A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 26
Capítulo 25 - SIM!!!


Notas iniciais do capítulo

*não joguem pedras na autora, eu me formo esse ano e a coisa tá feia pra mim!!! Espero que gostemmm e como sempre, desculpem a grande demora



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Kim POV

 

 

Quando Amelie colocou Jacob contra a parede pressionando-o para casar-se com ela antes que o dia nascesse todo mundo apenas riu, mas com o tempo, não muito, nós fomos percebendo o quanto ela falava serio. E então começou o frenesi, a grande correria para encontrar uma daquelas capelinhas 24 horas que casam qualquer um que tiver 18 anos ou permissão de um responsável e todos de repente estavam ajudando nos preparativos.

 

Se fosse só a questão da igreja ou de vestir a noiva e conseguir uma ceia para os poucos convidados, que se resumiam ao bando e o conselho, no entanto, não estariam todos malucos.

 

Mas é obvio que um casamento para Amelie Weelow, era um casamento a ser celebrado com tudo o que houvesse de exagerado e pomposo mesmo que tivéssemos o incrível prazo de duas horas e tudo precisasse ser feito no interior de Washington onde as únicas coisas abertas após as 22:00hs fossem lojas de conveniência de beira de estrada no caminho entre as varias cidadezinhas inúteis.

 

O que facilitou tudo, embora tenha criado certo atrito com os garotos foi que Seth estava na ronda, que agora parecia passar mais perto da casa dos Cullen do que de costume e enquanto ele pensava sobre nossa missão impossível, o vampiro leitor de mentes acabou captando parte de seus pensamentos e decidiu que os Cullen ajudariam Jacob em tudo o que fosse possível e logo havia uma mulher chamada Esme ligando para a casa dos Black e combinando um monte de coisas com Rachel e Emily.

 

Claro que o Jake rateou e recusou qualquer ajuda mas Amelie conversou com a tal Esme apenas uma vez para se convencer de que ela era a pessoa de melhor gosto em todo o estado e certamente aceitaria qualquer ajuda sim, muito obrigado.

Acho que ninguém entendeu muito bem o porque dos Cullen procurarem se meter em algo tão pessoal mas eu ouvi Billy comentar com o velho Quil que era bom para fortalecer a aliança e que não haveria nenhum problema enquanto eles permanecessem do lado deles da fronteira.

 

- Acho que vou convidar Esme e a família dela. Jacob explicou que eles são vampiros bonzinhos. - Amelie divagava enquanto eu prendia seu cabelo com vários grampos em um penteado elaborado. Eu duvidava muito que Jacob tivesse dito a ela que os Cullen eram “bonzinhos” mas não refutei. Era bem impossível ela conseguir permissão para tal coisa.

 

Olhei para minha amiga enquanto ela se levantava e eu a ajudava a fechar o vestido branco de algodão e renda que Amelie já tinha e que Emily arrumou de ultima hora, soltando as costuras da cintura.

 

- Talvez eu não use sapato... - ela disse um tanto sonhadora, enquanto eu procurava a valise de maquiagem. - A noite está seca e quente e parece que vai continuar assim. Sam disse que poderia arrumar a praia para um luau se não fosse chover.

 

Bom”, pensei. Muito bom mesmo. A praia devia estar bem bonita, já que tínhamos uma grande lua cheia no céu, desde que o sol se foi.

 

 

 

Amelie POV

 

 

Sim, eu estava nervosa. E sim, era o maior clichê. Mas quem liga?

 

Tudo estava uma zona e eu só conseguia pensar que não daria certo.

 

Então, como eu reagia: Eu gritava e comandava as coisas eu mesma para que tudo acontecesse? Eu fazia tudo eu mesma para que fosse mesmo acontecer? Eu me enchia de confiança e me lembrava de todos os artigos da Cosmo que eu li sobre controle do estresse?

 

Não.

 

Por alguma razão, meu nervosismo e meu panico me transformaram em uma grande ameba, completamente inútil que não conseguia fazer mais nada a não ser sentar-se em uma cadeira deixando que Kim me arrumasse. Sim, a Kim! A mesma pessoa a quem EU ensinara como usar um rímel.

