Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 44
Capítulo XLIV




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Na manhã seguinte, algumas das duplas que compartilhavam os quartos da pousada tiverem o mesmo inconveniente que o da noite passada. Claro que aquilo não foi nenhum problema para Amu e Rima, ou Kukai e Kairi, porém os demais estavam realmente desconfortáveis com aquela situação, e por incrível que pareça, até Miguel era um deles. Mesmo tendo dividido o quarto com o namorado, ainda era embaraçoso trocar o pijama pela yukata na presença dele, muito embora isso não fizesse nenhum sentido, pelo menos não depois do que aconteceu no dia anterior sobre o incidente nas fontes termais. Anna e Tadase eram de longe os mais constrangidos com aquela situação, não apenas por serem um rapaz e uma garota dividindo o mesmo quarto, mas principalmente porque ambos já estavam conscientes dos sentimentos que nutriam um pelo outro. Nagihiko e Yaya até que se saíram relativamente bem, o maior inconveniente que pudesse haver era a ruiva falando sem parar e lançando incontáveis indiretas para cima do garoto, desde a possibilidade de Stéffanie estar incomodada ou talvez até com ciúmes por ele dividir o quarto com outra menina, ou até mesmo sobre a própria espanhola estar dividindo o quarto com um garoto que não era ele. Infelizmente, o segundo palpite da Às era o que estava mais correto dessa vez.


– Err... g-già finito, signorina Blanca (já terminei, senhorita Blanca)... - Giovanni anunciou, abrindo minimamente a porta, agora que já tinha trocado seu pijama pela yukata de antes
– Ótimo. Vou terminar de me pentear então - a garota adentrou o quarto, também já vestindo a yukata, entrando apenas para terminar de se pentear mesmo, o que levaria algum tempo já que tinha cabelos tão compridos. Tinham optado pela ideia da noite anterior mesmo, de que era melhor que um deles esperasse no corredor enquanto o outro se trocava no quarto, o que parecia ser a ideia menos constrangedora para se lidar com aquela situação. O italiano remexeu-se inquieto quando ela entrou, em dúvida se deveria esperá-la ou se aproveitava a chance para fugir do quarto, até que notou que a garota o observava pelo pequeno espelho diante dela
– Ahh... c-che cosa è successo? Perché mi guardi così? (O que houve? Por que está me olhando assim?)
– Ah, nada. No estaba mirando usted (Não estava olhando para você), e sim... para "ele" - a espanhola respondeu, e só então o garoto notou que ela olhava diretamente na direção do crucifixo que ele habituara-se à carregar pendurado no pescoço - Às vezes fico me perguntando porque ele escolheu você...
Ah... Io non so perché. Scusa ... Immagino che si sarebbe stare con lui, dal momento che apparteneva a sua sorella, dopo tutto (eu também não sei o motivo. Desculpe... imagino que você gostaria de ficar com ele, já que pertencia à sua irmã afinal)
No... el crucifijo del Rosario, y no de me eligió a mí. Aunque no sé la razón de que esto significa que probablemente no seria capaz de usarlo (Não... o crucifixo da Rosario escolheu você e não à mim. Embora eu não saiba o motivo disso, provavelmente significa que eu não seria capaz de usá-lo) - a garota concluiu, guardando sua escova de cabelos em seguida. Lembrou-se então de repente da breve "conversa" que havia tido com Yaya e Nagihiko na noite anterior, e não podia negar que o italiano realmente parecia no mínimo assustado quando estava perto dela. Era verdade que ele tinha problemas em lidar com garotas em geral, mas aquilo parecia mais ser alguma coisa pessoal - Oye, Giovanni... por qué siempre me miras con esa cara de miedo? Te ha miedo de mí? (por que você sempre me olha com essa cara assustada? Por acaso tem medo de mim?)
– Ahh.. - o italiano engasgou-se, surpreso tanto pela mudança de assunto quanto pela pergunta repentina dela - I-Io non ... voglio dire ... B-Beh, si vede che è sempre discutendo e lotta con Nagihiko, così ho pensato che sarebbe stato ... b-beh ... non va bene quello che è successo a me ... io non sono molto bravo in queste cose... (eu não... quero dizer... bem, é sempre te vejo discutindo e brigando com o Nagihiko, então pensei... bem... que não seria bom que isso acontecesse comigo... eu não sou muito bom nessas coisas... )
Siempre estoy luchando con Nagihiko hacerme bromas porque vive y tostado mi paciencia. Por no hablar de que es sólo un idiota, imbécil, estúpido, arrogante y simplemente insoportable! Por casualidad usted es una de estas cosas? (Eu estou sempre brigando com o Nagihiko porque ele vive me provocando e torrando minha paciência. Sem falar que ele não passa de um idiota, cretino, estúpido, convencido e simplesmente insuportável! Por acaso você é alguma dessas coisas?)
– Ahn... n-não...? - o garoto arriscou, não entendendo nem metade do que ela havia falado, mas como não parecia coisa boa, achou melhor negar
– Então não tem porque você se preocupar. Basta não ficar me provocando que podemos conviver em paz - a espanhola concluiu por fim - Bem, eu vou tomar o café da manhã - ela acrescentou, encerrando de vez aquele assunto e saindo do quarto.


