A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 5
Capítulo 4 - Quebrando Tudo!


Notas iniciais do capítulo

...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/39819/chapter/5

Quebrando Tudo

 

 

 

 

 

 

Amelie P.O.V.

 

 

 

Eu acho que tive um longo e aterrorizante pesadelo.

 

Me remexi um pouco na cama quentinha e agradável , e, bem, parecia que já tinha passado.

 

Fui impregnada por um cheiro delicioso de pinheiro e manhãs de natal e me senti segura e feliz, com um bom humor enorme.

 

Mas tinha uma coisa engraçada acontecendo, e quanto mais acordada eu ficava mas o barulho aumentava, era um ritmo marcado e constante, retumbando nos meus ouvidos e me fazendo acordar mais rápido, parecia até uma daquelas batidas de HIP HOP mas quando eu ouvia direito, era estranho demais até para HIP HOP. Como uma serra elétrica, ou um... Ronco?

 

De qualquer forma eu não tive tempo o suficiente pra decidir o que era aquilo já que algo se movimentou fazendo a cama toda se mexer e uma coisa grande e muito, muito pesada mesmo, foi trespassada pelo meu quadril, me esmagando totalmente.

 

Eu abri os olhos aos poucos, assustada, e...

 

-         AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHH!!!

 

Tinha um homem, um completo estranho, deitado ao meu lado na cama, dormindo tranqüilamente.

 

-         AAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHH!!! – continuei gritando já que não surtiu muito efeito de primeira vez.

-         Humm , Hummmm, QUE? QUE? SANGUESSUGAS? – o homem acordou assustado e se pôs de pé com uma velocidade incrível, ficou numa posição engraçada e começou a ... ROSNAR?

-         AAAAAAAHHHHHHHHHHHHH!!! – eu tentei gritar pela terceira vez.

-         UOW! – ele ofegou divertido e sem graça ao mesmo tempo. Parecia ter finalmente despertado.– Bom dia pra você também.

 

Eu estava ofegante dos gritos, então esperei me recuperar um pouco, pra começar a gritar novamente.

 

-         Você gostava mais de mim, ontem! – ele me deu um sorrisinho sugestivo. 

 

Mas, peraÊ!!!! Ontem? Ontem... AH NÂO! Não, não, não... Será que eu fiz alguma loucura depois de ter bebido muito na balada?

 

Olhei com os olhos mais bem focados para o estranho; era inegável que ele era bem bonito, a pele castanho avermelhada em um tom lindo, olhos negros e expressivos, lábios carnudos e provocantes. Um maxilar duro e maçãs do rosto rijas e bem posicionadas. E ele era IMENSO, também, devia ter uns dois metros e os músculos, uhlalá, tinha mais de quatro lombadas naquele abdômen... NU.

 

OMG! Tinha um homem semi-nu dormindo na minha cama e eu...

 

Olhei imediatamente pra mim, só de camiseta e calcinha. Uma calcinha horrorosa e enorme, de algodão, com a qual eu nunca iria para a Balada, mas mesmo assim, SÓ camiseta e CALCINHA. 

 

Eu fiz besteira quando estava bêbada, Ah! Se fiz! E eu não me lembrava de nada além do pesadelo idiota que tava tendo; eu tinha arruinado completamente a minha PRIMEIRA VEZ!!!!!!!!!!!

 

-         Você ainda está ai dentro? – o estranho perguntou, parecendo preocupado. (Caramba! Mesmo bêbada eu tenho bom gosto!)

 

-         NÃO! – eu bati o pé e pus as mãos na cintura, extravasando a minha frustração.

 

-         O que foi? – ele perguntou muito calmo, quase doce.

 

-         NÃO, não, não, não!!!! – eu ria histérica e olhava pra ele em pânico. – Eu transei com você, não foi? É claro que eu transei! – eu fazia gestos com a mão ligando nós dois e continuei tagarelando, tentando lembrar como se respirava.

 

– Eu devia mesmo ouvir a Marta e pegar leve com a bebida, eu não acredito que eu PERDI A VIRGINDADE bêbada, que tipo de idiota faz uma coisa dessas? NÃO RESPONDA! – eu o alertei furiosa. – Agente usou camisinha, não usou? – parei um pouco pra olhar pra ele e esperar sua resposta.

