Shadow Of The Colossus escrita por Kevin Souza


Capítulo 20
Monstro marinho


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal. 15 dias depois de ter lançado o capítulo do Cenobia (ou era celosia? kkk), cá estou eu e até que não demorei tanto. Meu objetivo agora e reduzir esse tempo para 7 dias e depois 5. Conto com a força de vocês.

Erros de português falem nos comentários para eu corrigir.



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Wander já havia contemplado a cachoeira de longe, quando sua jornada não havia nem chegado na metade (Avion). Mas agora, ele olhava o enorme véu de noiva mais perto. Tão perto que era possível sentir os ‘sprays’ d’água que refrescava o rosto do rapaz. O que o deixava mais maravilhado era que ele teria de entrar naquele lago, porque, segundo Dormin, Pelagia – como era conhecido o colosso - era um ser aquático, e conseqüentemente o rapaz teria de ficar dentro d’água.

Wander nunca entendia o que o ser das sombras dizia até o momento da batalha em que conseguia perceber algo que lembrava a frase. De qualquer forma, o rapaz se sente um pouco mais feliz porque ele teria de entrar na água e naquela altura, o que ele desejava bastante era poder entrar numa água para poder lavar seus ferimentos. Ele corria risco até de pegar uma doença com tais cortes e machucados expostos.

O local onde Pelagia estava não era situado muito longe do templo de adoração. Era necessário passar por dois pilares gigantes que ficavam na parte de trás do templo, diagonalmente falando. Depois de passado dos pilares, uma ponte de pedras dava acesso a um caminho muito belo com pedras que eram de certa forma esculpidas pela natureza, além de vales onde era possível ver todo os rios daquela península que desaguavam no mar. Após passar pelo belo caminho, há outros dois pilares, semelhantes aos primeiros, porém com uma ponte muito mais extensa que a anterior. O final da ponte dava numa floresta bastante escura. Até mais que a floresta perto do gigantesco deserto na parte Nordeste da península. Tamanha a escuridão, que muitos homens morreram de forma trágica, tentando encontrar a saída daquela floresta. Pobres homens tolos e que se iludiram com a beleza daquelas terras! Finalmente, após passar pela floresta um enorme desfiladeiro levava para perto da cachoeira. Era preciso ter cuidado, pois qualquer passo em falso e era morte na certa.

Wander se encontrava justamente perto da cachoeira, mas não podia pular facilmente, pois a água o jogaria nas pedras metros abaixo. O rapaz então percebe que aquela cachoeira servia na verdade de represa para poder, de certa forma, canalizar a água de tais rios a fim de poder abastecer os povos que um dia viveram em tais terras que já foram sagradas. A represa possuía uma interessante engenhosidade e todas as colunas eram bem alinhadas, fazendo com que a água passasse de forma perfeita. E o mais impressionante: apesar de ter sido feita há mais de milênios atrás, aquela criação maravilhosa feita pelos povos da época sobreviveu ao tempo.

Apesar de tamanha engenhosidade e beleza, uma das colunas da represa possuíam uma falha incrível. Um pedaço da mesma estava quebrado, dando possibilidade de poder se pendurar e alcançar umas rochas grandes, que terminava bem longe da correnteza da cachoeira. Era praticamente evidente que a quebra daquela coluna fora provocada por alguma pessoa que tentou ter acesso a Pelagia e acabou caindo e despencando metros abaixo.

O garoto dos cabelos cor de sangue se agarra na falha da coluna e consegue acesso a rocha. Ele agradece bastante por ter tido a sorte de conseguir ter uma falha para poder chegar ao seu próximo desafio, ao mesmo tempo fica triste e lamenta pela morte da pessoa que provavelmente havia tentado também ressuscitar alguém amado e acabou morrendo também. Wander se sentia impotente diante daquela situação. Ele era um rapaz de coração muito bom e que mesmo sem conhecer as pessoas, se importava de forma incrível. O jovem faz uma pequena homenagem ao homem que morreu, escrevendo com sua espada ancestral na rocha as seguintes palavras “descanse em paz ó homem que um dia tentara ressuscitar quem tu tanto amavas, assim como eu quero ressuscitar a pessoa que tanto amo”.

Após fazer uma homenagem a pessoa que havia morrido e com muito pesar em seu coração, Wander segue seu caminho nadando firmemente visando chegar ao destino de seu próximo inimigo. Ele passa pela represa e percebe três tipos de plataforma que ficavam em volta das águas profundas, onde seu final se encontrava diante de um paredão de rocha. Duas plataformas ficavam mais próximas da gigante rocha, outra ficava mais próxima do centro e havia outra no centro do lago, porém essa estava quebrada e apenas a base da mesma se mantinha intacta, deixando bem claro que alguém já havia enfrentado esse gigante mitológico e provavelmente, morrido.