Há alguns quartos de distância dali, outra dupla estavam tendo uma dificuldade um tanto maior para lidar com a delicada situação de dividir o quarto com alguém do sexo oposto. E esse, é claro, era o caso de Tadase e Anna.


Os dois estavam tão nervosos e embaraçados por terem que dividir o quarto com a pessoa de quem gostavam, muito embora nenhum deles tivesse a menor ideia de que seus sentimentos eram recíprocos, que não conseguiram pensar em uma maneira melhor para se trocarem do que se virarem de costas um para o outro, ambos tentando trocar os pijamas por yukatas o mais depressa que conseguissem, muito embora os dois estivessem com as mãos tremendo e mais desajeitados do que o normal por causa da situação em que se encontravam.


Enquanto se trocava, Tadase sentia seu coração disparar feito um louco enquanto seu corpo inteiro tremia de nervosismo, tentando acabar com aquilo o mais rápido que pudesse. Uma vez ou outra sentia um impulso estranho e tentador de virar sua cabeça e espiar a garota atrás dele, e logo que se pegava tendo esse tipo de pensamentos, sentia seu rosto queimar como se estivesse em brasas, repreendendo-se por dentro por ter tais pensamentos obscenos.


No entanto, o que o loiro não sabia era que agora a inglesa estava passando exatamente pela mesma situação. Anna já era desajeitada por natureza, e estava com sérias dificuldades para colocar aquela yukata, sem nenhuma experiência com roupas orientais. Sem falar que o pensamento constante de que Tadase também estava se trocando logo atrás dela, há apenas alguns poucos centímetros de distância, não ajudavam em nada... seu rosto enrubescia cada vez mais sempre que a Às estrangeira pensava nisso, e ela continha com dificuldade os surtos que estava tendo internamente por causa dessa situação. De vez em quando surpreendia-se com com a tentadora vontade de dar uma espiada no garoto... mas, no que ela estava pensando afinal?! Tadase certamente se decepcionaria gravemente com ela se soubesse que a inglesa estava tendo tais pensamentos! Sem falar que isso nem fazia muita diferença depois do incidente que havia acontecido nas termas no dia anterior... mas, pensando bem, ela nem conseguiu olhar nada direito, já que estava sem óculos na ocasião e não conseguiu enxergar praticamente nada. E Tadase certamente a tinha visto... pensar naquilo só tornava tudo mais constrangedor, mas também fazia uma parte dela pensar que não era justo apenas o loiro vê-la naquela situação e ela não! Talvez, se desse só uma olhada... uma olhadinha rápida, tão não fizesse mal... e olhar não tira pedaço afinal de contas, Tadase nem perceberia... deixando-se levar por aquele estranho desejo que se tornava cada vez maior, Anna reuniu toda a coragem que tinha dentro de si e virou a cabeça vagarosamente na direção dele.
Só não esperava que Tadase estivesse fazendo o mesmo.


