Shadow Of The Colossus escrita por Kevin Souza


Capítulo 8
Sacrifícios do amor


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal. Tenho de falar sério agora para vocês leitores. Esse capítulo eu considero como clímax 1 de 3. Aqui não terá romantismo mas sim a vida como é. Injusta, brutal e cruel. Para aqueles com coração mais amolecido e só gosta de final feliz, mete o pé enquanto pode. Porque depois não diga que não avisei.

Espero que gostem do capítulo..

Beijos :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/402849/chapter/8

Decepção, dor e tristeza se resumia ao que o lorde sentia nesse exato momento. Sentado em sua cama de madeira, com os pés sobre uma cadeira de madeira, ele ficava pensativo, sem saber o que fazer. Ficar sabendo, que, o rapaz que ele lhe tratava como um filho, arranjou um cônjuge com um destino amaldiçoado.

Com o capuz cobrindo seu rosto com lagrimas e expressões cabisbaixas, o lorde pensava em deixar Wander fugir com sua amada, mas não era o certo a se fazer. A maldição podia afetar outra aldeia.

– O que devo fazer? Qual ação tomar? Pergunta o lorde para si próprio olhando para sua espada ancestral, que já lhe dera tantas alegrias em diversas batalhas contra as forças do mal.

Ele ficou minutos pensando, olhando para a espada. Depois, ele olha para o chão observando como as madeiras possuem uma bela, sincronia que permitia que o piso se mantivesse sobre os seus pés. Observando essas sincroniza, ele as toma para si, percebendo que sua vida estava dessincronizada.

– Por que ele? Por que?

O lorde se pergunta diversas vezes isso, sem encontrar resposta para evitar o que terá de ser feito, mas ele não encontra. Seu coração nesse momento se encontrava em um mar de dor e tristeza. Não era fácil para ele fazer isso, mas ele não conseguia encontrar motivos para não o fazer.

Depois de um tempo olhando para o chão, ele se levanta, sai de seu quarto e anda até a sala, observando todas as coisas que ele possuía, pensando apenas que decisão ele devia tomar. Até que ele observa a xícara caída no chão com um líquido que eira beber na noite anterior. Mas, o líquido havia se evaporado e não havia vestígios do mesmo. Foi então, percebendo isso, que o lorde pensou que tudo o que acontece pode se evaporar, até o sentimento de culpa dele e de tristeza de Wander.

Ele recolhe a xícara do chão, e a coloca na mesa e respira fundo, pois ele tinha de sair de sua casa e ir até onde ficava a casa do guerrilheiro principal.

– Eu tenho de fazer isso - dizia o lorde para si próprio buscando coragem.

Após um tempo dizendo que tinha de fazer o que tinha de fazer, ele abre a porta de casa e vai andando até a residência do guerrilheiro principal. Ele estava sob tanta tensão que ele nem percebera que ainda era manhã bem claro ainda e que a aldeia estava em silêncio, além do mais, ele ficou acordado a madrugada toda, com sua mente imersa em pensamentos.

Ele chega à casa do guerrilheiro, mas percebe que o mesmo estava sentado à frente de sua casa levando as mãos à cabeça, mostrando confusão.

– Não consegues dormir também? Pergunta o Lorde olhando para o guerrilheiro.

– Não. Isso tirou meu sono - diz o guerrilheiro ainda olhando para o chão.

O lorde fica em silêncio observando a casa de Wander. Com sua casa humilde, porém muito feliz, ela se localizava frente à casa do guerrilheiro.Mas um barulho vindo da casa de Wander ecoa e a porta se abre. Tanto Emon quanto o guerrilheiro, não esperava que a pessoa que eles menos esperasse saísse dali. Eles não sabiam que Mono havia passado a noite junto de Wander.

– Bom dia Lorde - dizia a jovem donzela levando as mãos aos olhos, os esfregando de sono de modo meigo e delicado - o senhor deve ser o lorde Emon, o líder da aldeia do Wander, certo?