Ele para um pouco de nadar e se sente bastante cansado. Sua jornada estava perto do fim e seu cansaço aumentava progressivamente e rapidamente. Wander observa a plataforma quebrada e nada em direção a base visando descansar um pouco de seu caminho longo para poder enfrentar Pelagia. Ele nada bem lentamente e mal consegue manter a cabeça pra fora d’água. Se nadasse mais um pouco, o jovem guerreiro poderia se afogar e acabar morrendo da forma mais simples possível. Mas isso não acontece e ele consegue chegar na base ao centro do lago, deitando – se sobre a mesma. Era possível sentir seus músculos relaxando depois de tamanha a tensão e força que fora preciso fazer para poder nadar tanto. Ele fica feliz por conseguir descansar, porque mesmo estando determinado a ressuscitar sua amada, qualquer ser humano necessita de descanso. Além do mais seus ferimentos estavam sendo limpo pela aquela água que parecia ser bastante pura, o que deixava Wander bem menos dolorido.

Alguns minutos se passavam e o jovem guerreiro continuava deitado relaxando seu corpo sob a luz do sol que o deixava em devaneios, se recordando de sua infância, que, apesar de não ter passado tanto tempo, fôra maravilhosa e seria mais ainda se ele tivesse seus pais por perto para poder cuidar dele e ter dado todo o carinho que era merecido para um rapaz tão bondoso quanto ele. Sua mente ficava se recordando de tais tempos em que não possuía pais, e observava as outras crianças felizes. Ele desejava um dia ter....sido...feliz..

–--------------------------------------------Flashback-----------------------------------------------------

O sol batia sob o rosto do pequenino menino que ficava deitado sob o gramado da aldeia, perto do lago que abastecia toda a Korota. A luz do sol realçava o azul de seus olhos e sua pele branca, alem do cabelo vermelho como o sangue que corria em suas veias. Wander era uma criança que gostava bastante de deitar na beira do lago e observar aquele astro que iluminava seus dias e os deixava mais belos e felizes. Wander era uma criança pequena para sua idade. Com oito anos de idade ele parecia ter seis anos. Sempre tivera a aparência um tanto franzino, mas mesmo assim, tinha uma mentalidade incrível para as crianças de sua idade. Era um menino bastante centrado e sabia o que fazia.

Wander ficava observando o sol, quando é interrompido por outro menino da mesma idade que a dele, porém mais forte, maior, tinha os cabelos negros e suas roupas pareciam bem mais bonitas e dispendiosas para uma criança. Ele aparece saindo do meio da floresta e correndo na direção do lago para poder mergulhar e se refrescar daquele dia bastante quente, mas para e observa Wander deitado no gramado e resolve ser bondoso com o menino.

– Wander, Wander – dizia o menino, parando de correr e esboçando um sorriso para Wander.

– Oi Sihrum – responde Wander com uma aparência bastante sonolenta e séria.

– Vamos brincar? – pergunta Sihrum feliz.

Wander nunca era chamado para brincar com outras crianças. Todas o evitavam, porque era órfão. Seus pais morreram de forma trágica até demais para Lord Emon – que era um líder jovem na época – contar para todos os habitantes da pequenina aldeia. Quando alguém morria de forma trágica demais para ser contado naquela época, alguns do povo de Korota consideravam os parentes dos mortos, pessoas a se evitar porque poderia ser algo ruim para a aldeia.

Feliz Wander aceita brincar com Sihrum e os dois logo correm atravessam a floresta, chegando no centro da aldeia onde corriam sem parar. Agora juntos, os dois meninos corriam por entre as pessoas que carregavam suas mercadorias para ganhar um sustento. Algumas pessoas usavam tendas para poder vender com mais tranquilidade e organização e deixavam caixas sobre pedestais para tudo ficar muito mais bonito. Sihrum pula sobre tais pedestais e derruba várias caixas onde ficavam as mercadorias, deixando tudo espalhado e irritando os mercadores.

– Garotos, vocês vão ver – dizia um dos homens bastante irritado enquanto catava as caixas que foram quebradas.

Os meninos conseguem fugir dos mercadores e continuam correndo bastante. Passam por algumas casas muito humildes que mostravam a humildade da aldeia. Os meninos acabam chegando perto da casa de Lord Emon e ficam parados, assustados. O líder da aldeia estava saindo de sua casa, quando vê os jovens estatelados com os olhos fitados na figura do Lord.

– O que foi meninos? Por que ficaram assustados? Pergunta o Lord fitando os olhos nos rapazes bastante assustados.

