Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 4
Capítulo IV




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Na manhã seguinte os Guardiões estavam bem mais animados do que o normal. Claro que sempre aparentavam estar felizes e inabaláveis, e sempre cumprimentavam os alunos com um sorriso, mas dessa vez estavam verdadeiramente animados. Tudo porque, depois de tanto tempo, finalmente tiveram algum sucesso na luta do dia anterior. Claro que também tinham alguns arranhões aqui e ali por causa da luta, mas esses pequenos machucados não eram nada diante imensa felicidade e contentamento que sentiam, que fazia aumentar sempre que um estudante que havia tido seu Kokoro no Tamago arrancado por Matthew no dia anterior passava por eles e os cumprimentava com um sorriso, como se nada tivesse acontecido.


Mas o que os Guardiões não sabiam era que nem todos estavam tão animados assim: Anna ainda sentia um certo desconforto e um estranho aperto no peito cada vez que se lembrava do ataque combinado por Tadase e Amu no dia anterior. Porém, por mais que pensasse, não conseguia entender por que se sentia assim. O que era aquilo afinal... inveja? Desapontamento consigo mesma? Ciúmes? Ela não sabia identificar. Mas não era apenas o fato de Tadase ter usado um ataque combinado com Amu, e não com ela, que a garota nem sequer conhecia, que preocupava a inglesinha. Isso também despertava preocupações sobre seu passado, na Inglaterra, que pareciam tão distantes agora, mas que ainda assolavam sua mente de vez em quando. Preocupações de sua família lhe dizendo que ela deveria se portar mais adequadamente, que deveria parar de perder tempo desenhando e se focar mais no "negócio da família"... até Kiseki lhe dissera isso uma vez, que ela não tinha postura e modos adequados! Se até o Chara de Tadase lhe dissera isso, então devia ser verdade mesmo. Ela estava fazendo de tudo para que ninguém notasse esse pequeno desconforto dela com a situação, mas não conseguia voltar a se sentir empolgada como antes de novo.


Além dela, Miguel também sentia-se um tanto inconformado com a situação. Eles ganharam a luta e conseguiram purificar os Kokoro no Tamago dos alunos, era verdade, porém, ainda assim Matthew conseguiu fugir, e ele sentia que que aquilo era responsabilidade dele, não importava o quanto os outros dissessem que não era sua culpa. Ele tinha pedido para dar um jeito no inimigo sozinho afinal, era seu dever detê-lo enquanto os outros capturavam os Batsu Tamas! Mas ele não conseguiu fazê-lo. Mesmo depois de ter prendido Matthew, o vilão dera um jeito de escapar e eles nem sequer sabiam como o garoto encapuzado havia feito isso. Aquilo lhe causava uma frustração tão grande que o português não estava conseguindo se concentrar em mais nada, nem quando Kukai falava com ele e perguntava se seus ferimentos da luta estavam melhores, nem na aula, e nem mesmo quando Shunsuke o cumprimentou essa manhã e começou a conversar com ele. O português estava tão alheio ao que acontecia à sua volta que nem reparou que Shunsuke tinha alguns machucados também, curiosamente nos mesmos lugares onde Matthew havia se ferido no dia anterior. Miguel sentia que precisava no mínimo compensar os companheiros por ter deixado o inimigo escapar de suas mãos como se fosse água, e no momento estava tentando pensar em uma forma de fazer isso, embora ainda tentasse fazer o possível para fingir que estava tudo bem e que também estava feliz pelo sucesso na luta do dia anterior, embora não se sentisse assim tão animado.