– B-bom dia, Mono - gaguejava o lorde, bastante tens - sim, eu sou sim.

– Poxa, bom saber. Mas Por que estás acordado tão cedo? Pergunta ela enquanto se aproxima de Emon.

– Estou sem sono, e você? Por que estás acordada tão cedo? Retruca ele.

– Estou sem sono. Lá em Karizoa acordamos muito cedo, sabe? levantávamos cedo para poder trabalhar. Acho que isso que faz nossa aldeia uma das mais ricas nesse território.

Mono conta um pouco sobre Karizoa, feliz pelo lugar que lhe acolhera há anos. Enquanto ela falava, o lorde sentia muita tensão, pois sabia, que naquele momento mesmo, ele podia mata la com uma faca que possuía em seu traje. Podia matá-la por enforcamento também, mas ele não queria fazer aquilo naquele momento. Queria ao menos que ela pudesse aproveitar o dia para se despedir de seu amado.

– Ah, senhor Emon, como amo Karizoa. Minha mãe adotiva, Yuke, me acolheu quando eu era recém-nascida.

– Quem eram seus pais? Yuke os conheceu? - perguntou o lorde procurando ter certeza se Mono era a moça que iria cumprir a profecia.

– Não, infelizmente não. Segundo Yuke, minha mãe verdadeira morreu após o parto, próximo a um riacho.

O lorde ficou um pouco nervoso pois sabia que a moça que iria cumprir a profecia amaldiçoada, nasceu num riacho.

– Em que lu-lugar do nosso território? - ele perguntou

– Ah não foi por aqui não, senhor Emon. Foi nos térritorios lá para o Norte.

Emon não disse mais nada. Não havia necessidade.

Após um tempo falando, Mono volta a sentir forte sonolência e resolve voltar a dormir com seu amado, o que era bom, pois ela devia aproveitar bastante o ultimo dia de sua vida.

– Bem, estou ficando com sono novamente - diz ela esfregando os olhos - mais tarde, nós nos falamos. Adeus.

– Adeus, Mono - diz o lorde com uma voz amarga.

Mono vai andando até entrar na casa novamente, repetindo o barulho da porta feito antes. Ela entra na casa, e vai andando com delicadeza até ir a cama. A donzela estava muito bela, com vestido claro, um pouco mais curto dos quais ela usa e mesmo com pouca maquiagem, muito linda.

Chegando ao quarto, ela observa seu namorando acordando lentamente. Ela anda em sua direção e lhe acaricia seus cabelos cor de sangue.

– Oi - diz ele abrindo seus olhos azuis cristalinas bem devagar.

– Oi, meu amor - diz Mono sorrindo.

– Por que se levantou? Pergunta Wander chamando Mono para se deitar ao seu lado.

– Estava sem sono - fez uma pausa - mas ele tratou de voltar - diz ela rindo, enquanto deita ao lado dele.

Assim que ela deita na cama, ele a puxa para perto dele, que, sem hesitar, coloca a cabeça em seu peito e fica fazendo carinho no rosto de seu amado, fazendo juras de amor.

– Eu te amo demais - diz ele fechando seus olhos enquanto relaxa sua mente e sente o prazer do ar fresco que entrava em suas narinas.

– Eu também amo muito você - responde a donzela que estava um tanto sonolenta.

Enquanto isso, o Lorde continuava parado enquanto o guerrilheiro se mostrava bastante confuso.

– Por que não fez o que tinha de ser feito, senhor Emon? – pergunta o guerrilheiro sem entender o que o lorde havia feito.

– Não é a hora para o sacrifício. Deixe a moça viver o seu ultimo dia de vida.

Mono nem sabia, mas ela estava vivendo os últimos dias de sua vida. É até estranho pensar no fato, que uma pessoa tem seu último dia de vida, mas não sabe. Em questão de horas, aquela pessoa perder a vida é algo que vai além da compreensão humana.

