Revenge II escrita por Shiroyuki, teffy-chan


Capítulo 11
Capítulo XI




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Stéffanie, Miguel e Giovanni não conseguiam fechar a boca, de tão pasmados, enquanto os guardiões iam entrando pelo portão da casa – ou seria melhor dizer, mansão – de Nagihiko. O lugar em questão era uma enorme construção no mais puro estilo oriental, com seus jardins esplêndidos ao redor. Eles podiam até ter alguma ideia de que Nagihiko era de uma família tradicional, e que tinha posses, mas é claro que jamais teriam ideia das proporções disso.

Em contrapartida, os outros guardiões, que já conheciam muito bem o amigo e sabiam sobre a condição da sua família, não tinham nada a acrescentar, e estavam mais preocupados com o fato de terem que ajudá-lo a esconder seu segredo, já que quem estava ali com eles era Nadeshiko dessa vez.

N-nadie me dijo que él vivía en un palacio! (Ninguém me disse que ele vivia em um palácio!)– Stéffanie sussurrou para Miguel, alarmada e parecendo estar prestes a ter uma síncope. Como os estrangeiros ficaram meio para trás na hora de entrar, ela estava apenas com Giovanni e Anna ali por perto, essa última parecendo meio perdida em pensamentos desde que chegaram ali.

— Eu tampouco sabia, minha cara… estou tão surpreso quanto você! – Miguel exclamou, tentando se livrar de Stéffanie, que insistia em apertar seu braço com força com se isso fosse resolver alguma coisa – Na verdade, não posso negar que isso combina um pouco com a áurea que esses dois transmitem certo? Nadeshiko e Nagihiko, eu digo… eles têm mesmo que esse ar de… hm… nobreza…

Che posto più incredibile! (Que lugar mais incrível!)– Giovanni soprou, maravilhado, olhando para todos os lados com ar de admiração. Ao lado dele, Anna era um grande contraste, já que parecia desanimada, o que era bastante raro nela.

— Ei, Anna… usted también no cre que este lugar increíble? (Você também não acha esse lugar incrível?)– Stéffanie a chamou, soltando Miguel de vez, enquanto caminhavam até a entrada, atrás dos outros.

— Hm? Oh, yeah, it’s amazing… (Oh, sim, é incrível…)- ela falou no automático, sem olhar para a espanhola.

— Pois, você não pareceu nem um pouco admirada ao ver esse lugar enorme! Não é a primeira vez que vem em uma mansão desse tamanho?? É incrível! Eu achei que fosse o lugar errado, inclusive… - Miguel comentou, estranhando o fato de Anna parecer a única entre eles que nem pareceu se deter a esse fato.

Well… is wonderful, really… (Bem, é incrível… sério… )- ela disse mais uma vez, forçando um sorriso. Miguel juntou as sobrancelhas, intrigado, e olhou para Stéffanie, que apenas deu de ombros. O fato é que Anna não estava realmente maravilhada com um lugar tão grande, por que isso não era exatamente novidade para ela, mas isso não tinha como eles saberem. E mais do que isso, ela também não estava no melhor dos seus dias. Pois logo à frente, ela via Tadase e Nadeshiko conversando alegremente, como os velhos amigos que eram, e eles combinavam tão perfeitamente, que a inglesa sentia-se uma intrusa só de observá-los de longe.

— Ei, o que vocês estão fazendo aí? Corram! – Amu chamou, tão excitada pelo “retorno” da amiga que nem se importava com o tom mais alto de voz. Enquanto eles se juntavam na frente da casa, Temari levou os Shugo Charas por um tour pela casa, contando sobre sua história e arquitetura. Aquilo só era realmente novidade para os charas estrangeiros, mas nenhum dos outros tinha coragem de ir contra ela de qualquer forma.

Os guardiões se reuniram na entrada lateral, e Nadeshiko sorriu para todos, parando logo ao lado de uma velha senhora de cabelos brancos, que trajava um kimono esverdeado.

Fujisaki-ie ni youkoso! – ela se curvou, dando um cordial sorriso para os jovens – Por favor, queiram entrar… - indicou com a mão, e Nadeshiko deu espaço para que todos começassem a entrar na sua casa.

Hisashiburi Baya-san! – Tadase cumprimentou, curvando-se, ao ser o primeiro a entrar.

