Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 26
Capítulo XXVI




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Quando todos voltaram para o Royal Garden, Nagihiko fez mais chá para todos como tinha dito, porém, mesmo depois que ele terminou e se sentou à mesa com os demais, ninguém sabia exatamente o que dizer. Kaori e Matthew haviam roubado de volta o Batsu Tama que eles tanto custaram a capturar, a única pista e vantagem que possuíam sobre o inimigo, bem debaixo dos narizes deles, e ninguém conseguiu fazer nada para impedir isso, mesmo estando em maior número. Agora, com seu Batsu Tama de volta, Matthew certamente se tornaria ainda mais poderoso do que já era e, se ele já conseguia derrotá-los facilmente apenas usando os Batsu Tamas roubados de outras crianças, não queriam nem pensar no que o garoto seria capaz de fazer com seu próprio ovo de volta. Agora Matthew seria capaz de ativar seu Chara Change também... talvez até o Chara Nari, depois que o ovo se recuperasse um pouco, é claro, já que estava tão enfraquecido que nem seus costumeiros "nuri, nuri" conseguia mais murmurar, no entanto, agora que estava junto de seu dono novamente, certamente recuperaria suas forças depressa.


Eles precisariam pensar em alguma estratégia de defesa para se preparar para aquilo quando o ovo estivesse totalmente recuperado, mas ainda estavam todos atordoados demais com o ocorrido para bolar qualquer tipo de plano, muitos ainda confusos e custando a acreditar no que tinha acontecido, como Kukai, Giovanni e Anna, por exemplo; Outros, irritados e indignados por terem sido vencidos tão pateticamente, como Amu, Tadase e Stéffanie por exemplo, Amu porque não conseguira purificar o Batsu Tama e esse era sua principal tarefa como Coringa, Tadase porque sentia que tinha falhado como um líder, e Stéffanie porque... bem, porque simplesmente se irritava facilmente com qualquer coisa. E alguns poucos ainda estavam um tanto temerosos e, por mais que se negassem a admitir, um tantinho curiosos sobre que tipo de transformação Matthew poderia ter, e esse certamente era o caso de Miguel. Talvez fosse porque se apegara um tantinho demais àquele ovo, estava acostumado a ir lá conversar com ele sempre que tinha chance, e ainda sentia alguma espécie de estranha atração por ele... claro que sabia que o fato de Matthew tê-lo recuperado apenas daria ainda mais forças ao inimigo, e se culpava por se sentir assim, ainda mais porque estava comprometido com Shunsuke agora, mas... mesmo sabendo de tudo isso, não conseguia deixar de sentir essa inexplicável curiosidade sobre o assunto, e uma pontinha de felicidade pelo ovo ter voltado para junto do seu dono.


No fim das contas, ninguém conseguiu decidir nada. Depois que o chá acabou (Rima tinha acabado com metade dele, diga-se de passagem), eles resolveram que, uma vez que o ovo já tinha sido roubado, não havia muito o que se pudessem fazer. Depois que se acalmou o suficiente para organizar ao menos um pouco seus pensamentos, Tadase disse aos demais que, por ora, era melhor que fossem para suas casas, pois logo a escola iria fechar e eles não poderiam ficar ali para sempre, que se acalmassem e pensassem com mais calma no que tinha acontecido e, depois que todos já tivessem absorvido a informação, pensariam melhor no assunto no dia seguinte para tentar bolar alguma estratégia de defesa e se preparar para qualquer ataque iminente, e provavelmente mais forte, que poderia vir de Matthew e de Kaori a qualquer momento. Os demais assentiram e, um a um, eles se levantaram e caminharam lentamente em direção à saída, sem conversar muito, cada um ainda perdido em seus próprios pensamentos.