Infelizmente ninguém teve muito tempo parar ficar comentando e se gabando pela vitória na luta, nem para se preocupar com seus problemas pessoais, pois na reunião dos Guardiões daquela tarde, onde por algum motivo também estavam presentes Yaya e Kairi (mesmo ainda sendo alunos do fundamental) eles tinham outro assunto bem mais urgente pra resolver no momento:


– Bem, pessoal, eu chamei todos vocês aqui mais cedo hoje por um motivo - Tadase começou a discursar, mas logo foi interrompido
– Yaya já sabe! Vamos dar uma festa pra comemorar nossa vitória de ontem! - a ruiva se levantou e começou a pular, animada com a festa que só existia na cabeça dela
We'll have a party? That's great, I love parties! (Nós vamos ter uma festa? Isso é ótimo, eu amo festas!) - Anna exclamou, sendo contagiada pela animação da Às mais nova
– A-Acalmen-se, vocês duas, por favor - Tadase pediu, se perguntando daonde Yaya tinha tirado aquilo, e ainda arrastado Anna junto - Embora eu goste da idéia, não temos tempo pra comemorar nossa vitória de ontem. Isso porque o Festival Escolar desse ano está chegando, e nós precisamos começar os preparativos
– Então vai ser mesmo uma festa!! - Yaya voltou a pular, imaginando as coisas que poderia aprontar no Festival
– Não é uma festa, é um Festival Escolar... e por que vocês dois estão aqui mesmo? - Amu indagou para Yaya e Kairi, erguendo uma sobrancelha - Vocês ainda são do ensino fundamental, não vão nem participar desse Festival!
– Sei disso, mas ela insistiu em vir... e me arrastou até aqui junto com ela - Kairi respondeu, parecendo extremamente cansado em ter que lidar com as ações mimadas da ruiva
– Realmente lamento por você, Sanjou-kun - Nagihiko falou, solidário, com uma gota na cabeça - Mas o fato é que realmente temos nos ocupado tanto em tentar resolver esse problema do Matthew e dos Batsu Tamas que temos deixado nossas tarefas como Guardiões de lado... e nem nos demos conta de que o Festival Escolar está tão perto
– Fujisaki-kun tem razão, nós precisamos iniciar os preparativos, e rápido - Tadase continuou - Pra começar, temos que decidir o que cada classe vai fazer. Alguém tem alguma sugestão?
Mi dispiace (Com licença)... eu nunca partecipato a un festival di scuola,(nunca participei de um Festival Escolar) então ... realmente non so cosa fare (não sei o que fazer) - Giovanni murmurou timidamente, sentindo-se um tanto inútil em não poder ajudar
– Não se sinta mal por esto... nosotros también (nós também) nunca participamos de um Festival Escolar antes - Stéffanie falou para ele - Lamento, pero, não apenas eu e Giovanni, pero creo que también Anna e Miguel nunca debem (mas creio que também Anna e Miguel nunca devem) ter participado de um Festival Escolar antes, entonces creo (então acho) que no seremos de grande ayuda en esto (ajuda com isso) - ela acrescentou, um tanto inconformada em ter que admitir que realmente havia uma coisa na qual era não era boa