Eles continuam olhando Lord Emon e não saem do lugar de tão assustados que ficaram. Tanto Sihrum quanto Wander sabiam que tinham feito algo de errado e ficavam com medo do senhor da aldeia castigar eles. Ambos ficavam com os olhos arregalados. Olhos que mostravam a inocência de uma criança.

Alguns segundos se passam e o Lord Emon vai embora rindo dos meninos que estavam assustados. Ele sabia que Sihrum e Wander haviam aprontado alguma travessura, mas nem pensava em castiga – los. Eram crianças, e é normal nessa idade fazer travessuras. Faz parte da infância.

Depois, a mãe de Sihrum aparece no horizonte chamando por seu filho. Ela provavelmente havia ficado sabendo da travessura de seu herdeiro e se mostra bastante preocupada e nervosa com o acontecido.

– Sihrum! O que você fez menino? Pergunta a mãe segurando no braço do amigo de Wander e olhando com bastante irritação.

– Mãe, foi sem querer. Não fiz por mal – responde Sihrum com a voz trêmula e com os olhos bastante arregalados.

A mãe de Sihrum briga com o menino por causa do feito e nem percebe a presença de Wander ali ao lado. Mas quando ela olha para o lado e lembra que o menino era órfão, a mãe do Sihrum franze a testa, mostrando que ela era uma daquelas pessoas que rejeitavam os parentes dos mortos. Sendo assim ela puxa seu filho pelo braço e o vai levando para longe de Wander, que olha com um olhar bastante triste, pois, apesar de ser criança e inocente, sabia que algumas pessoas tinham preconceito com ele. Há pessoas que não tiveram sorte na vida e sofrem bastante. Wander, infelizmente, era uma dessas pessoas.

– Eu queria que vocês estivessem aqui – dizia Wander pensando em seus pais, enquanto lagrimas caiam de seu rosto.

–---------------------------------------Fim do flashback ------------------------------------------------

– Eu queria que vocês estivessem aqui – dizia Wander pensando em seus pais, enquanto lagrimas caiam de seu rosto. Mesmo com dez anos se passando após ele ter dito essas palavras, ele ainda sentia a morte de seus pais. Na realidade, qualquer ser humano, por mais cruel que seja, é feito de amor e sente a morte de alguém amado. E com Wander, não seria diferente.

As águas daquele lago começam a se mexer bruscamente e de repente, uma coisa estranha a se levantar dentre as águas. Wander observa assustado e vê que o colosso havia despertado. Pelagia conseguia ser mais horrendo que Dirge. Com apenas metade do corpo para fora da água, ele parecia uma espécie de ‘godzilla’. Não possuía olhos como os outros colossos, mas sim chifres que ficavam alojados na parte inferior da sua cabeça que e tinham a mesma cor que os olhos. Na parte superior, coroas que se assemelhavam a dentes mostravam a bizarrice daquele ser e alguns “dentes” estavam quebrados, mostrando que aquele monstro já havia ter brigado com outras pessoas. O rapaz logo se adianta e pula dentro d’água para poder se esconder de Pelagia. Mas o godzilla vê uma movimentação e seus chifres ficam alaranjados, jogando vários tipos de lasers sobre a água, sem afetar Wander.

O colosso possuía pêlos na parte de trás de seu corpo e que só era possível alcançar passando por baixo do colossal braço e agarrando em tais pêlos. O jovem guerreiro na verdade tenta fazer exatamente isso, mas a cada momento que ele passava por baixo do braço do monstro, Pelagia puxava seu membro para trás, evitando assim que a estratégia de combate desse efeito. Mesmo assim, o menino não desiste e consegue, com muito esforço chegar na parte de trás do godzilla e se agarra em seus pêlos.

Pêlos misturados com musgos e pedras coladas misturadas com estranhos hieróglifos davam um clima um tanto misterioso aquele colosso. Mesmo assim, Wander escala as costas do gigante com muita dificuldade e chega a cabeça do mesmo. Ele logo percebe que Pelagia possuía espécies de coroas parecidas com dentes em sua cabeça.

– QUE TIPO DE COLOSSO TÊM DENTE NA CABEÇA? – pergunta Wander abrindo os braços de forma cômica. O gigante marinho logo coloca metade de sua cabeça dentro d’água, visando repelir o rapaz de seu corpo, mas ele com raiva bate numa cora na parte esquerda da cabeça e Pelagia vai para a esquerda. Wander logo percebe que o colosso ia para onde batia nos ‘dentes’.

