Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 52
Capítulo LII




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Na manhã seguinte, assim que avistou a sonolenta e distraída Anna adentrar os potões da Academia Seiyo ao lado de Rima, Tadase sorriu e foi depressa ao encontro dela, mais animado do que de costume.


— Ohayou Lewis-san, Mashiro-san! - ele exclamou quando chegou perto o suficiente para ser ouvido
— Ah, Good Morning, Prince...(Bom dia, Príncipe...) - Anna respondeu, coçando os olhos com as mãos, ainda sonolenta
— Ohayou Tadase - Rima respondeu com a cara inexpressiva de sempre - Você parece mais agitado do que o normal hoje...
aconteceu alguma coisa?
— Ahh, não, imagine! N-Não aconteceu nada, sério, hahahaha... - ele riu sem graça, tentando esconder de Rima sobre sua conversa da tarde anterior com a inglesa, sobre fazer com que Rima e Giovanni se aproximassem mais. No entanto, ele era um péssimo mentiroso, sempre fora, e a loira continuou desconfiada sobre ele estar escondendo alguma coisa. Porém, para a sorte do garoto, ela apenas concluiu que devia ser algo sobre Anna, e não sobre ela mesma - Etto... s-será que eu posso falar com você um instante, Lewis-san?
— Ah... y-yes, of course, I think... (S-Sim, é claro, eu acho...) - a inglesa respondeu, meio curiosa sobre o que Tadase poderia querer conversar com ela
— Humm... acho que o Nagihiko e a Stéffanie não foram o único novo casal a se formar por aqui... parece que teremos um outro em breve, nee... - Rima comentou como quem não quer nada, olhando desconfiada de Anna para Tadase, e de volta para a inglesa
— Ahn? What you talking about, Miss Mashiro? (Hã? Do que está falando, Senhorita Mashiro?) - Anna indagou, temendo que ela estivesse desconfiada sobre o plano deles, também sem ter a menor noção de que a loira falava sobre eles dois 

— Nada não... só estou pensando alto - a Rainha respondeu dando de ombros 

— Bem... então, se eu fosse você, pensaria mais baixo, Mashiro-san... acho que ela não iria gostar muito de ouvir isso - Tadase comentou, apontando na direção do portão da escola, por onde entravam os demais estudantes, dentre eles, Giovanni, que tinha vindo junto com Tadase mas ficara para trás para conversar com Miguel e Kukai, Yaya e Stéffanie. Estas duas últimas estavam com expressões estranhas enquanto se aproximavam. A espanhola estava com a expressão aborrecida de sempre, e ao mesmo tempo parecendo satisfeita com alguma coisa, enquanto parecia estar dando uma bronca na mais nova sobre alguma coisa. Já Yaya, apenas assentia, com as duas mãos na cabeça, com cara de quem iria chorar a qualquer momento
— Ohayou minna! - Kukai exclamou sorridente ao se aproximar dos demais, porém seu sorriso sumiu de repente ao notar a incomum expressão de tristeza no rosto de Yaya - Eh? O que aconteceu, Yaya?? Você não está com aquela cara sorridente de sempre quando chega de manhã!
— Sim... é que a Onee-chan se vingou de mim ontem quando chegamos... ela fez a Yaya sofrer... - a ruiva choramingou
— Ahh céus, o que você fez com ela, Stéffanie? - Miguel indagou, também estranhando a falta de animação da mais nova
— Nada de mais... Yaya siguió molestándome anoche y haciendo comentarios innecesarios, así que le di una lección para esa mocosa dejar de difundir cosas alrededor (Yaya apenas ficou me aborrecendo ontem á noite e fazendo comentários desnecessários, então dei uma lição nela para que essa pirralha parasse de espalhar besteiras por aí) - Stéffanie respondeu, ainda com a costumeira expressão mal-humorada, no entanto parecendo satisfeita com a lição que tinha dado em Yaya, seja lá que tipo de lição fosse aquela
— Ah, aposto como ela ficou enchendo a Stéffanie de perguntas sobre aquela história com o Nagihiko... - Miguel cochichou para Kukai baixinho, temendo que também acabasse sobrando para ele, e o ruivo concordou com um aceno de cabeça 

— Non è davvero una buona idea causa questa ragazza, Signorina Yuiki (Realmente Não é uma boa ideia provocar essa garota, Senhorita Yuiki)... - Giovanni concordou com os demais
— Acho que vocês têm razão... Yaya está com uma terrível dor de cabeça desde ontem por causa daquilo... - a ruiva concordou choramingando, com um galo enorme no topo da cabeça 