Anna o fitou de canto, incomodada. “Hisashiburi” não queria dizer que ele costumava vir até essa casa com frequência? Então ele devia ser muito íntimo da família de Nadeshiko mesmo… Tão distraída com esses pensamentos, Anna nem sequer lembrou que tecnicamente, Nagihiko também morava ali, e só conseguia imaginar Tadase e Nadeshiko caminhando de mãos dadas pelo jardim da casa, no meio da manhã de primavera, com sakuras ao redor e passarinhos cantando.

Hasta que se ve muy gentil, no? (Até que ela parece bem gentil, não é?)– Stéffanie sussurrou para ela, sobressaltando-a, enquanto a fila para tirar os sapatos e colocar os surippa ia se formando.

Who? (Quem?) – a garota indagou de volta, surpresa por alguém ter puxado assunto com ela tão de repente.

La madre de Nagihiko (A mãe da Nadeshiko)– Stéffanie respondeu com outro sussurro, tirando o seu sapato e colocando em um canto perto dos outros - Por la Yaya me describió, pensé que era una especie de bruja ...(pelo que a Yaya me descreveu, pensei que fosse tipo uma bruxa…)

— Então era por isso que você estava a tremer tanto, não é? – com um sorriso quase debochado, Miguel comentou, sem nenhuma vergonha por estar ouvindo conversas alheias.

You are afraid to know the Nagi’s mom? But why? (Você estava com medo de conhecer a mãe do Nagi? Mas por quê?) – Anna estava confusa. Vendo Stéffanie terminar de colocar as pantufas de usar dentro de casa, e esperar por ela. Miguel também entrou, e Anna ainda se atrapalhou com os cordões do seu sapato, antes de enfim conseguir acompanhá-los.

— Você não ficou nervosa antes de ir à casa do Tadase, Anna? – Miguel indagou retoricamente.

— Well… eu estava, actually, but…(realmente, mas…)

— Exatamente. É pelo mesmo motivo. – ele piscou um olho, matreiro. A garota ainda não entendeu, mas Stéffanie corou furiosamente, e resolveu fingir que nada tinha ouvido para não fazer um escândalo ali naquele lugar.

Todos se acomodaram na sala, sentando-se ao redor de uma mesa baixa e lustrosa de madeira escura. Claro que não havia lugar suficiente para todos, mas de alguma forma, conseguiram se acomodar no chão de tatames. A velha senhora servia chá verde para todos.

Nadeshiko sentou também, ainda sorrindo. Anna ajeitou sua postura automaticamente, tentando sentar da mesma forma ereta e refinada que a garota estava, mas a sua perna doía, desacostumada que era de ficar daquele jeito. Os outros estrangeiros, embora não estivessem se esforçando tanto, também sentiam dor na perna por se sentar da maneira tradicional dos japoneses, mas a atmosfera da casa meio que os obrigava a tentarem ser mais educados.

— Creio que nossos colegas estrangeiros ainda não conhecem, essa é a Baya-san, a governanta da nossa casa – Nadeshiko apresentou, e Baya se curvou mais uma vez. Stéffanie se assustou. Então aquela não era a mãe de Nagihiko?

Repentinamente, a porta lateral abriu-se, revelando a figura de uma mulher ajoelhada sobre o assoalho. Ela se ergueu, austeramente, adentrando o cômodo. Anna sentiu um arrepio percorrendo a espinha, e Miguel estremeceu ligeiramente, sentindo que Giovanni se encolhia atrás dele. Stéffanie quase teve um ataque de nervos, congelando no mesmo lugar ao sentir o olhar meticuloso da mulher avalia-la dos pés a cabeça.

— Esta é minha mãe. – Nadeshiko apresentou, um tanto mais desconfortável agora, na presença daquela mulher. Os guardiões, já familiarizados com a figura, apenas acenaram respeitosamente com a cabeça, e Amu até mesmo cumprimentou-a rapidamente. Nem mesmo Yaya tinha coragem de respirar mais forte, com a Sra. Fujisaki na sala, e os outros pensavam que nunca haviam a visto tão quieta em toda a estadia no Japão.

— P-prazer em conhecê-la, Senhora Fujisaki. – dos estrangeiros, Miguel foi o único com coragem suficiente para falar alguma coisa. Os outros apenas concordaram com a cabeça, e Giovanni parecia tão amedrontado que estava prestes a desmaiar. Aquele tipo de mulher era com toda a certeza o que ele mais temia. Como uma madonna da máfia italiana, ou algo assim.

— Todos vocês vieram do exterior, correto? – ela indagou, e os quatro acenaram concordando. A mulher sorriu – Então creio que irão apreciar ainda mais a dança de Nadeshiko… estão convidados para assistir o ensaio dela hoje.

