Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 36
Capítulo XXXVI




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Anna ouvia apenas as batidas rápidas do próprio coração, com os olhos fixos nos papéis a sua frente, sem realmente vê-los. Nem mesmo desenhava neles, como era o usual, estava apenas parada, perdida em pensamentos, com aquela sensação inquieta correndo pelo corpo todo, que estremecia de nervosismo como uma tigela de gelatina.

— Você está bem, Lewis-san? – Tadase indagou de repente, sobressaltando a garota, enquanto servia mais chá para si – Quer mais chá? É aquele chá de maçã com canela que você gosta…

— I’m… f-f-f-fine… v-v-very w-we-we-well.. i a-a-a-a-am g-g-g-good… n-n-n-not-nothing i-is w-w-w-wro-wrong… - ela se enrolou, e falava tão rápido que nem parecia inglês mais. Repentinamente, percebeu que Tadase estava perto demais, e sentiu seu cérebro derreter, sem saber o que deveria fazer, com o coração batendo tão rápido que não conseguia mais ouvir os próprios pensamentos. O rosto dele, tão perto, tão perfeito…

Ela se ergueu subitamente, com o rosto terrivelmente ruborizado, e o semblante perturbado. Sentia-se patética, e mal conseguia encarar Tadase, ou qualquer um ali. Só queria correr para longe, fugir dali, ficar sozinha… e foi exatamente o que fez, saindo dali tropeçando nos próprios pés para se esconder em qualquer lugar onde não a encontrassem tão cedo, e onde poderia tentar se acalmar.

Desde que conversara com Stéffanie no dia anterior, e percebera que seus sentimentos sobre Tadase não eram somente admiração, ela não sabia o que fazer, como pensar ou como se comportar perto dele. Só sabia que agia como uma idiota, e que Tadase deveria estar pensando que ela tinha algum problema. Nunca havia se apaixonado antes. Todo o seu conhecimento sobre o assunto vinha de mangás, é claro, mas nem todas as leituras do mundo poderiam prepará-la para enfrentar uma situação como essa por si só. Era tudo tão mais fácil antes de ela perceber a verdade…

Tadase se levantou também, no impulso de correr atrás dela, mas, inesperadamente, Stéffanie o segurou.

No vayas tras ella ahora ... ella sólo se da cuenta de algo, y si vas allí ahora, sólo se le permitirá más perturbado (Não vá atrás dela agora… ela acabou de se dar conta de algo, e se você for lá agora, só irá deixa-la mais perturbada) – Stéffanie alertou, inusitadamente séria com a situação. Uma luz de compreensão varreu o olhar de alguns dos guardiões, pelo menos dos mais rápidos de raciocínio.

— Ela vai mesmo ficar bem? – Tadase preocupou-se, sendo um daqueles que não entenderam ao que ela se referia – Ela saiu correndo daqui tão…

Yo creo que todo va a estar bien, (Acredito que tudo dará certo) não há por que alarmar-se. Anna tiene que resolver este problema por sí solo, esta vez, no hay nada que podamos hacer. (Anna precisa resolver esse problema sozinha, dessa vez, não há nada que possamos fazer) – ela afirmou, olhando especialmente para Yaya na última frase, já percebendo pelo olhar dela que estava cheia de ideias naquela cabeça ruiva.

— Devemos continuar a reunião então…? – Tadase voltou a sentar-se, e todos voltaram-se a eles, alguns com risinhos mal disfarçados nos rostos. Ele continuou a falar sobre os batsu-tamas como fazia antes, mas dessa vez, sua cabeça estava longe do assunto, e ele não fazia ideia do que estava discursando. Os olhos estavam voltados para a porta do Royal Garden, querendo sair por elas para ir até Anna, ou talvez esperando que ela retornasse rapidamente, sorrindo como sempre. Porém, isso não fazia muita diferença, por que ninguém estava ouvindo mesmo.