O tempo passa, e a cada momento, o tempo de vida de Mono vai diminuindo, semelhante a uma pessoa que possui uma doença em estagio terminal. A pessoa enferma vê seus dias de vida irem diminuindo, diminuindo e diminuindo. Mas há uma diferença gigantesca entre essa pessoa enferma e a donzela. A pessoa enferma pode se curar por manter esperança de viver saudável. Já a donzela nem ao menos sabe que estas perto da morte.

Voltando a aldeia, já era tardinha na aldeia, e o sol iluminava bastante o local com seus belos raios luminosos. A parte da manha fora muito produtivo para Korota. Os

homens saíram para pescar muitos peixes que ficavam a beira do rio onde estava situada a aldeia. O rio era belo, cristalino e não havia nenhuma poluição no mesmo, diferente dos rios que são encontrados nos dias de hoje. Esses bravos homens conseguem pescar diversos peixes, pois toda a fauna nunca sofrera qualquer destruição.

Wander também foi produtivo. Com o dia livre do mercado entre aldeias, ele cuidou do estábulo, um lugar que ele adotou como hobbie, evidentemente por influência de sua amada. O rapaz dos cabelos cor de sangue cuida de todos os animais, sobre tudo de Agro que ultimamente vem se tornado um grande amigo dele.

Após cuidar dos animais na parte da manhã, já de tardinha, Wander estava em casa com sua amada e seu irmão aproveitando o fim do dia. Ele mal sabia que algumas horas depois sua vida virará de ponta cabeça.

Hirako estava apreensivo, pois há tempos não cavalgava com seu irmão. Ele e Wander tinham esse costume há anos, desde pequeninos. Infelizmente, os últimos meses foram muito ocupados e difíceis para Wander, tanto é que ele não conseguira se divertir da mesma forma que antes.

– Vamos cavalgar, irmão – dizia o adolescente ansiosamente.

Wander sentia – se cansado e não conseguia ter forças para andar, mas o amor que ele tinha por seu irmão era tamanho, que ele resolve se levantar de seu assento para poder cavalgar com seu irmão sobre os limites de Korota.

– Está bem. Vamos – diz Wander se levantando e indo a direção de Hirako.

Eles dois trocam de roupa e seguem seu caminho para os estábulos. Mas quando alguns minutos que antecediam sua saída, ele recebem uma visita inesperada.

– Têm alguém batendo na porta – Diz Mono olhando em direção da mesma.

Hirako se apressa e subitamente abre a porta, revelando ser o amigo de Wander e praticamente irmão de Mono.

– Wazanu – diz Hirako com uma expressão alegre.

– Oi, Hirako.

Depois de Wander, Hirako tinha muita admiração por Wazanu, pois ele sempre o achou um homem bastante decidido e destemido, além de muito protetor aos seus amigos e pessoas que ama.

Ao ver Wazanu se aproximando, Wander e Mono esboçam sorriso. Não era a toa que ele era amigo da família e irmão de Mono.

– Oi, querido amigo – diz Wander o dando um abraço – Infelizmente, estamos de saída. Eu e Hirako vamos cavalgar até os limites de Korota – faz uma pausa – fique conversando com Mono. Vocês tem muito que conversar.

– Está bem.

Wander dá um outro abraço em Wazanu e um longo beijo em sua amada, que sorri mostrando que gostou do longo beijo.

– Eu volto logo. Eu te amo - diz Wander com toda a confiança e força do mundo. Além do mais, há apenas um

ser que pode fazer o homem se sentir forte, que é a mulher. Apenas elas podem trazer força e confiança, porque sem elas, os homens não são nada.

Wander sai de casa com seu irmão e seguem caminho para o estabulo. Da casa do rapaz até o estábulo, levava - se cerca de três a cinco minutos, visto que não ficava muito longe, mas sim localizado na entrada de Korota.

Quando Wander sai de casa com seu irmao, uma importante pessoa o observa sair e vê que naquele momento era a hora de agir naquele momento segundo o que tinha de acontecer.

