Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 37
Capítulo XXXVII




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Alguns dias de muito planejamento depois, os Guardiões enfim reuniram todos as informações necessárias e resolveram invadir a mansão Yamabuki no meio da noite escolhida. Yaya insistiu tanto que todos fossem vestidos como ninjas, com roupas pretas e máscaras ocultando suas faces para não serem descobertos, que eles acabaram aceitando a ideia dela, mais para fazê-la calar a boca do que qualquer outra coisa, muito embora isso não fizesse a menor diferença, já que, ao chegarem lá, todos precisaram se transformar e usar as roupas de seus respectivos Chara Naris. Utau e Ikuto concordaram prontamente em ajudar os Guardiões e, quando chegaram lá, o mais velho, juntamente com Kukai, Nagihio e Giovanni, que eram mais habilidosos para isso (este último, nem tanto, mas o fato de poder voar ajudava muito nessas horas) auxiliaram os demais a pular o imenso muro que cercava a propriedade. Utau também ajudou, já que também possuía asas quando se transformava com Eru.


Assim que todos conseguiram passar pelo muro, mal deram meia dúzia de passos pela grama do enorme jardim e uma matilha de incontáveis domermans, com umas caras nada amistosas, apareceram para "recepcioná-los", parecendo estarem mais famintos do que outra coisa.


– Essa não... não contava que tivessem cachorros aqui... - Amu murmurou, recuando um passo ao se deparar com os enormes cães que avançavam lentamente na direção deles
Oh no, eu não esperava que tivessem watchdogs here! (cães de guarda aqui!) - Anna exclamou também quando eles começaram a rosnar
– Calma, Lewis-san, daremos um jeito de passar por eles - Tadase murmurou ao seu lado, encarando os cães imóvel, muito embora não tivesse a menor ideia de como fazer isso
Maldición... no me gustan nada los perros... especialmente los grandes... (Maldição... eu não gosto de cachorros... principalmente os grandes...) - Stéffanie murmurou, com os olhos fixos nos cachorros que avançavam lentamente na direção deles. O cão mais próximo soltou um latido, e ela fechou os olhos, se encolhendo um pouco. Nagihiko a encarou com o canto dos olhos, surpreso que ela pudesse se assustar com algo assim
– Ahh cara, que hora horrível pra ela resolver agir mais como uma garota e ficar com medo de alguma coisa... - Kukai comentou com ninguém em especial, e teria apanhado feio da espanhola por dizer isso se ela não estivesse tão assuatada à ponto de nem ouvir o que as pessoas ao seu redor estavam dizendo
– Bem, mas eu dessa vez tenho que concordar com a espanholinha. Também não gosto nem um pouco desses bichos - Ikuto resmungou, embora ele parecesse sentir mais desprezo do que medo do que medo dos cachorros. Ele possuía "instintos felinos" afinal, era até compreensível - Alguém tem alguma ideia?
Beh... forse Blanca-san che possiamo scrivere senza danni... (Bem... talvez a Blanca-san possa escrever que passamos por eles sem danos...) - Giovanni sugeriu meio incerto
– Não diga bobagens, ela não parece em condições de escrever nem uma única letra agora - Nagihiko respondeu, ainda encarando-a, enquanto a garota permanecia imóvel, apenas encarando os cães que avançavam lentamente
– Cara, esses bichos parecem sentir o cheiro do medo! - Ikuto reclamou - Mas, acho que você ganharia alguns pontos se conseguir proteger essa garota, viu, moleque dançarino?! - ele acrescentou com uma risadinha
– Não é hora pra piadas, Ikuto! - Utau exclamou - Mas, acho que tenho uma ideia... vamos correr, todos nós, na direção da entrada. Corram o mais depressa possível
– O que?! Mas, desse jeito, os cachorros vão nos pegar ainda mais rápido! - Miguel exclamou, sentindo como se ela estivesse sugerindo que eles corressem na direção da morte
– Confiem em mim, sei o que estou fazendo - a cantora insistiu - Vão, depressa!