— Quer dizer então… que ela percebeu? – Nagihiko indagou em um sussurro para Stéffanie, que sobressaltou ao sentir a voz dele tão perto, mas soube disfarçar.

Sí, percebeu de uma vez mesmo… Já estaba más que tiempo, no? (estava mais do que na hora, não é?) – ela revirou os olhos como se o comportamento lento de Anna fosse algo inexplicável, embora ela própria não fosse um grande exemplo a se seguir – Pero ahora, no sé qué hacer, la pobre ... se escapó... (Mas agora, não sabe o que fazer, coitadinha… acabou fugindo…)

— Nós deveríamos ajudá-la em alguma coisa? – Miguel também sussurrava, inclinando-se para participar da conversa – Ela não parece muito proativa de qualquer maneira, se continuar assim, a relação desses dois não vai para frente…

Era incrível como mesmo sem explicar absolutamente nada, todo mundo já sabia do que estava acontecendo. Só mesmo Anna para demorar a compreender aquele assunto por tanto tempo mesmo, Stéffanie estava admirada.

— Yo no creo que sea prudente entrometerse en el asunto, al menos por ahora. Si se tarda demasiado tiempo para actuar, entonces podemos intervenir, supongo… (Não penso que seria prudente se meter nesse assunto, pelo menos por enquanto. Se ela demorar demais a agir, aí nós podemos intervir, eu acho…), mas vamos deixá-la tentar primeiro… – Stéffanie propôs, e os dois garotos dos seus lados concordaram, voltando a olhar para Tadase, que agora discutia algum assunto com Giovanni.

— Melhor do que tentar alguma aproximação com a Yamabuki-san… – Tadase dizia a ele, muito mais sério do que minutos atrás, e com uma ruga de irritação formando-se entre as sobrancelhas finas. – … seria tentar aproximar-se da própria empresa.

— Você diz, como um agente duplo, ou algo assim? – Kukai arriscou, acostumado a ver filmes sobre espionagem com os irmãos, e achando a ideia bastante atraente.

— Exato! – Tadase não havia pensado naquilo, mas parecia perfeito – Se tivéssemos como infiltrar algum de nós naquela empresa, para repassar informações e coletar dados, estaríamos com vantagem!

— Poderíamos até mesmo achar um jeito de purificar os ovos modificados, se tivéssemos como descobrir como eles foram mudados… - Amu lembrou, empolgando-se pela primeira vez com a perspectiva de algum sucesso. Ver seu Open Heart falhando vez após vez havia feito com que ela se sentisse inútil nos últimos tempos, e isso era uma esperança.

— Mas não é muito arriscado? Como vamos colocar alguém naquela empresa, quando eles parecem já saber tudo sobre nós? – Nagihiko indagou.

Beh, sanno tutto di noi, e noi non sanno nulla di loro (Bem, eles sabem tudo sobre nós, e nós não sabemos nada sobre eles) – Giovanni observou – Si tratta di un vantaggio sleale (É uma vantagem injusta.)

— Talvez se tivéssemos como saber um pouco mais sobre eles, poderíamos pensar em alguma coisa… - Kairi sugeriu, parecendo ter repentinamente uma ideia promissora – Eu sei que isso pode ser muito errado, Hotori-san, muito mesmo, mas… e se nós tentássemos obter mais informações sobre a empresa direto da fonte?

— Espere… - Tadase ergueu os olhos, como se estivesse esse tempo todo imerso em pensamentos, e somente agora as palavras dos outros estivessem fazendo sentido em sua mente. - Do que você está falando, Sanjou-san?

Kairi parecia envergonhado do que acabara de sugerir, mas ainda, era o único que pensara em alguma coisa então deveria continuar.

