Aprendendo Amar ... escrita por MA


Capítulo 13
Os efeitos do amor.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/402035/chapter/13

Betty acordou e sentiu-se  abraçada por alguém, no mesmo instante lembrou de tudo da noite anterior, a luz do dia já clareava o ambiente e ela percebeu que já era de manhã e eles precisavam ir para o trabalho. Ao se dar conta que estava nua ela se sentiu tímida e com o máximo de cuidado conseguiu se desprender dos braços de Armando, por sorte ele tinha o sono pesado e a deixou ir, ela foi direto para a sala e começou a catar suas roupas e a vesti-se, sua mente ainda estava presa na noite passada e como tudo tinha sido maravilhoso. Ela sorriu ao olhar que a mesa ainda estava posta e com resto de comida, com isso ela começou a limpar e levar tudo para a cozinha que mais parecia ter ocorrido uma guerra, ela tentou arrumar lá também e foi quando estava lavando a louça que sentiu dos braços fortes a envolver e a puxar sutilmente para trás colando seu corpo no dele.

- O que faz aqui? Por que não está dormindo? – Ela sorriu, pela primeira vez eles estavam agindo como um casal normal, nem nos seus melhores sonhos ela poderia pensar em uma cena tão natural quanto essa.

- Não podemos ficar dormindo, temos que ir a Ecomoda  trabalhar – Ela respondeu enquanto ele a provocava passando o nariz em seu pescoço.

- Hum, e o que acontece se a gente tirar o dia de folga? – Armando tirou o prato da mão dela e fechou a torneira, quando ele a virou ela se deu conta que ele ainda estava nú e sentiu seu corpo arder em fogo novamente, ele notou isso e sorriu de forma safada – Aposto que a empresa continuará andando e nada vai mudar – Armando a beijou, porém ela o afastou enquanto ele gemia de frustração.

- Pode ser que sim, mas pode ser que não – Com um esforço sobre humano ela se afastou totalmente dele – Já eu, aposto que aqui tem dois banheiros, tome banho em um e eu em outro, temos que ir ao trabalho, hoje regressam dona Marcela e o doutor Mario, temos que está lá para uma reunião – Armando sentiu seu corpo gelar, logo agora que tudo estava começando a ficar bem entre Betty e ele, Marcela voltava, ela pareceu sentir o que ele pensava e ficou preocupada com a volta daqueles dois que mais pareciam ser seu pesadelo, ele não queria a preocupar, mas sabia que deveriam conversar sobre como as coisas iriam ser dali em diante.

- Nós temos que conversar né –

- Eu acho que sim – Ela disse e respiro fundo – Mas é melhor que façamos com ambos de banho tomado e vestidos – Ele riu, ela realmente tinha força de vontade e ele a admirava.

Betty se surpreendeu quando Armando lhe deu uma muda de roupa, ele realmente tinha planejado tudo e até mesmo ido até sua casa lhe pegar roupa, assim como seu shampoo, condicionador, sabonete, creme e tudo mais que ela precisaria.

