A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 29
Capítulo 28 - Batalha Final


Notas iniciais do capítulo

*Ultima parte do fim como prometido, desculpa o atraso, tive alguns contratempos! Agradescimentos e Epilogo, juntos, no mais tardar segunda-feira!!! bjossss ^^



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Batalha final

Jacob POV

O fim de semana passou como um flash e não mais que de repente estávamos subindo a bordo daquele jato para voltar à amarga realidade. Não tivemos coragem para nos despedirmos das garotas e apenas deixamos que dormissem. Não estávamos nos sentindo nada heroicos mas ninguém ali aguentaria uma outra despedida então fomos apenas, terrivelmente práticos.

- Temos duas semanas até o conflito. - Sam disse assim que o avião ganhou o ar. - Precisamos intensificar os treinamentos e selar as fronteiras mas também precisamos encontrar uma forma de deixar todos inteiros para o dia do confronto. Eu estou tão acabado quanto vocês mas não quero mais saber de perda de sono, má alimentação ou exaustão física. Vocês já conhecem seus limites. Respeitem eles e trabalhem com eles.

Eu concordei enquanto via um após outro fazer o mesmo. Daquele instante em diante tínhamos de trancar nossos corações. Os nossos sentimentos nos faziam mais fortes porque nos lembravam o porque de lutarmos sem desistir mas também conseguiam nos deixar fracos por nos dizerem a todo momento o que estávamos perdendo.

Devíamos sentir agora apenas a raiva que nos moveria pra cima daquele bando de sanguessugas italianas enquanto mostrávamos para eles que aquela guerra seria seu pesadelo tanto quanto era o nosso.

Amelie POV

Despistei Kim para que dormisse com Emily e não comigo, arrumei uma pequena valise com tudo o que a tal vampira Nina havia me alertado para levar, peguei minhas vitaminas de gravida e o lanchinho que Marta arrumara pra mim pensando que eu levaria para a escola de manha e segui meu coração mesmo sabendo que teria grandes problemas com Jake por estar fazendo tudo isso pelas costas dele.

- Oi Amelie, ainda não foi para a cama? - Rachel me surpreendeu no corredor e eu mal consegui esconder a valise que eu levava comigo.

Já faziam duas semanas que os garotos tinham voltado para La Push e embora as garotas não soubessem que estávamos à 24 horas do confronto que decidiria nossas vidas, eu sabia, porque eu estava agora mesmo fugindo exatamente para o olho do furacão.

- Eu só pensei em descer e fazer um pouco de sauna para relaxar. - menti com minha melhor cara de inocência.

- Ah, boa sauna então! - ela disse toda aérea sem questionar o porque de eu estar levando uma grande parca em meus braços enquanto calçava botas de couro confortáveis e sem salto mas que ainda gritavam “FUGITIVA” bem alto.

Creio que não poderia culpar a Rachel e as garotas por estarem no mundo da lua. Por mais que elas não soubessem ao certo o que estava acontecendo acho que todas nós sentíamos que chegara a hora.

Já fora dos portões da mansão, não olhei para traz enquanto erguia meu queixo e firmava minha escolha. Andei um quarteirão e esperei. Não que eu tenha esperado muito.

- Tem tudo o que precisa? - Nina apareceu me assustando embora tivesse um sorriso ameno na face e transmitisse confiança.

- Sim. - eu respondi. - Estou pronta!

Jacob POV

- Chegou a nossa hora. – Seth passou pela porta da casa de Emily e Sam e sua expressão era séria como nunca antes fora. Eu mal reconhecia o garoto animado que vivia me pentelhando naquele novo cara compenetrado e de ações mecânicas como o resto de nós.

Tirei minha camiseta e meus tênis, saindo da casa e vendo todos os outros garotos do bando fazerem a mesma coisa.

Nós já sabíamos onde deveríamos nos encontrar com os Cullen e esse era o sinal. Agora nos restava esperar e ter fé de que tudo seria resolvido para o melhor. E mesmo assim, se não tivéssemos tal sorte, precisaríamos confiar que estávamos preparados para proteger todos os indefesos que de nós dependiam.

