Shadow Of The Colossus escrita por Kevin Souza


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas.. Se você está aqui porque pedi para você ler ou está aqui porque caiu sem querer, sinta-se a vontade :D.. Quem conhece Shadow of the colossus (ou SOTC), sabe que se trata de um jogo. Quem não conhece, dá uma pesquisada na net para ver como é e tal. Recomendo comprarem, quem tem PS3. Essa Fic eu conto o porquê de tudo ter acontecido. Falo desde o amor de Wander e Mono até o final do jogo (sem spoiler). Sintam-se a vontade para poder ler e fazer reviews.

Abraços :D



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A escuridão se aproximava rapidamente. Os ventos eram muito fortes e as árvores se balançavam tanto que quase eram arrancadas de sua raiz. As nuvens se juntavam ao céu e o medo e o terror eram dominantes sobre as aldeias ao sul daquelas terras que um dia se chamaria Japão. As pessoas andavam sem parar de um lado para o outro. Outras corriam desesperadas sem saber o que fazer e ainda outras se escondiam em suas casas de feno e madeira. Mesmo assim, o medo dominava devida a fortíssima escuridão que não deixava nem uma vela acesa.

O motivo de tal desespero dos povos ao Sul do Japão era que na outra extremidade, ou seja, ao Norte, algo tenebroso ocorrera. As terras sagradas — como era conhecida a península gigantesca — onde viviam povos poderosíssimos acabaram por serem dominados pelo homem das sombras, Dormin. Ele, que vira tanta maldade feita, acabou por desenvolver poderes maus e desejou tomar toda a terra sagrada. Infelizmente, ele conseguiu. Agora, o grande vilão — após transformar 99% dos povos sagrados em sombras, ou seja, escravos eternamente sem quaisquer sentimentos — desejava expandir seu reinado para os povos do Sul e transformar todos em seus súditos.

As sombras de Dormin se aproximavam rapidamente das aldeias e nenhum dos líderes tinham força e poder suficiente para enfrentar aquele ser poderoso. Toda essa indecisão e falta de poder aumentava o terror.

Enquanto as sombras não chegavam, há muitos quilômetros da terra sagrada, o líder de uma pequena aldeia estava em seu castelo principal com todos os seus homens na maior parte do lugar. Eram cerca de 20 homens muito fortes e destemidos que fariam de tudo para salvar o povo.

Nesse momento, o líder, Diligat e seus homens tentavam decidir como enfrentar Dormin, já que nenhum outro povo conseguiu. Todos estavam reunidos dentro de um grandioso castelo com várias portas, guardas, cidadelas e tudo que poderia servir de proteção. Diligat parecia bastante irritado e com medo. Ele caminhava a todo o momento pelas dependências da sala onde todos se reuniram, provocando trêmulos constates nas velas acesas ao redor.

– Nós temos de fazer algo logo! — Falou Diligat batendo com o punho sobre a mesa de madeira da sala principal ao receber a notícia que Dormin se aproximava de forma rápida.

– Mas senhor, é impos...

– Nada é impossível! — Interrompeu ele.

Um silêncio predominou após o grito do líder e todos os homens abaixaram suas cabeças, demonstrando impotência diante daquele momento tenso. Até que um dos homens de Diligat, de quem ele tinha tanto orgulho quebrou tal momento perturbador como uma ideia eficiente. Eficiente, todavia suicida.

– Senhor, podemos usar todos os nossos poderes para enfrentar Dormin.

— Como você acha que isso pode dar certo? — Indagou o líder, sentando em sua cadeira e fazendo uma expressão totalmente cética.

O subordinado olhou para a mesa e ficou por alguns segundos meditando numa possibilidade de poder derrotar Dormin. “Toda criatura tem um ponto fraco”, cogitou ele. “Dormin é um ser das sombras, mas obviamente deve repelir a luz como qualquer criatura que pertença a algo sombrio”.

— Senhor Diligat. Pelo fato de Dormin ter como energia vital as sombras, a única forma de podermos derrota—lo seria usando a luz da bondade certo?

— Exato, mas aconteces que tal criatura cobriu toda a luz da bondade. Não nos é possível confrontar, mesmo que apenas por alguns segundos. Como iríamos, então, as terras sagradas com toda essa escuridão nos rodeando?