— Uau, pra deixar a Yaya com dor de cabeça, a a tal "lição" deve ter sido feia mesmo... - Kukai comentou
— É bom para essa chica cotilla detener la propagación tonterías moverse... tal vez ella no aprende la lección y mantener la boca cerrada esta vez? (para essa menina enxerida parar de ficar espalhando asneiras por aí, quem sabe ela não aprende a lição e fica de boca fechada dessa vez?) - a espanhola respondeu
— Beh, rimprovero sembra essere stato brutto anche, ma ... dubito che questo per tenere la bocca chiusa per lungo tempo, non è Tadase? (Bem, a bronca parece ter sido feia mesmo, mas... eu duvido que isso a mantenha de boca fechada por muito tempo, não é, Tadase?) - Giovanni indagou, olhando na direção do loiro, e só então reparou que ele não estava mais ali, assim como Anna - Hã? Ué... o Tadase estava aqui agorinha mesmo, pra onde é que ele foi?
— Vai saber... ele foi embora pouco depois que vocês chegaram, na verdade. Junto com a Anna... - Rima comentou, sorrindo sugestivamente
— Ehh... bem, parece que logo teremos um novo casalzinho se formando para caçoarmos! - Kukai riu, no entanto, ao perceber o olhar raivoso de Stéffanie direcionado para ele, engoliu em seco e tentou se corrigir - Ah, isto é... e-eu quero dizer que aqueles dois parecem estar mais próximos, não é? Ahahahaha... - ele riu sem graça, coçando atrás da cabeça 

— Bem, talvez você tenha razão - a espanhola concordou, deixando aquela passar.

 

 




Enquanto isso, longe dali, Tadase e Anna cochichavam entre si para que mais ninguém ouvisse a conversa deles. Ao contrário do que a maioria pensava, eles não estavam exatamente mais próximos no mesmo sentido que Stéffanie e Nagihiko, e sim pensando em como colocar o plano da "Operação Cupido", como a inglesa havia batizado, em ação.


— Nee Lewis-san, você teve alguma ideia sobre o que conversamos ontem? - o loiro indagou em voz baixa - Eu tentei pensar em várias coisas em casa, mas... realmente não sou bom com esse tipo de assunto...
— Do not worry, Prince! (Não se preocupe, Príncipe!) - a inglesa exclamou entusiasmada - Eu estive pesquisando em alguns mangás que trouxe comigo ontem de noite, and had a lot of idea that can help with that! (e tive uma porção de ideias que podem ajudar com isso!)
— Ah, isso é muito bom... - Tadase respondeu, reparando que, pela expressão da garota, não parecia ter sido nenhum grande sacrifício revirar seus mangás à procura de situações desse tipo - Então, que tipo de ideias você teve?
— Well, several situations have on this topic that we can use ... for example, pushing one of them "accidentally" and cause a fall on top of another... also make one look at the other girls kissing, or clothes that do not usually use and which are more embarrassing than the clothes they usually usually wear... or maybe lock them alone somewhere... ah, so many things do not even know where to start! (Bem, têm várias situações sobre esse tema em que podemos usar... como por exemplo, empurrar um deles "acidentalmente" e fazer com que um caia em cima do outro... também fazer com que um deles veja o outro se trocando, ou com roupas que não costumam usar e que sejam mais embaraçosas do que as roupas que eles geralmente costumam vestir... ou talvez trancar os dois sozinhos em algum lugar... ah, são tantas coisas que nem sei por onde começar!) - a Às estrangeira exclamava com os olhos brilhando por trás das lentes dos óculos e, depois dos poucos instantes que Tadase levou para traduzir o inglês rápido e entusiasmado dela, corou com tudo aquilo que a garota tinha falado, pois a maioria dos exemplos pareciam bastante exagerados
— Ahn... eu não sou nenhum especialista nesse assunto, mas... v-você não acha que criar situações assim não seria estar indo longe demais, Lewis-san? - ele indagou, inevitavelmente desconcertado com aquela ideia
— What you talking about, Prince? These situations (Do que está falando, Príncipe? Essas situações) são clássicas na maioria dos mangás e animes! - a inglesa exclamou, um tantinho mais entusiasmada do que o normal
— Bem, se você diz... - o loiro respondeu, ainda achando que aquelas ideias estariam passando dos limites, embora pensasse que a garota realmente devia saber melhor sobre esse tipo de assunto do que ele, pelo menos teoricamente - E-Está bem, mas não vamos começar com nada muito exagerado, certo? Talvez possamos começar com isso que você disse... sobre deixar os dois sozinhos em algum lugar
— Certo, ótima ideia! - a garota concordou, ouvindo em seguida o sinal da escola tocar ao longe em algum lugar 

— Bem, acho que podemos começar com isso no intervalo então... é melhor irmos para a sala agora - Tadase acrescentou, começando a caminhar na direção da sala de aula, sendo seguido pela inglesa.