— Não parece a coisa mais digna a se fazer, eu sei disso… mas eu já trabalhei para a Easter, sei como tudo funcionava naquela empresa, e com essa não deve ser diferente. Minha irmã mantinha muitos documentos com informações na nossa casa, trazia trabalho para casa, ou apenas para mantê-los em segurança… Eu presumo que seja possível que… se conseguirmos de alguma forma uma aproximação direta com a família Yamabuki, e então, acesso á sua residência, possa haver alguma maneira de obtermos o conhecimento necessário sobre a empresa e seu envolvimento com os batsu-tamas… se não toda a informação, pelo menos podemos conseguir encontrar alguma maneira de infiltrarmos alguém na corporação, e isso já seria um grande avanço, comparado com o que temos agora, que eu diria ser absolutamente nada.

— Kairi, isso…

— Não é nada honrado, eu sei disso…

— Não, é brilhante! – Miguel espantou-se, parecendo mais do que motivado – Se pudéssemos obter esse tipo de informação, estaríamos um passo à frente do Matthew e da Kaori! Se soubermos como eles controlam os ovos, e se conseguirmos reverter tal condição, poderemos salvar a todos os batsu-tamas!

Questo sembra un piano ragionevole (Esse parece um plano razoável) – Giovanni concordou, surpreso – Davvero rischioso, davvero, ma ... penso che sia il migliore che abbiamo ... (Realmente arriscado, de fato, mas… acho que é o melhor que temos…)

— Isso parece aquelas coisas de filmes de ação, waa‼ - os olhos de Yaya brilharam com a perspectiva – Eu pensei que o Iinchou fosse um samurai, mas parece que ele é um ninja, não é? Sempre pronto para agir nas sombras…

Kairi corou com o comentário, indignado demais para repreendê-la, embora não soubesse diferenciar um elogio de uma piada, quando vinha da ás.

— Parece que temos um plano, não é? – Tadase se ergueu de supetão, aparentemente nervoso. Seus olhos continuavam pregados na entrada. – Eu vou informar o Tsukasa-san, e pedir o conselho dele sobre isso… e também, informar Ikuto-nii-san e a Utau-nee, pois eles deverão tomar partido nessa missão… bem, acho que encerramos nossa reunião por aqui, estão dispensados! – ele disse rapidamente, pegando sua mochila e o casaco de inverno repousados na guarda da cadeira, pronto para sair.

— Heey, espera un minuto, donjuán (conquistador)! – Stéffanie o impediu de prosseguir – Sei muito bem que pretende ir até a Anna, pero, yo já disse a usted, é mejor deixa-la pensar um pouco sozinha! Ela ainda precisa compreender o que se passa em su corazón, e se usted for até lá, só fará com que ela fique mais nerviosa.

— Demo… Blanca-san, eu preciso…

— Onee-chan, por que não deixa o Tadase… aaahhh – Yaya se interrompeu antes de continuar a falar, quando Stéffanie a beliscou no braço, e sussurrou um discreto “eu já conto para vocês” na direção dela e das outras as garotas.

— T-tadase-kun é melhor fazer como a Stéffanie-chan diz, não é? – Amu, que havia captado no ar a atmosfera do ambiente, resolveu ajudar – Se a Anna-chan está com alguma dificuldade, nós garotas podemos ajudar muito mais do que você, certo?

— Eu acho que sim, mas…

— Ei, Tadase, hoje é quarta! – Nagihiko pronunciou de repente. Havia compreendido as ações de Stéffanie desde o início, e seu lado Nadeshiko não poderia permitir que ele ficasse de fora das combinações entre garotas, ele tinha que ajuda-las – Nós temos tarefas extras, lembra?

— Eu não estou com vontade de fazer isso hoje, Fujisaki-kun, é melhor deixarmos para outro dia, eu realmente estou preocupado com a Lewis-san…

— Eu sei disso, mas se eu deixar as tarefas acumularem, será pior para nós dois mais tarde. Apenas faça a sua parte, como um bom Rei, e deixe que as garotas cuidem disso, é melhor assim, ao menos por enquanto. – Nagihiko aconselhou, já segurando Tadase pelo ombro, e o conduzindo de volta para a cadeira. Kairi e Kukai se entreolharam, sabendo que ele citava as tarefas do valete.