– Bem, não se preocupem muito com isso, não é como se vocês tivessem que decidir tudo sozinhos - Nagi falou gentilmente, mas por algum motivo isso só fez a irritação da espanhola aumentar, e ela virou o rosto para o lado, emburrada
– Etto... bem, vocês já assistiram animes, certo? - Tadase indagou
Yes! (Sim) - Anna exclamou, com empolgação excessiva, numa tentativa de disfarçar suas preocupações - Já assisti muitos animes! And I think the Spanish Girl too! (E acho que a garota espanhola também)
– Não coloque palabras (palavras) na minha boca, ninã! (menina) - Stéffanie ralhou com ela, e Anna voltou a se sentar, se encolhendo um pouco com o grito da Rainha - Pero (Porém)... j-já assisti alguns animes sim
– Ótimo. Então, é parecido com isso. Cada classe vai criar um tema principal para o Festival - Tadase explicou - Como, por exemplo, restaurante chinês, uma peça de teatro, casa mal-assombrada, previsão do futuro, um tipo de lanchonete ou restaurante com maids, show de mágica, e outras coisas do tipo... só precisamos decidir que tema cada classe vai usar - Tadase explicou
– Podemos fazer uma competição esportiva? - Kukai perguntou, rapidamente se empolgando - Podíamos fazer uma disputa de futebol... ou até de basquete!
– É, dessa idéia eu gostei - Nagihiko concordou
– É um Festival Escolar, e não o Festival Esportivo... e você nem está na mesma classe que ele, Fujisaki-kun - Tadase lembrou com uma gota na cabeça
– Ah, eu não gosto muito dessa idéia... sou péssimo em qualquer tipo de esportes - Miguel comentou desanimado
– Também não sou muito bom nisso ... non credo che lo sport è una buona idea, almeno non per la mia classe (não acho que esportes seja uma boa ideia, pelo menos não na minha classe) - Giovanni murmurou timidamente, visivelmente receoso com a idéia
– Bem, nesse caso, podíamos fazer uma peça de teatro... - Nagi sugeriu, se animando com a idéia
– Eu voto pela casa de chá - Rima pronunciou-se, com uma xícara de chá nas nãos
– Não, nada disso, Mashiro-san - Tadase rebateu na hora
– E por que não?
– Porque, se fizéssemos uma casa de chá, você acabaria com todo o nosso estoque na mesma hora, e não teríamos nada para vender para os clientes - o loiro respondeu impassível
– Tsc... você é um chato, Tadase, sabia disso? Não sei como a Anna te aguenta - a Rainha loira resmungou
– Bem, então... podíamos fazer um sorteio - Amu sugeriu - Cada um escreve sua sugestão, e o representante de uma das classes sorteia o papel. O que sair no sorteio será aquilo que a classe terá que fazer, que tal?
– Parece uma boa idéia. Todos concordam? - o loiro indagou, e todos balançaram a cabeça, em afirmação. Aquilo só fez aumentar ainda mais a sensação de aperto e desconforto que Anna sentia em seu peito. Até mesmo nesses pequenos detalhes Amu e Tadase pareciam estar em perfeita sincronia... ela ainda não conseguia definir exatamente o sentimento que tinha quanto à isso, mas com certeza era bem desagradável - Muito bem então, cada um escreva sua sugestão em um papel, e vamos começar o sorteio.