 



As aulas terminaram mais depressa do que o normal naquela manhã e, quando o sino tocou anunciando o começo do primeiro intervalo, Tadase e Anna deixaram a sala rapidamente, escondendo-se na primeira sala vazia que encontraram. Planejaram durante alguns minutos sobre como fariam para colocar seu plano em ação, fazendo tudo parecer acidente ao mesmo tempo para que nenhum dos dois desconfiasse deles, até que Anna se lembrou que a próxima aula seria de Educação Física, e que nem Rima e nem Giovanni eram bons nessa matéria. Não que ela fosse muito melhor do que eles, geralmente tentava dar um jeito de se esconder em algum lugar para fugir daquela aula, mas recordou que de vez em quando Rima fazia a mesma coisa, e que talvez essa fosse uma boa oportunidade para deixar os dois sozinhos, usando a desculpa sobre eles escaparem daquela aula dessa vez.
Depois de alguns instantes pensando no assunto, Tadase concordou, dizendo que daria um jeito de encontrar algum lugar isolado para deixar os dois sozinhos, e avisaria Anna quando encontrasse um. Ouviram então a sineta tocar novamente ao longe, anunciando o fim do intervalo, e deixaram a sala, dirigindo-se dessa vez para os vestiários, para trocarem seus uniformes normais pelo de Educação Física.


No vestiário feminino, Anna comentava com Rima se deveriam tentar fugir daquela aula que nenhuma das duas queriam realmente participar, como quem não quer nada, tentando dar a entender que ela própria era quem pretendia tentar escapar da aula. Rima até que considerou a ideia por alguns segundos, mas acabou decidindo por participar da aula, dizendo que não parecia uma boa ideia começar o novo semestre cabulando aulas logo na primeira semana de volta à escola, muito embora não parecesse entusiasmada com a ideia de ter que participar da Educação Física. A inglesa comentou então a mesma ideia com Amu e Stéffanie, numa tentativa de disfarçar para que ninguém ali percebesse seu plano. Amu respondeu que no começo ela costumava fazer isso também, mas que depois foi se acostumando com aquela aula, mesmo que não fosse sua matéria favorita, então logo recusou a ideia. Já a espanhola considerou a ideia por alguns segundos, mas acabou optando por participar da aula assim mesmo, ao menos na primeira semana de aula. Ela também não gostava e não era nada boa com esportes, mas lembrou apenas que na primeira semana as aulas deviam ser mais leves do que ficaria com o tempo, e que deixaria para fugir daquela matéria mais tarde, quando as coisas ficassem mais pesadas.


Sendo assim, as quatro deixaram o vestiário, juntamente das demais alunas. O uniforme de Educação Física era realmente um tanto embaraçoso, uma blusa branca de mangas curtas, com a gola e um detalhe na manga em vermelho, e um short também vermelho e curto demais na opinião delas. Bem, aquilo se encaixava na ideia da Às estrangeira sobre fazer com que Rima estivesse alguma roupa mais embaraçosa do que as que costumava usar, muito embora não tivesse considerado a hipótese sobre ela mesma ter que vestir algo assim também, e não tivesse gostado nem um pouco daquilo. No entanto, tentou ignorar esse fato e, logo que chegaram na quadra, deu um jeito de escapulir das outras meninas para ir falar com Tadase. Ele não pôde deixar de corar e sentir seu coração bater mais forte ao ver a inglesa naquele uniforme, ficando desacostumado com aquilo depois do longo período de férias que tiveram, mas sacudiu a cabeça, tentando espantar esses pensamentos para longe e se concentrar no plano. Disse então que tinha encontrado um bom lugar para deixar os dois sozinhos ali perto da quadra mesmo, e que seria melhor colocar o plano em ação depois do costumeiro aquecimento que os estudantes costumavam fazer antes de começar algum
jogo. 