 

 

Ele tinha uma expressão compenetrada no rosto, parecia confuso, eu acho, apertava os lábios grossos e franzia a testa, unindo as sobrancelhas negras. 

 

-         Hei, respira ta bom! Não foi culpa sua, devia estar bêbado também, não deve ter sido tão ruim. PELO VISTO O MEU BOM GOSTO NÃO É AFETADO PELA BEBIDA. – disse o pensamento em voz alta enquanto tentava consolar o estranho, e nem me pergunte porque eu estava fazendo isso já que era eu que tinha acabado de TRANSAR PELA PRIMEIRA VEZ NA VIDA E NEM ME LEMBRAVA DE NADA . Eu é que deveria ser consolada.

-         Nem esta dolorido! – eu continuei, tentando anima-lo com um sorrisinho amarelo e pesaroso.

 

 

-         Você – acha – que – nós – fizemos - SEXO? – ele perguntou, cortando a frase toda com a gargalhada escandalosa que ele soltou, se dobrando no meio de tanto rir. Ele não tinha uma expressão triste e confusa, ele tava se segurando pra não rir de mim. Eu ia matar aquele imbe...

 

E aí eu me lembrei de tudo, foi num átimo, como um flash absoluto clareando minha mente.

 

-         Você é um DELES! – eu acusei, o dedo em riste, uma fúria diferente nascendo e me consumindo. – Você é um daqueles índios, da tal reserva La Push. – Mas era tudo um pesadelo, eu tinha certeza. Não era? NÃO ERA?

 

-         Onde EU estou? – mas não esperei pela resposta, passei os olhos por todo o cômodo, o que não demorou nada porque era minúsculo.

 

Meus pés estavam em um chão de tabua e ainda tinha metade das minhas malas espalhadas pelo lugar, fechadas e com a minha mudança lá dentro.

 

Coleções e mais coleções D&G, PRADA, CHANEL, GUCCI, YSL, DIOR, MIU MIU... Pra serem usadas no meio do mato!

 

Eu ia começar a gritar de novo, pra tirar aquele tarado de dentro do meu – RESPIRA –  “novo” quarto.

 

-         Srtª Weelow. – Uma Marta que transbordava alivio passou pela portinha de madeira do buraco, quer dizer, quarto.

– Vejo que a Srtª já acordou e está muito bem, veja só. – ela passou as mãos carinhosamente no meu rosto, me controlei para não bater nelas. - Eu ouvi os gritos da Srtª lá do meio da rua! – e se virou para o estranho.

 

-         Muito obrigada, Jacob. – ela olhou pra ele com adoração, como se ele não fosse um tarado que tinha invadido o MEU quarto.

 

Tudo bem que era um muquifo, tudo bem que eu nem poderia acreditar que aquilo tava mesmo acontecendo, mas ainda era o MEU quarto e ELE ainda era um estranho qualquer que estava só de calça-moletom e que pelo visto DORMIU comigo, uma noite INTEIRA.

 

       Eu preparei o café de vocês na cozinha, o banheiro é no fim do corredor, querido. – O QUE? Ela tava mandando ele pro MEU banheiro????

 

 Correção – NOSSO - porque era meu e de Marta, mas peraê, Marta era empregada mas ainda era mulher, agora ELE, quem era ELE? Eu ia explodir a qualquer segundo, eu podia sentir a ira fluindo de dentro de mim e as rugas nascendo em meus olhos.

 

Ele saiu depois do que ela disse, com uma graça e uma leveza perturbadoras pro seu tamanho e eu me virei para Marta. Nós estávamos a sos agora e ela tinha muitas explicações pra me dar.

 

 

 

 

 

 

 

Jacob  P.O.V.

 

 

-         Quem é ele e o que fazia na minha CAMA? – a garota sibilou venenosa e arrogante.

 

Agora eu entendia o porque de Sam ter rotulado ela de menina riquinha da Califórnia.

 

Aquela garota que, sussurrava venenosa, para Marta no outro quarto - de certo achando que assim eu não escutaria - era a mesma da memoria pouco agradável de Sam. Fiz que nem ele tinha feito e sorri com aquilo, ela era infantil, não era o pior dos defeitos. Era apenas irritante.

 

-         A Srtª não se lembra? De nada? – Marta parecia preocupada.

 

-         Ahh! Eu me lembro, é claro. Deve ser por isso que estou perguntando. – sarcasmo; ela sabia ser doce, não é mesmo?

