins, mas era a verdade. Ele já sentia que estava começando a perder a agilidade de antes.

Mais barulhos dos ovos se chocando contra a porta, e todos se entreolharam, preocupados.

—  Deve haver uma maneira. - Kairi entoou, com a mão no queixo, pensando profundamente. - Se houvesse um jeito de tirar ela daquele traje, e então destrui-lo, me parece o mais sensato.

—  Pero, com aquela energia protegendo ela o tempo todo, não temos chance! - Stéffanie lembrou, deixando cair os ombros. Nagihiko, ao lado dela, passou a mão em seu braço, como se tentasse encorajá-la.

—  Heeey, guardiões! Eu não vou ficar aqui esperando para sempre, viu? Apareçam logo! Especialmente você, Reizinho, estou doooida para ver você, todo desesperado por minha causa! - ela riu de maneira histérica, e parecia estar se aproximando da porta, que não parava de ser atingida por golpes cada vez mais fortes. Tadase continuou mantendo o escudo dourado com toda a força que possuia. - Se vocês não aparecerem logo, então eu vou fazer as coisas do meu jeito!

—  O que? - Tadase indagou para si mesmo, sem que ninguém tivesse ouvido realmente.

—  Eu vou estar no terraço do prédio, se precisarem de mim! - ela entoou como se estivesse cantarolando - E vou levar essas bolinhas negras comigo, acho que gostei delas, combinam com meu vestido novo! - ela riu mais uma vez, com vontade - Gostei tanto, que talvez eu faça mais dessas para mim!

A voz dela se afastou, e os barulhos na porta cessaram de uma vez. Tadase deixou seu corpo cair, com um súbito cansaço e sem saber o que fazer. Anna ajoelhou-se ao seu lado, segurando sua mão, e permaneceu apoiando-o em silêncio. Ninguém sabia ao certo o que fazer.

—  Ela pretende transformar mais ovos? Ela ao menos sabe fazer isso? - Utau foi a primeira a se pronunciar.

—  Provavelmente ela não sabe o que estava fazendo, não deve nem mesmo estar consciente. - Kairi observou.

—  Mas o traje deve saber, não é? Aquela coisa medonha parece que tem inteligência. - Amu concluiu.

—  Oooee! Gente, não vamos desanimar não! - Yaya subiu dois dos degraus da escadaria de incêndio, onde eles se encontravam agora, para ficar mais alta do que os outros. - Se a Saaya-Super-Maligna pretende transformar mais ovos, nós só precisamos purificá-los como sempre fizemos! Vamos lá!

—  Eu também acho que vocês conseguem. - Ikuto se pronunciou pela primeira vez. Ele não conseguia ficar em pé direito, então se apoiou no corrimão da escada, e se sentou no degrau mais baixo. - Se conseguiram desfazer o que quer que esses monstros fizeram em mim, então vocês conseguem qualquer coisa! Derrotem a princesa do mal, e vamos voltar pro Royal Garden para tomar chá, ok? Sinto muita falta daquele chá.

Todos se entreolharam, e riram fracamente, sentindo o encorajamento súbito vindo dos dois companheiros mais preguiçosos entre todos eles. Era uma vergonha ter que ser motivado por Yaya e Ikuto, afinal. Precisavam fazer algo sobre isso logo.

—  Ok, vamos pensar em algo, então! Eu tenho um plano. Parte de um, pelo menos. - Tadase se pronunciou. Ergueu-se de pé, trazendo Anna junto consigo, e logo, ele já estava na posição de líder que sempre foi sua, mais uma vez. - Vamos começar purificando os ovos, da mesma maneira que fizemos antes. Vocês acham que ainda conseguem fazer novamente o ataque combinado? - ele se dirigiu à Amu e Giovanni, e os dois assentiram sem hesitar. Assim como todos os outros, estavam cansados e sentiam-se mais fracos, mas não desistiriam sem tentar antes.

—  Yey! Nós vamos conseguir! - a Ás japonesa deu alguns pulinhos, cheia de energia como sempre.

—  Yaya e Kukkai também, eu tenho uma missão especial para vocês dois. Fiquem para trás, com o Ikuto.

—  O que? - Yaya exclamou, incrédula - A Yaya pode ajudar! Os patinhos da Yaya estavam fazendo um super trabalho! Porque você quer deixar a Yaya fora da ação?

—  Ei, eu não quero ficar de fora também! - Kukkai protestou, um pouco menos enfático do que a ruivinha.

—  Vocês não vão ficar para trás sem motivo. - Tadase sorriu, ainda que hesitante. - Eu tenho outra ideia, para vocês.



~



Ao chegar no topo do prédio, os guardiões notaram sem nenhum surpresa, que Saaya já estava lá. Flutuando no ar com os batsu-tamas voando ao seu redor. Ela sorriu triunfante ao vê-los. Era possível observar que ela preparava-se para algo, erguendo os braços no ar, e lançando para o céu um poderoso feixe de energia negra, que se erguia infinitamente para cima, e então, se espalhava para lugares diferentes.

—  Tentem impedi-la! - Tadase bradou.