Logo que o professor chamou a atenção de todos e mandou eles se separarem em grupos, a Às estrangeira teve que retornar para junto das outras garotas. O professor mandou que os estudantes formassem duas filas, separando os meninos das meninas, e corressem ao redor da quadra para fazer um aquecimento. Depois de cinco voltas, eles se reuniram desordenadamente no meio da quadra, tentando recuperar o fôlego, a maioria desacostumado a praticar esportes devido ao período de férias. Depois de alguns minutos, o professor mandou então que eles fizessem alongamento para aquecer o corpo, então o professor os separou em pequenos grupos, dizendo que começariam o novo semestre jogando queimada. Separou alguns estudantes na quadra, formando dois times, enquanto os demais esperavam na arquibancada, aguradando por sua vez, já que seria feito um revesamento de times. 
Felizmente, Tadase e Giovanni não foram os primeiros escolhidos para jogar, ficando então na arquibancada aguardando por sua vez, assim como Anna e Rima. Por outro lado, Amu, Stéffanie e Nagihiko estavam entre os primeiros estudantes escolhidos para jogar. Como foi o professor quem decidiu como seriam formadas as duas equipes, Valete a Rainha estrangeira tinham ficado em times opostos, e Amu acabou ficando no mesmo time que Nagihiko. E muito embora não fosse boa em esportes, Stéffanie parecia estar mais concentrada no jogo do que geralmente fazia, e agora tentava acertar a bola contra os dois, aparentemente tentando se vingar de alguma coisa embaraçosa que eles tivessem dito ou feito durante a aula. Ela tinha uma péssima pontaria, era verdade, mas aquilo parecia estar ajudando para que a garota extravasasse a irritação que sentia e, mesmo que por acidente, acabava acertando algum outro aluno aleatório do time adversário de vez em quando, muito embora eles não fossem realmente o seu alvo.


Poucos minutos após o jogo ter começado, Tadase chamou pela inglesa, que estava perdida em seus pensamentos sobre como a espanhola conseguia arremessar bem as bolas quando realmente se esforçava (mesmo que não conseguisse acertar seu alvo), e disse que estava na hora de colocarem seu plano em ação. Anna concordou prontamente, levantando-se e tentando sair
discretamente da arquibancada. Claro que não era nada fácil para ela ser discreta e, logo na primeira vez em que Anna tropeçou e quase caiu em cima de outro estudante por causa disso, Tadase a segurou bem a tempo de impedir o acidente. Guiou então a inglesa pela mão até que estivessem fora da arquibancada. Fazendo como haviam planejado, Tadase dissera para Giovanni que o professor tinha lhe pedido para dar o recado sobre ele ter mandado o italiano ir pegar algumas coisas na pequena sala onde ficavam guardados os objetos utilizados na aula de Educação Física, enquanto Anna fazia o mesmo, poucos minutos depois, indo com Rima até o mesmo lugar com a mesma desculpa sobre o professor ter pedido para elas irem até lá.
Ela deixou que a loira adentrasse o local primeiro quando se certificou que Giovanni já estava lá dentro. Parou alguns passos atrás dela e, pouco antes de Rima  reparar que Anna ficara para trás, Tadase empurrou a porta, fechando-a por fora e trancando os dois ali.
— Tem certeza de que isso vai funcionar, Lewis-san? - o loiro indagou em dúvida, os gritos abafados de Rima ecoando enquanto ela batia na porta, pedindo para que alguém a abrisse - Eu não sei, isso pode ser perigoso...
— Of course it will work, Prince! (É claro que vai funcionar, Príncipe!) - a inglesa exclamou eufórica - Assim os dois podem ficar um tempo sozinhos, em lugar escuro e apertado... funcionou direitinho com aqueles dois de Kyou Kara Maou*!
— Quem...? - o loiro indagou confuso, pois não conhecia aquele anime
— Ah... n-não, não é nada, esqueça! - ela gaguejou sem graça ao perceber que tinha deixado escapar o nome de um anime yaoi que tinha assistido - D-De qualquer forma, isso não é exatamente perigoso, é só abrirmos a porta do depósito depois que as aulas terminarem
— Bem, você tem razão, eu acho... - o loiro respondeu, ainda meio incerto - Então, acho que por enquanto, nossa missão está cumprida. Agora é melhor voltarmos para a arquibancada antes que o sensei dê por falta de nós.


Enquanto isso, dentro do depósito, Rima ainda batia inutilmente contra a porta trancada, tentando abri-la.