Como ninguém ali havia tido uma ideia melhor, resolveram seguir o plano de Utau, seja ele qual fosse. Respirando fundo para tomar coragem, eles correram na direção da porta de entrada, e, consequentemente, na direção dos cachorros também. Os cães latiram mais alto e com mais vontade, correndo na direção dos invasores. Muitos ali ainda relutavam em continuar correndo. Anna mal deu alguns passos e começou a relutar, enquanto Tadase tentava levá-la consigo, segurando sua mão sem nem pensar no que estava fazendo, temendo apenas deixá-la para trás. Stéffanie então não conseguia nem dar um passo, mas Nagihiko tentava arrastá-la pelo braço junto consigo, perguntando-se internamente se ela faria um escândalo agora se ele tentasse carregá-la no colo ou coisa parecida, mesmo no estado em que se encontrava, mas concluiu que era melhor não arriscar. Amu também relutou em correr, travando no meio do caminho, e só continuou avançando porque Ikuto e Kairi a arrastaram consigo, cada um puxando-a por uma das mãos da Coringa. Quando estavam à poucos passos de serem alcançados pelos imensos cachorros, começaram a ouvir o canto de Utau, que agora sobrevoava o jardim. Aquela era uma melodia diferente das músicas que ela costumava cantar nos shows, era a canção do Chara Nari da loira. Os cães começaram a latir na direção dela, obviamente sem poderem alcançá-la, já que a garota estava voando, até que foram parando aos poucos, suas pálpebras ficando pesadas, e acabaram caindo no sono, um à um. Quando todos os dobermans caíram adormecidos, espalhados pela grama do jardim, Utau enfim retornou ao chão, pousando graciosamente, e os demais pararam de correr.


– Viram só? Eu disse que tinha um plano - a cantora sorriu, erguendo o polegar e piscando para os demais
– Foi realmente incrível, Utau-chan! Sabia que seria uma boa idéia trazer você e o Ikuto-niisan conosco! - Tadase exclamou, sorrindo aliviado agora que estavam livres dos cães
– Eu agradeço, mas é melhor deixar os elogios apra depois, Tadase, isso não vai mantê-los adormecidos por muito tempo. É melhor entrarmos de uma vez enquanto eles estão dormindo - a cantora avisou, um pouco mais séria, e os demais assentiram.


Depois de algum esforço, Ikuto e Kairi conseguiram arrombar uma das janelas sem precisar quebrá-la, e os demais entraram por ela, um por um. Começaram a andar pela mansão, sem saberem muito bem aonde ir ou onde procurar, até que, novamente, mal deram alguns passos e um sonoro alarme de segurança começou a tocar, como uma sirene escandalosa.