Seguindo as instruções do Rei, cada um escreveu sua sugestão em um pedaço de papel, alguns em idiomas diferentes, o que tornaria um pouco mais difícil para eles lerem caso fossem sorteados, e depois de alguns minutos, quando todos já tinham anotado suas idéias, Yaya misturou todos os papéis dobrados dentro de um chapéu tirado sabe-se lá de onde e iniciou o sorteio. Tadase, que representava sua própria classe, sorteou fazer uma casa mal-assombrada. Amu, representando a classe seguinte, sorteou o restaurante de maids. E Kukai, que representava a classe àcima deles, sorteou a peça de teatro. O resultado realmente agradou muito algumas pessoas... mas também tinha desagradado outras.


– Bem, acabou saindo a casa mal-assombrada pra nós... quem sugeriu isso?! - Tadase indagou
– Fui eu! - Amu ergueu a mão no alto - Achei que seria interessante fazer isso... uma pena que não saiu na minha classe
I don't know if it's a good idea to do this (Eu não acho que seja uma boa ideia fazer isso) ... e-e-eu não sou very good with things like g-ghosts, monsters (eu não sou muito boa com coisas como fantasmas e monstros), e essas c-c-coisas... - Anna murmurou, visivelmente temerosa com o resultado
– Eu concordo... t-também non molto bene con questo genere di cose (também não sou muito bom com esse tipo de coisa) - o italiano murmurou timidamente
– Ora, não sejam medrosos vocês dois - Rima repreendeu - Acho essa uma ótima idéia
R-Really?! (Mesmo?) - a inglesa indagou, pasma
– Claro. Na verdade eu preferia a casa de chá, foi por isso que sugeri o restaurante... - a Rainha loira confessou - Mas, já que ele caiu para a outra classe, então pelo menos faremos alguma coisa divertida
Yo no voy hacer esto (Eu não vou fazer isso) - Stéffanie pronunciou-se, visivelmente desgostosa com o resultado - Já vi estos "restaurantes" en los animes (esses restaurantes nos animes) ... y las niñas siempre (e as garotas sempre) tem que se vestir como... s-s-s-si-sirvientas (empregadas) - ela praticamente cuspiu a última palavra - No voy hacer esto (Não vou fazer isso), de jeito nenhum!!!
– Mas você não tem escolha... foi um sorteio justo e limpo, e você concordou em decidir isso através de um sorteio afinal. Esse é o resultado, aceite - Nagihiko falou, com um sorriso no canto dos lábios, parecendo estar adorando aquilo
– Já disse que no voy hacer esto (não vou fazer isso), de jeito nenhum!! Me recuso a usar aquellos trajes vergonzosos (aquelas roupas vergonhosas), e ninguém pode me obrigar!!! Ouviu bem?! Ninguém!!! - ela gritou, colocando-se de pé
– Ah, droga... isso pode ser um problema - Kukai comentou baixinho, enquanto Yaya balançava a cabeça, concordando
– M-Mas Blanca-san, esse é o resultado do sorteio, e não podemos mudar isso... - Tadase começou a falar, sem saber realmente como convencer aquela garota teimosa, mas ela logo o interrompeu
Usted quer decir que "usted" no puede cambiar esto, pero yo puedo!! (Você quer dizer que "você" não pode mudar isso, mas eu posso!) - a espanhola gritou - Hacerei él Carácter Transformación, reescreverei él sorteio (Farei o Chara Nari, reescreverei o sorteio) e escaparei dessa humilhação!! - ela anunciou, pronta para ordenar que sua Chara ativasse a transformação
– Nããããããoo!! Não precisa recorrer ao Chara Nari para isso!! - Nagihiko gritou, levantando também, embora não soubesse realmente como fazê-la aceitar isso
– Deixa de teimosia, Onee-chan, e aceite logo! E depois ainda diz que a criança aqui sou eu!! - Yaya apoiou, levantando-se também
Pero...! (Mas...!)
– Vamos deixar pra decidir isso depois, ok? Ainda temos que ver os que as outras classes vão fazer - Kukai lembrou - A minha, por exemplo... nós sorteamos uma peça de teatro. Mas não acho que ninguém da minha classe tenha o menor talento pra interpretar, eu mesmo nunca fiz isso... será que foi mesmo uma boa escolha? Não saberemos nem por onde começar!
– Bem, pra começar... vocês precisariam decidir qual história vão interpretar, depois escrever o roteiro - Nagihiko explicou - Depois disso, precisam decidir que personagem cada um vai interpretar, cuidar do figurino, e só então começar os ensaios...
Yo quiero hacer esto! (Eu quero fazer isso!) - a espanhola gritou - Não a peça em si, pero quiero escribir él roteiro ! Cambie conmigo, Kukai! (mas quero escrever o roteiro! Troque comigo, Kukai!)
– Etto... e-eu não me importaria, mas... não podemos fazer isso, podemos? - o ruivo indagou para Tadase, meio perdido com a repentina mudança de humor da garota
– Infelizmente não - Tadase negou - Entretanto, se ninguém da sua classe puder escrever o roteiro, acho que não haverá problema se a Blanca-san escrever... já que ela parece tão animada com isso afinal
– Também acho uma boa idéia... ninguém da nossa classe parece ter mesmo a menor aptidão pra escrever um bom roteiro - Miguel concordou
– Ótimo - Nagihiko concordou, sem conseguir deixar de sorrir ao ver a óbvia empolgação da garota, que parecia já ter esquecido completamente o problema sobre o restaurante de sua própria classe - Então, sobre as outras classes... ficaram com a tenda de adivinhação, o restaurante chinês e uma apresentação musical. Todos concordam? - ele indagou, e todos acenaram a cabeça, concordando.


Depois de finalizarem os preparativos para o Festival daquele dia, e avisar os representantes das demais classes sobre o que cada um deveria fazer, os Guardiões se separaram em pequenos grupos, cada um indo para sua casa. Kukai ainda ia passar no time de futebol da escola, mas Miguel falou que o esperaria, pois ainda tinha uma coisa para fazer antes de ir pra casa, embora não tivesse falado que "coisa" era essa.