Amelie POV

- Você é muito corajosa garota, eu preciso dizer! - a vampira olhou pra min com seu sorriso aberto e gozador. - Vejamos bem, aqui está a mexa de cabelo do seu lobo, uma mexa do seu próprio cabelo, algo que ele deu a você, algo que você deu à ele... - ela entoava enquanto juntava todas as coisas que me pediu pra levar dentro de um paninho velho e encardido.

É claro que eu estava com medo, estava confusa e estava pirando total enquanto o jato do meu tio me levava de volta à La Push.

- Bem, espero que você não tenha medo de agulhas porque preciso de um pouco do seu sangue para juntar com esse aqui. - ela chacoalhou um vidrinho com um liquido vermelho escuro e eu me perguntei se aquele sangue era do Jake e como ela teria conseguido aquilo.

Meio que fazendo tudo no piloto automático eu estendi meu braço para ela e apertei o lábio inferior com os dentes enquanto ela procurava uma agulha dentro da própria bolsa.

- É descartável, fique tranquila! - ela abriu a embalagem na minha frente como se achasse esse tipo de preocupação um tanto engraçada.

A picada doeu mas não foi nada que eu já não tivesse sentido em exames médicos. Não estava disposta a choramingar.

- Bem, estaremos chegando no meu hotel dentro de alguns minutos e vamos ficar lá enquanto eu preparo você para o ritual. Preciso lembrá-la outra vez de que enquanto sua ligação com seu bebê e o seu lobo estiver fortalecendo o bando dele, você estará totalmente vulnerável porque qualquer feitiço que eu viesse a lançar sobre você para evitar isso anularia toda a coisa, certo? Tem certeza que quer fazer isso? - ela perguntou depois de tagarelar.

Apenas acenei com minha cabeça positivamente e ela continuou seu monólogo.

- Você será protegida por Michael e John todo o tempo, são dois amigos meus e de Oliver que já lutaram mais batalhas do que podem contar mas ainda assim, se os Volturi tiverem sua própria bruxa, o que eu acho tremendamente difícil - mas nada é impossível - você não estará em segurança. Não teremos tempo de olhar por uma humana enquanto tentamos defender nossa própria vida. - ela parecia mais seria agora.

- Eu entendi e eu quero ajudar! É o único jeito, não é?! - disse quando percebi que ela continuaria tentando me dissuadir se eu não parecesse totalmente certa daquilo.

- Sim criança, esse é o melhor jeito! Acho que é o único também.

Quando eu menos esperei o avião pousou, Nina pediu minha permissão para me carregar em suas costas e enquanto me instruía à fechar os olhos, me levou até um quarto alugado de uma pousada um tanto chinfrim que eu particularmente não chamaria de hotel.

Era totalmente alucinante ser carregada por um vampiro, no entanto, como estar em uma grande montanha russa só que mais rápido e mais suave.

- Tire a roupa. - ela disse na maior como se eu fosse mesmo fazer aquilo. - O que foi, não me ouviu? - questionou quando eu continuei ali parada e obviamente vestida. - Hei, se não fosse totalmente necessário eu não teria pedido, OK? - ela foi paciente. - Eu posso me virar se você quiser!

Comecei a obedecer sem tempo para ser pirracenta e amedrontada demais com o tom de repente serio de suas palavras. Ainda de costas ela continuava suas instruções.

- Eu preciso que você tire brincos, anéis, prendedor de cabelo, calcinha, soutien, qualquer coisa, certo?

Eu obedeci em silencio sentindo o frio tomar conta de mim.

- Agora vá até o banheiro e mergulhe naquela banheira que está cheia e não se importe com as folhas. Não estão sujas nem nada assim. - ordenou ainda sem me olhar. - Fique aí até que eu te chame e por favor, de agora em diante concentre-se no seu lobo, nos seus momentos com ele. Tente não pensar em mais nada a não ser ele. - ela ainda dizia enquanto eu pensava que isso sim seria fácil. Jake já ocupava 90% do meu pensamento de qualquer forma. - Não se enxugue quando eu mandar você sair e não interrompa seus pensamentos.