No dia seguinte, porém, tiveram outra surpresa que os fez precisar adiar aquele assunto por mais algum tempo: Arthur e Rosario, ao mesmo tempo, foram até a escola para dizer que estariam retornando para seus países de origem naquele dia. Estavam todos em horário de almoço agora, e a aula em seguida seria a de Educação Física, o que não era exatamente uma matéria obrigatória e, como alguns eram bons demais nisso que nem precisavam de aulas, enquanto outros eram tão ruins que não importava quantas aulas tivessem, nunca aprenderiam nada mesmo, decidiram que talvez não fizesse mal faltar aquela aula só por um dia afinal. Todos se reuniram em frente ao colégio para se despedir, inclusive Tsukasa, a maioria ainda atônitos demais com aquela súbita partida.


You guys really need to go now? Here, so suddenly, even warned us before... (Vocês precisam mesmo ir agora? Assim, tão de repente, nem sequer nos avisaram antes...) - Anna dizia, ainda meio atônita com toda aquela sequência de acontecimentos, embora no fundo estivesse um tantinho aliviada com o fato de não ter mais a presença esmagadora do primo ali para apontar os defeitos dela para todo mundo
I had already decided this for some time, would tell you yesterday, but as I found not only decided to come here today to say goodbye (Eu já havia decidido isso há algum tempo, ia te contar ontem, mas como não te encontrei, apenas resolvi vir aqui hoje para me despedir) - Arthur respondeu, sério como de costume. Estava com uma mala preta enorme com rodinhas de pé ao lado dele, o que surpreendeu alguns dos ali presentes, já que pensavam que alguém esnobe como ele teria trazido um mordomo particular para servi-lo ou coisa parecida - I wanted to take it back with me, but as it seems you're finally learning something here ... well, not much, true, but at least it seems to be making a little more progress than it did when studying only for books at home... (Eu pretendia levá-la de volta comigo, mas, como parece que você enfim está aprendendo alguma coisa aqui... bem, não muito, é verdade, mas ao menos parece estar fazendo um pouco mais de progresso do que fazia quando estudava apenas pelos livros lá em casa...) - ele fez uma careta, revirando os olhos com a lembrança - I decided it might do no harm to let you live a little longer here in Japan and it seems you have made a interesting development here also (E, parece que você tem feito um progresso interessante por aqui também) - ele olhou displicentemente para Tadase, que sustentou o olhar sério do garoto, embora ainda se sentisse um tanto desconfortável e nervoso por dentro, mas Anna não pareceu compreender do que o primo falava - See how I'm being generous with a clumsy like you, I hope you know will return time and at least learn something useful here, Anna (Veja como estou sendo generoso com uma atrapalhada como você, espero que saiba retribuir à altura e pelo menos aprenda alguma coisa de útil por aqui, Anna) - ele concluiu, falando como se estivesse fazendo um enorme gesto de caridade
Ahn... so, thank you... I think... (Ah... então, obrigada... eu acho...) - Anna respondeu, sem saber muito bem o que dizer depois de ouvir aquele discurso - Also, goodbye, Artie... take care (E também, até logo, Artie... se cuide)
You too, my cousin klutz (Você também, minha prima desajeitada) - ele lembrou-se por um momento das palavras de Tadase, sobre ele não ver Anna como uma membro de sua família, e sim como apenas uma candidata ao trono que deveria se esforçar para estar à altura do cargo e, reprimindo uma careta, afagou sem jeito o topo da cabeça da garota, mais bagunçando do que acariciando o cabelo dela por falta de costume de demonstrar carinho para com alguém, sem nem mesmo encará-la e apenas olhando para o lado com uma expressão que misturava irritação e embaraço, que lembrava estranhamente as costumeiras expressões faciais de Stéffanie. Anna arregalou os olhos com aquele gesto, completamente boquiaberta, sem conseguir deixar de se surpreender com aquela inesperada tentativa de demonstrar carinho do primo, principalmente porque, pela primeira vez na vida, ele não a repreendeu por chamá-lo de "Artie"