 

Se eu fosse um computador eu estaria travada em uma pasta de arquivos que minha dona nunca realmente quis acessar, mas como eu era uma noiva adolescente e gravida cujo casamento aconteceria algumas horas depois do pedido formal e a festa após a cerimonia dependia unicamente da boa vontade do céu de Washington em não chover como de fato ele chovia praticamente todo dia, acredito que eu estava em estado equivalente. Digo, travada era uma boa palavra para mim agora.

 

Eu me sentia com metade da minha capacidade e as vezes eu tinha algum pico de adrenalina onde eu conseguia gritar com alguém por infames cinco segundos para depois cair em completa catatonia.

 

Você pode pensar que era muito estranho para alguém tão confiante como eu, estar assim com tanto medo por coisas básicas como: “Meu noivo vai aparecer? Nós teremos comida para os convidados? Nós teremos convidados?

 

Mas eu desafio você a se casar antes de me julgar por qualquer uma dessas psicoses, porque afinal, tudo estava muito divertido quando eu pedi Jake em casamento e ele aceitou e me deu um lindo anel e todos os nossos amigos se divertiram com o desafio de preparar tudo em uma noite antes que minha mãe retomasse minha guarda e invalidasse o casamento...

 

Não é divertido tentar achar decoração as 23:00hs no interior de Washington. Não é divertido resumir sua lista de convidados às vinte pessoas mais animadas que concordaram em aparecer às 4:30 da manhã. Não é divertido que seu namorado seja um ser sobrenatural super gostoso que teve um caso com uma outra mulher antes de te conhecer e ficou morrendo de dor de cotovelo e essa mulher agora retornou, fatal e super poderosa. E é menos divertido ainda que a maldita vampira esteja completamente magra quando você não pode mais esconder sua barriga de quase cinco meses e se sente o mais completo lixo.

 

Nunca antes na vida eu passei pelo panico de ver uma roupa minha ser “alargada” para que ela entrasse em mim.

 

E é claro que meu vestido de noiva não foi um modelo especialmente desenhado para mim com trocentos meses de antecedência. Ele não passava na verdade, de um modelo Chanel de duas coleções atrás ao qual Emily precisou fazer ajustes na cintura.

 

- Você está tão linda, filha! - Marta falou com a voz embragada quando Kim terminou a maquiagem.

 

Ela estava sendo sincera e eu não consegui não sorrir para ela mas minha vergonha permaneceu e meu medo ainda ficaria alojado ali no meu estomago até eu ter certeza de que Jacob não fugira do altar, me abandonando por eu não ser mais a garota cheia de classe e distinção que ele conheceu.

 

Sera que ele ainda conseguia me achar, pelo menos bonitinha? Pouco provável.

 

 

Jacob POV

 

 

As coisas estavam acontecendo. Parecia que não daria certo no inicio mas eu precisava reconhecer que aceitar a ajuda da mulher do Dr. Presa fez uma grande diferença e eu com certeza bateria menos no Seth por ter exposto os MEUS problemas pessoais para toda a família “Vampiros prontos à ajudar”.

 

Não me deixavam ver Amelie e isso me irritava mas eu era capaz de entender a superstição besta de que o noivo só poderia ver a noiva quando já estivesse no altar.

 

É claro que ela estaria ainda mais linda. E é claro que doía muito pensar que esse pudesse ser nosso ultimo momento juntos já que ela agora não se opunha em ir com sua mãe para Los Angeles, enquanto as coisas não se resolviam por aqui.

 

- Jacob, cara, que olho de peixe morto é esse? - Quil me deu um tapão nas costas como se eu tivesse me engasgado com alguma coisa. - Você vai se casar com a mulher da sua vida. Cadê o meu sorriso? - ele era mesmo um idiota.

 

Virei meus olhos sem poder me impedir e Jared entrou no quarto onde eu acabava de vestir o paletó Branco que Rachel me arrumou sabe-se onde.

 

- Sam já foi buscar o tal pastor. - ele falou, tomando o lugar de Quil ao meu lado no espelho e arrumando o próprio cabelo. - Dá pra acreditar que essas capelinhas ficam realmente 24hs abertas? Sempre achei isso tão inútil e veja que nos salvou a pele, não é mesmo?

 

Mantive meus olhos abaixados e minha consciência estava mesmo pesando. Por mais que o otimismo me dissesse que seria um grande momento mesmo que estivéssemos sozinhos no meio de um deserto eu sabia ao que Amelie estava acostumada e me penitenciei realmente por faze-la perder todo e qualquer sonho que ela pudesse ter tido com essa data.