Giovanni fitou Rima, evidentemente sem entender nada do que acontecia, e ela se colocou na ponta dos pés, explicando rapidamente para ele aquilo que sabia sobre o que estava acontecendo com Anna, em sussurros bastante discretos.

— Vão cuidar da Lewis-san, meninas, eu vou ficar com o Hotori-kun aqui. Vou tentar conversar com ele também – Nagihiko piscou um olho, na direção de Stéffanie, que inflou-se, indignada.

Yo no necesito que me digas qué hacer (Não preciso que me diga o que fazer) – ela bufou, dando as costas para ele, e indo em direção à saída. Amu, Yaya e Rima a seguiram, as duas primeiras um tantinho mais entusiasmadas do que certamente deveriam. Miguel hesitou, pensando no que fazer, e acabou por acompanha-las, pegando a mochila de Anna junto com a sua e correndo para alcança-las. Stéffanie aproveitou para explicar a situação a eles no caminho.

Nagihiko olhou para os três que sobraram. Kukai e Kairi se olharam novamente, sabendo muito bem o que estava por vir. Giovanni ainda estava perdido, ainda mais depois que Rima o deixou para trás.

— E-eu tenho treino de futebol… vou indo… - Kukai foi o primeiro a escapar, pegando suas coisas e saindo dali o mais rápido possível.

— T-tenho que fazer o jantar para a minha irmã, melhor ir antes que o supermercado feche… - Kairi desviou o olhar, claramente desconfortável, e também escapou.

Giovanni engoliu em seco. Ele era um valete também, e sabia muito bem que as coisas poderiam piorar ali, ainda mais com a personalidade que Tadase aparentava ter no Chara Change.

Chiamerò la mia famiglia ... il fuso orario, bene ... (V-vou ligar para a minha família… o fuso-horário, bem…) - ele engasgou na própria mentira, e achou por bem sair correndo logo. Nagihiko não iria impedi-lo, de qualquer forma.

— E então, Hotori-kun, somos apenas eu e você… - Nagihiko virou-se para Tadase com um sorriso. – Então… pode começar me contando o que aflige seu coraçãozinho, Príncipe…



~



Stéffanie, as meninas e Miguel rodaram a escola inteira atrás de Anna. Procuraram no pátio, no ginásio, no jardim lateral, na saída da escola, perguntaram às pessoas que passavam e tudo. Não encontraram nem sinal dela por ali, e resolveram se dividir. Amu e Rima foram procurar nas salas de aula, Yaya ficou com o telhado, Miguel disse que checaria o bosque, e Stéffanie foi procurá-la na biblioteca. Sem resultados. Até que enfim, Miguel lembrou-se de uma informação importante. Anna contara a ele tempos atrás que estava ajudando no clube de artes, alguns dias da semana, ensinando as alunas mais inexperientes a desenhar, e ganhara uma chave da sala e acesso livre aos materiais.

Os cinco guardiões correram até a sala do clube, que ficava no último andar da escola, perto da saída para o telhado. Haviam passado por ali antes, e nem mesmo prestaram atenção na sala, já que estava aparentemente fechada. Dessa vez, Miguel empurrou a porta, e ela abriu facilmente. E lá estava, encolhida em um canto, atrás de um cavalete e de algumas mesas sujas de tinta, Anna e seu inseparável caderno de desenhos. Não era dia de atividades no clube, não havia mais ninguém ali, e a garota estava tão imersa no que fazia, que quase gritou ao ver a porta ser arrombada.

I d-don’t lock the door? (E-eu n-não chaveei a porta?) – foi a única coisa que ela conseguiu gritar, com o choque, abraçando o caderno e o lápis com força. Na verdade, ela tinha esquecido de passar a chave duas vezes, como sempre acontecia.