Bueno, me tengo que ir también, así que ... adiós los niños, fue un placer conocerlos. Por favor, te encargó de mi hermanita (Bem, eu preciso partir também, então... até logo crianças, foi um prazer conhecê-los. Por favor, cuidem bem da minha irmãzinha) - Rosario pronunciou-se, com seu sorriso gentil de sempre no rosto, dirigindo-se mais à Nagihiko do que aos demais, o que apenas ele pareceu entender. Também já carregava sua mala consigo, bem menor se comparada à do inglês parado ao seu lado, que tinham alças simples para ser carregada, e em formato retangular, marron - Y hasta luego, Stéffanie... espero volver a verte pronto (E, até logo, Stéffanie... espero voltar a te ver em breve) - ela alargou seu sorriso, dirigindo-se agora para a irmã, que não parecia saber muito bem como lidar com despedidas, principalmente quando tinha uma platéia atrás dela assistindo. Rosario parecia saber muito bem disso e tomou a iniciativa, envolvendo a irmã em um abraço, que paralisou por um momento, mas terminou por retribuir o abraço da freira
Usted realmente tiene que ir ahora, Rosario? (Você precisa mesmo ir agora, Rosario?) - Stéffanie indagou quando a espanhola mais velha a soltou - Quiero decir, entiendo que Arthur tiene que ir, pero ... bueno, todavía no resuelto "el problema", y sería mucho más fácil de manejar que si nos ayudarías (Quero dizer, entendo que o Arthur precise ir, mas nós... bem, ainda não resolvemos "aquele problema", e seria bem mais fácil de lidar com isso se você nos ajudasse) - ela falou, referindo-se aos problemas dos Batsu Tamas, ainda mais agora que Matthew tinha recuperado seu ovo, porém sem poder mencionar o assunto na frente de Arthur, muito embora ele não parecesse se importar com o que as duas conversavam em espanhol de qualquer forma
Por desgracia, me tenga que ir, querida, tengo que cuidar de estos "problemas" en la España, tiene ninõs que pasan por las mismas cosas allí también, ya sabes (Infelizmente, eu preciso mesmo ir, querida, tenho que cuidar dos mesmos "problemas" lá na Espanha, têm crianças passando pelos mesmos "problemas" lá também, você sabe) - a freira respondeu, sorrindo como quem se desculpa - Además, fue usted quien se llamó a Japón para ayudar a resolver, no yo, así que es usted quien debe ayudar a resolver este problema (Além do mais, foi você quem foi chamada até o Japão para ajudar a resolver isso, e não eu, por isso é você quem precisa ajudar a resolver esse problema) - ela lembrou, e sua irmã remexeu-se incomodada, sentindo que não estava sendo de grande ajuda por ali - Pero, como regalo de despedida, creo que me puedo dejar esto con ustedes (Mas, como presente de despedida, acho que posso deixar isso com vocês) - ela estendeu para eles um crucifixo parecido com o que ela costumava usar pendurado ao pescoço, só que este tinha uma corrente mais fina, era um pouco menor e dourado, segurando-o à frente do corpo com as duas mãos para que todos o vissem - Me hice cargo de dar algo de poder con él ayer, yo te ayudaré a resolver ese problema. Él manifiesta su fuerza en el momento adecuado, que sólo tengan fe (Eu cuidei de dar algum poder para ele ontem, acredito que ajudará vocês a resolver aquele problema. Ele manifestará sua força na hora certa, apenas tenham fé) - ela explicou mais séria - Bueno, puedo dejar esto con usted hasta que llegue el momento adecuado, señor Tsukasa? (Bem, posso deixar isso com você até que chegue a hora certa, senhor Tsukasa?) - ela estendeu o crucifixo incerta para o Diretor, que parecia entender muito mais do que os outros do que ela estava falando
– Certamente que sim. Muito obrigado por isso, Rosario-san - Tsukasa o segurou, sorrindo, fazendo uma breve reverência para ela em agradecimento