— Ah, você vai permitir, Okaa-sama? – Nadeshiko sorriu, dando a impressão de que algum pedido que ela havia feito tinha sido atendido nesse momento.

— Sim. Como japoneses, é nossa obrigação compartilhar da rica cultura que possuímos com os países estrangeiros, dessa forma. – ela respondeu rispidamente, erguendo-se para sair da sala novamente. – Baya irá acompanha-los até a sala de dança, fiquem à vontade.

Arigatou gozaimasu, Okaa-sama… - Nadeshiko bradou, e a Sra. Fujisaki apenas acenou brevemente, antes de sair mais uma vez pela mesma porta por onde entrou.

— Então, Nadeshiko, você vai ensaiar? – Rima, que já tinha esvaziado sua xícara de chá, e agora tomava a de Yaya, que finalmente relaxara quando Sra. Fujisaki saiu da sala.

— Ah, a Yaya estava ansiosa por isso!!

— Faz muito tempo desde que eu vi você dançando, Fujisaki-san… - Tadase lembrou, quase nostálgico, e Amu concordou fervorosamente, muito mais animada até do que a própria dançarina com a perspectiva.

— Vocês podem ir à frente com a Baya, eu vou me trocar antes disso – ela se ergueu, ajeitando a longa saia ao redor do corpo, antes de se afastar. – Com licença.

Assim que ela saiu pelo mesmo lado que sua mãe havia ido antes, Baya os conduziu pela porta do lado oposto, por um corredor menos iluminado, comprido e cheio de portas dos dois lados.

Parece un plano de fundo perfecto para um libro de suspenso... (Parece o cenário perfeito para um livro de suspense…)– Stéffanie suspirou, já imaginando um roteiro para uma história de assassinato na mansão japonesa. O vilão certamente seria alguém como aquela Sra. Fujisaki…

Oh, s-sorry…– Anna escorregou nas pantufas, e acabou se batendo em quem estava a sua frente.

— Tome cuidado, Lewis-san… - Tadase a apoiou, ajudando-a a se colocar de pé gentilmente.

T-thank you. – ela se afastou, sem coragem de olhar para ele. Certamente alguém como Nadeshiko não ficava tropeçando dessa forma patética por aí…

Eles enfim chegaram a outro cômodo, e quando Baya acendeu as luzes, puderam ver a sala ampla, de piso de madeira, os painéis pintados com belas obras de arte orientais, retratando paisagens como árvores de sakuras, jardins repletos de vegetação, ao redor de rios e montanhas. Sentando no chão mais uma vez, sobre as almofadas que provavelmente haviam sido colocadas ali somente para eles, todos se colocaram mais confortavelmente. Anna analisava com cuidado as pinturas ao seu redor, maravilhada com elas. Giovanni também olhava para elas, embora sem tanto interesse, enquanto Rima cochichava alguma coisa para Amu, que eles não podiam ouvir, mas que certamente envolvia Nadeshiko.

Ainda demorou um pouco até que a garota adentrasse. Eles ouviram o som da porta arrastando, e então ela adentrou, usando um kimono branco com estampas de sakuras que cobriam toda a sua extensão, e um obi lilás marcando a cintura. O queixo dos estrangeiros, que nunca haviam visto nenhuma roupa tradicional além dos yukatas no verão, caiu até o chão. Nadeshiko estava linda, e nenhum deles tinha palavras para fazer qualquer comentário. Stéffanie até mesmo sorriu ao vê-la.

Logo depois a mãe dela adentrou, e o sorriso de Stéffanie desmanchou. Ela não gostava daquela mulher. Não da mesma forma que ela “não gostava” de Nagihiko, ou não gostava de Matthew e dos outros vilões, mas ela se sentia desconfortável com a presença dela. Mais do que isso, Stéffanie sentia medo dela…

Nadeshiko agradeceu a presença de todos, e então, a música lenta e espaçada que dava ritmo à sua dança, começou a tocar. Ela se movia com graça e perfeição, cada movimento preciso e delicado na medida certa. Ninguém conseguia desviar os olhos dela, nesse momento, mesmo os guardiões que já estavam acostumados a isso como ninguém. Apesar disso, a mãe dela não fazia nenhuma expressão de aprovação ou o que quer que fosse. Parecia estar julgando a filha seriamente, o que seria preciso dizer, e seu olhar era severo e meticuloso.