— Por que você saiu tão de repente da reunião, Lewis-san…? Tadase-kun ficou bastante preocupado… - Amu se aproximou, com a voz suave que ela costumava usar com a irmã mais nova, quando ela ficava triste com alguma coisa e se escondia debaixo da cama.

Was he? (Ele ficou?) – Anna ergueu o rosto, repentinamente atraída pela conversa, mas logo voltou a baixa-lo – I… I don’t know what to do when i’m close to him, I’m... (E-eu… eu não sei o que fazer quando estou perto dele, eu… ) – ela mordeu a língua, sentindo que estava prestes a falar demais. Surpreendentemente, ela sentia que queria realmente falar sobre isso. Precisava dividir com alguém mais o que sentia, e isso era completamente novo para ela, já que foi ensinada desde pequena a esconder o que sentia e fazer somente o que a razão dizia, não que ela fosse boa em fazer o que ensinavam, de qualquer forma.

— Você percebeu então, o que estava a sentir, querida? – Miguel aproximou-se, ajoelhando ao lado dela, com os olhos mais compreensivos que ela se lembrava de já ter visto na vida. Desde que começara a namorar Shunsuke, Miguel andava tão feliz e sensibilizado pela situação de todos, que só queria saber de ajuda-los, fosse qual fosse o problema. Provavelmente, sentia algum tipo de dívida, como se devesse espalhar um pouco da felicidade que sentia entre todos. – Finalmente, eu diria…

Anna engoliu em seco. Olhou ao redor, e parecia que todos ali já sabiam o que estava acontecendo com ela. Será que era tão óbvio assim? Então como é que apenas ela não havia se dado conta ainda… Anna repousou o caderno ao lado no chão, onde era evidente que os rabiscos aleatórios formavam pouco a pouco, a imagem de Tadase, e abraçou os próprios joelhos, com força.

— O que pretende fazer agora? – Rima objetivou, e Yaya estava pronta para algum comentário afiado e escandaloso, mas Amu a conteve a tempo.

I don’t know, really… (Eu não sei, realmente…) – ela resmungou – Quando eu olho para o Prince, minha mente fica em branco, eu não consigo pensar direito… - sua voz era tão baixa que mal se podia ouvir.

— É assim mesmo, quando você se apaixona… - Miguel era de longe o mais experiente dali, então ninguém poderia refutar suas palavras. Ele afagou a cabeça de Anna gentilmente, e ela pensou por um momento que, se tivesse um irmão mais velho, iria querer que ele fosse como Miguel. – Você não precisa fazer nada agora, sabe… pode levar algum tempo até você colocar seus sentimentos em ordem, e pensar no que quer de verdade…

— Mas eu tenho certeza de que você não tem com o que se preocupar, Lewis-san – Amu completou, sorrindo – Tadase-kun pode ser um pouco lento quando se trata de assuntos amorosos, e você também não é o que se pode chamar de perspicaz, quando se trata de si mesma, então eu acho melhor levar tudo no tempo de vocês… no seu próprio ritmo, como o Nagi diz….

But… You do not care, Amu? (M-mas, você não se incomoda, Amu?) – Anna se apoiou nos joelhos, visivelmente consternada. Amu levou meio segundo para entender a questão.

— Nani?! Ah, você ainda está pensando nas besteiras que a Yaya diz sobre mim e o Tadase? – Amu ofegou, tendo o ímpeto de rir. Yaya soltou um “hey!” em protesto sobre a difamação da sua imagem – Não tem nada a ver, eu e o Tadase-kun, por favor, não pense nisso… Eu realmente pensava que gostava dele, durante bastante tempo, mas isso foi há anos atrás! Eu confundi uma grande admiração com algo a mais, mas era muito nova para entender e diferenciar… - ela suspirou, lembrando daquela época – Essa admiração transformou-se em amizade, e atualmente, posso dizer com segurança que não possuo nenhum sentimento romântico pelo Tadase-kun.