Gracias por esto, hermana. Y... hasta luego (Obrigada por isso, irmã. E... até logo) - Stéffanie agradeceu também, muito embora não soubesse para que servia exatamente o crucifixo, e conseguiu sorrir minimamente para a freira. Nagihiko não pôde deixar de se surpreender com aquilo. Tirando as vezes em que ela tinha algum ataque histérico e se empolgava demais com algum livro ou coisa parecida, aquela devia ser a primeira vez que via a garota sorrindo
Sí, espero verte pronto, querida. Te echaré de menos (Sim, espero te ver em breve, querida. Vou sentir saudade)
Ahn... quiere que le acompañe al aeropuerto? (Ah... quer que te acompanhe até o aeroporto?) a espanhola mais jovem ofereceu, incerta, lembrando de como Rosario tinha se perdido facilmente naquela cidade
No te preocupes, querida, tienes que asistir a clases, no quiero interrumpir (Não se preocupe, querida, você tem aulas para assistir, eu não quero atrapalhar) - ela respondeu, sem nunca tirar aquele sorriso do rosto, lembrando estranhamente Tsukasa
Don't worry, Spanish Girl, I'm also going there, I can guide her (Não se preocupe, garota espanhola, eu também vou para lá, posso guiá-la) - Arthur falou, aparentemente para Stéffanie, embora não a encarasse nos olhos, e todos não conseguiram deixar de ficarem chocados com aquele inesperado gesto de gentileza vindo dele. Tadase ainda reparou que, de alguma estranha forma, ele lembrava um pouco Anna quando chegou ao Japão, quando não tinha decorado o nome de ninguém e também chamava Stéffanie de "Spanish Girl"
Ahn... no estoy segura de si es una buena idea dejar que lo hagas... (Ahn... eu não tenho certeza se é uma boa ideia deixar você fazer isso...) - Stéffanie murmurou, lançando um olhar desconfiado para o inglês
– What are you talking about? Think I would attack a nun or something, right?! Do not be ungrateful, girl! (Do que está falando? Acha que eu atacaria uma freira ou coisa assim, é?! Não seja mal agradecida, garota!) - ele gritou para Stéffanie, com um olhar indignado
Tiene razón, Steffanie, no grosera. Gracias por su amabilidad, Arthur (Ele tem razão, Stéffanie, não seja mal educada. Obrigada pela gentileza, Arthur) - Rosario falou para irmã, que apenas virou o rosto emburrada, e quando Arthur começou a caminhar na direção do aeroporto, sem responder, ela achou melhor segui-lo - Así que hasta entonces, niños (Então, até logo, crianças) - ela despediu-se uma última vez dos Guardiões, enquanto Arthur apenas dava um breve aceno com a mão, sem virar o rosto para trás, os dois partiram, tão subitamente quanto tinham chegado
– Bem, eu vou guardar isso por enquanto, depois decidiremos com calma o que fazer com ele ou se devemos entregá-lo para alguém em especial - Tsukasa falou depois que os dois partiram, referindo-se ao crucifixo que Rosario tinha deixado com ele - A menos que... você quer ficar com ele, Blanca-chan? - ele olhou incerto para Stéffanie
No... se Rosario entregó esto a usted, significa que no puedo usarlo, debe ser utilizado por otra persona, no por mí (Não... se Rosario entregou isso para o senhor, significa que eu não posso usá-lo, ele deve ser usado por outra pessoa, e não por mim) - ela encarava o crucifixo bem seguro na mão do homem, e era difícil definir a expressão no rosto dela - Lo mejor es que se mantenga el crucifijo por ahora hasta que sepamos cómo usarlo, Director (É melhor que o senhor guarde o crucifixo por enquanto até descobrirmos como usá-lo, Diretor) - ela concluiu, e Tsukasa assentiu, guardando o crucifixo no bolso da calça
– Está bem então - Tsukasa assentiu - Bem, agora que Arthur-kun e Rosario-san já foram, é melhor entramos, vocês têm aulas para assistir e eu tenho trabalho a fazer, vamos, para dentro, todos vocês
– Certo... - os demais assentiram, embora ninguém ali estivesse com cabeça para se focar nos estudos no momento.

