Who I Really Am? escrita por CarolBeluzzo, Gii


Capítulo 3
Uma menina normal


Notas iniciais do capítulo

Booom dia Raios de Sol, tudo bem?
Aqui é a Bola de Pelos, postanto, atrasada! Eu e a Carol estabelecemos que postariamos de terça e sexta, mas acabei ficando o dia todo no hospital por causa de uma crise de Rinite...
Enfim, boa leitura, espero que gostem!! Ahh, e esse capitulo vai para Natália Viegas e Hevellyn Lautner, que comentariam a fic!! Beijão lindinhas!!



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Haviam muitas possibilidades de significados para esta frase. Ele podia ter encontrado um objeto que o tal Edward estava procurando ou talvez ter encontrado algum tipo de fruta rara, mas um frio da espinha me dizia que não era nada daquilo. Eu podia sentir que aquela frase era referida a alguém, e tinha quase certeza que era sobre mim.

Eu fui o caminho todo até minha casa, matutando sobre isso e o que aquela frase implicava na minha vida. Ele estava me procurando? Qual o motivo pra isso, afinal, ele não poderia saber meu segredo; poderia?

Estava cada vez mais acreditando na teoria de Mikaelly. Eu não sabia quem ele era e nunca havia visto seu rosto antes, mas mesmo assim ele tinha aquele brilho nos olhos. Aquele brilho que só quem conhece alguém e não vê a muito tempo tem. Era tão diferente o modo como ele me olhava. Na verdade, ele era diferente.

Então o que ele poderia ser? Era possível que ele fosse algum tipo de meio-vampiro também? Mas eu acha tão improvável quanto ele ser um vampiro, tendo em vista que ele não tinha aquele brilho leve que minha pele tem, apesar de ter a mesma beleza excepcional.

Alguns minutos depois o ônibus parou na esquina de casa, e enquanto eu andava até lá, pensei na possibilidade de perguntar para meus pais se eles sabiam de alguma coisa. Se eles dissessem que não sabiam de nada, eu tiraria aquele assunto da cabeça.

Quando levantei o olhar, para entrar em casa, vi minha mãe parada na porta. O seu pé, batendo no chão com velocidade. Eu senti aquele frio no fim da coluna, de quando você está encrencada e sabe disso.

Eu sorri amarelo, parando em sua frente. Eu só havia notado agora que o sol já começava a se por.

– Aonde você esteve? Por que não ligou avisando? Eu liguei umas dez vezes no seu celular, porque não me atendeu? A Mikaelly também ficou bem preocupada, você não chegava logo. Aconteceu alguma coisa com você? Por que demorou tanto para voltar? Alguém te atacou? Você se machucou? Ahh, me desculpe minha menininha, eu fiquei tão preocupada com você!!

Havia aquela coisa com a minha mãe. Ela conseguia passar por todos os estágios de "briga-mãe-e-filha" sem que eu abrisse a boca. E eu gostava quando isso acontecia, pois na maioria das vezes eu escapava sem broncas.

– Não aconteceu nada com você? Nenhum arranhão? Nenhum homem estranho te provocou na rua? Eu falei para tomar cuidado! Você tem que me avisar, Rêzinha. Você sabe como eu e o seu pai ficamos preocupados com você. Você é especial... para nós. - A voz dela estava começando a ficar embargada e eu comecei a me sentir um pouco culpada por não ter avisado.

– Você deve estar morrendo de fome! - Exclamou minha mãe, me agarrando pelo braços e olhando para o meu rosto, fungando as lágrimas que não cairam dos seus olhos - Eu vou fazer o seu chá predileto para comer com o bolo enquanto você se troca e depois vamos assistir aquele filme que alugamos semana passada até seu pai chegar, que tal? O que acha?

Após estar banhada, e com uma roupa mais quente, desci em direção à cozinha, que ainda cheirava fortemente a bolo de chocolate com pedacinhos de morango que só minha mãe sabia fazer. Meu favorito.