Ela foi até o banheiro social enquanto ele ficou no da suíte de seu quarto. Betty tomou um banho lento, se sentia diferente hoje, sabia que não tinha ainda perdoado Armando e lhe doía a alma em lembrar o que ele tinha feito, porém ainda assim ela podia ver que ele tinha mudado e isso lhe dava esperança de seguir em frente. Após o banho ela se enrolou na toalha e foi até o espelho, se olhou no espelho ainda com a toalha enrolada no cabelo e sorriu para a imagem que ela viu. Pela primeira vez em toda sua vida ela não se sentiu feia, se sentiu bela, tomou um tempo admirando seu sorriso, se ver sem o aparelho foi surpreendente, seus dentes eram tão brancos e agora perfeitos, todos do mesmo tamanho e alinhados, lhe desenhando assim um ótimo sorriso. Ela virou o rosto e olhou seu perfil, seu nariz era empinado e pequeno, muitas mulheres faziam plásticas e ainda assim não tinham o nariz tão perfeito quanto o dela. Ela se colocou a pensar do porque sempre se sentiu feia, se recordou de quando era criança e os amigos da rua riam dela, ela muito nova precisou de óculos e eles eram realmente do tipo redondo e fundo de garrafa, talvez isso tenha sido o início de tudo, ela cresceu com aqueles óculos  e paralelo a isso, era uma criança baixinha, com aquele cabelo e as roupas estranhas que seus pais colocavam nela, todas as crianças se vestiam de um modo leve enquanto ela sempre tinha roupas largas e de manga. Ela se deu conta que nunca foi feia, apenas usava acessórios fora do comum, tinha o rosto bonito e jovial como qualquer mulher de vinte e cinco anos, e seu corpo sempre foi magro de natureza, a única coisa fora do padrão de beleza que ela tinha era sua altura, muito menor do que das outras pessoas, porém isso era o de menos, não atrapalhava em nada o bom desenho de si.

Betty tirou a toalha que escondia seu cabelo e deixou ele cair sobre seus ombros, pegou o creme e espalhou suavemente em suas madeixas e depois  penteou, mas não como sempre fazia, dessa vez ela ignorou a franja e a deixou se misturar no meio do cabelo, achou uma escova mais grossa no banheiro e pegou, usou a escova em seu cabelo aplicando um pouco mais de força e conseguiu um efeito bem mais liso, se olhou novamente e sorriu, ela tinha amado o resultado, agora assim parecia uma pessoa normal. Ela riu com a roupa que sua mãe tinha lhe mandado, era tanto tecido, tanta estampa que ela mesma ficou confusa, ela colocou a roupa e riu mais ainda quando se viu inteira no espelho, era um contraste fenomenal entre seu rosto e sua roupa. Ela estava feliz como nunca antes, não conseguia para de rir e se admirar.

Armando estava pronto e já ia bater na porta do banheiro quando Betty a abriu, ele se petrificou ao olha-la, ela estava linda, seu rosto agora era claro e leve, com um sorriso doce, ela ainda estava sem os óculos o que permitia ele vê-la por inteiro, ele não tinha como se conter, com um impulso ele a abraçou e a beijou, ela deu um grito surpresa e riu durante o beijo, mas se deixou ser levada por ele. Armando parou o beijou quando o ar lhe faltou.

- Você está linda – Ele voltou a beija-la, ela podia sentir a excitação dele e resolveu que era melhor o cortar antes que fosse tarde demais.

- Armando, assim não vamos ter tempo de conversar e nem de chegar à empresa – Ele continuava abraçado a ela com o rosto no seu pescoço lhe provocando arrepios.

- Beatriz, quem se importa com a empresa? E podemos conversar na cama – Ela riu, a felicidade lhe transbordava.

- Não, não podemos. Vamos Armando, vamos conversar – Ele estava feliz, ela enfim estava o chamando informalmente.

- Vamos meu amor, vamos para a sala, melhor vamos para a cozinha e vemos o que conseguimos de café da manhã –

Eles estavam sentados à mesa com um misto quente cada e um copo de leite, Armando não conseguia para de olha-la e admirar aquela mulher a sua frente, a mulher que o fez mudar e que pelo visto ele também a fez mudar. Beatriz parecia outra, não só pela mudança no cabelo, pelos novos óculos e o fim do aparelho, mas por dentro, era nítido que ela estava mais segura de si e feliz, seus olhos brilhavam, assim como sua pele.

- O que faremos agora? – Ela disse o tirando de seu momento de observa-la.

- Por mim, nos casamos hoje mesmo e vivemos nosso amor, não temos o porquê esconder nada, eu amo você e sei que você me ama, acho que isso já basta. – Ela sorriu, Armando era às vezes uma criança e por isso a vida era tão simples para ele, porém desde cedo ela aprendeu a ser madura e não se deixar levar por fantasias.