 

 

-         A Srtª se perdeu na mata quando FUGIU DE CASA, e então, eu liguei para Samuel. Ele foi com alguns amigos procurar a Srtª e foi aquele rapaz - que a senhorita acabou de acordar com um grito - quem a encontrou e a trouxe para casa em segurança.

 

A voz de Marta era calma e não parecia nem um pouco ofendida com o azedume da garota.

 

-         E então, aquele QUALQER achou que poderia DORMIR comigo, por causa disso? – ela se controlava para não gritar, dava pra ver na voz dela.

 

Fiquei com um pouco de raiva de ela me chamar de QUAQUER, daquele jeito metidinho dela; Não fui eu que me grudei nela como se minha vida dependesse disso.

 

Mas, eu estava de bom-humor, uma coisa que ainda me assustava, diga-se de passagem; e que mesmo assim, era compreensível.

 

Não era provável continuar na mesma monotonia de antes quando eu acabei de ter a noite mais tranqüila e maravilhosa daquele meu ano nada tranqüilo e nenhum pouco maravilhoso.

 

Nem um pesadelo me atingiu, nada de acordar gritando e tremendo; só o sono, apenas o apagar total do descanso, e, acordar com aquela garota gritando histérica e batendo o pé poderia até ter me enervado, mas, a cara que ela fez quando pensou que tinha transado comigo... e depois quando ela começou a me secar e fazer uma cara aprovativa com o que via... Foi simplesmente impagável. É claro que assim que ela deu por si ela me olhou com nojo, como se eu fosse um inseto. Nem isso me importou muito, era até engraçado.

 

Ela era bem bonita também, pude ver tudo o que Collin viu nela ontem, ali de frente pra mim, só com aquele camisetão que não escondia muita coisa. Tinha um tom dourado-claro de pele, de certo conseguido com muito bronzeamento lá na Califórnia. Não sei se era por ser a primeira garota em quem eu reparava realmente depois de a Bella aparecer na minha vida, mas ela era mesmo bem bonitinha, inegável.

 

 

-         A Srtª está sendo muito mal-agradecida. – a voz de Marta era de repente dura. – Foi a Srtª quem grudou nele e fez o maior escândalo para que ele ficasse aqui.

 

-         Isso é impossível! – a garota desdenhou prontamente. Eu ri mais um pouco. Ainda era estranho, depois de tanto tempo.

 

 

-         Jacob foi um cavalheiro, muito paciente e nos prestou um grande favor, a Srtª estava muito transtornada quando se perdeu...

 

-    Eu duvido muito! – ela continuou arrogante.

 

-          Então olhe para as próprias mãos e veja os arranhões. – Marta parecia ter desistido dos argumentos.

 

-         OH! – eu ouvi a arrogância sumir e a garota ofegar; uma pontada de dor distinta em sua voz.

 

Aquele momento mínimo onde ela deixou, sem querer, a mascara cair, foi o bastante para redimi-la de toda a sua infantilidade. Lembrei-me de Marta ligando para Sam ontem e dizendo desesperada, que a “Srtª Weelow era uma boa menina apesar de... tudo”.

 

Enquanto eu ouvia a conversa das duas, mesmo sem querer; afinal, eu não pedi por minha super audição, fui lavando meu rosto no pequeno banheiro e andando até a cozinha pra me sentar à mesa do café e não fazer nenhuma desfeita.

 

A tia de Sam parecia mesmo muito agradecida e não ficaria nenhum pouco feliz se eu fosse recusar o seu café, que alias cheirava muito bem e parecia ter sido feito todo “especialmente”.

 

-         Agora Srtª Weelow, eu quero vê-la arrumada e com bons ares naquela cozinha em dez minutos, para agradecer a Jacob Black por tudo o que ele fez pela Srtª.

 

-         Já tô lá Marta! – ela até se esqueceu de sussurrar; parecia que a mascara tinha voltado a toda.

 

-         ISSO, Srtª, NÃO está em discussão.

 

Depois dessa, eu só ouvi a porta do banheiro bater furiosa e ranger nas dobradiças. 

 

 

 

 

Amelie P.O.V.

 

 

Eu acho que o poder subiu à cabeça da Marta, sabe.