Miguel não parava de comentar, em voz baixa, o quanto a roupa de Nadeshiko era linda. E isso que nem mesmo era a roupa de apresentação! Imagine quando fosse… Giovanni gostava muito de música e de dança, como um bom italiano, então estava admirado com aquela dança que nunca havia visto antes, sem falar que Nadeshiko era realmente era linda.

Anna, que era uma entusiasta da cultura japonesa por si só, já devia estar empolgadíssima, pensando nos personagens que pareciam com Nadeshiko, dos seus mangás. Porém, ao invés disso, ela só conseguia se preocupar com a enorme fenda que se abria entre ela e a visão da perfeita dama japonesa à sua frente. Tudo em Nadeshiko era aquilo que ela nunca poderia ser. Olhando para Tadase, e vendo-o apreciar a dança dela com tanta felicidade, só confirmava o que ela já sabia: que não havia como se comparar com ela, em qualquer parâmetro. Anna sempre perderia.

Já Stéffanie, simplesmente não conseguia piscar os olhos, embevecida com a visão de Nadeshiko movendo-se lentamente, na velocidade crescente dos sons das cordas, que enchiam seus ouvidos. Nem mesmo o olhar penetrante e desagradável da Sra. Fujisaki a incomodavam mais. Palavras pulavam para a sua mente, tentando criar uma imagem descrita, que talvez pudesse servir em alguma futura história, mas elas não se encaixavam de forma a retratar com precisão aquilo que ela presenciava. Talvez fosse a semelhança inacreditável, ou simplesmente o clima daquela casa, mas cada vez que Nadeshiko se movia um pouco, e focava seus olhos dourados em Stéffanie, ela sentia como se fosse Nagihiko a observando, e isso a deixava desconfortável. Mas Nadeshiko era um milhão de vezes mais agradável do que aquele estúpido, e ela preferia não pensar nele agora. Nem agora nem em tempo nenhum! Mas por que será que aquele garoto tinha que sumir logo no dia em que ela vinha na sua casa… que estranho!

A coreografia finalmente terminou, e quando soou o último acorde da música que acompanhava, e Nadeshiko baixava o seu leque todos bateram palmas para a performance dela.

— Ah, incrível! Eu nunca pensei que fosse assistir algo tão bonito! – Miguel elogiou – Você é ótima, Nadeshiko!

Bravo, Signorina Fujisaki! – Giovanni se esforçou para falar, embora estivesse tão vermelho quanto um tomate, e tivesse dificuldade para se pronunciar diretamente – La sua danza è stupenda! (Sua dança é incrível!)

Yeah, is wonderful! (Sim, é incrível!)– Anna completou, acenando com a cabeça.

Sí, Nadeshiko, que era muy hermoso! Me encantó su baile, mucho! (Sim, Nadeshiko, é muito lindo! Eu amei a sua dança, muito mesmo!)– Stéffanie bradou, e nos seus olhos tinha um brilho estranho, causado pela empolgação. Nadeshiko sorriu, sem graça pelos elogios todos, e ainda mais incomodada pelo fato da espanhola só se referir dessa maneira a ela quando era… bem… ela.

Você sabe onde errou, não sabe? – a Sra. Fujisaki comentou, levantando-se para sair da sala. – Da próxima vez, quero que preste atenção e corrija isso.

Hai, okaa-san… gomenasai – Nadeshiko se curvou respeitosamente, e ela saiu do local, sem olhar para trás. – E, Arigatou gozaimasu, minna-san – ela tentou abrir mais o sorriso, olhando para todos, agradecida pela atenção – Espero que fiquem para jantar aqui…

Relutantes, todos acabaram aceitando o convite. Um magnífico jantar no mais tradicional estilo japonês foi servido, na maior mesa que possuíam na casa, e todos estavam muito animados ao redor dela, conversando uns com os outros sobre os mais variados assuntos. Como a Sra. Fujisaki não havia aparecido uma segunda vez, e Baya cobria o papel de anfitriã com primor, todos se sentiam um pouco mais leves e à vontade para estar ali. Nadeshiko parecia animada com a presença dos amigos na sua casa. Conversou com Miguel sobre suas roupas, com Giovanni sobre a comida japonesa, e com Anna sobre os youkais que viviam na casa. Todos pareciam estar se dando muito bem com ela – e isso incluía obviamente a difícil Stéffanie. Fato esse que muito intrigava Nagihiko.

— … so, Miss Nade…ko? – Anna fez mais uma tentativa de acertar o nome da garota, falhando mais uma vez. Ela sorriu, acostumada com a dificuldade da estrangeira em decorar coisas.