E então eu contrariei todas as minhas impressões sobre onde e como eu devia me banhar e entrei na tal banheira que tinha de flores até folhas de todo o tipo, algumas tão pequenas que pareciam até aquela coisinha que colocam em cima da pizza.

- Venha até mim. - Nina disse depois do que me pareceu um longo tempo. Pelo menos o banho não fora gelado. - Vista isso! - me atirou um pedaço de pano muito velho e miserável que fez com que eu desse dois passos para traz.

- Ah, vamos, sem frescuras! - me repreendeu com severidade ainda sem me encarar, respeitando meu espaço como podia. - Isso é uma túnica de algodão egípcio, colhido, fiado e tecido a mão por virgens do templo de Isis a mais de um milênio. É a única coisa que você pode vestir sem comprometer o ritual e pode agradecer à minha obsessão por peças raras e antigas porque se não fosse por essa túnica aí você teria de ir nua mesmo e eu garanto que nenhum dos Volturi te daria às costas em consideração.

- Eu morrerei de frio! - defendi o único argumento que talvez fosse me salvar de vestir apenas aquele trapinho mofado.

- O encantamento te manterá aquecida assim que eu conjurá-lo. - garantiu.

E então eu percebi que ela falava sério quando depois de engolir uma poção extremamente doce que eu não gostaria de pensar que envolvia meu sangue e os fios de cabelo que ela pegara comigo, e ficar andando em minha volta, pronunciando uma cantilena no que parecia latim, Nina finalmente me declarou pronta, me entregando um colar que parecia uma pequena trouxinha com cordas e me colocando nas costas outra vez para me levar até o campo de batalha.

Jacob POV

A clareira era a mesma onde encontramos o exercito de recém-criados não muito tempo atrás. A relva estava voltando a esverdear-se depois do inverno rigoroso que tivemos no Natal. Sam nos colocou em formação, uma especie de V que protegeria os mais novos e colocava os mais habilidosos na linha direta do ataque. Ficamos dispostos logo atrás da formação dos Cullen, que já estava pronta quando chegamos e fazia uma distinção clara de quem estava ali para lutar e aqueles que vieram como Carlisle dissera, apenas para testemunhar o crescimento do garoto meio-vampiro.

Havia um bom numero de aliados que estavam dispostos à lutar. Eu conseguia contar mais ou menos vinte e cinco vampiros entre Cullens, os Denali e aliados trazidos por Oliver. A matilha estava maior também e como prometemos que deixaríamos todos lutarem por mais novos que estes fossem, contávamos com Seth, Collin, Brad, Neil, Daniel e Nick, além de Sam, Paul, Jared, Embry, Quil, Leah e eu.

Todos estavam tensos à espera de algo, um sinal que fosse da grande chegada. Mas até agora nada dos sanguessugas italianos. Só a expectativa e as infrutíferas tentativas de concentração. Porque não tem como você não pensar nas pessoas mais importantes da sua vida quando está prestes a arriscar sua vida e eu sei que como todos os outros caras eu fiz um juramento de que nesse campo eu seria só um soldado mas não dava simplesmente para arrancar o marido e pai de dentro de mim. Sam rugiu ao meu lado tomando minhas palavras como dele e pude ver nas mentes de Paul e Jared o mesmo medo que me rondava.

Mas então algo se mexeu do outro lado da clareira, na mata escura a nossa frente onde nem os nossos poderosos olhos definiram ao certo o que estava vindo por ali. O cheiro de vampiro dominou nossos sentidos mesmo quando já estávamos cercados pelo fedor dos aliados.

Não eram os Volturi afinal. O ultimo pensamento que captei da matilha antes de mudar de forma imediatamente foi o de Seth, já que ele reconhecera o visitante antes de qualquer um de nós. A vampira que chegou até a formação dos Cullen sem causar comoção deveria estar do nosso lado mas certamente não foi ela que me fez abandonar qualquer protocolo.