 

Ela ta claramente se aproveitando do fato de que é ela quem está responsável pela aplicação do meu “castigo” e como ela sabe que, EU SEI que ela pode, transformar o inferno onde eu vivo atualmente em alguma coisa PIOR, ela acha mesmo que pode ficar mandando em mim desse jeito.

 

Coitada dela, coitadinha mesmo se acredita que eu vou dar uma de “eternamente grata” praquele índio tarado que ela colocou aqui dentro, porque afinal de contas, eu posso até mesmo ter me perdido e acreditar naquela historinha ridícula dela de “fuga”, mas daí a cair nessa de que eu quis AQUELE LÁ aqui comigo, na minha CAMA?

 

 Essa é a historinha mais chula que já me inventaram, e olha que já tentaram fazer eu acreditar que minha melhor amiga Trace foi vista saindo de uma LIQUIDAÇÃO, outra coisa igualmente mentirosa.

 

Prendi meu cabelo em um rabo de cavalo no alto da cabeça, já que a umidade de Washington, onde ninguém é bonito, acabou deixando ele enorme e incontrolável; e os meus produtos de reparação de danos capilares ainda estavam perdidos em alguma daquelas malas no chão do meu – eterno suspiro – quarto.

 

Coloquei um vestido PRADA da coleção de inverno retrasada, quase um trapo; mas eu é que não ia me produzir pra me sentar na COZINHA e tomar café da manhã com AQUELE idiota de LA PUSH. Calcei meus chinelos plataforma MIU MIU e joguei um pullover de cashmere por cima porque estava muito, muito frio, desde que eu sai da cama quentinha.

 

Hellow, Washington no Natal, o que eu poderia esperar? Um Solzinho?

 

O cheiro do café me tomou por completo enquanto eu caminhava até a cozinha – suspiro BEM GRANDE – porque nunca na vida eu comi nada na cozinha; isso é coisa de SERVIÇAL.

 

Marta parecia ter se empenhado em fazer tudo a que o “convidado” tinha direito.

 

A primeira coisa que vi, ainda na porta do cômodo-miniatura, foi aquele rapaz enorme sentado na cadeira perigosamente pequena e sem estilo, com o peito nu como se desconhecesse os graus negativos de puro gelo lá fora.

 

PORQUE NINGUEM MANDAVA ELE VESTIR UMA ROUPA?

 

Isso já estava ficando ridículo. E afinal, porque ele ainda estava ali? Será que minha cara de nojo, que - Sim Marta! Eu nem disfarcei - não era dica o suficiente.

 

RALA daqui infeliz.

 

Ele me viu entrando, sorriu um sorrisinho zombeteiro como se achasse que era ele quem fazia um grande favor de estar ali e não o contrario. Índio cretino.

 

- Onde estão as minhas fibras matinais, Marta? – eu, obvio, ignorei ele totalmente.

 

-         Srtª Weelow, não vai dizer bom dia? – Marta pressionou. Eu lancei um olhar de aviso para ela.

 

A BRUXA PARECEU SE DIVERTIR. Ah, Marta nós nos acertamos mais tarde.

 

-         Bom dia Sr. Black. – eu disse como se cumprimentasse uma mosca. E então me sentei na cadeira mais distante dele que era infelizmente, diretamente a sua frente.

-         Bom dia Srtª Weelow. – e que tom sarcástico era aquele? Ai se eu não tivesse que me controlar na frente da Marta, esse infeliz ia se ver comigo.

 

Parecia ter até uma força que emanava dele e vinha contra mim, como um impulso de agarra-lo.... e PISAR em cima dele.

 

Ele comia com as mãos, ECA.

 

Era mesmo um selvagem!

 

E... ele era mesmo bonito,o maldito. Mesmo que eu reprimisse toda essa parte do meu cérebro para que ela não envergonhasse o restante, cometendo o erro imperdoável de se demorar naqueles MUSCULOS; definitivamente tinha academia no fim de mundo.

 

Eu precisava fazer a minha matricula.  

 

 

 

 

Jacob P.O.V.

 

 

Depois de tirar a barriga da miséria e conter mais um monte de risadas das caretas que a tal de Amelie fazia, eu tive que me concentrar muito mais em não gargalhar até estar numa distancia segura da casa, quando, Marta finalmente fez a garota me AGRADESCER.