— Ei, Anna, está me ouvindo? Abra essa porta! - a Rainha exclamava, cansando-se de gritar inutilmente algum tempo depois - Droga, mas o que aquela garota está pensando... e aonde foi que ela se meteu afinal?
— Signorina Mashiro...? Sei tu? (Senhorita Mashiro...? É você?) - Giovanni indagou incerto perto dali 

— Q-Quem está aí? - ela se virou na direção da voz que a chamara, mas suspirou aliviada ao reconhecer o rosto do italiano diante de si - Ah, é você, Giovanni... o que está fazendo aqui? 
— O professor me pediu para pegar alguns equipamentos aqui, quando a porta fechou de repente - o garoto respondeu - E tu, cosa stai facendo qui, Signorina Mashiro? (E você, o que está fazendo aqui, Senhorita Mashiro?)
— O sensei me pediu a mesma coisa... mas, assim que eu entrei aqui, a porta fechou de repente, não consigo abri-la 

— Também ouvi uma batida... deixe eu ver - o garoto se aproximou da porta e, depois de empurrá-la e fazer força contra ela, logo desistiu ao perceber que tinha sido fechada pelo lado de fora. Nenhum dos dois tinha a menor chance de arrombá-la para sair de lá afinal - Non aprire ... sembra che siamo rinchiusi qui (Não abre... parece que estamos trancados aqui)
— Sim... mas é estranho, quem faria algo assim? - Rima indagou - Talvez possa até ter sido uma brincadeira de mau gosto de algum estudante, mas... eles não costumam se atrever a fazer isso com os Guardiões... ah, espere! A Anna tinha vindo comigo até o depósito, mas não chegou a entrar... será que...? 

— Acha que a Signorina Lewis fez isso? - o garoto indagou meio incrédulo - Ela não tem cara de quem faria algo assim...
— Realmente não é a cara da Anna fazer esse tipo de brincadeiras de mau gosto... mesmo que tentasse, acho que ela se atrapalharia com alguma coisa e não conseguiria no final - Rima respondeu - Bem, talvez tenha sido só coincidência e alguém nos trancou antes que ela entrasse aqui também - a loira concluiu - Bem, acho que o que temos que fazer agora não é pensar em quem trancou essa porta, e sim em como faremos pra sair daqui
— Hai ragione ... ma l'unica via d'uscita è la porta, e nessuno di noi cosnegue apre (Tem razão... mas a única saída é a porta, e nenhum de nós consegue abri-la) - Giovanni respondeu desanimado
— É verdade... bem, talvez devêssemos apenas esperar então... depois que a aula terminar, o professor vai guardar a bola de queimado e o resto das coisas aqui, e ele terá que abrir a porta afinal, daí poderemos sair - a loira lembrou - Sem falar que, pelo menos assim nós podemos escapar da aula, eu não estava com nenhuma vontade de jogar bola mesmo...
— Sim... e-está bem - Giovanni concordou, sem ter muita opção de escolha naquela situação. Sentou-se então em uma parte mais vazia do depósito, encostando-se contra a parede, e ofegou quando Rima sentou-se ao lado dele, os joelhos dobrados enquanto ela envolvia as pernas com as mãos, parecendo uma bolinha. Naquele espaço apertado não havia como eles não encostarem um no outro, e o garoto não conseguiu evitar de corar ao sentir o diminuto corpo de Rima quase colado ao seu, embora felizmente não fosse possível notar isso na escuridão que estava naquele lugar.


Ele tentou pensar em algum jeito de iniciar uma conversa, talvez para diminuir a tensão que aquela situação em que haviam se envolvido, no entanto não tinha a menor ideia de como fazê-lo. Ele estava sozinho com uma garota em um lugar escuro e apertado... só a situação em si já era constrangedora demais para permitir que ele pensasse em qualquer outra coisa que não fosse nesse fato. Mesmo que, de todas as Guardiãs, ele tivesse conseguido se entender melhor com Rima, isso de nada parecia ajudar nesse momento... céus, como ele foi se meter em uma situação dessas afinal?!