A fria trazia consigo uma garota humana. Garota essa de quem eu reconheceria o perfume à quilômetros de distancia.

Amelie POV

Nina me pôs no chão gelado e eu notei que embora o seu feitiço tenha me mantido aquecida, eu ainda podia sentir o friozinho incomodo nas solas de meus pés.

No entanto, não tive nem um segundo sequer para observar em nossa volta ou me indignar por estar descalça quando meu Jake irrompeu da formação de vampiros desconhecidos em sua forma humana, vestindo apenas a sua bermuda e com uma carranca que me deixou realmente amedrontada como nem os sanguessugas deixaram.

- O que está acontecendo aqui? O que ela faz aqui? Quem é você sanguessuga? Saia de perto dela, eu só vou avisar uma vez! - ele falava tão irritado que eu podia ver suas mãos tremerem enquanto ele as apertava em punho.

Em menos de outro segundo, Sam e Embry já estavam ao lado dele, também em suas formas humanas.

Não sei como, mas aquela situação toda me deixou um pouco idiota e como eu sabia da minha culpa de não ter preparado ele pra nada daquilo mesmo que fosse inevitável ele me ver e fazer todo esse escândalo, eu só fiz uma careta e disse:

- Oi amor. Fico feliz que você está bem!

E então a atenção dele voou de Nina para mim como que na velocidade da luz e agora eu estava mesmo ferrada.

- O que significa isso, Amelie? - ele perguntou diretamente pra mim quando Nina foi se juntar à Oliver ignorando-o completamente.

- É... bem... é meio complicado amor, eu explico depois certo? Agora vamos ficar ali quietinhos e esperar com os outros, certo? Deveria se trans...

Mas eu nunca acabei de dizer aquilo.

- Amelie Violet Black, eu te fiz uma pergunta e eu mereço uma resposta direita. O que você pensa que está fazendo aqui? - e como ele tinha acabado de falar meu nome inteiro, meu novo nome, diga-se de passagem, eu me senti intimidada o suficiente para contar a ele o que era tudo aquilo ali.

Depois de mais alguns gritos, risadas disfarçadas de um vampiro grandalhão que nos olhava como quem assiste uma novela mexicana e tentativas de Carlisle em acalmar Jake e meu tio Oliver e Nina explicando direito como toda aquela coisa de feitiço funcionava, eu ainda acho que Jacob não estava disposto à cooperar com a idéia, já que ele disse que um lobo mais jovem me escoltaria até La Push não importa o que eu tenha pensado que faria.

E foi naquela hora que ele provocou a garota errada porque eu estava sendo muito boazinha até aquele momento e ele bem sabe como eu o amo, mas ele tinha que entender que não mandava em mim e que naquela altura do campeonato eu não sairia dali de jeito nenhum.

- Jacob Black, seu grande troglodita, eu fiz uma escolha e ninguém me obrigou à isso. Foi errado não te contar? Foi! Você teria me deixado vir se eu tivesse contado? - e então ele mesmo respondeu um NÃO bem alto, mas antes que ele continuasse e ganhasse força novamente, eu prossegui. - Você acha que eu vou embora porque você mandou?! Porque sua ignorância não deixou você prestar atenção quando todos explicaram que eu posso ser a única chance de todo mundo aqui?! Eu sei o que eu estou fazendo, seu idiota! Essa é a chance que eu tenho de garantir ao meu filho que ele não vai crescer sem pai e eu acredito que possa funcionar ou eu nunca colocaria ele em risco. Não questione o meu direito de estar aqui e proteger a quem eu amo de um jeito que só eu posso fazer quando você está aqui fazendo a mesma coisa. Eu te entendi desde o começo. Eu apoiei você...Faça o mesmo!

E então, ele foi e me deixou ficar, pedindo desculpas pelo barraco publico?

É claro que não! Ou ele não seria o teimoso, impulsivo e grosso do meu marido, muito amado.

Jacob apenas me calou com um beijo que mais parecia uma agressão e então me jogou em cima de seu ombro e começou a caminhar em direção à floresta decerto pronto pra me levar até La Push ele mesmo.