 

Amelie engasgou com o mingau estranho que comia, titubeou, enrolou o máximo que pôde, ficou vermelha, lançou olhares furiosos para a tia de Sam e finalmente disse um OBRIGADO tão baixo e a contra-gosto, que só com minha audição de lobo eu pude ouvir.

 

Como não poderia deixar passar a oportunidade de mexer com ela mais um pouco, eu fiz uma reverencia antiquada, bem teatral - que arrancou risinhos de Marta – e disse na minha melhor voz de ironia.

 

-         Sempre as ordens Srtª.

 

E a deixei lá na porta da casa, pregada no chão, lívida de raiva. Se fosse um lobisomem tinha explodido toda a roupinha cara de marca, com certeza. Como era só uma patricinha da Califórnia, seus lábios se apertaram e ela me fulminou, me encarando de cima.

 

Era estranho como tinha uma espécie de força que me puxava pra ela, me fazia querer estar onde ela estava, mas absolutamente, não era nada romântico. Acho que era a minha implicância com ela, tão natural e com resultados tão divertidos.

 

Deus sabe que eu não me divertia há muito tempo. ERA SÓ ISSO. Eu gostava de estar achando graça das coisas de novo. Não diminuía a minha dor de cotovelo, mas me impedia de pensar NELA.

 

Tava andando distraído e percebi que até assoviava, quando vi Jared descendo a rua numa carranca que até parecia eu há dois dias atraz.

 

-         Hei cara. – chamei ele com um sorriso bobo ainda na minha cara. – Levou um encontrão, foi? – perguntei animado.

 

-         Jacob? – ele pareceu assustado, com certeza porque minha voz estava normal e até animada quando falei com ele.

 

-         E aí? – perguntei de novo. Ele voltou a expressão torturada de antes.

 

-         É aniversario da Kim e Sam mandou eu trocar os turnos com Seth de novo, porque Seth esta fazendo sabe-se o que com a Sue e ela precisa dele, então...

 

-         Hiiii cara, não tem ninguém pra trocar com você não?

 

-         Ta todo mundo ocupado, Kim vai me matar e ela vai ter razão quando fizer isso. Eu prometi que passava o dia TODO com ela e lá vou eu... RONDA! - ele cuspiu a ultima palavra.   

 

Eu lembrei o quanto me senti bem correndo de novo, depois de tanto tempo longe da minha forma de lobo, e aí também me veio à cabeça todos esses meses de negligencia com meu bando, deixando os caras dobrarem turnos e se virarem porque a donzela aqui tinha decidido parar de mudar pra morrer logo. Eu sei, eu parecia patético demais até pra mim.

 

-         Eu faço a ronda pra você, Jared, vai ficar com sua garota.

 

-         Mas Jake, você não...

 

-         Ei, sem problema, eu mudei ontem de qualquer jeito. Não comecei a envelhecer ainda. – dei um sorriso de presunção pra ele.

 

-         Nossa Jake, valeu mesmo cara, tu salvou a minha vida. – ele quase se ajoelhou na minha frente. - Caramba, a Kim vai de-li-rar. – separou as silabas empolgado. - Eu já tinha ligado pra ela... Ela chorou. – ele fez uma careta.

 

Eu era um cretino egoísta de ter deixado os meus irmãos na mão desse jeito. Mas, eu ia começar a me redimir, eu acho.Fiquei realmente feliz em poder ajudar. Kim era o IMPRINT do Jared e ouvir a garota chorando deve ter feito ele se sentir um verme.

 

-         Vai logo Jared. Vê se descola uns beijinhos por mim. – eu até fiz piada.

 

-         Valeu. – disse ainda, enquanto corria na direção contraria, aproveitando que não tinha ninguém na rua que pudesse ver ele se movendo tão rápido quando um velocista olímpico.

 

 

 

 

 

Amelie P.O.V.

 

 

-         Marta, o que foi tudo aquilo? Até parecia que estávamos recebendo o embaixador das Nações Unidas. – eu perguntei furiosa pra ela depois que aquele CACHORRO fez aquela reverencia ridícula e foi FINALMENTE embora. Ela ainda estava RINDO das gracinhas dele, a bobo alegre!

 

-         Ele é um ótimo garoto, não é Srtª Weelow? – ela ria e fazia aquela cara de adoração outra vez.

 

-         Ah, com certeza, Marta. Se você está acostumada ao PIOR!