Durante o breve instante em que seus olhos se encontraram, Anna pôde notar que o garoto devia estar quase terminando, agora já com sua yukata vestida pela metade, as mangas largas escorregando pelos braços e a parte de cima mal fechada, deixando parte de seu tórax à mostra. Os olhos vermelhos dele possuíam uma estranha mistura de constrangimento e curiosidade, seu rosto tão rubro quanto os olhos, que só se intensificou mais ainda ao notar que fora pego em flagrante. O que ele viu também não tinha sido muita coisa, já que virou a cabeça na direção dela pouco mais de dois segundos antes da garota fazer o mesmo. Apenas viu uma das mangas da yukata escorregando levemente por um de seus braços, deixando o ombro de fora, e ela parecia estar com mais dificuldades para amarrar a yukata do que qualquer outra coisa. Pensando bem, ele havia visto bem mais do que isso no dia anterior, durante a invasão às fontes, mas é claro que Tadase não iria perceber esse "detalhe" em uma situação como essa. Assim que ambos notaram que tinham sido pegos em flagrante, desviaram os olhos um do outro, tão rápido que quase torceram o pescoço, contendo por pouco um grito abafado. Os dois sentiam o rosto queimar tanto que poderiam muito bem fritar uma omelete em suas testas, e com tanta vergonha que tinham vontade de se enterrar em algum buraco bem escuro e fundo e não sair de lá nunca mais. Ambos sentiam-se tão constrangidos e culpados que nem sequer se deram conta de que também estavam sendo espiados por seu companheiro de quarto.


Enquanto Tadase amaldiçoava-se por dentro por ter cedido à tentação, pensando que talvez estivesse ficando como Kukai e andasse passando tempo demais com Ikuto e acabou sendo "contaminado" também, temendo seriamente que a inglesa viesse a odiá-lo por isso, Anna pensava praticamente a mesma coisa. Não importava que não tivesse visto praticamente nada nas fontes por falta de seus óculos, aquilo estava errado! Se repreendeu mentalmente por causa disso e sacudiu a cabeça, tentando concentrar sua atenção em voltar a terminar de colocar sua yukata, mas estava realmente tendo dificuldades com isso... quando ela achava que estava quase conseguindo, ouviu a voz de Tadase atrás dela.

– Etto, Lewis-san... eu terminei... - ele murmurou fracamente, rezando para que a inglesa não mencionasse aquele incidente
Ahh, wait, Prince! (Espere, Príncipe!) – ela exclamou assustada, também torcendo para que ele não mencionasse o ocorrido, sendo despertada bruscamente de seus devaneios - E-Eu ainda não... q-quero dizer, estou quase, mas... this is harder than I thought ... (isso é mais difícil do que eu pensei...) - Anna murmurou meio incoerente, agora ainda mais nervosa do que antes. Havia tido a ajuda das outras garotas para vestir a yukata no dia anterior, mas realmente não sabia como fazer aquilo sozinha
– Ahn... você quer que eu... t-te ajude com isso...? - o Rei indagou incerto, ainda mais depois do que tinha acabado de fazer e, após alguns segundos de hesitação, virou-se lentamente na direção dela, pronto para desviar o olhar imediatamente caso a garota ainda não tivesse terminado. Felizmente, Anna já estava quase pronta, só estava com mais dificuldade de amarrar a faixa ao redor de sua cintura para prender a yukata - Ah, isso se amarra por trás, Lewis-san - ele acrescentou ao notar que a garota estava fazendo tudo ao contrário e, após mais um breve momento de hesitação, se aproximou alguns passos dela - Se não se importar, eu posso te ajudar com isso... b-bem, com licença - ele falou, com o rosto inteiramente rubro, que Anna felizmente não podia ver, pois ainda estava de costas para ele e, antes que a garota pudesse compreender o que exatamente ele estava dizendo, Tadase já tinha se colocado atrás dela e agora terminava de amarrar sua yukata, as mãos um tanto trêmulas por causa da situação. A estrangeira conteve por pouco um ruído estranho que veio à sua garganta ao sentir as mãos dele tão próximas de sua cintura e gaguejou algo incompreensível em inglês, que Tadase não conseguiu decifrar, mas, pelo tom de voz dela, não parecia estar zangada ou ofendida com o que ele fazia, apenas embaraçada com a situação. Tadase mal havia terminado e, pouco antes de soltar a yukata dela e se afastar, a porta do quarto abriu-se bruscamente com um rompante e, por ela, entrou a pessoa que eles menos queriam que os flagrasse naquela situação.