Antes que pudesse encontrar uma resposta para aquela pergunta, ou mesmo conseguir pensar em alguma coisa para conversar, foi Rima quem falou primeiro:

— Não gosto disso... não quero... ter que ficar nesse lugar... - ela murmurou baixinho, encarando os próprios pés, parecendo estar falando mais consigo mesma do que com ele. Giovanni pensou que ela talvez estivesse se referindo ao fato de estar trancada em um lugar apertado sozinha com um garoto, o que de fato também não lhe agradava muito, mas, antes que ele pudesse dizer qualquer coisa sobre isso, a loira continuou - Não gosto de lugares assim... quero sair daqui...
— Signorina Mashiro..? - ele chamou hesitante, notando então que ela tinha começado a tremer - Ahn... por acaso você... tem medo de escuro, é isso? - ele arriscou
— Não exatamente de lugares escuros... eu... s-só não gosto de ficar em lugares pequenos e fechados como esse... - Rima murmurou em resposta, notando então que o garoto a observava preocupado, e prosseguiu - Eu... quando era mais nova, não tinha amigos, e costumava ter seguranças me acompanhando no caminho da escola ou para qualquer outro lugar que eu fosse. Como a minha família é rica e influente, haviam algumas pessoas que... costumavam tentar me sequestrar de vez em quando, para tentar arrancar algum dinheiro do meu pai... e, uma vez, conseguiram - ela contou, recordando de uma péssima experiência que tivera tivera na infância - Eles me trancaram em um lugar pequeno e apertado... estava tudo escuro, eu não conseguia ver nada, nem as pessoas que tinham me trancado lá... eu fiquei sozinha naquele lugar pequeno, era muito nova e estava com medo... b-bem, deu tudo certo no final, os empregados do meu pai conseguiram me libertar poucas horas depois do sequestro, e eu acabei escapando ilesa. Mas... e-eu detesto lugares pequenos e escuros como esse desde então... detesto... ficar sozinha em lugares assim...
— Signorina Mashiro... - Giovanni chamou, sem saber o que dizer depois de escutar aquela história. Sabia que a família dela tinha dinheiro e uma boa posição social, mas não tinha a menor ideia de que Rima tivesse passado por uma experiência tão dolorosa quando era criança - Ahn... b-bem, por mais terrível que isso deve ter sido, não precisa se preocupar com isso agora... nessuno qui per farti del male. E come quel luogo è buio e angusto, non avere paura. Tu ... n-non è solo qui, dopo tutto. I-I. .. sono qui con te, non è vero? (não tem ninguém aqui pra te fazer mal. E, por mais que esse lugar seja escuro ou apertado, não precisa ficar com medo. Você... n-não está sozinha aqui afinal. E-Eu... estou aqui com você, não é?) - Giovanni lembrou, sorrindo sem jeito para ela. Rima desviou os olhos dos próprios pés para encará-lo, sentindo o medo de antes começar a sumir lentamente e ser substituído por alguma outra sensação mais agradável que ela não sabia como nomear - Não precisa se preocupar. Eu... p-posso ter essa aparência meio frágil e ser um tanto introvertido, mas... independente disso, não vou deixar que ninguém te faça mal. Quindi ... beh ... non aver paura, ok? (Então... bem... não precisa ficar com medo, está bem?)
— Sim... está bem... - Rima concordou alguns segundos depois, deixando escapar um pequeno sorriso. Sem realmente pensar muito no que estava fazendo, apoiou a cabeça sob o ombro de Giovanni e recostou-se ali, como se a sensação de estar mais próxima dele a fizesse se sentir mais segura. O italiano corou ainda mais e ofegou quando ela fez isso, porém, como aquilo parecia tê-la acalmado de algum jeito, ele deixou que a garota ficasse ali, erguendo uma das mão timidamente e passando ao redor dela alguns segundos depois, apoiando-a no ombro da garota em um abraço desajeitado.