 

-         A Srtª bem que deu umas boas olhadas pra ele que eu vi. – ela provocou.

 

Empregada LOUCA. Ela tava pedindo pra morrer.

 

-         Não tenha um derrame cerebral Srtª Weelow, ele é muito bonito. Não precisa ter vergonha de ter espiado.

 

-         MARTA. – eu gritei com muita raiva. – Suma da minha frente!

 

-         Claro, Srtª. – e foi, toda alegre, e quase saltitante, para a cozinha.

 

Eu segui pro meu quarto, contendo o suspiro dessa vez, já que era mesmo o meu quarto e eu teria que coloca-lo na melhor condição possível praquele fim de mundo onde agora eu EXISTIA. Por que aquilo não era vida, obvio.

 

-         Srtª Weelow, eu me esqueci, tenho algo para a Srtª que acho que vai te animar.

 

-         Você tem um revolver carregado, Marta?

 

-         Não diga besteiras Srtª. – ela repreendeu seria. - Seus pais disseram que eu poderia lhe dar o celular de volta quando chegássemos. 

 

Essa era nova, e era realmente uma boa coisa. Já tinha umas 48 horas que eu não falava com a Trace e esse foi o maior tempo que fiquei sem falar com ela em toda a minha vida.

 

Nem quando fui para as florestas do Nepal, em uma excursão educativa eu fiquei sem falar com ela; na ocasião eu usei um telefone que funcionava por um satélite em um posto da cruz vermelha.

 

-         Mais uma coisa Srtª. – Marta falava da cozinha. – Seu celular foi convertido para o sistema pré pago e a senhorita tem direito a dois cartões de 30$ por mês!

 

-         O QUE? – parece que essa pergunta estava se tornando o meu jargão.

 

É claro que a NOVIDADE de Marta não era mesmo melhor que uma bala na cabeça. Eu não fazia idéia de quantas chamadas interestaduais se fazia com 30$, porque não sou pobre e nunca fui, então eu não conto misérias; mas de uma coisa eu estava certa, não eram MUITAS!

 

Eu mencionei que odiava tudo nessa NOVA DROGA DE VIDA? EU MENSIONEI?

 

Nem fui até lá pegar o celular, nem tinha mais graça mesmo. Eu esperaria a hora em que eu pudesse usar o MEU computador, que nem parecia mais meu, então eu mandaria um e-mail qualquer pra minha melhor amiga e se ela tivesse pena da alma sofredora que sou eu, ela me ligaria, no intervalo entre seu maquiador e seu cabeleireiro, antes de ir pra balada da noite e aí eu poderia ter algum, PEQUENO e MINIMO conforto.

 

 

 

 

Jacob P.O.V.

 

    Fui arrancando a minha calça e amarrando no tornozelo, o calor percorrendo minha espinha, tão conhecido, tão fácil e instantâneo.   Joguei meus braços pro alto como quem se espreguiça e quando eles desceram novamente, atingiram o solo; eu já era um lobo. Comecei a correr para leste contornando o perímetro esterno que sempre patrulhávamos primeiro.   Jacob?   A voz em minha cabeça era a de Leah, ela estava correndo no sentido contrario e ainda tinha mais três horas de ronda pelo que pude captar de seus pensamentos. Estava surpresa em me ver.   Não desistiu dessa vida, garoto?   Ela meio que repreendeu.   Só fazendo um favor pro Jared.   Eu não preocupei em desmentir porque eu não sabia se realmente ia voltar pro bando, tentei não pensar nisso também. Leah não era uma grande respeitadora do espaço alheio e eu não queria uma “conversa intima” com alguém em minha cabeça.

 

Graças a Deus!

 

Epa, essa era nova. Leah não ia com a minha cara e agora estava grata por me ter na ronda e não o Jared?

 

Gosta de mim agora, Leah?

 

Eu provoquei.

 

Não enche pirralho.

 

Leah, doce como sempre! Mas então ela não se controlou e eu vi o porque do alivio dela. Eu não era uma pessoa IMPRINTED e ela não teria que passar as próximas horas sentindo a falta do “amor eterno” através da mente de outra pessoa.

 

Parece que eu fiz um favor a você também.

 

Eu soltei um uivo-risada.

 

Ah, claro Jacob. Te devo a minha vida. Quando quer que eu pague?

