Tudo Aconteceu Em Um Verão - Dramione / Capítulo 3 - Encontros e frutas

Hermione Granger

Era isso mesmo, agora são 09:30, daqui a meia hora eu tenho que encontrar com Malfoy no calçadão pra ajudar ele a andar de bicicleta. Eu quase não acreditei quando eu ouvi, mas é, era isso. Minha avó havia emprestado a dela que estava guardada a um bom tempo e eu não fazia ideia de como havia sobrevivido a maresia, mas estava novinha em folha.

Eu pedalava calmamente, quando vi ele esperando como quem está sendo torturado, com a bike ao lado no chão é claro.

Draco Malfoy não teria paciência para ficar segurando bicicleta.

Ele me viu atravessar a rua ainda montada na bicicleta omo se eu fosse uma assassina pronta para mata-lo.

– Bom Dia!

– Como... Como...

– Como o que? - disse olhando pra trás achando que ele apontava algo.

– Como é que você estava montada nisso ai sem cair?!

Tive que cair na gargalhada, mas ele não gostou.

– Olha Granger se você vai ficar me zoando, eu vou embora.

– Não, não eu já parei - Disse tirando lagrimas dos olhos - Vamos lá.

Foi um processo complicado, Malfoy não tinha paciência, ele tava mais era querendo colocar fogo na bicicleta. Eu tinha sempre que entrar na frente, e pedir pra ele ter um pouco mais de paciência, mais acabávamos rindo e estirados na calçada quente como dois malucos que pareciam dizer 'Finamente saímos do hospício, quero ver quem vai nos pegar agora!'

Quando deu a hora do almoço colocamos as bicicletas encostadas em um poste em frente a uma sorveteria, em que sentamos.

– Então vai querer do que? - Disse com um cardápio em mãos

– Eu sei lá, do que eu deveria pedir?

– Você prefere morango, baunilha, chocolate, napolitano, creme, milho verde...

–Você vai pedir morango não vai?

Abaixei o cardápio assustada.

– Como você...

– Você cheira.

– Eu o que?

– Você, você cheira a morango.

Sorri já vermelha, ele percebeu que fiquei envergonhada e também ficou sem graça.

–.....O Wesley nunca te disse isso né?! -Disse com um sorriso nervoso.

Fiz que não com a cabeça

–...Eu pensei que ele tivesse dito...

– Não tem problema - Disse ainda um pouco encabulada e a garçonete apareceu.

– Vão querer de que?

– 2 de morangos , por favor, pra mim e pra senhorita - Disse piscando o olho direito com um sorriso travesso.

Se estávamos em um clima ruim ele se desfez em questão de segundos, sorri balançando a cabeça negativamente, olhando em direção a praia do outro lado.

– Vai querer entrar lá depois?

– Com certeza - ele disse acompanhando o meu olhar - Eu vou te ensinar a surfar.

– O quê? - Disse me virando na direção dele

– Foi isso mesmo que você ouviu mocinha. Se eu posso me matar com a bicicleta você pode se matar em uma prancha.

Coloquei as mãos entre o rosto, apoiando os cotovelos na mesa, resmungando.

– Que isso, nem vai ser tão ruim assim.

– É porque você sabe! - Rebati

Ele sorriu de novo e a garçonete chegou com as taças de sorvete.

Draco Malfoy

Como é que o Wesley não falou nada? Qualquer um que estivesse perto dela sentiria o cheiro de morango que exala. Eles não namoravam? E como foi que ele não disse nada? O cara era um idiota mesmo.

Assim que terminamos o sorvete corremos em direção praia.

Já foi difícil porque no incio ela não conseguia entrar na água, as ondas deviam ter passado por mim umas três vezes mas sempre que chegava perto dela ela saia correndo.

–Granger! Ou você vem ou eu te trago aqui a força!

– Então vai ser a força! - ela gritou lá longe. Ela só podia estar brincando, sai da água, caminhando na direção dela, que estava sentada na areia de braços cruzados e cara emburrada.

– Granger, eu não tô brincando.

– Eu também não.

Peguei a menina no colo, e coloquei ela no ombro, ela se debatia loucamente.

– Não! Me solta Malfoy! Me põe no chão!

– Para de escândalo Granger, é capaz deles acharem que eu estou te sequestrando.

Ela começou a rir e eu também, e fui correndo na areia, ainda a segurando, e ela rindo.

– Malfoy! Por Merlin me põe - Ela gargalhava - no chão!

– Tá bom - E a coloquei na água, que já batia na nossa cintura.

– Mas que droga Malfoy, ela disse encolhendo - Está água ta muito fria.

– Que isso, com o tempo você acostuma.

Ela mergulhou, saindo alguns segundos depois feito artista de televisão e sorrindo.

– É acho que agora está melhor - Mas sua boca ainda tremia

– Por que você gosta de fazer isso?

– Isso o que? - disse ainda sorrindo apertando o cabelo.

– Insiste em me provocar, primeiro ontem quando se levantou da areia agora precisa de toda essa graça pra sair da água, não pode sair feito gente comum?

– Mas eu não tinha a intenção de te provocar - disse sorrindo ainda mais - Eu sou assim mesmo.

– Humhum sei

Ficamos nos analisando mais alguns segundos até ela falar

– Então... Vai me ensinar a surfar ou vai ficar ai me admirando?!

– Não se bajule tanto querida pode acabar acreditando.

Aos poucos ela foi subindo na prancha. A onda vinha e ela caia, e nós dois começávamos a rir, com o tempo ela foi pegando mania, e nós revezávamos. O sol já estava praticamente se pondo quando saímos da água e sentamos na areia pra descansar.

Observávamos o sol se escondendo atrás da imensidão azul até que ela começou a falar

– Viu, no final eu não sou uma companhia tão ruim assim

– O que quer dizer com isso ? - Olhei pra ela confuso

– Uma vez eu te ouvi falando com alguém em um dos corredores da escola que eu deveria ser a pior das companhias.

– Você tem que parar de ligar pro que eu falo, não pode acreditar em tudo o que eu digo, esta bem?

Ela concordou com a cabeça e colocou a mesma no meu ombro, ambos estávamos cansados por causa do dia corrido, a rodeei com o braço fazendo cafuné em seu cabelos molhados. O sol sumiu e ficou apenas nós e o mar. E ainda assim ela conseguia cheirar a morango.

Era praticamente como se o mundo tivesse parado.