R-really?

— Sim! Anna-chan, eu posso assegurar isso. Somos apenas amigos, nada além disso.

—Sugooii, Amu-chan parecia até uma garota muito madura falando agora! – Yaya exclamou.

— Shhh, Yaya, não estraga o clima – Amu resmungou de canto.

— Mas parecia mesmo, alguém muito experiente.

— Equilibrando-se em um relacionamento à três, é claro que Amu-chan é muito experiente do que nós, Yaya… - Rima comentou.

— Ah, verdade…

— Do que vocês estão falando…! – Amu bateu o pé, irritada e constrangida com o rumo da conversa.

Anna riu baixinho, e todos se surpreenderam ao ouvir o som da risada dela.

Thank you, you guys, i’m really better now… (Obrigado, gente, eu estou realmente melhor agora) – Anna ergueu os olhos esverdeados, limpando os óculos com a barra da saia. Não enxergava muita coisa agora, mas seus olhos estavam marejando, e embaçando as lentes. – Eu… vou pensar cuidadosamente sobre o que fazer sobre… o que estou sentindo agora. Sempre gostei muito de ler histórias, fossem em mangás, em novels… e eu sempre me contentei em ser apenas a observadora. Estava acostumada com isso. So… now, for the first time (agora, pela primeira vez) eu estou sentindo cada um desses sentimentos que são novos para mim, e não sei o que fazer…

Usted ya no es el observador, Anna, ahora usted es el protagonista de su propia historia. (Você não é mais a observadora, Anna, agora você é a protagonista da sua própria história.) – Anna podia quase jurar ter visto um sorriso passar pelo rosto da espanhola, mas como estava sem óculos, não sabia dizer se o que viu era certo ou apenas um produto da sua imaginação.

I'm sorry I left in the middle of the meeting that way, and yet, we are dealing with important issues, and I just fumble with my personal affairs … (Sinto muito por ter saído no meio da reunião daquela maneira, e ainda, estamos tratando de assuntos importantes, e eu só atrapalho com meus assuntos pessoais…) – ela baixou os olhos, recolocando os óculos.

— Que nada! Na verdade, fomos muito bem, mesmo sem a Anna-tan! – Yaya afirmou, e todos a censuraram com um olhar duro por ser tão indelicada, mas Anna não pareceu se importar – Ficou decidido que o Tadase vai seduzir a Yamabuki Saaya para podermos invadir a casa dela e roubar documentos‼!

— WHAT?!?! – Anna se ergueu em um só pulo, e todos ali tinham certeza de que nunca haviam visto ela se mover com tanta velocidade – He agreed to do this ?? But can not ... no, that's wrong, can not happen, I will not let ... !! (E-ele concordou em fazer isso?? Mas não pode… não, isso está errado, não pode aconteceu, eu não vou deixar…‼!)

— Ué, mas é pelo bem da nossa missão, Anna-tan, é necessário que ele faça isso… - Yaya continuou, com um sorriso no rosto. Amu fez menção de corrigir, e afirmar que nada daquilo havia sido combinado, mas Yaya a interrompeu com um gesto.

I know that, but (Eu sei disso, mas…)

— Então! Pelo bem maior, Tadase vai fingir estar interessado na Saaya, e se infiltrar na casa dela…

No!

— Por que não? Por que você não quer ver o Tadase andando com ela, Anna-tan, mesmo que seja apenas fingimento? Isso iria ajudar muito na nossa causa, sabe… - Miguel entendeu aonde Yaya queria chegar, e colocou mais lenha na fogueira.

Not! I do not want to see it, do not want to happen!! (Porque não! Eu não quero ver isso, não quero que aconteça‼‼) – a voz de Anna aumentou uma oitava, e ninguém ali havia a visto tão alterada, em todo aquele tempo que passaram no Japão.