 

Era inevitável não pensar se ela estaria mesmo satisfeita ou se ela iria, por fim, perceber que eu não tinha quase nada a oferecer em vista do que ele sempre teve.

 

Parecia que a qualquer momento, minha Mily poderia seguir o pensamento obvio de que estava perdendo muita coisa em se enterrar aqui no “fim do mundo” como ela chamava La Push e então ela correria para os braços do Tio Oliver ou para qualquer outra direção contraria à mim e eu não estaria apenas destroçado pela falta da mulher que amo mas ela levaria consigo nosso filho, a quem eu não acreditava merecer, tão pouco.

 

Nós deixamos que o nosso desesperado amor nos consumisse e não pensamos em mais nada. Sera que esse amor era bastante para ela?

Sera que ela continuaria achando justo renegar todo aquele luxo por mim, por nós?

 

Acho que os noivos também ficam nervosos, no final.

 

 

 

 

Alice Cullem POV

 

As imagens passavam por minha mente em um turbilhão descontrolado. Apoiei-me em Jasper e paramos de correr por um instante para que eu tentasse mais uma vez focalizar o futuro que tanto buscava sem sucesso.

Nossa família devia estar verdadeiramente confusa com minha aparente deserção embora eu tenha certeza de que Bella acharia o bilhete que deixei para ela avisando que deveria chamar os lobos como aliados e também as coordenadas do advogado que cuidava de todos os papeis da família para que ela livrasse a criança na ultima hora se realmente nada fosse nos salvar da guerra que eu previ contra os Volturi.

- Alice, talvez seja melhor você me esperar por aqui enquanto eu confiro o ultimo endereço de Peter! - Jasper dizia serio, percebendo o quanto eu estava abalada.

Nós estávamos arrecadando aliados enquanto buscávamos por minha mais estranha visão dos últimos dias. A visão de um rapaz em uma floresta tropical que tinha as mesmas características que meu querido sobrinho E.J. e que parecia-me nossa maior esperança.

Eu não tentei dissuadi-lo e fiquei realmente esperando, a beira de uma clareira encostada a uma grande e frondosa arvore.

Em todos os meus anos como imortal, os únicos de que lembrava em minha existência, nunca me sentira realmente cansada como me sentia agora. Acho que a falta de esperança faz isso a você. Deixa-o miserável e anula suas forças, mas foi nesse momento que algo mudou.

 

Apareceu diante de mim, no que claramente identifiquei como mais uma visão, uma garota loira que nunca tinha visto, ela estava aninhando sua grande barriga de gravida e um homem, um vampiro, a olhava com muito carinho e um traço imediato de dor. Ele jurava a ela que protegeria a todos que ela amava e enquanto ele fazia seu juramento sincero um relance nublou essa visão. Eram os Volturi, dando as costas a uma grande e irregular formação de aliados onde eu via Carlisle e meus irmãos e também alguns lobos agrupados. Eles estavam desistindo.

 

 

 

Em algum lugar dentro de mim, reuni forças e fiz o que poderia ser chamado de prece enquanto torcia para que esse vampiro mantivesse sua palavra com aquela humana desconhecida para mim.

E então me pareceu que depois de todo esse tempo eu finalmente tinha no que acreditar.

 

 

 

Amelie POV

 

 

Tudo bem Amelie, você pode fazer isso! Ele estará lá, ele te ama e você ainda não está tão gorda assim, foram só quatro centímetros de cintura, nada demais...

 

Nada DEMAIS? NADA demais?

 

Tudo demais!!!

 

- “Eu nunca em toda minha vida ganhei esse peso todo”!

 

- Você está gravida, pelo amor de Deus! - Disse Kim enquanto me ajudava a sair do carro, que pelo menos era uma Mercedes e que a doce vampira Esme fez o favor de nos emprestar em cima da hora.

 

Eu não havia me dado conta de que falara a ultima parte de meu pensamento em voz alta. Estava realmente mais desequilibrada do que jamais me lembrava de ter estado.

 

Sabe quando as pessoas dizem que sua vida passa como um flech diante de você quando está em perigo e pensa estar prestes a morrer? Pois então, eu acho que isso também vale para o instante em que você está prestes a se casar.