– Ohayou, Anna-chi, Tadase! - a sorridente e escandalosa Yaya exclamou à porta do quarto, como se fosse perfeitamente normal invadir quartos alheios. Junto com ela, estavam Amu, Kukai, Miguel e Shunsuke, que pareciam ter sido arrastados pela mais nova à força até ali - Yaya veio chamar vocês pra tomar o café da manhã com a gent... ué...? - a ruiva interrompeu-se ao absorver a cena diante de seus olhos. Amu deixou escapar uma estranha mistura de risada e exclamação mal-contidas ao ver aquilo, Miguel corou furiosamente e desviou os olhos, sentindo-se entre culpado constrangido por ter interrompido uma cena daquelas, enquanto Shunsuke e Kukai soltavam risinhos maldosos - Ehhh... e a Yaya aqui pensando que vocês estariam tendo alguma dificuldade para dividirem um quarto pequeno e apertado como esses sozinhos, dormindo praticamente juntos como se fosse uma cama de casal, mas... pelo jeito vocês conseguiram se virar muito bem, hein?! - a ruiva exclamou, rindo maldosamente junto dos dois mais velhos - Isso aí, muito bem, Tadase! Finalmente está mostrando algum avanço, já era hora! Ahh, deixa só o Nagi saber que você passou a frente dele, vai ficar chocado, com certeza! Mas quem sabe assim ele também não toma coragem pra tentar tomar alguma iniciativa com a Onee-chan...
– Se aquela rapariga (garota) souber que você está a falar isso, ela acaba com você, Yaya... - Miguel murmurou, fazendo Yaya parar de rir bruscamente ao notar que ele talvez tivesse razão - Aliás, vocês dois... ahn d-desculpe por.... interromper - ele acrescentou, ainda envergonhado, e já ia se retirar dali, mas Shunsuke o deteve
– Ora vamos, não precisa fugir, Miguel! Não é bom ver que eles também estão finalmente tendo algum avanço, assim como nós tivemos? - ele brincou, ainda rindo
– Que é bom é, mas... eu não quero ficar assistindo isso, é embaraçoso... s-sem falar que eles merecem privacidade...
– M-Mattekudasai, minna-san! - Tadase exclamou, apressando-se a se afastar o máximo que pudesse de Anna, muito embora isso fosse difícil devido ao diminuto tamanho daquele quarto, ao notar que os amigos tiveram uma impressão completamente equivocada - I-Isso não... n-não é o que parece, eu só estava...
– Aham, "não é o que parece", sei... - Kukai repetiu descrente - Essa frase batida não cola com a gente, Tadase!
– M-Mas é verdade, eu não estava... f-fazendo i-isso que vocês estão pensando, eu só... estava ajudando a Lewis-san a amarrar a yukata, é só isso...
– Ehhh, não sei não, hein... - Yaya desconfiou, com aquele sorrisinho malicioso se alargando cada vez mais em seu rosto - Pois pra mim pareceu mais é que você estava "ajudando" ela a tirar a yukata do que colocar, isso sim!
– Ahh, eu concordo com a Yaya! - Amu ergueu uma mão no ar, sorridente, como se estivesse respondendo a uma pergunta na sala de aula
B-But is true, guys (Mas é verdade, pessoal)! - Anna exasperou-se, o rosto ainda inteiramente rubro - The Prince só estava... m-me ajudando a a-amarrar isso... I don't know (Eu não sei) como colocar yukatas, não estou acostumada com esse tipo de roupas, então... e-ele me a-ajudou...
– Sim, sim, foi só isso! - Tadase acrescentou, rezando para que eles entendessem logo aquilo
– Ah... pensando bem, ontem a Anna-chan estava mesmo com dificuldades pra colocar a yukata, lembra? Fomos nós que a ajudamos com isso... - Amu lembrou, percebendo que talvez eles tivessem razão
– É, isso é verdade, mas... não importa, Yaya prefere acreditar que foi ao contrário e pronto! - a mais nova teimou, negando-se a aceitar a verdade sem graça e preferindo acreditar em sua fértil imaginação - De qualquer forma, Yaya veio aqui chamar vocês pra tomar o café da manhã! Vocês vêm, ou... preferem aproveitar mais algum tempo sozinhos, hein? - ela arqueou uma sobrancelha, voltando a rir
– Ahh não, nós também vamos! - o loiro exclamou - Não é, Lewis-san?
Yes, of course! I'm so hungry (Sim, é claro! Estou com tanta fome)... - Anna apoiou, apressando-se em segui-los para fora do quarto.