E aí tudo parou, como se o tempo tivesse mesmo congelado a todos e algo o impediu. A mesma coisa que fez as expressões de cada ser ali naquela clareira, fecharem-se e convergirem para uma mascara de poder, enquanto Sam e Jared voltavam imediatamente à suas formas de lobo e todos mantinham suas posições que exalavam defesa.

Fui tirada do seu ombro, mas mantida em seu colo. Dois vampiros que estiveram ao lado de Nina vieram para mais perto de mim e Jake e pude reconhecê-los como meus prometidos seguranças.

Porque do lado exatamente oposto ao que nos encontrávamos, logo à nossa frente, uma longa formação horizontal de gente encapuzada se colocava, rígida e sem falhas. Eles se moveram juntos antes de finalmente pararem à vários metros deixando um miolo entre os dois grupos, como se fizessem uma terra de ninguém.

E ali eu percebi que nunca realmente tinha entendido o significado do medo antes, nunca antes percebi minha respiração faltar e nunca antes conheci pavor grande o bastante para fazer com que meu estomago embrulhasse todo quando eu sabia que dessa vez, a gravidez nada tinha a ver com meu mal estar.

Os tais Volturi haviam chegado. A nossa hora havia chegado.

Eu estava às portas de minha morte ou de um triunfo do qual jamais poderia imaginar.

Jacob POV

A Amelie era maluca mas aquilo ali era mais serio. Como ela esperava que eu fosse conseguir lutar enquanto ela estava ali no meio de tudo, e sinceramente, quem pôs aquela roupa nela? Se aquilo podia ser chamado de roupa, afinal. Ela devia estar congelando. Só me faltava pegar uma pneumonia. Eu sei que devia ter me separado dela e me transformado. Metade da minha mente e meu corpo gritavam por essa resolução mas a outra metade que parecia ganhar a disputa manteve-me ali, colado à ela, esquentando-a com meu corpo e decida a protegê-la acima de qualquer juramento ou comportamento sensato.

- Tão teimosa! - Sussurrei para ela sem conseguir manter o tom de raiva de antes quando olhava seus grandes olhos cinzento completamente apavorados com a chegada dos Volturi que me pareciam tantos que seriam capazes de nos engolir em menos de uma tentativa.

- Vai dar tudo certo Jake, apenas fique comigo. Nós precisamos nos lembrar de tudo que passamos. Precisamos nos tornar um só em pensamento e nossa ligação vai ser forte o bastante! - ela falou com a voz falhada mas dava pra ver que ela acreditava no que dizia.

A apertei um pouco mais e já que não havia nenhuma outra atitude à tomar, acreditei também.



TRECHOS do cap 36 de “Amanhecer”, Livro 3, Bella.



Carlisle enquadrou seus ombros e andou vários passos à frente da nossa linha defensiva. Odiei vê-lo sozinho, desprotegido. Ele estendeu os seus braços, apoiando as suas palmas como em uma saudação.

  • Aro, meu velho amigo. Já se passaram séculos.

Pela primeira vez, a fileira dos Volturi reagiu. Uma rosnadura murmurada rolou pela linha, um olhar feroz sob as sobrancelhas, lábios enrolados atrás de dentes. Alguns dos guardas inclinaram-se para frente agachados.

Aro apoiou uma mão em direção a eles. - Paz.

- Palavras justas, Carlisle - ele falou em sua voz fina. - Elas parecem fora do lugar, considerando o exército que você reuniu para me matar, e matar os meus queridos.

Carlisle sacudiu a sua cabeça e esticou a sua mão direita para frente como se não houvesse ainda quase cem metros entre eles.

- Você tem apenas que tocar a minha mão para saber que essa não nunca foi a minha intenção.

Os olhos perspicazes de Aro se estreitaram.

  • Mas como a sua intenção pode importar, querido Carlisle, em vista ao que você fez? - Ele franzir as sobrancelhas, e uma sombra de tristeza cruzou seu rosto — se era verdadeira ou não, não posso saber.

  •  
    • Não cometi o crime para o que você deve me punir aqui.

