Aprendendo Amar ... escrita por MA


Capítulo 14
Hora de começar a resolver as coisas




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Eles tinham voltado a tomar café depois da sincera conversa que tinham tido, o peso entre eles cada vez era menor, cada conversa embora tensa no momento tornava-se esclarecedora ao final, ambos não tinham dúvidas de que o caminho era longo, porém só dependia deles para conseguirem o atravessar. A noite de amor tinha dado fome, Armando acabou preparando outro misto-quente para eles e estavam comendo enquanto tentavam resolver os problemas da Ecomoda.

- Beatriz, sinceramente quanto mal estamos? – Essa era a pergunta que ela sempre se fazia.

- Já tivemos pior, porém ainda estávamos correndo o risco de um embargo definitivo –

- E o que podemos fazer? –

- Não podemos mais nos basear em comodatos, de modo que a única saída é sair da zona de conforto da Ecomoda e expandir o mercado que ela atua, expandir as lojas próprias e até mesmo criar uma segunda linha mais popular, se bem que isso seria difícil, os demais acionistas e Hugo não iriam nem querer ouvir tal coisa – Armando ouvia tudo atentamente.

- Você acha que conseguimos elaborar um plano emergência em torno de seis meses? – Ele perguntou sério.

- Ual – Ela o olhou com espanto – Isso não seria um plano emergência e sim um plano milagre – Ela deu sua peculiar risada.

- É sério Beatriz, lembre-se que você está grávida – Ela realmente tinha esquecido desse detalhe momentaneamente e só então entendeu o que ele quis dizer com os seis meses – Precisamos sacar a Ecomoda desse embargo antes da nossa menina nascer, só assim poderemos ter ela em paz –

- Eu tenho que reavaliar as contas e podemos criar um plano econômico, não sei, com esforço talvez a gente consiga –

- Talvez não Beatriz, nós temos que conseguir – Ele foi enfático.

- Não me pressione – Ela pediu e ele se apiedou, não queria a pressionar com nada.

- Me desculpe – Ele se aproximou novamente dela e aproveitou que ambos já tinham comido para a puxar até o sofá e sentar ao seu lado – Eu acho que vou enlouquecer com isso tudo – Ele foi sincero e ela o abraçou de lado deitando a cabeça no ombro dela, ela amava descansar assim, abraçada a ele.

- Não, você não pode enlouquecer, tem que ser forte por mim e por nosso bebê –

- Por você e por nossa menina – Ela sorriu da certeza dele que seria pai de uma menina.

- Talvez você esteja certo e não devemos ir a empresa hoje – Ela ainda o abraçava e ele sorriu, se virou e jogou o peso do seu corpo sobre o dela a deitando no sofá e a beijando, ela riu da reação dele e o empurrou – Não, não é isso – Ela riu mais ainda da cara de frustração dele – Aproveitemos o dia de hoje e elaboramos o nosso plano milagre, assim adiamos a reunião para amanhã e expomos nosso plano, sem contar sobre nossas metas –

- Então não iremos para a Ecomoda, porém passaremos o dia trabalhando? – Ela fez que sim com a cabeça e ele fingiu uma cara de bravo – Vida difícil essa minha, a vida fica mais difícil quando se torna pai de família, sabia? – Ela apenas riu do drama de seu amado.

- Você fique aqui me esperando e não saia, ok? Não saia – Armando tinha deixado Betty sentada em uma praça a cerca de umas seis quadras longe da Ecomoda, ela disse que precisava dos últimos balancetes reais, assim como os últimos contratos e planos de meta para poder criar a nova estratégia, de modo que Armando estava indo buscar tudo que ela tinha mandado. Foi cerca de uma hora o tempo que Betty ficou sentada observando a praça, ela se pegou vendo as crianças pequenas correndo e brincando com toda sua pureza, elas não tinham problemas só ganas de ser feliz, corriam livre e ela não pode deixa de se emocionar e pensar que em pouco tempo seria sua filha que estaria assim, enchendo o ambiente de vida. Sua mão repousou inconscientemente em seu ventre e ela lhe acariciava a barriga que em nada ainda parecia de uma mulher grávida. Armando quando voltou contemplou tal cena, com ela sentada acariciando seu ventre, ele sorriu e se aproximou dela com vitalidade a surpreendendo com um beijo passional. Ela se surpreendeu com o beijo, mas correspondeu com a mesma ânsia de vontade que ele tinha, era a primeira vez que eles se beijavam assim, em público, ao ar livre com a luz do dia os iluminando. Cada vez mais os sinais mostravam o quanto a relação deles tinha evoluído.

- Não vamos ao seu apartamento para revisar os documentos? – Ela perguntou ao notar que ele dirigia por um caminho estranho.

- Não, vamos a um lugar que ninguém conhece, de modo que teremos a paz que precisamos – Armando sabia que Marcela voltava hoje e assim que soubesse que ele não estaria na empresa, iria ir ao seu apartamento, de modo que ele não poderia ficar lá com Betty.

- E por que não no seu apartamento? É mais perto e seria mais prático, não? – Ele a olhou por segundos, ela merecia a verdade e foi o que ele lhe deu contando o motivo, ela apenas se calou e ele ficou com medo do que ela podia estar pensando.

- Beatriz, não pense bobagens, como você mesmo disse de manhã, não podemos expor nada agora. – Ela respirou fundo, sua insegurança sobre a relação dela com Armando ainda era latente, de modo que ela não podia deixar de pensar que novamente ela seria escondida de todos, ficaria sempre nas sombras e mesmo isso sendo confortável, a escondendo  das acusações de pessoas imponentes, também era triste e vazio. O caminho acabou sendo silencioso, até ele estacionar o carro e ela se da conta de onde eles estavam. Ela não poderia crer que ele novamente a levava ali, naquele lugar que ela tanto queria esquecer.


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