No enorme salão principal, os demais já estavam tomando café, agora reunidos ao redor de uma enorme mesa, ao contrário de como aconteceu no dia anterior, aparentemente já tendo superado o que aconteceu nas fontes. Kairi era o único que comia calmamente em silêncio, embora estivesse meio sonolento, provavelmente por ter passado a noite inteira levado chutes como bola de futebol. Rima e Giovanni conversavam alguma coisa, em voz baixa também, o garoto parecendo muito mais tranquilo e relaxado agora estava junto com os demais. Stéffanie comia em um milagroso silêncio também, muito embora não conseguisse parar de lançar olhares para Nagihiko a cada minuto que se passava, e desviar o rosto novamente, deixando escapar ocasionalmente algum resmungo incompreensível, entre irritada e constrangida, ainda sem conseguir entender nem aceitar aquela mistura estranha e desconhecida de sentimentos que crescia dentro dela. Nagihiko a encarava também, em silêncio, estranhando o comportamento da garota, sem conseguir parar de pensar que devia haver alguma coisa de errado com a espanhola, muito embora não fizesse a menor ideia do que seria, muito menos de que ele próprio era o motivo em pessoa daquele comportamento estranho da estrangeira.


Amu e os demais uniram a eles, sentando no pequeno espaço que tinha sobrado na mesa, e cumprimentando a todos. Yaya já chegou falando sobre o pequeno "flagrante" que deram em Tadase e Anna, narrando exageradamente a cena presenciada, enquanto os demais tinham as mais variadas reações ao ouvir aquilo. Kairi e Giovanni fizeram como o português e coraram involuntariamente, desviando os olhos para a comida e tentando não prestar atenção naquilo. Nagihiko surpreendeu-se com aquele avanço, muito embora soubesse que Yaya devia estar exagerando em sua narração e não soubesse dizer que parte exatamente daquela história era verdadeira ou não. Rima não esboçou muita reação, apenas sorriu, comentando de que já estava na hora mesmo de eles terem algum avanço, enquanto Stéffanie fazia como Amu e tentava abafar algumas risadas maldosas, finalmente se esquecendo um pouco de suas próprias preocupações.


– ... e então, depois de ouvir todas aquela conversa e ruídos estranhos, nós finalmente entramos bem na hora que o Tadase estava prestes a tirar a yukata da Anna-tan! - Yaya exclamava para quem quisesse ouvir, distorcendo exageradamente os fatos
– Oh, quem diria... entonces esto Rey nanico (então esse Reizinho) finalmente tomou coragem para tomar alguma iniciativa, hein? Yo nunca piensei que él (eu nunca imaginei que ele) se atreveria a fazer algo assim, ainda mais com essa carinha de santo... - Stéffanie se deixou levar pela narrativa de Yaya, rindo também, enquanto considerava a possibilidade de escrever algo sobre aquela cena
– P-Pare com isso, Yuiki-san, já te falei para parar de distorcer os fatos!! - Tadase exasperou-se, enquanto Anna se encolhia cada vez mais, parecendo querer se enfiar em algum buraco e nunca mais sair de lá de tanta vergonha que sentia - Já cansei de falar que não aconteceu nada disso! Ninguém estava fazendo... s-sons estranhos... e eu não estava tentando... d-despir ela, s-só estava ajudando a Lewis-san com a yukata!
– Ah, não sei não, hein, Tadase... ainda tenho minhas dúvidas quanto à isso - Kukai provocou, uma parte dele sabendo que aquilo provavelmente devia ser exagero de Yaya, porém preferindo se deixar levar pela atmosfera brincalhona e provocadora da mais nova - Pra mim, vocês andaram mesmo aproveitando que estavam dividindo o mesmo quarto e fizeram que nem o Miguel e o Shunsuke ontem, trataram de sumir de vista pra aproveitar enquanto estavam sozinhos!
– É isso mes... peraí, o que?! - Yaya interrompeu-se, olhando bruscamente na direção do mais velho - O que foi que você disse sobre o Micchan e o Shun-chan, Kukai?!
– Ah... é que, ontem depois daquele... ahn, d-daquilo que aconteceu de tarde... bem, os dois sumiram de vista quando os outros garotos e eu nos reunimos na sala de jogos, e ficamos horas sem vê-los... na verdade, acho que não vi mais os dois depois de termos ido até as fontes...
– Como é que é??? - a maioria das garotas exclamaram ao mesmo tempo, algumas em idiomas diferentes, mas todas com o mesmo pensamento em mente
So, are you say (Então você quer dizer) que o Micchan e o Shunsuke sumiram durante horas, e... w-were alone (ficaram sozinhos) durante todo aquele tempo... fazendo... embarassing t-things, and (coisas embaraçosas, e)... kyaaaahh~!! - Anna gritou com voz aguda, deixando-se levar por sua fértil imaginação, sacudindo-se agitada de um lado para o outro e quase derrubando a comida diante dela de tanta empolgação
– Ahh, e eles não devem ter feito "coisas" só enquanto ficaram sozinhos lá nas fontes! Os dois estão dividindo o quarto também! - Yaya lembrou, igualmente empolgada - Kyaaahh~ Yaya aposta que os dois fizeram coisas muuuito piores enquanto estavam sozinhos de noite... devem ter feito de tudo, menos dormir!!
– Oh my God, então, se é assim... será que o Micchan tem k-k-kiss marks on the body (marcas de beijo no corpo) e essas c-coisas...?! - a inglesa especulou, o rosto se avermelhando cada vez mais, embora ela continuasse sorrindo
– Aposto que tem! Deixem a Yaya ver!