— Nadeshiko. Faltou só um “shi” dessa vez! – ela corrigiu, sorridente, e Anna sorriu sem graça, sentindo-se mal pelos pensamentos que vinha tendo antes. Nadeshiko era gentil com ela, e ela não conseguia pensar mal de uma pessoa assim. Apesar de ainda se sentir incomodada quando a via sendo amigável demais com Tadase.

— … the bake-neko possuem nekomimi? – Anna era muito interessada em mitologias, e Nadeshiko parecia saber um monte! Ela estava um tanto mais animada agora, e quando ergueu a mão para ilustrar o que dizia, derrubou os hashis e esbarrou em uma tigela de arroz, virando uma parte sobre a mesa – ah, sorry…– ela corou furiosamente, tentando consertar o que havia feito.

— Eu ajudo você, Lewis-san… - Tadase se ofereceu, rodeando o lugar onde estava perto de Miguel para salvá-la. Ela ficou ainda mais sem graça, e se limitou a juntar o arroz em silêncio.

Aproveitando que Anna se distraíra com Tadase mais uma vez, Nadeshiko se dirigiu para Stéffanie, cordialmente.

— E então, Blanca-san… meu irmão contou que você gosta de ler e escrever. Todos me disseram que seu Chara Nari é capaz de coisas incríveis!

— Ahn? – ela estava concentrada em conseguir usar os hashis da maneira certa, e se surpreendeu ao ouvir Nadeshiko chama-la – Ah ... no es mucho ... Es algo normal, creo que ... (Ah, não é muito… É algo normal, eu acho…)

— Eu gostaria de ler as coisas que você escreve algum dia! – Nadeshiko juntou as mãos, animada com a ideia – O que você acha?

Escribo en español ... no sé si podría ... (Eu escrevo em espanhol… não sei se poderia…)- Stéffanie murmurou, confusa com aquele repentino interesse.

— Eu posso fazer, se você me ajudar a traduzir! O que me diz? – ela sorriu de maneira amistosa, e conseguiu fazer Stéffanie relaxar ao menos um pouco.

Creo que podemos intentarlo ... (Acho que podemos tentar…)- ela ponderou, ainda sem saber por que raios alguém como Nadeshiko se interessaria pelos seus escritos, afinal.

— Você parece ter se adaptado bem ao Japão… - Nadeshiko a fitou diretamente, e Stéffanie parou de comer por um momento.

Me acostumbré a vivir aquí ... Creo que me gusta la vida aquí, y la gente ... (Me acostumei a viver aqui… Acho que gosto da vida aqui, e das pessoas… )- ela disse, surpreendendo-se com o quanto conseguia falar sem dificuldade com Nadeshiko.

— Mas você não gosta muito do meu irmão, não é? – Nadeshiko sondou, deixando a espanhola surpresa – Eu sei por que ele me disse que vocês brigam bastante…

Él ha estado hablando de mí verdad? (Ele andou falando de mim, é verdade?)– ela franziu os olhos, incomodada com o fato de que Nagihiko pudesse estar saindo falando dela por aí.

— Ah, não se preocupe, ele não falou nada de ruim! Apenas que você não se dá muito bem com ele… - ela se justificou, e Stéffanie concordou, ainda que relutante, com a afirmação – Mas você parece estar perfeitamente bem comigo. Eu me pergunto porque…

Debe ser porque eres una chica. Y no es petulante, abusado ​​y irritantemente engreído como Nagihiko (Deve ser por que é uma garota. E não é petulante, abusada e irritantemente convencido como Nagihiko)– Stéffanie falou sem pensar, com seu tom de voz rapidamente ganhando mais hostilidade só de citar o nome dele – Sín querer ofender, por supuesto.. (Sem querer ofender, é claro…)– ela se apressou em dizer, achando que podia ter exagerado um pouco ao falar do irmão dela dessa forma.

— Entendo. – Nadeshiko riu contidamente, escondendo os lábios com a mão – Mas eu fico feliz que eu não tenha causado nenhuma má impressão em você, apesar de termos a mesma aparência. Eu irei pessoalmente repreender meu irmão por ser inconveniente com você mais tarde.

No es necesario, estoy perfectamente bien con eso – Stéffanie recuou, insegura – Quero decir… no és como se yo me importasse com ele ou qualquier cosa assim! Yo apenas… consigo lidar com isso… por mí mesma.