— Por quÊ?

— BECAUSE HE’S MINE! (PORQUE ELE É MEU!) – Anna gritou, e imediatamente escondeu a boca com as mãos, chocada com o que acabara de proferir, o rosto atingindo um milhão de tons de vermelho. Queria enfiar-se debaixo da mesa de desenho e não sair de lá nunca mais.

— Assim que se fala! – Miguel a saudou com um sorriso orgulhoso, dando um tapinha encorajador nas costas – Era isso o que eu queria ouvir.

— Yaya está tão feliz pela Anna-tan! – a ruiva dançou pela sala, enquanto todos faziam menção de sair dali, começando a se mexer – Agora só falta a Onee-chan…

Si te atreves a terminar la frase, su conejo de peluche van a sufrir las consecuencias en casa, Yaya (Se ousar terminar essa frase, seu coelhinho de pelúcia vai sofrer as consequências em casa, Yaya) – Stéffanie sibilou, baixa e ameaçadoramente, fazendo Yaya engolir em seco – Acho que ele não aguenta um passeiozinho na máquina de lavar, no es? Com alvejante. Ciclo turbo…

— Chega, chega, a Yaya entendeu! Sem piadas! – ela apressou em dizer, alarmada.

— Mas… se o Tadase não vai poder fazer papel de isca… - Rima lembrou, logo quando alcançavam o corredor – Então acho que o Nagihiko vai ter que seduzir a Saaya, não é mesmo?

No sobre mi cadáver! (Nem por cima do meu cadáver!) – Stéffanie gritou antes de pensar, e todos a fitaram com olhares sugestivos, até mesmo Anna. – Quero dizer, mais fácil mandar um cadáver! Faria o serviço melhor do que aquele estúpido arrogante, eso es todo!

— Ah, pois… - Miguel sorriu abertamente – Não podemos enviar Nagihiko para a frente de batalha também, correto?

Enviar a nadie pero que idiota, eso es lo que digo! (Mandem qualquer um, menos aquele idiota, é o que eu digo‼) – Stéffanie virou o rosto, cruzando os braços com força.

— Porque ele é seu, onee-chan…? – Yaya arriscou um múrmurio.

— Yaya… ciclo turbo… - Stéffanie falou entredentes.

— A Yaya já parou, já parou‼! – ela se afastou rapidamente, antes que sobrasse para ela.

Enquanto caminhavam para fora do prédio, pelo pátio, combinaram de passar no café em frente à escola para comer alguma coisa (já que Miguel teria que esperar por Kukai de qualquer maneira para ir embora). Durante esse tempo, explicaram à Anna que o verdadeiro plano traçado envolvia invadir a casa de Saaya sim, sem que ninguém notasse, para verificar qualquer prova que pudesse dar uma luz ao caso dos batsu-tamas. Discutiram sobre o assunto por algum tempo, ainda sem nenhuma ideia de como fazer isso, mas com milhares de probabilidades na cabeça. Anna até mesmo contou sobre como era a segurança no castelo onde vivia, o que só desanimou os outros ainda mais com a possibilidade.

Aquele plano era fatalmente arriscado, e podia muito bem acabar sem nenhum resultado. Mas… era o único plano que possuíam, por hora. Teriam que arriscar, tudo ou nada, naquela investida.


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Notas finais do capítulo

Yoo, minna-san, Shiroyuki deeesu o/ mais atrasada do que nunca com a vida, e postando escondida no trabalho (sshh não façam isso que é feio). Gosto desse capítulo porque mostra como a parte feminina (mais o Miguel, que não é feminino, mas ajuda também) é unida e se ajuda XD se não fosse assim, Anna estaria para sempre empacada no seu dilema sem fim ~

Espero que vocês também tenham gostado, e o que acham do plano de contra-ataque, hm? Será que vai dar certo? Aguardo os reviews, e até a próxima o/