 

Ela pensou azeda, mas ainda sim me preferia no lugar de Jared porque pelo menos eu também sofria um pouco da dor que ela sentia.

Essa doeu então fiz um imenso esforço pra me concentrar nos borrões de verde passando por mim, meus músculos tensos na corrida frenética.

Como não tava adiantando eu pensei naquela manhã, o rosto de Amelie cheia de raiva de mim na porta de sua casa, me divertindo com a memoria.

 

Uma garota, Jake?

 

Leah estava interessada, de repente.

 

Cuide de sua vida.

 

Eu ladrei.

 

Os pensamentos dela foram até o dia em que pedi para Sam ir atraz de Bella e os Cullen por vingança, ela não conseguia controla-los e eu comecei a rugir pra ela. Leah teve muita pena de mim naquele momento e teve medo que eu nunca mais me envolvesse com uma garota de novo quando viu o quanto machucado eu estava; ela me achava muito jovem pra sofrer as coisas que ELA sofria. Eu ia voltar a forma humana pra me livrar disso. Eu ia fazer isso agora mesmo.

 

Não vá Jacob, por favor.

 

Ela lamuriou-se por me fazer sofrer. Eu continuei como lobo, mas parei a corrida e esperei que ela não pensasse em nada daquilo de novo.

É claro que ela me fez lembrar exatamente de como eu me senti na ocasião e isso não me ajudou em nada. Eu queria justiça pela vida humana que se perdera, mas de que vida eu falava naquela época, da minha ou da de Bella? Lembrei de como me sentia inútil e culpado por não ter sido o suficiente para ela, por não ter conseguido traze-la para uma vida, não normal; mas pelo menos, humana.

 

Não deve se punir Jacob. Ela nunca te mereceu.

 

Ela não se conteve.

 

Como é o seu vestido de dama de honra, Leah?

 

Eu alfinetei sem dó.

 

Já entendi Jacob, Já entendi!

 

Ela se defendeu.

 

Bella é o seu Sam.

 

Esse pensamento realmente escapou, eu soltei um gemido.

 

Informação demais, Leah.

 

 

Ficamos um bom tempo nos controlando e fazendo nossa ronda até que ela voltou com assuntos mais leves, não que eu quisesse conversar, mas tinha escolha?

 

Quem é a garota, Jake? Não vou pensar nada que eu não deva. Me conte.

 

Toda mulher gosta de fofoca -  Eu pensei e ela grunhiu um -  “Eu ouvi isso Jake.”

 

Sabe a tia de Sam, que se mudou da Califórnia recentemente?

 

Sim

 

É a tal de Srtª Weelow, a garota que veio com ela, a filha dos patrões.

 

Eu esclareci, querendo saltar fora desse assunto.

 

A patricinha?

 

Leah perguntou com sarcasmo, com certeza tinha ouvido falar da garota pelos outros do bando e agora analisava Amelie como se tivesse gozando da minha cara por escolhe-la.

 

Eu não quero nada com ela Leah.

 

Disse começando a ficar de mal-humor com o rumo da conversa.

 

Então porque pensou nela pra se destrair?

 

Ela estava adorando tudo, acreditava ter captado uma paixonite no ar.

 

Vá lamber sabão Leah.

 

Eu cuspi.

 

Todo nervosinho.

 

 

Que ótimo, agora eu estava fazendo a ronda da Leah mais feliz, às minhas próprias custas. É realmente uma forma LINDA de passar o dia.

 

Ela uivou uma risada.

 

Você foi trocada na maternidade, Leah?

 

Eu perguntei, serio.

 

Claro que não. Porque?

 

Ela parou de correr.

 

Sue e Seth são muito agradáveis, certamente não é de família.

 

Eu falei amargo, querendo atingi-la.

 

Ah! Diga uma coisa que eu já não saiba, Jacob.

 

Ela deu de ombros.

 

Como a minha tentativa de insulta-la não resultou em nada, ela ficou na minha cabeça por pelo menos mais uma hora e meia enquanto não vencia a ronda dela, e eu, no final daquela hora e meia, já estava achando que o meu favor para Jared fora maior do que ele um dia mereceu.

 

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

**************************************************
muito obrigada por lerem mais essa fic!!!!! OU se não sabem sobre minha outra fic, passem por lá se der:

The drug of love -
http://fanfiction.nyah.com.br/historia/36639/The_Drug_Of_Love_JakeNessie