Com uma angústia em seu coração que era impossível descrever tamanha que era, a pessoa segue caminho até a casa de Wander. Com seus guerreiros fortemente armados e com mascaras de animais, o ser se aproximava da residência de Wander.

Dentro da casa de Mono, Wazanu conversa com a mesma, quando escuta um forte barulho sobrevindo da porta. Homens estavam batendo com força.

– Por favor, abra a porta - dizia um deles.

Assustado, Wazanu abre a porta e se depara com o lorde Emon com todos os seus guerreiros ao seu lado. Eram cinco ao todo. Os cinco principais homens de confiança de Emon. Esses homens estavam com leves armaduras de ferro. Alguns seguravam espadas e outros arcos e flechas. E todos estavam com uma máscara que não mostrava suas expressões faciais. Cada máscara representava um animal que todos eles usavam para representar que haveria uma tarefa importante na aldeia, que poderia mudar o destino da

mesma. Era uma máscara de lagarto, Águia, porco, tartaruga e cobra.

No meio desses homens, estava o lorde Emon, sem máscara, mas com a mesma na mão. Uma mascara de urso que representava liderança e força. Ele estava com um traje azul e uma espécie de colete vermelho com símbolos em branco. Suas expressões faciais mostravam angústia e sofrimento.

Mono fica assustada tanto quanto Wazanu, e não entende o porquê de Emon aparecer repentinamente.

– Olá, Mono - diz o lorde olhando para o chão - precisamos que você venha conosco.

Enquanto isso, sem saber de nada que estava ocorrendo, Wander chega até o estábulo com seu irmao. Hirako escolhe o cavalo de Wazanu, enquanto que Wander escolhe o cavalo de Mono, Agro por saber que o animal era o mais veloz de toda a Korota.

O agora jovem homem abre primeiramente a cela de Agro, que sai devagar e logo coloca a cabeça rente a mão de Wander, pedindo carinho em seu sinal branco que ele gostava tanto quando faziam nele.

– Está bem - diz Wander sorrindo.

Wander pega Agro e coloca as ferraduras nele. Depois, coloca o montador no animal para poder iniciar a cavalgada com seu irmão. Tudo ia bem tranquilo e ele e seu irmão

– Então. Vamos? Pergunta Wander, docilmente.

– Va..

Hirako não consegue terminar de falar, quando ele e seu irmão escutam uma voz gritar pelo nome de Wander. E os gritos não pareciam apenas invoca-lo, mas na verdade parecia desespero.

– Wander! Wander!

Conforme Wander escutava os gritos, mas eles ficavam mais próximos e ele podia identificar quem era e da onde vinha.

Por fim, a pessoa aparece no estábulo. Era Wazanu. Estava com as vestes estragadas, cabelo despenteado e com o braço cortado. Wander se desespera com a visão que tinha de seu amigo.

– O que aconteceste com tua pessoa? Pergunta Wander com os olhos arregalados de nervoso.

– Amigo. O lorde Emon entrou com vários homens a sua casa e disseram que precisavam sacrificar a Mono porque ela era uma maldição para nossa aldeia. Eu tentei protege - la, mas não adiantou. Eu levei uma flechada de raspão em meu ante braço - dizia Wazanu enquanto sentia profunda dor.

Por um minuto Wander sentiu um choque atravessando toda sua coluna. Ele há muito não se sentia dessa forma.

– Onde está ela? Pergunta Wander recobrando os sentidos - ONDE ELA ESTÁ? - grita.

– Eles foram para a mata ao les..

Antes que pudesse terminar, Wander sobe em Agro e parte com uma velocidade incrível para o leste de Korota. Lá era onde Emon sacrificava as pessoas que eram uma

maldição para a aldeia. Wander nunca gostou dessa ideia de sacrificar pessoas, aliás, ele nunca acreditou nessa história de maldição da aldeia. Se um dia ele se tornar xamã, ele abolirá essas atitudes desumanas.