– Droga, sabia que deviam ter seguranças aqui! - Miguel exclamou, olhando para os lados meio desnorteado
What do we do now? (O que faremos agora?) - Anna indagou - I think (Eu acho) que posso desenhar algo para combatê-los, mas...
Esto no será necesario– Stéffanie respondeu, se recuperando milagrosamente rápido de seu pavor de cachorros, e começando a escrever apressadamente alguma coisa em seu livro. Pouco mais de um minuto depois, os alarmes pararam de tocar, e dois dos vários guardas que deviam haver naquela mansão, que estavam prestes a virar o corredor e avistá-los, desabaram no chão, permanecendo imóveis lá
– Kyaaaah~ a Onee-chan matou os seguranças!! - Yaya exclamou escandalosamente
No seas tonta! (Não seja idiota!) - a espanhola exclamou rispidamente - No están muertos, sólo están durmiendo (Eles não estão mortos, estão apenas dormindo). Só irão acordar quando sairmos daqui. Os alarmes e as câmeras de segurança também, estão com "defeito" e por isso pararam de apitar - ela corrigiu, e provou estar certa quando um dos guardas perto do corredor soltou um sonoro ronco
– Bem, ao menos eles não irão nos causar problemas, melhor assim... nada mal para alguém que tem medo de cachorrinhos - Nagihiko comentou, deixando escapar uma risadinha
No digas tonterías, estúpido! (Não diga asneiras, estúpido!) - ela gritou, corando um pouco, embora não fosse possível notar isso por causa da escuridão da noite - Yo no tengo miedo (Eu não tenho medo), apenas não gosto de cachorros!
Ah, but not all dogs are mean, no need to hate them all! (Ah, mas nem todos os cachorros são malvados, não precisa odiar todos eles!) - Anna exclamou - Também têm as raças menores e mais fofas, como os poodles, e os chiwawas...
– Ei, vocês duas, querem parar de falar sobre cachorros? - Kairi interrompeu - Temos trabalho à fazer, não temos? Concentrem-se!
– Wahhh~ o lado ninja do Iinchou está falando mais alto dessa vez, e a Yaya precisa concordar! - a ruiva exclamou, enquanto ele bufava indignado para ela - Foi por isso que escolhemos justo essa noite para vir, não foi?
– Não acredito que vou dizer isso, mas a Yaya tem razão desa vez... - Kukai concordou, caminhando junto com o enorme grupo pela casa, procurando algum cômodo que pudesse ter documentos que lhe fossem úteis
– Pois é! E tinha que ser justo na noite de Natal... nós devíamos é estar comemorando e abrindo presentes agora, isso sim! - Yaya exclamou, ainda meio chateada por não ter feito nenhuma festa naquela data comemorativa
– Mas, era a noite perfeita pra isso, Yaya! - Amu exclamou - Concordo que é uma pena não comemorarmos o Natal, mas, a Yamabuki-san estava anunciando para quem quisesse ouvir na escola que a família dela faria uma grande viagem durante o Natal, e daria uma inesquecível festa no exterior, e todas aquelas coisas... ou seja, a família toda está viajando, a ocasião era perfeita pra isso!
– Sem falar que essa ideia é sem dúvida melhor do que a anterior - Tadase concordou, sentindo um desagradável calafrio só em ter que pensar no plano original sobre ele ter que se aproximar de Saaya para obter informações
– Escutem, pirralhada... - Ikuto chamou - Deixando as comemorações e planos malucos de lado, eu acho que só vamos demorar ainda pra encontrarmos alguma coisa de útil se continuarmos andando assim nesse grupo enorme por essa mansão que deve ter um monte de cômodos. Sem falar que chamaremos ainda mais atenção desse jeito. Não acham melhor nos separarmos pra procurar? Acho que assim seria mais rápido...
– Ikuto-niisan tem razão - Tadase milagrosamente concordou com o mais velho - Então, vamos nos separar em grupos menores e nos espalhar pela casa, desse jeito poderemos encontrar alguma coisa de útil mais rápido, e acabar mais depressa
– Isso! E, assim, talvez dê tempo da Yaya dar sua tão esperada festa de Natal! - a Às exclamou, ainda pensando nisso
– Agora não é hora de falar de festas, Yuiki-san! - o Rei a repreendeu - Então, vamos formar os grupos e nos espalhar pela casa, rápido.


O imenso grupo separou-se então em grupos menores, conforme as instruções de Tadase: No primeiro, ficaram Amu, Kairi, Ikuto, Rima e Giovanni; No segundo, ficaram Kukai, Yaya, Nagihiko e Stéffanie; E, no último, ficaram Miguel, Utau, Anna e o próprio Tadase. O primeiro grupo ficou encarregado de procurar pelo escritório, onde deveriam ficar os documentos sobre o trabalho do pai de Saaya, e provavelmente mais pistas; o segundo ficou incubiu-se de procurar alguma possível biblioteca na casa, como geralmente existiam em mansões como aquela, e que também abrigavam possíveis documentos importantes; E o último, de vasculhar o segundo andar da casa.