Pancadas e mais pancadas em suas coras o colosso leva e infelizmente tinha de obedecer ao jovem guerreiro, por mais que quisesse joga – lo para longe. Wander leva Pelagia para frente de uma das plataformas, e de lá o rapaz pula na parte de cima e se esconde atrás do círculo que ficava no meio, semelhante à base. O monstro marinho dispara lasers pelo seu chifre, explodindo todo o circulo. Ele não encontra Wander e logo coloca suas duas patas sobre cada extremidade da plataforma, mostrando poder e força que possuía. O rapaz logo sai de trás do circulo destruído e vê que a barriga do colosso estava para fora e lá aparecia o sinal vital. Pulando na barriga e se agarrando nos pêlos da mesma, o colosso leva várias espadadas de Wander, ferindo o mostro e o fazendo abaixar seu corpo de volta na água, conseqüentemente jogando o rapaz também.

Percebendo que a plataforma servia para poder feri – lo, o monstro dá uma cabeça naquela ameaça para sua vida, deixando apenas a base, semelhante à base que ficava no centro do lago onde Wander havia deitado.

Enquanto isso, Wander tentava ir novamente para as costas do colosso e facilmente ele consegue porque seu inimigo se encontrava em um estado bastante debilitado por causa dos ataques feitos anteriormente em sua barriga. O godzilla nem sequer jogou seus lasers para poder atacar o franzino guerreiro.

Nas costas de Pelagia, Wander sobe novamente até a cabeça para poder fazer novamente todo o processo que fizera seu inimigo ficar debilitado. O rapaz achava tudo aquilo tedioso. Pela primeira vez ele não tinha sentimento de tensão ou medo de morrer, mas sim tédio, porque sabia que seu oponente era fraco e, além disso, era irritante todo aquela estratégia. Mas ele tinha de fazer isso por Mono e não por ele. Esse pensamento que o deixa mais animado e faz o colosso ir novamente a outra plataforma. De lá, Wander se esconde atrás do circulo e Pelagia, não joga seus lasers, mas coloca suas patas novamente sobre as extremidades da plataforma. O garoto corre para poder pular na barriga do monstro, mas o mesmo acaba jogando lasers nele, fazendo um corte profundo na perna do rapaz e sangue esvair de sua carne, trazendo uma dor agonizante.

Wander agora estava com a perna profundamente ferida e não conseguia dar um passo, o deixando vulnerável diante do colosso. Qualquer laser jogado pelo colosso ou até mesmo uma pata, mesmo que leve podia o matar. Pelagia então muda a coloração de seus chifres, mostrando que vai fazer o ultimo ataque, mas o garoto, inteligentemente, lança uma flecha sobre o gigante marinho que vira a cabeça para o lado. Se arrastando e deixando sangue por onde se arrastava, Wander chega até a ponte da plataforma, e de lá, com toda a coragem se joga caindo exatamente sobre a barriga de seu inimigo. Na queda ele consegue se agarrar com a mão esquerda sobre o pêlo do bicho e com a mão direita desembainha a espada, pronto para dar o golpe de misericórdia.

– É O SEU FIM! – grita Wander com raiva.

Com muita raiva, a última espadada e dada no ponto vital e o colosso começa a perder as forças. Ele solta suas patas de cima das extremidades da plataforma e lentamente cai dentro d’água, levantando até uma onda. Pelagia estava derrotado e morto.

Enquanto isso, uma pequena parte da água do lago ficava numa coloração vermelha. Isso porque o sangue de Wander estava saindo muito e ele já começava a se sentir bastante fraco. Felizmente, o poder do colosso entra nele e ele sabia que não iria morrer e sua perna estaria curada. Sendo assim, o rapaz, desmaia, sabendo que acordaria no templo.

O caminho para as colinas ao norte é sempre muito tenebroso. As nuvens densas de chuva sempre davam um clima amedrontar a tais áreas. Mas há alguns quilômetros da terra proibida, porém não muito distante, cinco figuras montadas em cavalos pretos, e uma figura montada em cavalo branco saíam de dentro de uma floresta e paravam debaixo de uma árvore, visto que a chuva era constante naqueles lugares. Todos os homens montados nos cavalos pretos abriam passagem para o homem do cavalo branco, mostrando respeito e ao mesmo tempo, que aquele homem era o líder. Ele observa e percebe que a entrada da terra proibida já era claramente nítida, deixando claro que eles não estavam longe de chegar aquele lugar.

– Apenas falta mais um pouco – Dizia o homem fitando os olhos na entrada.


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Notas finais do capítulo

Então, galera. Agradeço e muito por continuarem me ajudando. Falta pouco para o final da jornada de nosso jovem Wander. Próximo vilão: o maior colosso de todos, Phalanx.



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