- Não acho um bom plano, se a gente assume qualquer tipo de relação agora, você perde o apoio de seus pais, da dona Marcela e provavelmente até do seu Mário, Daniel vai virar o presidente e descobrir tudo sobre o embargo da Ecomoda pela  Terra Moda, verão que a empresa me pertence e ai o caos estará formado – Como sempre ela tinha razão.

- Então o que faremos? – Foi a vez dele de perguntar – Não quero ficar longe de você – Ela ficou calada, apenas continuou comendo seu misto-quente – Você não quer ficar longe de mim, certo? – Ela se espantou com a pergunta e o olhou, ele parecia frágil e inseguro, seu olhar estava baixo.

- Não, eu não quero – Betty tocou em sua mão ao responder e foi nítido que ele respirou aliviado e ela sorriu com isso.

- Meu amor, o que faremos? – Foi a vez de Armando perguntar.

- Eu nem ao menos sei o que somos um para o outro nesse momento, quanto mais o que faremos – Armando se levantou e foi até ela, se agachando de joelhos para ficar na mesma altura que ela que estava sentada.

- Como não sabe? Você é a mulher que eu amo, a mulher que me transformou a vida – Ele segurou a mão dela – Melhor dizendo, a mulher que me preencheu a vida e, eu sei que você também me ama, eu sei disso Beatriz –

- Eu te amo, mas não estou pronta para um relacionamento com você, é difícil esquecer as palavras daquela carta e aqueles momentos do chalé, eu pensei que eu ia morrer naquele dia – Armando passou a mão no rosto dela em um sinal de carinho que ela se permitiu receber.

- Sabe meu amor, eu poderia dizer que estou arrependido por tudo que fiz, mas não estou, porque se não fosse como foi, a verdade é que eu acho que nunca iria me ligar em você. Eu era um idiota e vivia uma vida medíocre, se essa foi a maneira que o destino se encarregou de que eu me ligasse em você, não posso me arrepender. –

- Eu não sei o que pensar ainda sobre isso, me dói muito saber que fui vitima de desconfiança sem nunca te dar motivo, de uma armação sórdida e de piadas desumanas. Aposto que foi muita das vezes que você e Mario riram de mim e você se lamentou por ter que me beijar e depois me amar – Armando se calou – A semana que passei na fazenda depois disso, foi a pior semana da minha vida, eu não conseguia dormir e não conseguia acreditar que tudo que você me dizia, os cartões, os presentes, tudo, tudo, tivessem sido uma mentira – Armando não tinha o que contestar, cada vez se sentia mais mal, ambos tinham lágrima nos olhos, porém nenhum deles deixavam elas caírem – Você me machucou muito e por mais que eu te ame e esteja grávida de você, não posso simplesmente ignorar o que passou e como me sinto ao pensar nisso e viver uma relação com você. Eu não posso, eu não consigo, me dói muito – Dessa vez ela não conseguiu segurar e traiçoeiras lágrimas escorreram pelo seu rosto, Armando prontamente as secou.

- Eu não quero que você ignore esse seus sentimentos, até porque você me fez crescer e hoje eu entendo que se você ignorar esses sentimentos não poderemos ser um casal feliz de verdade, isso ficaria tatuado em nós, porém eu quero que você me dê uma chance de te curar dessa dor. Você pode fazer isso? Me da essa chance? – Armando olhava fundo em seus olhos, como se tentasse enxergar sua alma ou sua dor.

- Eu já estou fazendo isso, caso contrario não estaria aqui agora – Ele sorriu e a abraçou, ela por sua vez o abraçou forte e com um carinho que ele conseguiu sentir – Eu amo você e espero que consigamos resolver tudo –

- Nós iremos conseguir Beatriz. Nós iremos – Ele afirmou com tanta confiança que não tinha como Betty não acreditar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Aprendendo Amar ..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.