No terceiro grupo, eles começaram a vasculhar quarto por quarto, que eram tantos que não pareciam ter fim, sem sucesso. A maioria estavam trancados, é claro, mas Anna conseguiu desenhar chaves que encaixavam perfeitamente nas fechaduras, então não precisaram nem arrombar a porta para entrar. Enquanto reviravam armários e escrivaninhas de um dos muitos quartos que aparentavam ser para hóspedes, começaram a conversar baixinho entre si:


– Acho que também não tem nada aqui... é melhor seguirmos logo para o próximo - Miguel comentava, procurando algum papel que parecesse importante em um armário
– Ainda não, Gonçaves-kun, temos que olhar tudo direito - Tadase respondeu, revirando as gavetas de uma cômoda ao lado da cama
– Mas, é mesmo impressionante como conseguimos entrar tão facilmente sem nem ter que arrombar a porta - Utau comentou - Esse Chara Nari da Anna-chan é bem útil nessas horas... aposto que ela se tornaria uma arrombadora de portas facilmente desse jeito! Imaginem só, ela poderia entrar, roubar o que quisesse, e depois trancar a porta de novo com a chave que desenhou, e ninguém perceberia...
D-Don't say such things (N-Não diga essas coisas), eu jamais faria uma c-coisa dessas! - Anna exclamou, alarmando-se com a ideia
– Mas isso é um talento realmente impressionante, você não deveria desperdiçar! - a cantora insistiu - Você poderia até arrombar a porta do quarto do Tadase no meio da noite assim, enquanto ele dorme... - ela sugeriu, com um sorrisinho maldoso, fazendo a inglesa corar furiosamente, e gaguejar algo incompreensível, fosse em inglês, japonês, ou qualquer outro idioma
– P-P-Pare de falar essas coisas, Utau-chan!! Parece até o Ikuto-niisan falando!! - Tadase a repreendeu, corando também
– Foi mal, isso deve estar no sangue ou algo assim... - Utau riu, coçando atrás da cabeça
– Bem, seja como for, a Anna não teria coragem de fazer algo assim... e, se tivesse, provavelmente quebraria alguma coisa no caminho e seria descoberta antes de alcançar seu objetivo... - Miguel comentou, curiosamente considerando aquela ideia
– Ehh, quem diria... acho que não sou a única que está andando em más companhias... parece que o Shunsuke-kun tem te ensinado coisas bem interessantes, hein Micchan... - Utau voltou a rir maldosamente, e dessa vez foi o português quem corou
– P-Parem com essas conversas estranhas! - Tadase exclamou, corando cada vez mais - P-Parece que não tem nada de útil aqui mesmo, vamos para o próximo quarto, depressa - ele caminhou até a porta, desaparecendo pelo corredor, e os demais o seguiram.


Anna desenhou uma chave para o próximo cômodo depois de analisar o tamanho da fechadura por alguns segundos, que saltou do caderno dela, e a inglesa abriu a porta. O lugar era um imenso quarto, todo cor de rosa, com uma cama de dossel tão grande que parecia ser de casal, a colcha e as fronhas do travesseiro parecendo seemr feitas de seda. Haviam alguns bichos de pelúcia espalhados pelo lugar, um grande e luxuoso espelho ao lado de uma cômoda, e uma parede completamente coberta pelos mais variados tipos de fotografias, todas de Tadase.


– Bem... esse parece ser o quarto da garota Yamabuki, eu diria... - Miguel comentou, mal colocando os pés dentro do quarto
– M-Mas aonde raios ela arranjou todas essas fotos...?! - Tadase indagou com uma gota na cabeça, encarando boquiaberto à si mesmo com as mais variadas expressões faciais nas incontáveis fotos de si que cobriam uma das paredes do quarto - Não deve ter nada de útil aqui, vamos embora - o Rei já ia dar meia-volta, com uma expressão irritada, mas Utau o segurou pelo braço
– Ei, Tadase, nós tínhamos que vasculhar todos os quartos do segundo andar, não era? - Utau lembrou - E, infelizmente ou não, esse quarto também está incluído. Vamos ao menos dar uma olhada no lugar - ela acrescentou, e o mais novo teve que concordar. Ainda bufando, ele entrou no quarto de vez e começou a vasculhar a cômoda mais próxima, que parecia não conter nada mais do que maquiagem, cremes, e produtos de beleza.