Eu sentei na mesa e no mesmo segundo mamãe cortou um pedaço de bolo para mim, enquanto eu e mamãe ouvia a porta bater, com Papai acabando de chegar do trabalho.

Ele entrou na cozinha, já sem a gravata e sua maleta. Ele passou a mãos pelos cabelos, os deixando de um jeito bagunçado e louco.

– Boa noite, família. - disse se sentando na cadeira ao meu lado. Sarah deu a volta na cadeira, dando um selinho nele.

– Boa noite, querido. Quer um pedaço de bolo? Café?

– Só um xícara, por favor. Bolo engorda - ele disse olhando para mim - e eu já cresci bastante nessa região aqui em baixo.

Eu ri, observando as olheiras em baixo dos olhos do meu pai. Ele parecia tão cansado.

– Como está, papai? Parece meio cansado - perguntei, terminando um pedaço do bolo e pegando mais um. - Tudo bem no trabalho?

– Bem, mas anda meio difícil, tenho dois contratos para fechar amanhã e tive que deixar tudo pronto hoje.

– Qualquer um ficaria cansado com isso - disse Sarah, parecendo tentar encerrar o assunto. Ela nunca gostava que papai discutia trabalho na mesa. - Agora, Renesmee, coma. Você está com as olheiras mais profundas hoje.

Eu quase a xinguei. Ela estava fazendo aquilo de propósito! Eu assenti, engolindo mais pedaço do bolo, bebendo o resto do chá, tentando fingir que não estava com raiva por ela mencionar minha "fome" na frente de papai.

Vi Connor olhando para mim, pela visão periférica. Por favor, não. Não sugira que preciso caçar. Não, não, não...

– Hum, Rê, eu estou um pouco cansado, mas se você quiser posso levá-la para caçar. Faz quase um mês que você não vai.

Porque minha mãe pode ser tão chata as vezes, em?? Eu terminei de engolir antes de responder.

– Pai, sabe que não gosto disso, e além do mais, você está cansado. Deixa pra próxima.

Eu tentei escapar, mas não havia jeito mesmo. Eu sabia que ele insistiria até o final.

– Sabe que eu e sua mãe ficamos preocupados com esse seu negócio de não querer beber sangue. Querida, faz parte do que você é, já discutimos isso. Você não pode ficar fugindo disso! Pode te fazer mal!

– Mas não me faz, pai!

Sarah colocou a mão no meu ombro.

– Querida, nós notamos que você fica mais palida a cada vez que tenta ficar mais tempo sem isso. Você precisa disso.

– Eu não vou beber sangue humano! Se me levar na reserva, eu posso até caçar alguns animais, mas não vou matar uma pessoa!

Mamãe suspirou, retirando o meu copo vazio e colocando na pia. Ela sempre ficava irritada quando eu negava as minhas "raízes" vampiricas. Eu achava aquilo ironico, porque ela era humana e ficava brava quando eu dizia que não queria beber o seu sangue!

Connor apertou os olhos. Ele se levantou, pegando a chave do carro.

– Tudo bem, pelo menos você não se sente tão fraca.

Suspirei e me levantei, comendo o resto do bolo no meu prato antes de segui-lo até a porta.

Sarah nos seguiu, secando suas mãos no avental e parando na porta enquanto entravamos no carro. Ela acenava para nós enquanto Connor dava a ré e seguia até o fim da rua.

***

– Vou esperar aqui. - disse ele desligando o carro perto de uma reserva florestal que tinha um pouco depois de sair da cidade. Ele deu um suspiro.

Eu imitei o seu suspiro, sem saber como agir. Era sempre assim.

O negócio é que eu tinha uma certa vergonha toda vez que faziamos isso. Eu quase nunca conseguia olhar para o rosto dele ou de Sarah quando acontecia de eu ter que caçar.

Eu ficava a imaginar, como ele conseguiam dormir sabendo que sua filha "especial" poderia facilmente entrar nos seus quartos enquanto dormiam e chupar todo o seu sangue até secar. E pensar naquilo só piorava tudo e me deixava cada vez mais mal.