Os homens do lorde vão carregando a pobre moça que tentava se soltar dos braços dos mesmos, inutilmente. Ela é jogada num tronco de árvore, batendo a cabeça e ficando um pouco desnorteada, enquanto o lorde fala umas palavras de conforto aquela pobre mulher.

– Pobre Mono. Nasceste com uma maldição para a aldeia Korota. Apesar de seres uma boa mulher, terás de ser derramado seu sangue para que nossa aldeia prospere - dizia o lorde com a voz embargada. Ele se sentia um monstro em seu intimo.

Nesse momento, Wander chega próximo dos homens e desce de Agro. A mata era bem fechada com exceção de uma parte que era sem mato, pois ali o lorde colocava as pessoas encostadas numa árvore para serem sacrificadas. Dessa forma ficava facil Wander se esconder na mata e surgir ao lado de Emon.

O lorde se vira e anda em direção a um de seus guerreiros que estava próximo.

– Por favor, dê - me sua espada - pedi Emon.

Sem hesitar, o homem dá a espada ao lorde que se vira na direção de Mono, que estava desesperada apenas observando.

Pois é nesse momento que Wander sai de trás da mata e corre em direção de sua amada. Ele chega a ficar dois passos de Mono, mas um homem de Emon o segura pelo

braço, o imobilizando. Rapidamente, o homem saca uma espada para ferir Wander, mas é impedido por Emon

– Por favor, não - diz o Lorde - entendo a dor dele, mas isso infelizmente não é suficiente para tirar a jovem de sua condição.

O lorde anda devagar em direção de Mono, olhando profundamente em seus olhos de dor e angústia, enquanto escuta os gritos inúteis de Wander, dizendo para o lorde não fazer o que iria fazer. Seu coração estava gelado. Ele podia sentir todos os tendões de seu corpo, tamanho era o nervoso e a angústia. Ele próprio sabia que era uma injustiça fazer aquilo. Infelizmente, não tinha outro jeito não ser esse.

– Espero que possa me perdoar, bela moça

O lorde coloca a espada em suas duas mãos, e, com leveza e facilidade desfere um golpe em Mono, perfurando seu peito e seu pulmão, atravessando seu corpo. A jovem arregala os olhos e logo sangue começa a sair de seu nariz. Uma dor sem igual ela sentia naquele momento.

Enquanto isso, os gritos de Wander tornaram - se em silêncio. Ele sentia um vazio dentro de si que não conseguia descrever. Seu coração foi inundado e ele não sabia o que fazer.

O lorde retira a espada da moça, que dá mais uma gemida de dor e cai de joelhos e fica apoiada na árvore, levando a mão ao peito. Emon devolve a espada manchada com o sangue de Mono para o homem de sua confiança.

– Vamos sair daqui - diz o lorde cabisbaixo - temos de ir para o oeste.

Emon e seus homens tinham de ir ao oeste da aldeia, resolver outros assuntos pendentes. Eles estavam atrasados e precisavam se apressar logo.

O lorde coloca sua máscara de urso que representa a força da aldeia. Ele apronta seu belo cavalo branco e parte em direção para o oeste da aldeia, com seus homens de confiança.

Enquanto isso, Wander ficava desolado, caído no chão, semelhante ao modo como seu coração se encontrava. Despedaçado, doentio e angustiado, essa era a forma de seu coração.

Ele sente como se o chão sumisse de seus pés. Em silêncio, ele se levanta e anda em direção ao corpo de sua amada. Ela ainda estava viva, mas nos seus minutos finais.

Com seu pulmão perfurado pela espada, ela sentia uma agonia sem palavras para descrever. Muito sangue saía de seu peito, ensanguentado todo seu vestido cor de esmeralda. Suas expressões eram de dor e sofrimento. Apesar de tudo isso, seus olhos estavam abertos e ela respirava fortemente.

– Mono, meu amor - dizia Wander angustiado, ao mesmo tempo que recobra a consciência.

– Meu amado - diz Mono com sua voz fraca.

Wander tenta carregar Mono, mas ela pede a ele para ficar ali. Ela queria aproveitar seus últimos momentos com seu amado.