— Há uma forma de conseguirmos tal proeza. Nossos poderes — fez uma pausa ao olhar para todos — se unificados em apenas um objeto que possa aguentar a carga, nos criará alguma oportunidade de ao menos ferir Dormin. Daí teremos como objetivo aprisionarmos na própria terra sagrada.

Diligat olha para seu subordinado e vê que não tinha outra opção a não ser essa. O tempo já era curto e se a ideia de Emon não fosse concretizada, a única coisa que iria lhes restar era espera a morte se aproximar.

— Emon está certo. Mas — pondera Diligat — corremos um grande risco de acabarmos mortos. Somos apenas homens pequeninos diante de tal, colosso. Todos aceitam correr esse risco?

O silencio não dura nem dez segundos e todos os levantaram—se de suas cadeiras, mostrando que aceitavam participar daquela batalha. Aceitavam dar suas vidas para salvar amigos, filhos, esposas, pais.

Alguns minutos depois, Diligat manda homens iriem até o ferreiro da aldeia, onde ao chegar, lhe é entregue uma espada das mãos do próprio líder da mesma. A mais especial para ele dentre todas, selecionada a dedo. Era uma espada de tamanho considerável, capaz de cortar profundamente os tecidos dos músculos humanos a ponto de matar com um só golpe. Diligat a usou na sangrenta batalha de aldeias quase um século antes de tais acontecimentos.

Não demora muito e a espada fica impecável nas mãos do melhor ferreiro daquelas terras sulistas, totalmente afiada e pronta para ser reusada, ao ser colocada ao centro da mesa pelo ferreiro, com sua ponta virada para Diligat. Todos os homens estavam com seus poderes concentrados ao máximo a fim de transferi-los para o objeto.

– Repitam comigo – diz Diligat – “juntemos nossas forças a fim de bondade perdure. Jamais vamos desvia do caminho do bem. O poder unificado aqui fará com que nosso universo seja restaurado” — Em seguida todos falam uma frase no idioma da aldeia

– “Issho ni, hitobito ni onkei o motarasu to watashitachi ni gisei" (juntos, beneficiando ao povo e sacrificando a nós)

A bondade de Arouin. A determinação de Narij. A inteligência e o amor de Emon, enfim. O poder todos os homens daquela aldeia se reúnem unicamente naquela espada, a fazendo brilhar fortemente. Todos naquela sala principal observavam a espera que era bela. Ali estava a única chance de bom ser restaurado naquelas terras.

– Vamos, aprontem logo os nossos cavalos – Dizia Diligat – eu tenho de ir a outro lugar. Sendo assim, os homens saem da frente do líder da aldeia e vão até os estábulos para poder aprontar os cavalos.

Aquela aldeia, apesar de pequenina, se mostrava bastante esperançosa. Tochas, que antes estavam apagadas e tremulavam por causa do forte vento da escuridão, agora estavam nas portas das casas de madeira e feno. O povo tinha uma mistura de sentimentos de temor com esperança com o que podia acontece. Grande parte das pessoas estavam animadas com as notícias por alguns guerreiros de que Dormin e seus subordinados podiam ser derrotados.

Mas, Diligat, o próprio líder da aldeia não se sentia satisfeito. O medo em seus olhos era iminente, assim como seu coração. Ele, além de líder da aldeia, era chefe de família e tinha medo de que seus filhos nunca mais pudessem ver o pai novamente. Após a cerimônia para colocar os poderes na espada, ele saiu de seu castelo gélido e de cor verde musgo – onde ele detestava ficar maior parte do tempo, porém necessário – e seguiu caminho por um caminho de barro que antes era terra.

O homem passava por todo aquele caminho de pessoas felizes com tochas sobre suas casas e que tentavam a todo custo falar com o líder da aldeia. Eram pessoas surradas não obstante felizes, se apegando ao fio de esperança que agora tinham.

Felizmente Diligat conseguiu evitar as pessoas naquele momento, e chega em casa, onde a observa, desejando não ser a última vez que estaria ali. Um lugar muito belo. Na sala, três assentos de madeira resinosa e algumas espadas entalhadas. A cozinha possuía alguns aparatos que eram usados para fazer os alimentos daquela época. O quarto de seus filhos, além do seu e de sua esposa, possuía não apenas camas, mas vários objetos valiosos para a honra da família. Todas as coisas daquela casa foram conseguidos no suor, visando o bem estar de todos.