  • Então dê passagem para punir os responsáveis. Realmente, Carlisle, nada me agradaria mais do que conservar a sua vida hoje.

  • Ninguém violou a lei, Aro. Deixe-me explicar. - Novamente, Carlisle ofereceu a sua mão.

Antes que Aro pudesse responder, Caius veio rapidamente para a frente ao lado de Aro.

  • Tantas regras inúteis, tantas leis desnecessárias que você cria para você, Carlisle - o antigo cabelo branco assobiou. - Como é possível que você defenda a quebra daquela que realmente importa?

  • A lei não foi quebrada. Se você escutar...

  • Vimos a criança, Carlisle - Caius rosnou. - Não nos trate como tolos.

  • ELE não é imortal. ELE não é vampiro. Posso comprovar facilmente isto em somente alguns momentos...

Caius o corta.

  • Se ele não é um dos proibidos, então por que você reuniu um batalhão para protegê-lo?

  • Testemunhas, Caius, assim como você trouxe. - Carlisle gesticulou irritado com a horda na borda da floresta; alguns deles rosnaram em resposta. - Alguém desses amigos pode lhe dizer a verdade da criança. Ou você pode apenas ver ele, Caius. Ver o rubor do sangue humano nas suas faces.

  • Artifícios! - Caius repreendeu. - Onde está o informante? Deixe-a vir aqui na frente!

Ele olhou por cima de seu pescoço para ver Irina que se encontrava atrás das esposas.

  • Você! Venha!

Tanya e Kate assobiaram sincronizadamente. O corpo de Irina estava rígido e os seus olhos finalmente concentraram-se em Caius. Ele apontou seu dedo para E.J, que estava às minhas costas.

  • Esta é a criança que você viu? - Caius exigiu. - Aquela que era obviamente mais do que um ser humano?

Irina olhou para nós, examinando E.J. pela primeira vez desde sua entrada na clareira. Sua cabeça inclinou-se ao lado, a confusão cruzou seu rosto.

  • Então? - Caius rosnou.

  • Eu… não estou certa - ela disse, seu tom era desconcertado.

A mão de Caius se contraiu como se ele quisesse lhe esbofetear.

  • O que você acha? - ele disse em um sussurro de aço.

  • ELE não é o mesmo, mas acho que é a mesma criança. Acho que é ELE modificado. Esta criança é maior do que aquela que vi, mas...

A respiração furiosa de Caius crepitou repentinamente e ele mostrou os dentes. Irina parou de falar. Aro foi para o lado de Caius e pôs uma mão em seu ombro.

  • Se recomponha, irmão. Temos todo tempo para classificar isto. Nenhuma necessidade de ser rápido.”

Nina POV

Sentia-me como uma adolescente outra vez, e pior que isso, sentia-me tremendamente humana enquanto repetia em minha mente milhões de vezes: Tomara que eles não tenham uma bruxa, tomara que eles não tenham uma bruxa!

Eu sabia que nenhuma de minhas irmãs trabalharia para um vampiro mesmo que disso dependesse sua própria vida e até onde eu sabia só eu tinha sido arrogante, mesquinha e teimosa o bastante para me transformar em uma vampira, explicando o porque de eu estar ao lado de vampiros no momento, mas mesmo assim um monte de imagens passavam por minha cabeça alimentadas por minha ansiedade. E se eles estivessem mantendo uma bruxa presa, ameaçando sua família ou até mesmo tivessem encontrado uma bruxa ainda bebê e a criado para sua guarda? Pelo que eu conhecia dos Volturi, eles eram capazes de tudo.

A única coisa que realmente me confortava era o pensamento claro de que Aro Volturi nunca acreditou muito no poder das bruxas e por isso nunca pareceu disposto à mantê-las contra sua vontade ao seu lado.

Olhar para Amelie e seu lobo, no entanto me fazia bem. Aquele feitiço estava amarrado com cordas inquebráveis, mais seguro que se protegido com aço. Nunca antes eu tive a oportunidade de controlar uma ligação daquelas e eu podia sentir o poder se esvaindo do meu corpo e se juntando ao deles para completar o ritual de uma forma que me tranquilizava, me fazendo mais crente do que eu gostaria na possibilidade que nem se os Volturi tivessem uma bruxa, ela teria força suficiente para quebrar tal elo.