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Enquanto isso, longe dali, ninguém havia reparado que um dos alunos de Seiyo tinha faltado a aula também. Esse aluno era Shunsuke, que obviamente não poderia estar na escola, isso porque agora, Matthew estava na base inimiga, discutindo com Kaori, para variar.


– Como é que é?! Eu não acredito nisso!! - a loira berrava, tendo um verdadeiro ataque de histeria - Nós já pegamos os eu estúpido ovo de volta, Mattchan, então não há mais motivo para você continuar se agarrando com aquele maldito português! Você disse que faria isso depois que recuperássemos aquela porcaria de Batsu Tama, por que está se negando a fazer isso agora?!
– Não interessa, eu já disse que não vou fazer isso e pronto!! Não vou terminar com o Miguel agora que mal começamos a namorar, não mesmo!! - ele berrava de volta, com os cabelos despenteados caindo pelo seu rosto, e balançando enquanto ele gesticulava freneticamente
– Mattchan... não me diga que você está gostando de verdade daquele portuguesinho, seu viadinho inrustido? - ela indagou, erguendo uma sobrancelha desconfiada, e Matthew engoliu em seco, sem saber como responder - Maldito americano híbrido de merda, você está planejando se aliar ao lado inimigo e se unir àqueles Guardiões imbecis, não é, seu traidor?? - ela apontou acusadoramente para o "parceiro", com o rosto vermelho de raiva
– N-Não diga besteiras, é claro... c-claro que não é isso!! - ele forçou-se a negar, embora isso fizesse seu coração se contorcer cada vez mais dolorosamente - Eu já te disse, se quiser descobrir os segredos deles, preciso me aproximar mais dos Guardians, e desse jeito será mais fácil e mais rápido, é só isso!!
– Mas você não precisaria nem mais continuar com aquele disfarce estúpido agora que tem seu Batsu Tama de volta, não precisaria nem mais frequentar aquela porcaria de escola, já temos poder suficiente, é só preparar um ataque surpresa e acabar com eles de uma vez!! - a loira gritou, batendo o pé impaciente
– Eu já te disse, ele ainda está muito fraco pra lutar, passou muito tempo longe de mim, precisamos esperar que ele recupere a energia até poder entrar em uma luta, e isso vai levar tempo!! - ele gritou de volta, colocando a mão no bolso, onde carregava seu Batsu Tama desde então. Depois de algum tempo de trabalho duro, tinha conseguido serrar as barras da gaiola que aprisionava seu ovo, e andava com ele o tempo todo desde então, esperando que ele se recuperasse
– Não me venha com essa, isso não é motivo para você continuar brincando de namorar com aquele português!! - ela rebateu, tão nervosa que estava ficando com vontade de bater naquele garoto
– E eu já te disse que isso não é da sua conta! Vá cuidar da sua vida e arrumar outra coisa pra fazer, you boring bitch!! (sua vaca chata!) - Matthew berrou de volta, perdendo de vez a paciência também - Vá planejar um ataque surpresa, talvez se vingar daquela espanhola tsundere que você tanto odeia, eu sei lá, só me deixe em paz!! - ele saiu marchando na direção contrária, se afastando de Kaori, antes que perdesse a compostura de vez e acabasse batendo naquela garota irritante. Quando se afastou o suficiente para não poder mais ouvir os berros de indignação dela, Kaori enfim parou de gritar, e falou com sua Chara, em um tom de voz mais calmo
– Você viu isso, Jun-chan? Ele vai mesmo teimar em continuar com isso
– Ah, se vi... isso é perigoso, ele não pode mesmo estar pensando em se aliar ao lado inimigo, pode, Kaori? - a Chara indagou preocupada para a dona - Ele pode ser um chato teimoso, mas, se perdermos ele para os Guardiões, estaremos com sérios problemas...
– Eu sei lá o que se passa na cabeça daquele estúpido mestiço gay - a garota bufou em resposta - Mas, se ele pensa que as coisas vão ficar assim, está muito enganado... talvez "eu" não possa impedí-lo de fazer essas idiotices, mas ainda há quem possa... você não perde por esperar, Mattchan - ela deu um sorrisinho sinistro, encarando o corredor por onde Matthew tinha desaparecido, e então deu meia volta, andando na direção contrária, parando diante da última porta do corredor, dando uma batidinha e adentrando-a em seguida.


Enquanto isso, um pouco longe dali, Matthew ocupava-se com outra coisa no momento.