A mente de Diligat voltou para Terra após ver seu filho correndo em sua direção. O olhar da criança mostrava satisfação ao ver uma pessoa que ele amava muito.

– Pai! Pai!

– Filho! — Abraçou o homem ao seu filho – como você está?

– Estou bem – Dizia o menino com uma voz de criança.

– Que ótimo. Fique aqui. Preciso falar com sua mãe.

Diligat deixou seu filho na sala e anda devagar até o quarto, evitando todo o barulho possível, o que seria quase impossível por conta do barulho dos calçados sobre a madeira resinosa. Naquele momento a chuva havia aumentado gradativamente e era possível ouvir o barulho dela batendo na areia lamacenta. O homem chegava ao seu quarto e uma mulher é avistada, sentada sobre a cama, cabisbaixa, talvez por causa de algo ruim ocorrido, ou algo que vai acontecer. Não dava para saber. Ela possuía cabelos com uma cor um tanto diferente que naquela época não dava para poder descrever. Tinha traços bem finos e uma pele bem branca. Diligat se aproxima da mulher e, delicadamente, coloca a mão sobre o ombro dela.

– Sárkvrom – Dizia Diligat olhando para a triste expressão da mulher. Senti sau...

– Você vai aquelas terras não é?

Um silencio permeou por uns segundos e a postura da mulher ainda era de costas para Diligat que tentava explicar.

– Sim tenho de ir – Disse ele friamente – A vida de todos depende de mim.

– Como está a situação na terra proibida? — Questionou, ela preocupada.

– Dormin já controlou tudo. Como isso pôde acontecer? – Perguntou ele a si próprio – aquele lugar era sagrado. E agora é pura escuridão e maldade. Mas isso terá um fim – afirma ele – os subordinados de Dormin estão vindo para as aldeias ao sul. Nesse momento estão passando no Centro – Leste dessas terras, onde não é povoada. Daqui há alguns minutos, estarão aqui.

– Você vai morrer não é? — Perguntou Sárkvrom com lágrimas escorrendo de seus olhos e uma voz embargada

– Claro que não, meu amor, claro que não – Diz Diligat enquanto se abaixa e coloca as mãos sobre os dois ombros de sua esposa e lhe dá um beijo na testa – Eu vou voltar. Pode acreditar.

Por mais que tenha falado aquelas palavras de conforto a sua esposa, Diligat sabia que as chances de voltar vivo daquele lugar eram bem pequenas. E isso se comprovava em seu olhar.

– Fica tranquila. Eu vou voltar. – Assegurou ele, mesmo sabendo que isso dificilmente vá acontecer.

Sárkvhrom balançou os ombros e a cabeça tentando procurar conforto próprio, olha para o chão e, com uma lágrima saindo de seus olhos, a bela mulher fez uma proposta a seu amado.

– Então, deixe–me ir com você? Eu quero poder lhe ajudar –

– De forma alguma! Você tem que cuidar de nossos filhos –

Sárkvhrom insiste na ideia para poder ir as terras ao Norte e enfrentar Dormin. Diligat não sabia era que a ajuda da mulher seria crucial naquele momento catastrófico. Ela tenta falar e repetidas vezes pede a seu marido que não responde e logo uma discussão se inicia.

– Tu nunca me deixas lhe ajudar – dizia ela, passando as mãos no cabelo, ao mesmo tempo em que Diligat tentava ignorar o que ela falava — Porque você não me responde?

Diligat respira fundo para não gritar com sua amada e tenta explicar pacientemente a ela.

– O que nós vamos enfrentar, não é simples – explicou ele – teremos de usar bastante nossos poderes, e apenas uma espada, onde todos nós juntamos nossos poderes que pode destruir a escuridão de Dormin. E eu vou carregar essa espada. Os outros homens vão lutar com seu sangue e coração. Se você for, pode acabar morrendo.

– Tu não confias em mim.

– Não é isso –

– É sim. Você não me ama, você nunca confiou em mim. Vo...