Subestimar o inimigo não era algo que eu fazia com frequência então me forcei a me manter humilde.

E quando a formação de encapuzados saiu das arvores e todos ficaram em seu segundo particular de medo eu só conseguia sorrir como se eu fosse uma garota de sete anos novamente e estivesse no quintal de minha casa em um dia de verão enquanto minha mãe descascava pêssegos para fazer grandes quantidades de doce, porque eu sentiria uma bruxa se ela estivesse ali, assim que eles chegaram, mas não havia qualquer outra bruxa em toda aquela clareira que não fosse eu mesma. Nós estávamos definitivamente salvos e o plano estava de pé.

Haveria vitória hoje e ela não seria Volturi.

Oliver POV

Assim que Nina olhou para mim eu entendi apenas pelo arco agradável de seu sorriso e seus olhos brilhantes que estávamos cobertos. Os números estavam totalmente aceitáveis. Haviam trinta e dois Volturi e fazíamos um grupo um pouco maior embora nem todos fossem lutar em caso de conflito.

Ouvi quando Edward disse que os vampiros que vieram junto com os Volturi e eram sim, muito numerosos, nunca se envolveriam em um confronto e isso também me confortava.

Foi com grande decepção, no entanto, que eu pude ver Alice Cullen entrando na clareira assim que Aro Volturi declarou que E.J. poderia ser perigoso, quando nem mesmo os Cullen sabiam ao certo como ele cresceria.

Porque a pequena vidente não havia abandonado sua família como todos pensamos. Ela trazia um garoto, o qual apresentou a Aro junto à mais uma testemunha que provava que para os meio-vampiros era até mais fácil passar desapercebido no mundo dos humanos. Eles se alimentavam também de comida e atingiam a maturidade e então permaneciam vivendo naquela forma por muito tempo. O garoto que ela trouxera, por exemplo, parecia ter uns 16 anos mas já tinha por volta de 150.

Duvidei de que houvesse conflito depois de toda aquela diplomacia bem sucedida.

Até que Caius Volturi assinou sua sentença de morte, chamando Irina Denali outra vez. Dessa vez, no entanto, não era para que ela testemunhasse sobre a criança, refazendo suas acusações, que nos levaram ali, em primeiro lugar. O porco estava apenas interessado em assassiná-la por ela tê-lo exposto a tal vergonha, de estar completamente errado perante suas testemunhas e todos aqueles a quem ele julgava-se superior.

Eu vi a fúria bulir nos olhos de todos entre nossos aliados e se alojar permanentemente em Tânia e Kate Denali, um segundo antes de apreciar a realização dos meus planos.

Amelie POV

Tudo estava muito tenso, conversas que eu não conseguia ouvir pela distancia em que eram travadas e coisas das quais não entendia muito. No fim, parecia que eles estavam se resolvendo muito bem já que ninguém tinha começado a morder ninguém ainda e em algum lugar da minha mente ainda mais perturbada que o normal, eu imaginava que eles brigariam assim: às mordidas.

- Porque nada está acontecendo? - perguntei à Jacob que recusara-se a se transformar e ainda me mantinha em seu colo.

- Pelo que eu posso ouvir, Alice, a sanguessuga baixinha que acabou de chegar, conseguiu provar que o garotinho não é uma ameaça – ele disse tentando se concentrar no que acontecia.

É claro que o menino não era uma ameaça. Ele estava no colo da tal Bella mas era uma gracinha. Olhava para mim cheio de vergonha e eu sorria para ele deixando-o ainda mais vermelho. Acho que ele ficava imaginando o porque de eu estar no colo de alguém, como só ele estava, se eu não era mais criança.

De repente a conversa acabou e todos ficaram mais tensos.