Eles se espalharam pelo quarto e procuraram pelos cômodos, sem muito sucesso. Depois que Tadase terminou de revirar a cômoda, que realmente não continha nada além de maquiagem e cremes, ele pensou em olhar no guarda-roupa, mas Anna foi milagrosamente mais rápida dessa vez. Antes do armário, estava a enorme cama, e haviam algumas roupas femininas de grife espalhadas em cima dela, dentre elas, um sutiã com rendas e enchimento, bastante chamativo. Ela não poderia permitir que Tadase visse aquilo, não mesmo! Somente a ideia de seu precioso Príncipe ver a roupa íntima de uma garota, especialmente a roupa "daquela" garota detestável e irritante, a fazia sentir uma raiva misturada com outros sentimentos que ela não sabia definir, tão grande que fez a estrangeira pular na frente dele e atirar aquela coisa para longe, fazendo a peça de roupa ir parar embaixo da cama.


– O que está fazendo, Lewis-san? - Tadase indagou ao vê-la praticamente se atirar na frente dele
I-I just ... I thought it would be a good idea to look around you... I-I mean, it's still a g-girl's closet... (E-Eu só... achei que não seria uma boa ideia você procurar aí... q-quero dizer, ainda é o armário de uma garota...) - ela gaguejou nervosa, seu rosto corado de vergonha e raiva misturadas
– Ah, sim... a-acho que você tem razão - o loiro concordou, corando um pouco também - B-Bem, então... por favor, procure você aí... - ele murmurou, dando meia-volta e indo vasculhar algum outro móvel.


Anna assentiu e abriu a porta do imenso armário, lotado de roupas e sapatos espalhados de qualquer jeito lá dentro. Até mesmo colado no lado interior da porta do armário, haviam inúmeras fotos de Tadase, uma dele sorrindo docemente, especialmente encantadora. Anna sentiu uma inexplicável vontade de ter aquelas fotos todas só para si, para que aquela garota horrível nunca mais pudesse olhar para o precioso rosto de seu amado Príncipe, mas... não poderia fazer isso. No que ela estava pensando afinal, aquilo era loucura! Não sabia onde Saaya tinha arranjado aquelas fotos, mas isso de nada adiantaria, já que eles estudavam na mesma escola, Saaya podia vê-lo todos os dias, mesmo que de longe, sem falar que, se as fotos sumissem, Saaya perceberia que alguém invadiu a casa em sua ausência. Mas, ainda assim... aquela foto lhe parecia tão atraente... bem, só uma talvez não fizesse falta, haviam tantas... apenas uma não faria mal, não é?

Sem que ninguém notasse, ela pegou a foto e a escondeu dentro da roupa, mal acreditando no que estava fazendo. Talvez Utau tivesse razão afinal... desse jeito, aos poucos ela poderia se tornar uma arromadora profissional e roubar o que quisesse! Porém, felizmente ou não, os pensamentos insanos da inglesa foram interrompidas quando Miguel chamou a atenção de todos:


– Ei, pessoal... vejam só isso aqui - ele chamou, abaixado perto de uma escrivaninha, apontando para uma gaveta aberta, que até possuía fechadura, mas fora mal-trancada. Dentro, haviam vários papéis. Os de cima, eram testes e provas escolares antigas, a maioria com nota baixa, porém, abaixo deles, havia uma caixa fechada. O português a abriu e, dentro dela, haviam documentos com aparência mais importante, parecendo se tratar de trabalho. Depois de tentar decifrar os muitos kanjis que haviam neles, Miguel reconheceu a palavra "Batsu-Tama" em um dos papéis - Isso... eu não consigo ler direito por causa dos kanjis, mas, tem algo a ver com Batsu Tamas, não têm?
– Com certeza tem... - Utau se ajoelhou ao lado dele, pegando alguns dos documentos contidos na caixa. - Falam sobre Batsu Tamas e batsu Charas... ah, olha, tem algo sobre transformação!
Maybe (talvez) tenham algo a ver com the modifications of Eggs (as modificações dos Ovos)! - Anna exclamou, feliz em poder se afastar daquele armário e se juntando à eles
– Com certeza tem algo a ver... alguém deve ter escondido isso no quarto na Yamabuki-san, pensando que ninguém desconfiaria dela, ou algo assim - Tadase falou sério, se aproximando também - Mas, temos que analisar tudo isso com cuidado, vamos levar esses documentos conosc...
– Psiiiuu!! - Miguel interrompeu - Eu ouvi alguma coisa.