– Para com isso, por favor, pare – Ele interrompeu

– Então me fala o que é.

– Eu não vou perder quem amo novamente — gritou Diligat, seguido de silêncio.

Diligat já havia perdido seu filho mais velho antes dos outros nascerem. Darkbaram era seu nome. Uma vez, o rapaz, fora enviado para uma batalha contra as aldeias ao oeste. Ele sempre desejou guerrear e um dia queria ser um líder de batalhas para que sua aldeia pudesse conquistar territórios. Dakíh, como era seu apelido, implorou ao seu pai para que participasse dessa batalha. Mas, o líder de batalhas daquela aldeia, disse que o rapaz não poderia participar daquela guerra e que seria mais seguro se no momento ficasse na base da aldeia, protegendo e escoltando o povo, caso a aldeia não vencesse a batalha e fosse atacada. O rapaz, porém, insistiu para que pudesse participar da guerra, e seu pai atendeu ao pedido. Não adiantou o líder de batalhas explicar ao líder da aldeia sobre a situação de Darkíh.

– Cale—se, subordinado – disse Diligat de forma arrogante – Eu mando nesses territórios e meu filho participará da batalha.

O rapaz participou da batalha e logo depois veio o resultado. Morto logo no primeiro combate com a aldeia inimiga. O remorso que fora um fardo para Diligat durante muito tempo, surgiu novamente diante daquele momento.

– Não! Você não vai! – dizia Diligat como ordem final – eu matei nosso filho, e não quero repetir isso com você.

– Mas, querido, eu lhe perdoei. Darkíh também não era uma pessoa fácil de lidar. Ele era genioso e forçou você a fazer aquilo – responde Sárkvhrom quase chorando.

– Você me perdoou, mas eu não me perdoei.

Nada nesse mundo tiraria o remorso de Diligat e a culpa de matar o próprio filho. Qualquer pessoa poderia perdoa—lo, mas esse fardo seria carregado com ele até a morte.

O líder da aldeia caminha lentamente até a porta, e, no caminho levanta seus filhos no colo e lhes dá um terno abraço. Algumas lágrimas saem de seus olhos e seus pequenos filhos não entendem a dor do pai naquele momento. Quem sabe futuramente, eles entenderiam o que um pai fez por amor a seus filhos.

– Papai, por que você está chorando? – Pergunta um de seus filhos.

– Por nada filho. Papai está feliz em lhe ver – responde Diligat esboçando um sorriso em meio as lágrimas.

Diligat coloca seus filhos no colo e anda em direção a Sárkvhrom, que já não continha as lágrimas e se entregava em pranto.

– Você tem que ir mesmo? – Pergunta ela se escorando na parede.

– Tenho sim – a pergunta de Sárkvhrom é respondida, enquanto suas lágrimas eram limpas pelo toque carinhoso de seu marido.

Um beijo na testa de Sárkvhrom é dado e seu marido caminhava novamente até a porta, dando o último recado.

– Mantenha as portas e janelas fechadas

Ele saía de casa, e, percebendo que o mal se aproximava mais, se apressou e foi ao encontro de seus guerreiros no castelo que também parecia ser sombrio e gélido. A chuva apertava e o dia começava a tremular, semelhante a uma vela perto de se acabar. Diligat ao chegar ao castelo, observa seus vinte homens aguardando o seu comando. Todos com grande expectativa para essa grande batalha. Ele passa por todos, coloca as mãos sobre a espada brilhosa e poderosa e em seguida fala algumas palavras de encorajamento.

– Senhores! Hoje poderás ser a maior e última batalha de suas vidas. Aviso antecipadamente, que, por ser algo muito perigoso, nem todos de vós presentes participarão.

Um grande tumulto começa entre os homens, até que o líder da aldeia interrompe a todos, dizendo os nomes dos homens que iriam acompanha—lo.

— Esses serão os homens que vão me acompanha. Vós, dos que ficaram — fez uma pausa — proteja nosso povo.

Diligat pega seus cinco homens e montam em seus respectivos cavalos, partindo em seguida para as terras ao Norte. Havia muito a ser feito.


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Notas finais do capítulo

Ajude com reviews, pois sem isso, não sei como está meu trabalho.Abraços