E era por um desses motivos que eu caçava cada vez menos e evitava. Eu sempre me sentia mal por me sentir tão bem no final de beber todo o sangue.

Eu sai do carro, sem falar nada, já correndo até o meio da floresta, passando pela cerca com um salto rápido. Ali, na reserva, era sempre muito fácil de encontrar um animal. As arvores era muito próximas e era quase uma grande casa para todos eles. Todos tinham seus lugares ali.

Quando eu entrava naquele lugar, eu me sentia tão bem, que esquecia de tudo. Era como se a floresta fosse a unica coisa importante. E os cheiros das minhas futuras presas chegavam muito mais rápido.

Eu apenas corri, seguindo o cheiro.

No segundo em que cheguei no pequeno espaço, os três cervos começaram a se dispersar, sentindo o perigo. Corri até o primeiro, sabendo que iria perder os outros dois, e em menos de alguns segundos, ele jazia morto no chão. Apenas a carcaça molenga.

Eu odiava fazer aquilo. Era um ser puro e inocente, e, ao contrario dele, eu era um monstro, uma assassina sem coração. Por que eu tinha que ser assim? Por que não podia ser uma garota adolescente normal, que cresce junto com as outras crianças e que não é diagnosticada com uma especie diferente de síndrome de Hutchinson-Guilford? Por que?

Eu sentia tanta falta de algo que eu nunca tive. Ser, pelo menos uma vez, transparente. Não ser o centro das atenções. Não ser a garota que cresce rápido. Não ser a garota mais bonita do colégio. Não ser a garota mais inteligente da turma.

Eu queria não ser ninguém!

E eu só me sentia assim quando estava com Mika. Era por isso que gostava tanto dela.

Nem cinco minutos depois, eu estava correndo de volta para o carro, com minhas roupas intactas, mas com meu coração em frangalhos, os pensamentos longes, como sempre eu ficava depois de uma caçada.

Meu pai estava relaxado sentado no banco do carro e tinha o rádio do carro ligado quando cheguei; Ele batucava na sua perna enquanto cantarolava a canção que tocava, mas assim que me viu, tratou de ir já ligando o carro e abaixando o volume da musica. Ele colocou aquela mascara séria no rosto, como fazia em todas as vezes antes de acelerar.

Toda vez era assim, ele pensava que depois de eu caçar, meu "instinto" estava mais forte e ele não poderia fazer movimentos bruscos, porque isso me "atiçaria". Eu me sentia um monstro.

Essa era uma das únicas vezes que nós brigávamos. E também, as que eu me achava o pior ser que já existiu na face da terra.

POV Transmorfo

Eu sentia toda aquela felicidade transpassando pelas minhas veias e tinha certeza que ninguém no mundo era mais feliz que eu naquele momento.

– Eu falei com ela e é mesmo a Renesmee, não tem como ser engano! Ela usa até o mesmo nome ainda! - Também, não havia como existir outra pessoa com o mesmo nome, não é mesmo?

Eu revirei os olhos.

– Tudo bem, eu imaginei que isso aconteceria. ele disse - Que cidade você esta dessa vez?

Ouvi ele repassar isso para alguém que estava do lado e ter uma conversa rapida.

– Tem certeza? Se ela não me reconheceu, duvido que reconhecerá vocês e isso não vai ser bom pra Bella. - Eu troquei o peso de perna, nervosamente - Pode ser pior do que se fosse outro engano.

Contar?! Eu? Ficou louco? Ela não vai acreditar em mim! Ela pensa que eu sou algum tipo de estrupador assassino!

Meu sangue ferveu, mas eu me controlei. Odiava quando ele faz isso. Sanguessuga idiota.

Eu precisava de um plano, com certa urgência.

Olhei para o fim da rua, onde o ônibus desaparecera fazia algum tempo. A imagem do seu rosto com aquele sorrisinho ironico nos labios ainda estava fresco na minha memória. Eu não pude evitar de sorrir para o ar antes de virar as costas, indo na direção contraria.


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Notas finais do capítulo

OMFG, O QUE ACHARAM?