 

Pelo menos eu sei que eu passei por isso já que tudo que que eu pensava antes sobre ser abandonada no altar foi totalmente agravado pelos meus outros muitos medos que me jogavam de cara na realidade a cada segundo:

 

Eu tinha 17 anos e estava gravida e iria me casar. Eu não tinha terminado nem ao menos o Ensino Médio, talvez minha mãe me deserdasse no momento em que descobrisse do casamento, o que seria muito em breve, do tipo, em menos de quatro horas; meu pai ainda estava aparentemente em coma, não que ele fosse me ser de muita ajuda. O meu amor, o meu Jake, estaria correndo risco de vida em uma batalha com um bando de vampiros malvados em aparente vantagem e eu nada poderia fazer sobre isso quando já tinha concordado em ir com minha mãe pela manha de volta a L.A., não que se eu ficasse, minha patética condição de adolescente gravida fosse útil para qualquer coisa.

 

Como minha cabeça não tinha explodido ainda? Como eu não cai dura?

 

Eu tinha quase certeza de ter esquecido a resposta quando percebi que Kim e Marta realmente me arrastaram até uma esteira trançada que cobria o chão e era cercada por adoráveis tochas ornamentadas no meio da First Beach enquanto o primeiro sol da manhã, muito tímido, ganhava o céu.

 

Eu quase esqueci dos meus maiores motivos para continuar, mas eu disse QUASE, porque quando eu olhei para frente e meus olhos bateram de encontro com os olhos negros e profundos, cheios de amor, do meu Jacob, eu não senti mais medo. Eu não conseguia me lembrar de qualquer um dos meus problemas e eu tive de forçar ar nos meus pulmões para caminhar até ele no pequeno altar cheio de flores brancas que iam se azulando na luz das chamas e os poucos raios de sol.

 

 

 

 

Jacob POV

 

 

- Cara, você vai abrir um buraco no chão! - Embry me encheu o saco por estar andando de um lado à outro do altar enquanto as ultimas coisas da decoração eram postas em seus devidos lugares.

 

Eu tentei ajudar mas Rachel gritou comigo que eu era o noivo e não poderia estar todo suado e cheio de folhas verdes quando minha noiva chegasse.

 

A minha noiva!

 

Eu não parava de pensar nisso. Eu estava mesmo prestes a me casar com Amelie. Não era uma coisa muito fácil de se acreditar, quer dizer, quem imaginaria que uma garota como ela fosse querer um cara pé-rapado como eu? De alguma forma e de todas as formas, eu estava grato que as coisas pudessem ser malucas assim, o suficiente para ela me amar.

 

E eu só tinha ela na cabeça como se fosse mesmo possível esquecer uma guerra e mais um batalhão de problemas.

 

Tremia de expectativa e até parecia que EU era a noiva. Não tinha como estar mais pilhado do que eu estava. Os caras do bando passavam por mim tirando sarro vez ou outra e apenas Quil não dizia nada sobre como meu olhar bobo vagava pela entrada do estacionamento de cinco em cinco segundos esperando o carro dela chegar.

 

Tudo bem que ela adorou que os Cullen fossem emprestar o carro da noiva e eu não achei nada bom mas não me opus tão pouco, na esperança de dar a ela realmente tudo a que ela pudesse ter acesso.

 

Essa garota me tinha na coleira, feliz por estar aprisionado. Não via a hora de dizer um SIM alto o suficiente para ser ouvido do outro lado da costa.

 

Acompanhei cada um de seus passos assim que Marta e Kim a ajudaram a sair do carro. Como ela conseguia estar ainda mais linda?

 

O vestido se ajustava nos seios que tinham aumentado consideravelmente depois da gravidez e seu decote me fazia querer tapá-la imediatamente para impedir os membros mais novos do bando de babarem o tanto que eu via eles babarem em cima da minha mulher.

 

Seus cabelos estavam presos em uma trança frouxa cheia de florzinhas brancas minusculas e seus grandes olhos cinza se fixaram em mim assim que ela cruzou o tapete que cobria a areia e a guiava ao altar.

 

Eu nem preciso dizer que não vi mais nada então, preciso?

 

Só existia eu e ela por mais que todas as outras pessoas continuassem ali. Minha super audição sumiu totalmente, ou devo dizer que se concentrou, em um único ponto. Ela.