Sozinho, o português andava apressado de volta para o interior do prédio da escola, com as palavras de Matthew ainda ecoando em sua cabeça. "Eu só quero meu ovo de volta… ele passou muito tempo longe de mim, vai acabar ficando ainda mais fraco…". Mesmo que contra sua vontade, aquelas palavras haviam realmente mexido com Miguel. Então Matthew tinha mesmo seu próprio Shugo Tama afinal... e, muito provavelmente, devia ser o ovo que eles haviam capturado durante a época em que acamparam, e que agora estava em posse de Tsukasa. É claro que aquelas palavras poderiam ser puro fingimento, um teatrinho para que Miguel sentisse pena dele e abrisse uma brecha para facilitar a fuga de Matt. Mas também poderiam ser verdadeiras.. afinal, se Matthew também tinha seu próprio Shugo Chara, ele também deveria gostar dele, se preocupar com ele, e ter seu próprio sonho... o Chara em questão havia nascido dele afinal. E se aquele ovo que eles capturaram era de fato o Shugo Tama de Matt, ele havia realmente passado tempo demais longe do dono... devia estar realmente fraco e desolado por estar tanto tempo longe daquele que lhe trouxe à esse mundo. E, ainda que involuntariamente, e quase não percebesse isso, de alguma forma Miguel havia se afeiçoado àquele Shugo Tama... vê-lo fraco e sofrendo lhe deixava triste também. Ele sabia que o que estava prestes a fazer provavelmente estava errado, mas... ele sentia que realmente precisava fazer aquilo.


Parando de frente para a porta da sala do Diretor, ele deu uma leve batidinha, e entreabriu uma fresta da porta. Espiou o interior da sala, e como não viu ninguém, abriu o resto da porta, apenas o suficiente para entrar, e fechou-a novamente, com cuidado e sem fazer barulho. Olhou ao redor da sala e, depois de procurar por alguns minutos, com cuidado para não tirar nada do lugar, viu uma pequena gaiola no alto de uma estante, com o Batsu Tama dentro. Ele estava realmente fraco, já nem conseguia mais dizer os familiares "nuri, nuri". Havia uma chave pequena e prateada, da mesma cor que a fechadura da gaiola, que provavelmente servia para abri-la, bem na prateleira abaixo da prateleira onde estava a gaiola. Estava fácil demais, e é claro que Miguel suspeitava disso... mas, essa era sua única chance de fazer aquilo, então tinha que aproveitar. Colocou-se na ponta dos pés para alcançar a gaiola, e conseguiu puxá-la pelas grades, segurando-a com cuidado em seus braços. O ovo moveu-se minimamente ao notar sua presença, mas ainda estava fraco demais para falar qualquer "nuri, nuri" que seja.


– Ei, Miguel... vai mesmo fazer isso?! - Grace indagou, estranhamente séria - Esse é o ovo do nosso inimigo afinal!
– Psiiiu! Fale baixo, Grace! - o português repreendeu num sussurro - Eu sei que esse é o Ovo do Coração do Matthew, mas... ele ainda é um Ovo do Coração afinal. E passou tanto tempo longe de seu dono... ele não tem culpa das coisas ruins que seu dono fez, e não merece sofrer por causa disso
– Mas, se aquele garoto Matthew recuperar o Ovo do Coração dele, provavelmente vai ficar mais forte, e será ainda mais difícil de derrotá-lo! - sua Chara avisou
– Acha que eu não sei disso?! - Miguel exclamou de volta - Sei muito bem disso... e é por isso mesmo que estou nesse dilema terrível, e me culpando pelo que estou prestes a fazer. Mas... Ele ainda é um Ovo do Coração, que está a sofrer há tanto tempo... ele não merece isso.


Quando Miguel enfim decidiu-se, e estava prestes a pegar a chave para abrir a gaiola e libertar o Batsu Tama aprisionado, a porta da sala abriu-se repentinamente, sobressaltando tanto o português que ele quase deixou a gaiola cair.