— Ah, sokka… Ano nee, se me permite perguntar… o que você pensa sobre meu irmão? – Nadeshiko chegou mais perto, apenas para ouvir aquela preciosa resposta. Fitou Stéffanie com aqueles olhos perigosamente persuasivos, e a espanhola engoliu em seco. Não sabia como responder àquela pergunta, e nem como pensar nisso direito. Mas a imprevisibilidade da questão a pegou desarmada.

— Yeeeeey, Naddy está se dando bem com a Onee-chan! Olha só, elas estão falando sobre alguma coisa!! – Yaya bradou de repente, arrancando a atenção de todos.

— Elas estão até trocando segredinhos – Rima alfinetou, fitando Nadeshiko com o canto dos olhos, maliciosamente.

Todos olharam naquela direção ao mesmo tempo, e Anna até mesmo deixou cair a comida que estava a meio caminho de finalmente conseguir por na boca (já que sua experiência com hashis era lamentável, e ela mal pudera comer qualquer coisa nessa condição) para olhar para as duas. Nadeshiko voltou ao seu lugar, amaldiçoando Yaya e Rima pelo seu péssimo timing.

— Eu só estava propondo para a Blanca-san para nós garotas irmos às compras amanhã! Eu estou precisando de coisas novas mesmo… - Nadeshiko se desenrolou da situação em um passe de mágica.

— Você disse “compras?” – os olhos de Miguel brilharam antes que ele pudesse se refrear. Fazia séculos que ele não ia ao shopping. Desde antes de irem para a praia, provavelmente. Estava urgentemente precisando de roupas novas!

— Ah, claro que Gonçalves-san está convidado para nos acompanhar – Nadeshiko sorriu para ele.

— Nós podemos ir a uma loja nova que abriu… - Amu rapidamente se empolgou, comentando com as meninas.

— Podemos passar in the bookstore(na livraria)?– Anna indagou em um fio de voz.

— A Yaya quer ir à loja de brinquedos!

Logo o tópico da conversa passou a ser os planos para o dia seguinte, e Nadeshiko fitou Stéffanie com o canto dos olhos, como se fossem cúmplices de um crime. Claro que, se soubessem sobre o que estavam conversando, as outras garotas a interrogariam sem parar, e seria difícil de livrar-se delas. Nadeshiko fez isso sem esforço, com apenas algumas poucas palavras. Mas algo dizia à Stéffanie que um interrogatório ainda mais perigoso se aproximava, e ela não poderia se livrar dele tão simplesmente.


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Notas finais do capítulo

Yoo, minna! Shiroyuki desu!

Ah, a vinda da Nadeshiko está agitando todo mundo! E a Stéffanie ainda mais... como será que o Nagi vai se sair dessa sem ser descoberto?

Bem, como esse capítulo está cheio de termos japoneses que podem ser confusos, eu vou tentar explicar rapidamente eles agora, para ninguém precisar sair correndo pro google a cada frase... se bem que seria interessante pesquisar mais sobre isso também...


"Fujisaki-ie ni youkoso" é literalmente, sejam bem-vindos à Casa dos Fujisaki, e "Hisashiburi" é algo como -há quanto tempo-
Surippa é aquela pantufinha que os japoneses usam dentro de casa, para não ficar de pé no chão o tempo todo. Todas as casas têm alguns para convidados, e numa mansão como aquela, provavelmente devem ter muitos para todo mundo~
Obi é a faixa da cintura que segura o kimono.
Youkai são as figuras mitológica japonesas, e são tantas e tantas que seria impossível descrevê-las aqui... mas em muitos animes eles aparecem, então vocês já devem saber do que estou falando... desde as Kitsunes, Onis, Zashiki-warashi, enfim, são todos aqueles espíritos e monstros que povoam a imaginação das pessoas~
Bake-neko é um youkai em forma de gato de duas caudas, que podem ou não assumir forma humana, e vivem nas casas de famílias. Se eles se sentirem desconfortáveis ou forem mal-tratados, matam o dono da casa e assumem a forma dele, vivendo como humanos.
Nekomimi, ah, essas vocês devem conhecer, são as famosas orelhinhas de gatos moe-moe XD

Ah, a propósito, quando o Giovanni falou em Madonna, ele não se referia à cantora. Madonna significa Mãe em italiano, e pode ser tanto uma forma de se referir à Nossa Senhora, quanto um título usando dentro da máfia para as matriarcas das famílias...


Bem, espero que tenham gostado do capítulo, e o próximo é com a senpai! Otanoshimini ~



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