 

Vi quando respirou com dificuldade e quando sorriu pra mim como se nunca tivesse sido mais feliz fazendo com que eu segurasse uma lagrima de alegria com todas as minhas forças para não ser ainda mais zuado quando Embry me deu um soco no ombro e disse: - Vai lá cara!

 

E eu a encontrei no meio do caminho, lhe oferecendo o meu braço e percebendo seus pés descalços que a deixavam adoravelmente baixinha perto de mim.

 

Ela tremia e mais de uma lagrima já tinha escorrido por suas bochechas quando chegamos à frente do pastor que Sam trouxera minutos antes de ela chegar.

 

Tudo pareceu ficar suspenso e nós dois não demos nenhuma atenção ao pobre homem enquanto ele proclamava o que devia ser dito para nos casar.

 

Lembro-me no entanto, claramente, quando ela disse sim e sua voz estava rouca de chorar, como eu nunca realmente pensei que ela fosse demonstrar seus sentimentos assim, na frente de outras pessoas.

 

E então a pequena Claire entrou morta de sono e cambaleando, fazendo com que Quill a apanhasse na metade do caminho e terminasse a distancia entre nós com as alianças nas mãos. Alianças que foram de meu pai e minha mãe e ele as deu para mim de ultima hora mas de coração.

 

Meu sim soou mais seguro do que qualquer coisa que já tenha dito e eu agradeci o dia em que a sorte me trouxe Amelie. Aquela patricinha mimada e prepotente que não conseguia nem assim esconder seu grande coração. Os sentimentos mais nobres e meigos que eu já conhecera em uma pessoa mesmo que soterrados, por vezes, em sua teimosia troiana.

 

O homem nos declarou casados e Marta assinou a permissão depois de mostrar os papeis que a tornavam legalmente tutora de Amelie Violet Gerard Beafarth Weelow, que agora, a pedido dela mesma seria chamada apenas de Amelie Black.

 

 

 

 

Amelie POV

 

 

- Jacob vá logo pegar essa água! - eu empurrei seu ombro e ele continuou lá sentado na cadeirinha de pobre da nossa recepção, sem fazer nada. Que marido mais inútil eu fui arrumar. - Jaaaaa-ke, por favor... - eu apelei para um bico infantil. - Por favorzinho!!!

 

- Mily, eu te trouxe uma bebida a uns cinco segundos atrás, qual é o seu problema amor?! - ele virou-se para mim interrompendo sua animada conversa com Embry e um outro rapaz que eu nunca vira na vida, que estava ali por La Push e foi arrebanhado para a festa de casamento junto com mais um monte de gente que eu desconhecia.

 

- Jacob Black, eu estou gravida do seu filho e nós acabamos de nos casar, dá pra pegar a porcaria da água! - eu quase gritei. Só não gritei porque ainda tinha classe. No momento ela era bem pouca, mas ainda existia.

 

- Falou a patroa! - Embry caçoou e eu lancei pra ele o meu melhor olhar de “tira o olho desse ultimo par de sapato”. Vi o imbecil murchar rapidinho.

 

- Amor, eu não me importo de pegar a sua água. - Jake virou-se para mim de forma carinhosa desfazendo o meu bico e toda a minha manha irritante.

 

Então ele se levantou e foi atrás da maldita água.

 

Sim, eu estava tentando chamar a atenção dele e sim, ele de fato vinha fazendo tudo o que eu queria desde antes mesmo da cerimonia. Eu estava sendo uma chata nojenta e estava amuada com uma cara de poucos amigos e mal cumprimentei qualquer dos meus convidados.

Eu posso culpar meus hormônios no momento, embora eu saiba que a verdadeira razão estava justamente na perspectiva de deixar meu lindo marido para traz e voltar para uma realidade que não era mais a minha, acompanhada de minha mãe, que por si só já é um bom motivo para panico, sempre.

 

Vi Kim interromper sua dança lenta e ela estava caminhando até mim. Jared passava agora pela mesa de frios que ficava do outro lado da pista, outra vez em menos de vinte minutos. Esses meninos realmente se alimentam como monstros.

 

- Você está com essa carinha abatida desde o fim da cerimonia! - ela me censurou.

 

Dei língua para ela.

 

- Pra onde você vai? Quando os garotos forem... você sabe! - perguntei depois de um tempo, quando Jake já havia voltado com a água e ela continuava ali, sentada, me fitando vez ou outra interrogativamente.