– Ora, ora... que surpresa ver você por aqui, Miguel-kun - Tsukasa adentrou a sala, sorrindo como sempre, embora não parecesse realmente surpreso - O que está fazendo na minha sala com esse Batsu Tama nas mãos?
– Ah... D-Diretor - o português gaguejou, completamente nervoso, sem saber o que responder - E-Eu só estava... bem...
– Nós viemos visitar esse ovo - Grace respondeu pelo dono - Sabe, o Miguel meio que se afeiçoou à ele, e achamos que o ovo estava melhorando aos poucos quando estava com o Miguel, ele vivia conversando com esse Batsu Tama... então estávamos pensando que talvez fizesse bem à ele fazer uma visita. Claro que o Miguel pensou em perguntar ao senhor se estaria tudo bem em fazer isso, mas como o senhor não estava, e o ovo estava tão à vista, o Miguel pensou em falar com ele um pouquinho
– S-Sim... é isso mesmo - Miguel confirmou a mentira de sua Chara com toda a convicção que conseguiu colocar em sua voz trêmula - Desculpe entrar assim sem pedir, Diretor, mas eu realmente queria falar com o ovo...
– Entendo - Tsukasa respondeu, parecendo que entendia muito mais do que aquilo, inclusive as verdadeiras intenções do português ao adentrar aquela sala sem permissão - Bem, se isso realmente vai contribuir para a melhora desse pobre Batsu Tama, você pode vir conversar com ele sempre que quiser, Miguel-kun. Mas da próxima vez, faça isso quando eu estiver presente, entendeu?
– C-Claro, senhor...
– Bem, não me importo se você quiser levá-lo para casa hoje, já que estava com tantas saudades do ovo... mas traga-o de volta para mim amanhã. E ele deve permanecer na gaiola, ouviu bem? - Tsukasa acrescentou, estranhamente sério, arrebatando a chave que Miguel estava prestes a pegar minutos atrás e guardando-a em seu bolso. Miguel acenou a cabeça nervosamente outra vez, sem outra opção além de concordar com ele
– Ah, Miguel! Então era aqui que você estava! - Kukai surgiu pela porta, sobressaltando novamente o estrangeiro - O treino acabou, está na hora de irmos pra casa... ué? O que faz com esse ovo?
– Miguel-kun tomará conta do Batsu Tama até amanhã, espero que não se incomode de levá-lo para casa por uma noite, Kukai-kun - Tsukasa voltou a exibir o mesmo sorriso bobo-alegre de sempre, embora isso não diminuísse em nada o nervosismo de Miguel
– Ah, não, imagina... está tudo bem - ruivo concordou, sem entender a situação - Bem, então vamos andando?
– Ah, claro... vamos sim - o português apressou-se a sair dali o mais rápido possível sem correr - Obrigado, Grace. Você me salvou - ele sussurrou para sua Chara
– Ei, eu sou sua Shugo Chara! esse é o meu trabalho afinal! - ela sussurrou de volta, dando uma piscadela e sorrindo para ele. Os dois garotos despediram-se do Diretor e seguiram para a casa de Kukai, que falava animadamente alguma coisa sobre esportes, sem perceber que Miguel não estava prestando a menor atenção, enquanto o português pensava que seria muito mais difícil devolver aquele Batsu Tama ao dono do que ele imaginava.


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Notas finais do capítulo

Yoo minna-san! Teffy-chan~desu!
Desculpem a demora pra postar, acabei me enrolando com minhas outras fics, pra variar... o capítulo já estava pronto há algum tempo, eu só não conseguia arrumar tempo pra postar mesmo, desculpem o atraso -.-" Bom, mas o importante é que a fic foi enfim atualizada! Então, uma pergunta idiota, só pra confirmar... sobre as traduções das falas dos estrangeiros, a maioria das leitoras concordaram que estava melhor traduzir desse jeito deixando entre parênteses ao lado das falas ao invés de colocar nas notas finais como antes, e que é necessária a tradução das falas de todos os estrangeiros, e não apenas as do Giovanni, que é personagem novo. Todos concordam? *se sentindo o Tadase na hora de fazer o sorteio pro Festival*
*voz do pensamento: Ah, como eu gosto do Miguel, ele é português e é o único que não me dá trabalho com traduções das falas... gosto ainda mais dele só por isso!*
Certo, eu precisava dizer isso, apesar de ser irrelevante, mas, deixando minha voz do pensamento preguiçosa de lado... deixem reviews onegai, façam as autoras felizes! O próximo capítulo é com a Shiroyuki-chan! /o/ E vou tratar de postar logo porque tá ameaçando faltar luz aqui o__õ