– Obrigada - agradecia ela.

– Venha. Tenho de levar você até os curandeiros.

– Não, meu querido. Eu estou bem assim - assegura ela.

Mono sentia que não tinha muito tempo de vida, mas ela não queria que Wander sofresse com sua morte. Mesmo assim, ela tentava confortar seu amado.

– Eu vou ficar bem - dizia ela com a voz mais fraca ainda. Ela há cada momento ficava mais fraca. De fato, estava morrendo.

– Não. Você não está bem - retrucava Wander com a voz embargada.

– Fique tranquilo, meu amado - faz uma pausa - eu vou ficar bem sim

Mono percebia que não tinha mais que um minuto de vida, portanto, tenta se despedir de seu amado.

– Ouça - dizia ela já com dificuldade para falar - cuide de seu irmão, ele merece e será um ótimo homem no futuro assim como você.

– O que você quer dizer com isso? Indaga ele.

– Wander, eu quero que você saiba que tu me fizeste ser diferente. Apesar de ter vivido meus dezoito anos numa aldeia rica, com pessoas que me acolheram, eu nunca consegui encontrar a felicidade. Eu sempre me senti vazia - fazia uma pausa para tossir. Uma tosse que fazia sair sangue de sua boca de forma assustadora - Mas eu encontrei a felicidade quando conheci você. Você fez eu me sentir única e realmente amada como nunca eu me senti antes. Você foi a melhor pessoa que já conheci na mina vida. Você é sem igual, meu amado.

– PARE DE DIZER ESTAS COISAS! dizia ele nervoso e assustado.

– Fique tranquilo. Você será feliz e eu tenho certeza disso. Outra mulher importante aparecerá na sua vida e você a fará feliz, assim como fez comigo.

Ela estava com a voz fraca e não aguentava quase falar. Com seu esforço, ela consegue dizer as duas últimas frases de sua vida.

– Me beija.

Atendendo ao pedido de sua amada, Wander lhe dá um forte beijo, fazendo o peito da donzela, ainda que perfurado, inspirar de tamanha satisfação. Ela agora esboça um sorriso, pois sabia que podia partir em paz.

– Eu amo você

A respiração da jovem donzela cessa, seus pulmões param de funcionar e seu coração para de bater. Lentamente seus olhos se fecham e ela adormece na morte.

Wander apenas observa sua amada morrer, sem poder fazer nada a respeito. Ele sentia vontade de morrer junto para não ter de sofrer olhando sua amada morta.

– NÃO. VOLTA PARA MIM, POR FAVOR - dizia Wander repetidas vezes, enquanto abraçava ternamente o cadáver de Mono.

Ele se desespera, e, em um choro copioso, ele desabafa todas as angustias da vida que ele já sofrera desde pequenino.

Em meio há tanto choro, Wander se conformava da morte de sua amada e percebia que não havia mais volta. Ela não podia ser ressuscitada. Não podia voltar para seu amado.

Wander pensava que, se tivesse uma oportunidade para ressuscitar sua amada, ele o faria. Melhor. Ele daria sua vida por ela.

Em meio a esses pensamentos, o rapaz se lembra de algo que sua própria amada o disse. Algo que o deixou esperançoso.

"Eles ficam calados por horas olhando para o horizonte, até que Mono resolver contar uma lenda da aldeia Korota que até Wander desconhecia.

– Estás vendo as cadeias montanhosas ao norte com duas torres sobre as mesmas? Pergunta Mono apontando para elas.

– Sim - responde Wander.

– Imagino que você conheça a importância do que possui após as cadeias montanhosas para sua aldeia

– Não conheço - diz Wander envergonhado.

– Como não conheces? És da própria aldeia e não conhece?

Wander se envergonha e Mono, com pena, resolve lhe contar a história.

– Há muito tempo atrás, sua aldeia, sob a liderança de Emon lutaram contra um poderoso deus, conhecido como deus das sombras.