Sorry, guy (Desculpe, cara), mas eu preciso te deixar aqui por enquanto, não posso te levar para a escola comigo, ou os Guardias vão sentir sua presença, e seria bastante ruim se desconfiassem "do Shunsuke" - ele sorria como quem pede desculpas para seu ovo, acariciando-o com os dedos e o depositando com cuidado em uma prateleira de uma sala vazia em seu esconderijo. O ovo choramingou por ter que ficar longe do dono, temendo ficar sozinho outra vez, porém sem ainda conseguir dizer um "nuri, nuri" sequer - Eu volto aqui depois da escola pra te levar pra casa comigo, prometo. Vão ser só algumas horas, eu vou voltar logo, você vai ver. Até daqui à pouco, companheiro - ele sorriu e acenou para o ovo, também triste por ter que deixá-lo sozinho novamente logo agora que finalmente tinha conseguido recuperá-lo.


Quando Matthew saiu da sala, porém, Kaori estava parada diante da porta do lado de fora, aparentemente esperando por ele, com um sorriso cruel estampado em seus lábios cheios de batom vermelho-berrante, o que não parecia ser um bom sinal.


– O que você quer agora, bitch? - ele indagou mau humorado para ela
– Vim dar um recado: O chefe quer falar com você. Agora - ela respondeu, ainda sorrindo, surpreendendo o garoto, que apenas saiu andando na direção da última sala do prédio, quando ela acrescentou - Espero que tenha acabado de se despedir do seu precioso Batsu Tama, Mattchan... vai saber quando você poderá vê-lo de novo
– O que você quer dizer com is...?! - ele virou-se para encará-la, com um olhar desafiador, mas ela já tinha ido embora, e ele apenas viu os cabelos loiros da garota esvoaçando enquanto ela virava a curva no fim do corredor. Bufou mais uma vez e continuou andando até seu destino. Bateu na porta, e então a abriu, um pouco hesitante
– Ahn... o senhor me chamou? - ele indagou, entrando, e ficando parado à porta
– Chamei sim - o homem dentro da sala respondeu sério. Geralmente ele estava sempre sério, mas dessa vez parecia realmente descontente com alguma coisa, o que fez Matthew ter um mau presentimento - Eu ouvi algumas novidades nada boas sobre você, Matthew... é verdade que você anda se relacionando mais do que deve com um de nossos inimigos? - ele indagou, aparentemente sem se importar por se tratar de um garoto, e sim com o fato dele estar namorando um dos Guardiões
– Como o senhor...?! Ahh, that damn bitch, it was she who ratted me out, did not you?! (Ahh, aquela vaca maldita, foi ela quem me dedurou, não foi?!) - ele gritou, sem pensar no que dizia, naturalmente se referindo à Kaori
– Não interessa como fiquei sabendo disso, e sim que isso é verdade afinal - o homem respondeu - Ainda não acredito, nunca pensei que justo você seria capaz de algo assim, Matthew... bem, parece que te deixei solto demais ultimamente, não é? Toda criança precisa de limites, e você é um menino muito mau no fim das contas... precisa ser castigado para aprender uma lição.


O homem assobiou e, logo em seguida, alguém mais adentrou a sala. Logo que ouviu o barulho da porta se fechando, Kaori correu até lá e colou o ouvido na porta, bem à tempo de escutar um grito aterrorizante de Matthew.


– Sim, aí está o seu castigo... eu bem que avisei, mas você não me ouviu - ela sorria triunfante enquanto apreciava os berros de agonia cada vez mais altos do garoto lá dentro - Viu só, eu te disse para não brincar comigo, seu meio-americano estúpido. Quem sabe assim você aprende a lição, Mattchan...


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Notas finais do capítulo

Ohayou minna-san! Teffy-chan~desu õ/
Ai, ai, quantas surpresas em um capítulo só, hein... pois é, finalmente Arthur e Rosario foram embora, e agora Miguel e Shunsuke poderão contar aos outros Guardiões sobre o namoro deles! Ou não, né, vai saber como as cosias vão ficar depois desse castigo que o Matthew tá sofrendo... ai, ai, pobre Mattchan... (ou não, ele é vilão afinal '-')
Não percam o próximo capítulo, com a Shiroyuki-chan! /o/
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Kissus^^



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