Rima saltou para a frente graciosamente, erguendo sua corda e lançando-a na direção de Saaya. Conseguiu prender o pé dela, e a trouxe para baixo, interrompendo a energia que ela jogava para o alto.

Amu avançou também, atacando com toda a sua força, e atirou o Heart Rod na direção de Saaya, derrubando-a de vez. Todos avançaram para cima dela, mas antes que pudessem alcançá-la, os batsu-tamas começaram a atacá-los impiedosamente, gritando com suas vozes agudas enquanto o atingiam com energia negra.

Saaya se desvencilhou das cordas que a prendiam, e voou para o céu mais uma vez, rindo enquanto observava os guardiões tendo mais uma vez problemas com os ovos.

—  Acham mesmo que podem me derrotar assim tão facilmente? Tolinhos, eu agora tenho poder! Eu sei de tudo, eu posso fazer o que eu quiser!

—  Você não sabe o que está fazendo Saaya! - Amu gritou, enquanto usava seu bastão para afastar os ovos que tentavam atingi-la. Suas pernas e braços doíam muito pelo esforço durante toda aquela noite, mas ela não perdia a motivação. - Apenas pare com isso!

—  Desça até aqui e nós podemos conversar, Yamabuki-san! - Tadase clamou. Com sua espada, ele lutava lado a lado com uma espadachim feminina de armadura reluzente desenhada por Anna, e eles tentavam abrir caminho entre os batsu-tamas que não paravam de girar.

—  Há! Agora você quer conversar, Rei? Pois eu me recuso! Você me esnobou por tempo demais! E agora vai aprender sua lição da maneira mais difícil! Devia ter me amado quando teve a chance, Tadase-sama! Mas resolveu me trocar por essa estrangeira sem graça, e essa foi a pior decisão de toda a sua vida! - ela gritou, apontando para o Rei e para Anna, que desenhava logo ao lado dele.

—  Ah, por favor, cala a boca logo de uma vez! - Stéffanie se pronunciou, do outro lado. - Isso tudo é porque você tem inveja dos outros?? Deixa de ser dramática, chica! Você não faz ideia do que está fazendo aí! - Ela tomou em mãos o Book Handles e começou a escrever.

Logo depois, sem motivo aparente, Saaya começou a perder o equilíbrio, por uma estranha rajada de vento que parecia vir de lugar algum. Ela gritou por alguns segundo, mas os ovos negros imediatamente recuaram do seus ataques contra os guardiões, para irem ao seu auxílio, e impediram que ela caísse do prédio.

—  Vocês vão aprender que ninguém rejeita Yamabuki Saaya, guardiões!! Ninguém! - ela berrou, erguendo os braços para o ar, e reunindo todos os ovos negros. Ela gritou, e logo os ovos começaram a atacá-los mais uma vez, ao mesmo tempo em que outra vez, o raio luminoso de energia negra se lançava para o céu noturno, abrindo caminho entre as nuvens escuras e espalhando-se para todas as direções.

Como um eco, eles ouviram um ruído que aumentava gradualmente vindo de longe, e se aproximando. Eram vozes. Gritos de batsu-tamas, desesperados e perdidos, que vinham de muito longe para reunir-se no terraço daquele prédio.

—  Ela transformou os ovos da cidade inteira? Como ela fez isso? - Utau exclamou, indignada. Ela própria já havia feito isso no passado e sabia como funcionava o processo de conversão dos ovos do coração. Aquela quantidade de poder concentrado em uma só pessoa… era insano. E extremamente perigoso.

—  Acho que nem ela própria sabe… - Stéffanie respondeu, ainda posicionada para escrever, embora as palavras não a alcançassem. Era impossível escrever sobre algo que ela não compreendia, e aquele nível estava além do seu conhecimento.

—  Não importa, temos que purificá-los antes que seja tarde demais! - Amu ergueu seu Heart Rod no ar, tentando se defender da energia negra que eles desprendiam. Cada vez mais ovos chegavam ao local, e o céu estava tomado por eles.

—  Oh my god! Look at that! - Anna apontou para o céu, alarmada, e todos olharam, apesar de ainda tentarem se proteger ao mesmo tempo.

Em meio a uma massa de energia negativa que se movia em unidade, parecendo nuvens de tempestade, com raios roxos cruzando de um lado para o outro ocasionalmente, havia um pequeno ponto brilhante que se destacava na escuridão.

Podia ser uma estrela, mas havia tantas nuvens no céu que isso não poderia ser possível. Só então eles perceberam que a estrela se movia, e era maior do que parecia inicialmente. Era um ovo. Um ovo cintilante e belo, que flutuava em meio aos ovos corrompidos, tranquilamente.

—  Este… este só pode ser…

—  O Embryo!





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Notas finais do capítulo

Shiroyuki aqui~ A luta está chegando no seu ápice, e os humores estão a flor da pele!! Muita emoção nessa reta final. Façam suas apostas sobre o que pode acontecer agora que o motivo por toda essa comoção finalmente apareceu...

O próximo capítulo é com a Teffy-chan!! Até láa~



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