– Qual nome? Pergunta Wander curioso

– Dormin. O lorde após uma forte luta, conseguiu destruir o deus com sua espada ancestral e fragmentar seu poder em dezesseis criaturas gigantescas. Há uma lenda que esse deus pode ressuscitar os mortos, mas precisa - se pagar um preço por isso. Um preço altíssimo - diz ela olhando com seriedade para Wander.

Wander fica impressionado coma história que o Lorde escondera dele, mas não se importou muito, pois aquilo era insignificante diante da felicidade dele com Mono."

Após se lembrar disso, Wander se dá conta de que ele tinha uma chance, mesmo que quase zero, de ressuscitar a amada.

Ao mesmo tempo era estranho lembrar daquela conversa, pois parecia que Mono sabia que ia morrer e estava contando a Wander que era para ele tentar ressuscitar futuramente. Evidentemente, aquilo não passava apenas de coincidência, pois Mono sequer sabia que tinha um destino amaldiçoado.

Wander volta a pensar na chance de salvar sua amada e agarra essa oportunidade com todos força possível.

– Eu posso ressuscitar você, meu amor - dizia Wander esperançoso - mas antes, preciso pegar algo.

O rapaz pega o corpo de sua donzela no colo e usa seu manto para cobri seu corpo morto. Dessa forma ninguém iria estranhar a atitude. Ele a coloca nas costas de Agro e dá a ordem para o animal não sair dali.

– Fique aqui que já volto - dizia ele olhando para o cavalo que parecia triste com a morte de sua dona. Os animais tem um instinto e sentem que seu dono está sem vida.

Wander sai da mata fechada e corre em direção ao castelo do Lorde Emon. Ele sabia que em sua casa, o lorde possuía algo que iria lhe dar a chance de ressuscitar sua amada. Ele encontra várias pessoas que perguntavam o porquê dele correr a direção do castelo de mas o rapaz dos cabelos cor de sangue não dá satisfação a nenhuma pessoa ali presente.

Finalmente ele chega ao do lorde. Evidentemente, Wander não sabia onde estava a espada, então ele adota como estratégia entrar no castelo se passando como um guerreiro da guarda pessoa de Emon. Por sorte, o rapaz encontra uma roupa na qual um guerreiro verdadeiro havia deixado sobre uma cadeira enquanto se banhava.

– Obrigado, amigo - disse Wander para si próprio.

Wander pega a roupa do guerreiro e entra no castelo sem ninguém perceber e começa a procurar loucamente pela espada ancestral. Ele divida seu tempo entrando em salas rapidamente juntamente com disfarçar e não parecer aos outros soldados de que não era da guarda montada de Emon. Uma tarefa difícil.

Após tanta procura, ele vê uma sala com vários equipamentos e uma enorme espada. Com linha brilhosas em azul celeste em sua margem e cabo de couro legítimo, ela era afiadíssima.

– É a espada ancestral - dizia Wander amaldiçoando sua mente por não se recordar da espada que ele tinha visto antes na casa do lorde.

Sem perder tempo, Wander retira a espada do pedestal e de sua bainha. Ele a observa por um tempo que ela possuía palavras em sua lamina, mas não era possível ler pois estava escuro. Ele a coloca numa luz que incendia numa parte da casa e as palavras aparecem, mas não foi possível ler porque era outra língua diferente da dele.

As palavras não duram nem um segundo, porque quatro raios luminosos em azul surgem da espada. Quando Wander vira a espada em direção ao norte, os raios luminosos em azul convergem em forma de seta. Não era necessário nem procurar saber para onde ele tinha de ir. Seu subconsciente já mostrava que o norte era seu caminho.

Infelizmente nem tudo são flores na vida, e ele é visto. O problema era por quem.

– Wander.

– Sihrum.

– Meu irmão. O que você está fazendo? pegando a espada ancestral. Você não pode trazer Mono de volta a vida.

– Sihrum, você não entende.