Enquanto Yaya pulava em cima de Miguel do nada e tentava encontrar alguma evidência do que quer que ele e Shunsuke tivessem feito durante a noite e o Rei estrangeiro berrava e tentava tirar aquela garota maluca de perto dele, a inglesa esqueceu-se rapidamente sobre o interrogatório que estava sofrendo segundos atrás, agora começando a considerar a ideia de desenhar um mangá sobre aquilo. Yaya ria algo, gritava escandalosamente e começava a fazer insinuações tão ou mais constrangedoras do que as que estava fazendo até agora pouco sobre Tadase e Anna, enquanto ainda tentava encontrar alguma "evidência do crime" em Miguel. Stéffanie agora tinha escondido o rosto corado com as mãos, tentando inutilmente conter um ataque, enquanto Amu ria das piadas e insinuações de Yaya e Rima apenas exibia um sorrisinho suspeito, olhando acusadoramente para as novas "vítimas" das provocações de Yaya.


Enquanto a maioria ainda se ocupava de tirar sarro e fantasiar sobre o que Miguel e Shunsuke poderiam ter feito durante todo o tempo em que passaram sozinhos, o português tentando negar todas aquelas especulações, ao mesmo tempo em que queria morrer de tanta vergonha, e Shunsuke ouvia tranquilamente as mais variadas fantasias e insinuações das garotas, a maioria realmente equivocadas, mas rindo da mente fértil que garotas poderiam ter, enquanto considerava a possibilidade de realmente colocar algumas delas em prática, Rima e Giovanni retiraram-se da mesa silenciosamente, e ninguém realmente notou quando eles se levantaram, já que a maioria estava entretido em interrogar o casal, e se afastaram, agora caminhando tranquilamente pelo jardim coberto de neve.


Cieli, quelle ragazze sono veramente scandalosa (Céus, aquelas garotas são realmente escandalosas)... sinto até pena daqueles dois - Giovanni comentava timidamente, preferido ter saído dali antes para não ter que ouvir todas aquelas insinuações maldosas que Yaya e as outras faziam
– Bem, a maioria adoram ter algum motivo pra fazer escândalo... mas achei que você já tinha se acostumado com isso - Rima respondeu, acrescentando logo em seguida - À propósito, falando em se acostumar... como você está se virando, dividindo o quarto com a Stéffanie, hein? - ela encarou o garoto de soslaio, tentando medir sua reação, que obviamente não foi nada mais do que susto e medo por ela tocar nesse assunto
Ahh... quella ragazza è davvero spaventoso, soprattutto quando si inizia a urlare, ma... (aquela garota é realmente assustadora, principalmente quando começar a gritar, mas... ) não está sendo tão ruim como eu pensei - o italiano respondeu nervoso - Mas, eu realmente preferia estar dividindo o quarto com outra pessoa...
– Mas, segundo aquele "sorteio" cheio de trapaças, se não tivesse dado algo de errado no final, você estaria dividindo o quarto com a Yaya - a loira lembrou
Ah, eh vero (é verdade)... b-bem, olhando por esse lado, talvez não tenha sido tão ruim o resultado afinal... - Giovanni se encolheu, sem saber qual era a pior opção, dividir o quarto com alguém mal-humorada e assustadora como a espanhola, ou alguém escandalosa e maliciosa como Yaya - D-De qualquer forma, preferia não ter que dividir o quarto com nenhuma menina... ter um rapaz como companheiro de quarto seria muito menos complicado - ele suspirou tristonho
– Bem, tenho que concordar que compartilhar o quarto com alguém do sexo oposto é mais complicado - Rima comentou - Mas, se fosse pra você dividir mesmo o quarto com alguma garota, seja lá qual fosse... eu me pergunto com qual você se sentiria menos desconfortável... - de repente ela parou de caminhar, encarando a neve no chão onde pisava, seu rosto avermelhando-se levemente - Se, por acaso você... tivesse que dividir o quarto comigo, por exemplo... como você reagiria...?