E então eu não conseguiria dizer o que aconteceu ao certo, mas só o que eu sei é que tudo se transformou de repente, quando a nossa frente uma pequena pira se acendeu e algo começou a queimar nela por mais que eu não pudesse ver o que era.

Duas mulheres vampiras do nosso lado rugiram como animais selvagens e raivosos. Meus seguranças fecharam o cerco sobre mim e Jake, e eu sabia que havia chegado a hora onde tudo acontece quando vi meu tio Oliver avançar na terra de ninguém e arrancar a cabeça do primeiro vampiro que apareceu na frente dele, como se aquela criatura não fosse nada mais que um boneco.

Fui parar no chão e Jake explodiu no grande lobo castanho avermelhado que eu já vira antes. Ele rugiu para a linha inimiga enquanto vários vampiros de ambos os lados avançavam uns sobre os outros e eu via os primeiros lobos irem de encontro aos seus alvos.

Com um alívio prematuro, meio impossível de se conter, eu notei que mesmo que a maioria dos adversários fossem apenas borrões para mim, nenhum dos lobos parecia ter sido atingido e uma coisa engraçada – por falta de expressão melhor – acontecia logo mais adiante com uma vampira de manto preto, que mais parecia uma menininha. Ela estava cercada por dois vampiros que lutavam por ela enquanto se concentrava claramente na tal Bella, a ex do Jake que dava uma gargalhada insana enquanto mantinha o filho seguro em suas costas e parecia tão confiante quanto eu como se ela também estivesse decidindo o futuro desse confronto.

- Parem, Parem... recuem todos! - uma voz torturada ecoou pela campina e todos os vampiros italianos começaram a correr.

Há essa altura percebi que não sobravam muitos vampiros de capuz.

Meu tio Oliver e mais alguns vampiros do nosso lado foram ao encalço dos fugitivos com certeza para retalhar mais alguns enquanto o resto comemorava aos vivas na maior algazarra que eu já vira. Afoita me perguntei se aquele era o fim.

À minha esquerda o vampiro grandalhão que rira da minha briga com Jacob mais cedo, tentava se soltar dos braços de uma loira estonteante que berrava coisas como: “Não seja estupido, acabou, nós ganhamos, não vai perseguir ninguém!” e logo mais adiante eu podia ver a macabra cabeça da garotinha vampira ser atirada em uma das três grandes fogueiras que agora jaziam na clareira enquanto alguns dos lobos se revezavam dançando em torno delas, no que eu logo percebi não ser uma dança e sim, uma coleta de varias partes de corpo que eles estavam queimando ali.

Era tudo tão irreal, mas o que não era irreal naquela minha nova vida louca que eu abraçara totalmente ao receber Jacob nela?

E como se a menção mental de seu nome fosse capaz de trazê-lo para mim instantaneamente, eu vi o lobo que eu amava voltar a ser o homem da minha vida, pôr sua bermuda rápido o suficiente e vir ao meu encontro com a mais agoniada das expressões que eu tinha certeza ser apenas o seu medo de que eu não estivesse bem, como ele logo poderia ver que eu estava, embora o feitiço de Nina estivesse se esvaindo pelo que eu podia imaginar, já que eu começava a sentir frio.

Sorri para ele e estiquei meus braços de um jeito bobo e totalmente ideal e quando seu calor bateu de encontro a mim, senti seu cheiro e pude sufocar em seu abraço firme e apertado. Porque eu soube, como eu sempre sabia quando ele me abraçava, que tudo estaria muito bem!


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Notas finais do capítulo

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Caramba, nem dá pra acreditar que terminei essa fic!!! Espero os reviews com as opiniões de vcs ... vai ter epilogo, talvez ele seja bem exagerado de grande pq vai ser tipo "15 anos depois" ou algo assim... rss (adoro esse tipo de coisa... clichê , eu sei)

Mas enfim... eu não seria nada sem minhas leitoras queridas que me ajudam muito mais do que só na parte redativa da minha vida, digamos assim... o resto fica pros agradescimentos formais que faço questão de fazer ... muito bjoo ^^


Espero mesmo que gostemmmm !!! FAZENDO FIGA *_*