– Não. Eu entendo. Sei o que é isso. Ver a pessoa que ama morrer na sua frente e não poder fazer nada.

– Mas eu posso sim fazer.

– Não, não pode. Com a morte de Mono, a profecia foi quebrada. Nada de ruim vai acontecer com ela morta.

– Esquece, Sihrum. Eu não desistir de Mono e sei muito bem que ela vai voltar e vamos viver longe daqui. Não dá para acreditar que Emon fez sim. Perdeu o respeito que eu tinha por ele. O considerava como o pai que nunca tive. E tirou a vida do amor da minha vida - ele disse com lágrimas escorrendo dos seus olhos - amigo, peço a você para que não fique no meu caminho. Estou muito decidido - terminou de dizer, desembainhando a espada.

Sihrum percebeu a determinação nos olhos de seu amigo. Não podia fazer nada. Ele já havia passado pela mesma situação e entende perfeitamente Wander. Sihrum se apaixonou perdidamente por uma chinesa na época em que fora tomar as terras do povo chinês. O amor deles fora igual ao de Wander e Mono. Proibido e totalmente puro. Pobre moça! Morreu após uma inesperada guerra ter estourado, com uma flecha no pescoço. Sihrum entendia Wander perfeitamente.

– Tudo bem - disse Sihrum dando permissão para Wander passar - pode ir

– Muito obrigado. Eu voltarei.

O cavalo estava no mesmo lugar e Mono coberta pelo manto como ele tinha colocado. Ele monta em Agro e leva sua amada junto em direção a casa sua e de Hirako. Wander corre com Agro e em questão de minutos chega a sua casa. Ele encontra Hirako tenso de tanto esperar seu irmã, com aparência cabisbaixa e muito triste, enquanto Wander tinha raiva e determinação em seus olhos.

– Irmão - dizia Hirako olhando para Wander.

– Não tenho tempo para conversar. Tenho de ir até a terra proibida - Dizia Wander levando o corpo de Mono até seu quarto para cuidar dos ferimentos dela.

O rapaz limpa os ferimentos de sua amada e coloca um vestido branco com detalhes em verde. O corte da espada na altura do peito estava muito profundo e era fácil deduzir que o pulmão estava muito perfurado e infeccionado. Wander tinha de ser rápido ao cumprir sua tarefa, antes que o corpo de Mono entrasse em decomposição.

Enquanto Wander limpava os ferimentos de Mono, Hirako percebe que seu irmão estava com a espada ancestral dentro da bainha em sua cintura.

– Essa é a espada ancestral? Pergunta Hirako não tirando os olhos da mesma.

– Sim. Eu tenho de usar essa espada para ressuscitar ela.

– Não acredito - faz uma pausa - você vai a terra proibida. Lá é muito arriscado, sem contar que você pode morrer no caminho.

– Eu tenho de ressuscitar meu amor. Já basta perder nossos pais - diz Wander decidido.

– Então, deixe - me ir com você. Eu p -- é interrompido por Wander

– Não. Você fique aqui. Eu volto em alguns dias com ela viva.

Wander vai até a porta e com apenas um olhar diz adeus a seu irmão. Hirako sabia que era quase impossível seu irmão voltar a aldeia com Mono viva.

Sem olhar para trás, Wander coloca o corpo de Mono sobre Agro e depois monta no belo cavalo preto. Com grande determinação, Wander dá partida e corre para fora da aldeia em busca de uma nova chance para seu amor. Naquele momento ele percebe que o amor é capaz de fazer loucuras.

A partir dali, a jornada que fizera Wander ficar conhecido estava apenas começando.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem foi isso. 3 capítulos em 3 dias. Esse foi o meu intensivo que planejei para que pudesse compensar o tempo perdido depois de 2 meses sem postar nada. Fiquem tranquilos, pois agora vou só até o final postando direto. A fanfiction já está pronta e revisada aqui no pc. Podem comemorar.

Beijo a todos vocês :D e um aperto de mão para os marmanjo kkk fui



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Shadow Of The Colossus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.