O italiano parou de caminhar também, encarando-a, surpreso com aquele tipo de pergunta repentina, enquanto Rima ainda fitava o chão. Mal sabiam eles que não estavam completamente sozinhos naquele jardim repleto de neve.


– Droga, Kaori, até quando você pretende continuar aqui, hein? Está frio, eu estou com sono, e você nem sequer terminou de montar aquela bendita barraca direito, se começar alguma ventania ou coisa assim ela com certeza desmonta de novo... você não está nem um pouco cansada não?! - Jun resmungava ao lado da dona, que observava a cena atenta, escondida atrás das árvores que circundavam o jardim e levava até a floresta, observando tudo com muita atenção, sem nem piscar, a câmera bem segura em suas mãos
– Quieta, Jun, não interrompa na melhor parte! - ela sibilou de volta - Essa é definitivamente o tipo de cena comprometedora que eu estava procurando! Olha só pra isso, se algum deles se declarar, eu finalmente terei uma prova concreta para usar contra eles depois!
– Mas, Kaori, de quê raios isso adiantaria...?
– Já disse pra ficar quieta! - a garota interrompeu - Se está cansada, pode ir descansar no seu Shugo Tama, mas me deixe observar isso em paz!


Quando Jun finalmente desistiu de tentar fazer sua dona ouvir a voz da razão, e Kaori voltou a concentrar toda sua atenção nos dois Guardiões, ela enfim ouviu a resposta de Giovanni:


– Ahn... s-se eu tivesse mesmo que dividir o q-quarto com alguma... r-ragazza... err, acho que você seria mesmo a melhor opção, Signorina Mashiro... q-quero dizer...! - ele começou a gesticular nervoso, corando também, e temendo que a menor pudesse interpretar mal suas palavras - G-Guardiano di tutto, sono le più facili da affrontare, e quello che non sono io causando o fare scherzi strani (D-De todas as Guardiãs, você é a mais fácil de lidar, e a única que não fica me provocando ou fazendo piadas estranhas... e também a única)... g-garota com quem eu consigo conversar sem tanta dificuldade... p-por isso achei que seria a melhor opção... m-mas é só isso mesmo, entendeu? S-Si prega di non pensare a questa stronzata! (P-Por favor, não pense b-besteiras sobre isso!) - ele acrecentou nervoso, o rosto cada vez mais corado
– Tudo bem, não se preocupe... fui eu quem tocou nesse assunto afinal - Rima respondeu apenas, sorrindo levemente. Os dois estavam tão envolvidos na conversa que nenhum deles chegou a ouvir a exclamação de decepção de Kaori à metros dali, lamentando-se por não ter conseguido o tipo de cena que desejava, e uma exclamação de "Droga, foi quase! Na próxima eu pego eles!" enquanto Jun a repreendia.


O resto do dia passou razoavelmente tranquilo, na medida do possível, apenas com suas discussões e insinuações básicas que nunca deixavam de acontecer, principalmente por parte de Yaya, que não parava de lembrar aos outros que não era hora para brigar, já que aquele seria o último dia do ano afinal, que na manhã seguinte eles provavelmente iriam fazer a primeira visita do ano novo ao Templo perto da pousada, e que não era uma boa ideia começar o ano novo brigando entre si, muito embora os comentários maldosos dela fossem a principal fonte para gerar discussões.