Depois de algum tempo em silêncio, Rima acabou cochilando, ainda apoiada em cima dele, enquanto Giovanni refletia sobre a situação em que havia se envolvido. Realmente sentia-se desconfortável quando falava com garotas em geral, principalmente estando sozinha com uma, no entanto, ainda que continuasse sendo embaraçoso, aquilo não parecia ser tão ruim quando estava com Rima. Ela era a menos escandalosa dentre as garotas Guardiãs, e isso lhe deixava um pouco mais à vontade para conversar.
Sem falar que ela parecia tão pequena e frágil agora... como uma delicada boneca de porcelana que poderia quebrar a qualquer momento se não tomassem cuidado. O garoto refletiu sobre o que dissera antes, e que iria protegê-la de qualquer pessoa que tentasse lhe fazer mal. Pensando bem, ele não falara aquilo apenas para tentar confortá-la... realmente desejava proteger Rima de tudo e de todos. É claro que, em geral, ele realmente queria poder proteger todos os seus amigos, não queria que nenhum deles se machucasse, é claro, mas... sua vontade de proteger Rima parecia curiosamente maior se comparado aos demais. 
Estava se perguntando o porquê disso, no entanto, antes que chegasse a alguma conclusão, a porta do depósito abriu-se repentinamente, deixando entrar a claridade do sol lá fora. Rima despertou ao sentir os raios de sol batendo em seu rosto e, coçando os olhos meio sonolenta, percebeu então que o professor de Educação Física, bem como os demais estudantes, agora observavam o interior do lugar com evidente curiosidade. 
— Ah, então era aqui que vocês estavam! - o professor exclamou com olhar severo - Não acredito que se esconderam em um lugar desses só pra fugir da aula... francamente, vocês dois são Guardiões, deviam dar o exemplo aos demais estudantes, Mashiro, Agostinni! Não pensem que vão escapar dessa ilesos, farei vocês dois pagarem por isso na próxima aula, ouviram bem??
— Capito ... mi dispiace, il professor (Entendi... sinto muito, professor) - Giovanni desculpou-se, colocando-se de pé enquanto a Rainha fazia o mesmo. Enfim deixaram o depósito, e começarama andar lentamente na direção dos vestiários para poderem trocar a roupa de Educação Física pelo uniforme normal, enquanto os demais estudantes os seguiam com os olhares curiosos, todos cochichando entre si sobre o que eles poderiam ter feito enquanto estavam sozinhos naquele lugar, cada um com uma teoria mais mirabolante do que a outra, a maioria surgindo principalmente das meninas
— You see it, Prince? The Piko was hugging her! (Você viu isso, Príncipe? O Piko estava abraçando ela!) Anna exclamou com um sorriso no rosto, quase pulando de tanta empolgação 

— Hai... eu ainda tinha minhas dúvidas, mas essa ideia parece ter funcionado mesmo afinal - Tadase concordou ao seu lado, ainda surpreso que aquela embaraçosa sugestão da Às estrangeira realmente tivesse produzido algum avanço na relação deles.
Alegrou-se de finalmente estar tendo algum progresso sobre sua promessa de ajudar Giovanni a se aproximar de Rima afinal, e realmente grato por Anna ter concordado lhe ajudar com aquilo. Resolveu dar continuidade ao plano da "Operação Cupido" e tentar planejar alguma outra coisa para colocar em prática mais tarde, feliz que estivessem conseguindo resultados positivos mais rápido do que ele imaginou. Sem falar que, mesmo que fosse para ajudar outro casal a se aproximar, aquilo de certa forma também contribuía para que ele próprio pudesse se aproximar mais da inglesa... parecia ter sido mesmo a melhor decisão pedir a ajuda de Anna para isso afinal.


No entanto, a segunda etapa do plano teria que esperar até mais tarde, já que o restante das aulas passaram depressa e, mesmo que Anna tivesse outras sugestões sobre situações que poderia aproximar os dois, Tadase lembrou que não seria uma boa ideia fazer esse tipo de coisas duas vezes no mesmo dia, ou eles poderiam desconfiar, de modo que eles não fizeram nada mais do que planejar qual seria o próximo passo de sua "missão", até que chegou o fim das aulas e, enquanto os alunos começavam a se dispersar, alguns indo para seus clubes escolares, enquanto outros iam para casa, eles se dirigiram ao Royal Garden para a reunião daquela tarde.


Porém, não foi realmente necessário Anna caminhar até lá, pois, assim que avistou o local, nem chegou a adentrar o Royal Garden, já que Yaya e Kukai estavam parados à porta, como se fossem dois seguranças, impedindo-a de entrar e expulsando os demais estrangeiros do local, já que eles estavam proibidos de ouvir qualquer coisa sobre o planejamento da festa de aniversário conjunta. Tadase despediu-se da inglesa, adentrando o Royal Garden em seguida, enquanto Nagihiko e Kairi juntaram-se aos dois ruivos, tentando empurrar para fora os estrangeiros mais teimosos que se recusavam a sair, como Miguel e, é claro, Stéffanie. Assim que finalmente conseguiram expulsar os quatro, eles trancaram a porta para que nenhum deles tivesse a chance de adentrar o local escondido para espiar, de modo que eles não tiveram escolha além de irem embora.