 

- Talvez eu vá para Makah com Emily mas eu ainda não sei realmente. - agora ela estava tão desanimada quanto eu.

 

Rachel passou por nossa mesa pegando a conversa pela metade.

 

- Também não quero voltar para Seatle! – ela exclamou enquanto prendia os cabelos em um nó. Parecia cansada de correr de um lado para o outro providenciando tudo. E eu devia estar agradecendo a ela em vez de fazer minha cara de ingratidão e fossa.

 

- Se pelo menos agente fosse para o mesmo lugar... - Kim suspirou.

 

E então a luz se acendeu na minha cabeça. É claro que poderíamos ir todas para o mesmo lugar, afinal, minha casa em Beverly Hills tinha, sei lá, uns cem quartos e eu com certeza precisaria de todo o apoio de minhas novas amigas quando voltasse para minha antiga escola, mesmo que por algumas semanas. Respirei fundo e uma certa euforia me atingiu. Me virei para elas com novo animo.

 

- Então meninas, vocês já foram pra Califórnia?

 

 

 

 

Oliver POV

 

 

Cheguei à Seatle no começo da noite. Meus sentimentos se digladiavam, fazendo de mim um homem de duas faces, mas principalmente, tornando-me alguém com dois corações; ambos partidos.

Amelie era Eleanor, e ao mesmo tempo, minha fé se esvaia ao vê-la apaixonada por aquele maldito Lobo. A angustia floresceu em meu peito morto, em descobri-la agora, gravida dele.

 

Pensava sobre as possibilidades de que ela jamais concordasse em dar voz ao meu amor, e se ela não concordasse, o ritual jamais poderia se realizar e eu nunca mais a teria para mim. Por outro lado, eu aprendera a amar aquela pequena garotinha de madeixas loiras que antes mesmo de aprender a andar já tentava dizer meu nome, enrolado em sua vozinha de criança: Dindo Oiver!

 

Eu nunca me apegara a nenhum humano até que ela nasceu, mas quando a vi e quando soube quem ela de fato era, foi impossível não me apaixonar, também, por Amelie Weelow, a garota por traz de meu grande amor. A doce e impetuosa, quase tão corajosa e vital quanto minha Eleanor.

 

Minha Eleanor, que foi tirada de mim, na mesma noite em que me tornei um imortal. Ela foi levada pelos mesmos homens que me perseguiram, os quais entendi pouco tempo depois, não eram como homens comuns.

 

Jurei nunca esquecer o nome ao qual atribuíram essa ordem, a ordem de tirá-la de mim, mesmo que ela levasse minha criança em seu ventre. Os soldados conversavam sobre Caius Volturi quando a fútil vampira Liana roubou-me do cativeiro para morder-me e dar-me essa vida, acreditando que eu poderia amá-la ou pelo menos servi-la adequadamente.

 

É claro que me informei a seu respeito. Caius... Caius Volturi. Um poderoso guardado por poderosos e um tirano. O mesmo monstro que sequestrou minha mulher gravida apenas para que ela fosse fruto de uma de suas hediondas experiencias com humanos. E mesmo depois de me informar a respeito, depois de descobrir coisas impossíveis através de fontes ainda mais improváveis, aqui estava eu, atado até o ultimo fio de cabelo.

 

A vingança parecia um prato que eu nunca seria capaz de degustar.

 

Até aquele momento na floresta onde pude ouvir os garotos-lobo e aquele nome foi outra vez mencionado. Dessa vez, talvez, como uma única oportunidade, eu estivesse próximo o suficiente de meu inimigo.

 

Mandei reunir meu pequeno clã. Apenas os poucos vampiros que se juntaram a mim ao longo desses seculos, ou aqueles filhos que eu mesmo transformei por fraqueza e solidão.

 

- Senhor, todos lhe esperam na sala. - meu mordomo avisou-me assim que cheguei à mansão, um lugar que eu mantinha como a um covil apenas para reunir-me à eles ocasionalmente e controlar os negócios na região. Eu fazia as leis por aqui.

 

 

De um lado minha indiferença pela causa daqueles cachorros imundos e de outro meu amor por Amelie e minha chance de vingar Eleanor.

 

Seria uma noite longa, muito longa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


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