Quase no fim da tarde, a parte mais escandalosa do enorme grupo cismou que queria comer pizza, tomar refrigerante, e comer um monte de outras besteiras que certamentte não seriam encontradas naquela pousada e, depois que todos enfim concordaram em sair para comprar as coisas no mercado, graças a mais um dos "sorteios" de Yaya, Nagihiko e Stéffanie foram eleitos para saírem e comprar as coisas no mercado mais próximo, que na verdade não era tão próximo assim, principalmente considerando toda a neve que teriam que atravessar no caminho.


Depois de quase dez minutos ameaçando, xingando e amaldiçoando Yaya e suas próximas cinco gerações por trapacear mais uma vez, Stéffanie enfim concordou em sair com Nagihiko para comprar as guloseimas tão desejadas pelos demais, enquanto o Valete se perguntava se aquela seria uma boa oportunidade para falar com ela sobre seu comportamento mais estranho do que o normal, ao mesmo tempo em que tentava evitar tocar no assunto pra não acabar apanhando ou coisa parecida. No entanto, sua curiosidade e preocupação acabaram falando mais alto, e ele enfim perguntou quando estavam quase na metade do caminho:


– Ano nee, Blanca-san... eu estive pensando, e... não pude deixar de reparar que você tem agido de forma... ahn, meio incomum desde ontem - ele pronunciou-se, escolhendo as palavras com cuidado - Então eu estava me perguntando... se aconteceu alguma coisa que te aborreceu ou coisa assim...
Ahh sí, en efecto sucedió (Ahh sim, certamente aconteceu)... - ela resmungou vários segundos depois de quase se engasgar com as próprias palavras, evitando ao máximo encará-lo diretamente. Droga, como raios aquele garoto havia percebido isso?! Se Nagihiko soubesse que ele próprio era o motivo de ela estar assim tão alterada... não, ele não podia saber! Stéffanie foi tomada por uma súbita vontade de matá-lo ao pensar nessa possibilidade, ao mesmo tempo em que notava que não poderia fazer isso devido à mistura com o desejo de fazer outras coisas com o garoto, que ela recusava-se a admitir mesmo em seus pensamentos de tão constrangedoras que eram
– Bem, eu imaginei que sim... - Nagi continuou, sem ter a menor ideia do rumo que os pensamentos da estrangeira tomavam - Então... o que está te incomodando tanto afinal?
– Não é da sua conta, niño entrometido! (garoto enxerido)! - ela resmungou, virando o rosto para o lado aborrecida
– Vamos, me conte, talvez seja melhor desabafar se for algo muito sério... - Nagihiko insistiu - Por acaso seria... essa coisa toda de você ter que dividir o quarto com o Agostinni-kun...? - ele arriscou, realmente incomodado com aquilo
– Ahn... - Stéffanie gaguejou, pensando que talvez fosse melhor confirmar que era isso só para fazê-lo calar a boca de vez, mas respondeu algo completamente diferente ao notar algo gelado caindo em seu rosto - Mira (olhe), Nagihiko... está nevando
– Ah, é verdade... - ele olhou para cima também, observando os flocos de neve que começavam a cair lentamente sobre eles - Bem, se ficar assim, tudo bem, mas... se isso se transformar em uma nevasca, vai ficar mais complicado andar por aí. Acha melhor voltarmos para a pousada?
No seas ridículo, ahora que hemos llegado hasta aquí, lo haremos hasta el final! Ya casi estamos en el mercado después de todo! (Não seja ridículo, agora que chegamos até aqui, vamos até o final! Estamos quase chegando no mercado afinal!) - a espanhola replicou, andando mais depressa, e Nagihiko não teve outra opção além de suspirar e segui-la, ainda pensando na pergunta sem resposta que ele havia feito antes.


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Notas finais do capítulo

Olá leitores e leitoras! Teffy-chan desu-! o/
Eu sei, demorei pra postar de novo, gomen nee... mas o capítulo ficou enorme de grande como vocês puderam ver, espero que isso compense o atraso!
Então... o que acharam? Tentei fazer cenas fofas de todos os casais, acho que por isso que ficou tão grande... espero que tenha ficado bom :)
O próximo é com a Shiroyuki! o/
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Kissus^^



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