— Droga, é uma injustiça eles nos deixarem de fora dessa... eu realmente estou curioso pra saber o que eles estão a planejar... - Miguel reclamava durante o caminho, andando sem pressa ao lado dos amigos
— Nem me fale... aquele atrevido idiota do Nagihiko, que él cree que es expulsarme de esa manera! Él me va a pagar por ello mañana, ah vale! (quem ele pensa que é pra me expulsar daquele jeito?! Ele vai me pagar por isso amanhã, ah se vai!) - Stéffanie exclamou ao lado dele, excepcionalmente irritada, parecendo então começar a planejar em alguma forma de se vingar
do Valete 

— Bem, eles estão planejando uma festa surpresa para nós afinal... penso che abbiamo la stessa scelta, ma di stare fuori e aspettare fino al giorno della festa (acho que não temos mesmo escolha a não ser ficar de fora e esperar até o dia da festa) — Giovanni respondeu, sendo o mais rápido a se conformar com aquilo
— I think the Piko is right, though I'm very curious to know what they are planning now... (Acho que o Piko tem razão, apesar de eu estar bem curiosa pra saber o que eles estão planejando agora...) - Anna respondeu, encarando o italiano de lado, tentando descobrir se o plano de antes teria surtido algum efeito bom o suficiente para que ele deixasse escapar alguma coisa sobre aquilo, algum comentário constrangedor, ou qualquer coisa do tipo. No entanto, para seu desapontamento, o Valete estrangeiro não deixou escapar nenhuma pista que ela pudesse notar 

— Rayos, también no quieren saberlo! Por lo menos vamos a estar libres de esos planes molestos e informes desde hace algún tiempo (Droga,também não quero mais saber! Ao menos ficaremos livres daqueles planejamentos e relatórios chatos por algum tempo) - Stéffanie resmungou, tentando se conformar com a expulsão - Acho que vou aproveitar para voltar mais cedo sozinha, ao menos assim terei algum tempo de sossego naquela casa sem a Yaya. Y ustedes, qué vas a hacer? (E vocês, o que vão fazer?)
— Acho que vou voltar para casa também... - Giovanni respondeu, sem pensar muito no assunto 

— Bet you will enjoy the Micchan not have to attend the meeting today to go on a date with Shunsuke! (Aposto como o Micchan vai aproveitar que não tem que participar da reunião hoje pra sair em um encontro com o Shunsuke!) - a Às estrangeira exclamou com empolgação
— N-Na verdade não... o Shunsuke disse que tinha um compromisso hoje e teve que ir embora mais cedo - o português respondeu levemente corado - E você, o que vai fazer, Lewis?
— Well, I need (Bem, eu preciso) esperar Miss Mashiro para poder voltar pra casa... - ela respondeu, lembrando que, mesmo depois de todo esse tempo, ainda não conhecia muito bem o caminho de volta sozinha, já que sempre voltava de carro junto com Rima - Ah, já sei! Já que não temos que participar da reunião hoje, what do you think of we four to take a walk somewhere? So we can imagine what they are planning ... maybe even bet on it! (o que acham de irmos os quatro para passear em algum lugar? Assim podemos imaginar o que eles estão planejando... talvez até apostar sobre isso!)
— Não gostei da ideia sobre apostar, pero creo que no tiene problema en que lleguemos a hablar de ello (mas acho que não tem problema em sairmos para conversar sobre isso) - Stéffanie respondeu, considerando a ideia
— É, eu também estou curiosos sobre o que eles podem estar a planejar... acho que vou também - Miguel concordou - E você, Giovanni?
— Ahn... b-beh, se tutto va, credo che va bene vado avanti... (b-bem, se todos vão, acho que não tem problema eu ir junto...) - o italiano respondeu, meio desconfortável com a ideia de estar na companhia de alguém tão eufórica quanto Anna e alguém tão facilmente irritável quanto Stéffanie, mas acabou se conformando, já que também queria levantar hipóteses sobre o que os demais poderiam estar planejando, sem falar que Miguel estaria junto com eles afinal

 – Then it's decided! (Então está decidido!) - Anna exclamou animada, erguendo a mão com entusiasmo - Vamos descobrir nós mesmos o que os outros estão planejando!


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Notas finais do capítulo

Oi gente! Esse capítulo é da Teffy-senpai, mas que tá falando aqui é a Shiroyuki, porque senpai está sem internet *choremos* e não tá podendo postar... Entãao, espero que tenham gostado desse capítulo, e em breve teremos mais o/ Vamos todos torcer para que a internet da senpai volte logo~ E até lá, deixem comentários para incentiva ela, tadinha, ninguém merece ficar sem internet .-.
Até a próxima o/



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