Todos se calaram e, de fato, ouviram vozes mais ao longe. Vozes familiares, mas que não pertenciam à nenhum de seus amigos espalhados pela casa:


– ... já disse que não, eu não quero assistir esse dorama estúpido!
But you ficou assistindo seus filmes na TV grande a tarde inteira, é a minha vez de escolher algo para ver! - uma voz masculina, com sotaque estrangeiro e terrivelmente familiar exclamou de volta em tom irritado
– Não interessa, eu não quero assistir seus programas gays estúpidos! Pára de discutir e me dá o controle de volta, Mattchan!! - a primeira voz, que era feminina, provou-se pertencer à Kaori
– É só um dorama, não tem nada de gay nele! Shut up e largue logo o controle, you bitch!– a inconfundível voz de Matthew gritou de volta
– Tá, vamos fazer assim então: Eu te deixo assistir seu programa estúpido na TV maior se você preparar algo para comermos, que tal? - ela tentou entrar num acordo, já que o garoto possuía mais força física do que ela
– Tá certo então... vou fazer uma pizza pra gente - ele concordou à contragosto
– Pizza?! Ah, não, eu quero comer algo doce! - Kaori reclamou
– "Quero comer algo doce..." - Matt repetiu em tom de deboche, numa terrível imitação da voz dela - Parece até aquela Spanish tsundere cantando that Vocaloid's thing... se manca, você não é nenhuma Princess! Vou fazer a pizza e pronto!
– Não me compare com aquelazinha!! - Kaori gritou de volta com irritação - E eu já disse que não quero pizza!! Nós comemos um monte de coisa salgada de tarde, eu quero algo doce dessa vez!!
– Francamente, se continuar comento tanto doce, vai ficar gorda like a pig!– ele debochou - Se quer algo doce, então cozinhe você mesma!
– Ótimo, eu cozinho e escolho o programa de TV também!
– Já disse que é minha vez de ver TV!! - ele gritou de volta
– Tá bom, tá bom, seu idiota teimoso! - Kaori exclamou - Faça logo a porcaria da pizza e pode ficar com a TV... mas amanhã nós comeremos doce sem falta!
Sure, sure, é só você cozinhar - Matthew respondeu - Well, então eu já volto.


Não muito longe dali, Tadase murmurou alarmado:


– Droga, Matthew e Kaori estão aqui...
– E, pelo jeito, estiveram nos espionando por bastante tempo sem que percebêssemos, para saberem até o que fizemos, ou quem cantou o quê durante a festa de Halloween... - Utau acrescentou
– É verdade, não sei como raios eles conseguem todas essas informações tão facilmente... - Tadase resmungou inconformado - Mas, não é hora de pensar nisso, precisamos avisar os outros e sair antes que eles nos vejam, depressa!
– Vou avisar aos outros - Utau falou, digitando uma mensagem rapidamente em seu celular para avisá-los
– Não acredito que você anda com o celular até quando está no Chara Nari... - Miguel comentou com uma gota na cabeça
– Mas é claro que ando, uma garota tem que estar preparada para tudo afinal! - Utau exclamou de volta, eviando a mensagem
– Psiuu! Falem baixo ou seremos descobertos! - Tadase sibilou - É melhor pegarmos o que pudermos e sairmos logo daqui, acho que o Matthew está vindo nessa direção - ele acrescentou, pegando alguns dos papéis que estavam mais acima na caixa, guardando tudo de volta apressadamente, e começando a se retirar
– Okay... - Anna concordou, tentando andar sem fazer barulho, o que era bem difícil para ela
– Mas, aqueles dois... eles ficaram sozinhos aqui por sabe-se lá quanto tempo... e parece que vivem discutindo assim, até quando estamos longe... eles parecem até... n-namorados brigando ou algo assim, não acham? - Miguel comentou num sussurro, sentindo uma estranha dor no peito. Por que aquilo lhe incomodava afinal? Ele amava Shunsuke, do que lhe importava se Matthew e Kaori eram namorados ou não?! Ele não conseguia entender porque isso parecia ser tão doloroso para ele, nem porque seu peito doía tanto com aquela ideia... mas, no fundo, não conseguia negar que a ideia de Matt ser namorado de Kaori, ou de qualquer outra pessoa, não lhe agradava nem um pouco
You think? (Você acha?) - Anna respondeu - Acho que não... aqueles dois se parecem mais como se fossem brothers fighting (irmãos brigando) pra mim... - ela comentou, pensando na possibilidade, e lembrando-se vagamente de quando tinha brigas parecidas com Arthur em sua casa, quando eram mais novos
– A-Acha mesmo? - Miguel indagou, sem entender porque a dor em seu peito parecia estar diminuindo um pouco com a possibilidade que a inglesa levantou - Tem certeza de que não parecem... n-namorados bringando?
– Não acho que pareçam... l-lovers... (namorados) - ela respondeu, corando um pouco - I mean, they were fighting over silly things (Quero dizer, eles estavam brigando por coisas bobas), como "quem fica com a TV maior" ou "de quem é a vez de cozinhar"... eu tinha brigas parecidas com o Artie, embora por motivos diferentes, como... "it was time to study etiquette", or "let me draw a little longer" ("se era hora de estudar etiqueta", ou "me deixe desenhar mais um pouco")... - a inglesa contou, corando levemente ao recordar disso - A-Aposto como a Stéffanie deve ter brigas parecidas com a Yaya todos os dias! - ela acrescentou, rindo sem graça, tentando disfarçar a vergonha. Distraiu-se tanto pensando nisso que acabou esbarrando na cômoda mais perto da porta, e acabou derrubando um porta-retrato em cima dela, que continha, obviamente, outra fotografia de Tadase
– Ahh não, nós estávamos quase lá! - Utau gemeu, já prevendo o pior - Bem, ao menos consegui avisar os outros à tempo...
I-I-I'm so sorry, really... I-I don't... (E-Eu realmente sinto muito... e-eu não...) - Anna começou a choramingar, mas Tadase apoiou a mão no ombro dela, interrompendo seus lamentos
– Agora não adianta reclamar, o que está feito, está feito - ele falou, sem dar a importância devida ao fato de terem sido descobertos, com os poucos documentos que conseguiram pegar bem seguros na outra mão - Vamos sair daqui, depressa! - ele abriu a porta do quarto, seguido pelos demais e, mal alcançaram o corredor quando se depararam com Matthew e Kaori, já transformados também, vindo em sua direção
Well, well... vejam só o que temos aqui... parece que recebemos visitantes inesperados - Matt comentou como quem fala do tempo, com um sorrisinho maldoso estampado na pequena parte visível de seu rosto
– Ahh, e vocês arrombaram justo o quarto da Saaya-chan... ela não vai gostar nadinha quando souber - Kaori acrescentou, com um olhar de reprovação - Mas, talvez ela não precise nem saber... não podemos permitir que vocês saiam daqui com esses documentos nas mãos afinal. Vamos acabar com vocês antes que possam sequer pensar em fugir! Ahahahaha!!


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Notas finais do capítulo

Yoo~ minna-san! Teffy-chan falando! o/
E a invasão ninja começou, yay! o/ E tinha que ser bem na noite de Natal, que beleza hein, só pra estragar a tradição de dar festas da Yaya, tadinha... mas isso é o de menos, considerando a situação em que nossos queridos Guardiões (mais Utau e Ikuto) se meteram! Como será que eles vão sair dessa, hein? Descubram no próximo capítulo, com a Shiroyuki-chan o/
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Kissus^^