A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 25
Capítulo 24 - A Profecia


Notas iniciais do capítulo

*O proximo cap. não vai demorar tanto! Estamos na reta final pessoal... Muito obrigada por tudo e quero saber a opinião de TODOs vcs, sobre tudoo o que acharem, nesses ultimos caps. Bjoo



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A Profecia  

 

 

 

 

Billy Black POV

 

 

 

Jacob achava realmente que podia me enganar com aquela historia de: “ Vamos apenas filar um rango na casa da Mily”, mas eu via como ele estava nervoso e a muito tempo já observava os dois confabularem como se escondessem algo. Eu sabia que eles estavam planejando pegar Marta e eu desprevenidos nesse almoço e nos contar finalmente o que estava acontecendo.

 

Mas eu não estava realmente preocupado com isso, em si. Eu estava preocupado com uma outra coisa muito maior, uma profecia que eu ignorara para o que eu achei ser o bem de todos.

 

Uma profecia que agora se cumpria e que eu desconfiava estar mais próxima de seu grande desfecho a cada segundo em que via os acontecimentos se desenrolarem ao meu redor. Com o coração na mão eu vi meu filho passar por mim transtornado logo após receber um telefonema que eu não poderia saber de quem veio.

 

Eu temia que já não importasse revelar a todos o que Dilia Ateara me dissera durante seu transe, naquela quarta feira aparentemente comum, há cinco meses atrás.

 

A filha mais velha de Quil Ateara morava em Makah com o marido e veio visitar o pai por alguns dias. Lembro-me que Jake me levara até a casa deles e depois saíra com o jovem Quil. Naquela época meu filho ainda não tivera sua impressão mas as coisas estavam se aquietando com os Cullen fora de Olympic. Todos estávamos mais descansados a respeito do segredo que guardávamos.

 

Dilia Ateara sempre foi muito sensível à influencia espiritual e por mais de uma vez no passado eu vira ela entrar em transe, falando por aqueles que não tinham uma boca para transmitir suas mensagens. Lembro-me que foi ela quem nos avisou do retorno dos Cullen quando Carlisle Cullen decidiu voltar à sua antiga casa.

 

Estávamos na sala e ela nos trouxe um café que acabara de passar. Sua irmã mais nova, mãe do jovem Quil, estava fora trabalhando e estávamos apenas eu, ela e seu pai naquela casa.

 

Assim que a bandeja caiu no chão, seus olhos perderam o foco e sua voz mudou de timbre. Aquelas palavras ficaram marcadas em minha memoria embora tenha demorado tanto tempo para entende-las:

 

Quando o verdadeiro alfa assumir, ele terá a maior das provações a sua frente. Uma guerra sem esperança e sem razão abaterá nosso povo na aurora do inverno mais rigoroso. Os sinais serão claros e absolutos: Todas aquelas, parceiras em idade fértil irão carregar os filhos do amanha porque a linhagem precisa sobreviver a qualquer custo. Enquanto seus ventres estiverem cheios com a semente da esperança, nada estará completamente perdido. Mas a guerra por si, só será vencida se o orgulho vier ao chão e a ajuda impura for aceita, sem hesitação. “

 

Nenhum de nós entendeu de fato o que aquela visão queria dizer e nenhum de nós deu o credito merecido àquela profecia que não tinha nenhuma razão de ser. Mas então as garotas começaram a engravidar.

 

Primeiro Emily, que não nos alarmou por estar seguindo exatamente o curso que esperava de sua vida, mas depois veio Rachel, amedrontada pela possibilidade de conceber um filho quando tanto o preveniu e depois Kimberly, ainda mais jovem, ainda mais amedrontada. Não fazia sentido para nenhuma delas e agora eu tinha absoluta certeza sobre o que Jacob tentava me esconder mas quisera eu não ter essa certeza, pois, se Amelie também estivesse gravida, então a profecia era verdadeira e precisávamos saber até que ponto.

 

Guiei minha cedeira de volta ao interior de minha casa e peguei o telefone. Eu precisava reunir o conselho o mais rápido possível. Pressentia que Jacob fosse precisar de todos nós juntos, ainda hoje.

 

 

 

 

 

 

 

Jacob POV

 

 

Ali estava a minha Amelie, me encarando de frente. Seu senho franzido e seus olhos luzindo indignação. E vê-la assim, forte o bastante para me colocar contra a parede, me trazia uma esperança doentia e quase infantil de que nós poderíamos enfrentar qualquer coisa juntos. Como se todo o medo e o stresse gerados por esse dia infernal e interminável, pudessem se extinguir diante da bravura incansável daquela garota. A frágil e 100% humana, a mulher que carregava meu filho e todo o meu apresso.

 

Avancei até ela deixando qualquer distancia para traz e me permiti aperta-la de encontro a mim e beija-la com todo o meu amor e meu sofrimento, sentindo-a desfalecer contra mim e retribuir toda a minha paixão.

 

Me pareceu de repente muito egoísta mante-la no escuro, sem escolhas e sem direitos quanto ao que estava para acontecer, mesmo que fosse bem mais fácil protege-la, enganando-a se considerarmos seu gênio.

 

Nos separamos e ela continuou a me encarar, firme mesmo que um tanto ofegante agora. Ela ainda esperava a verdade.

 

Sua atitude forte com certeza me quebrou, pois a garota que deixei naquela sala, esta manhã, estava cercada por incerteza e parecia bastante abalada com meu único e ridículo plano de afasta-la a qualquer custo desse lugar, agora maldito.

 

- Desculpe, eu vou lhe contar tudo! - admiti mais para mim mesmo que para ela.

 

Sua expressão relaxou um tanto e ela me pegou pela mão como uma mãe guiando seu pequeno garotinho. Amelie sentou-se em minha cama e eu fui com ela, deixando que o cansaço físico e psicológico se alastrasse e se mostrasse em mim como eu vinha evitando.

 

E ela me ouviu pacientemente, sem interrupções, enquanto deixava suas mãos vagarem pelas minhas em conforto e eu cheguei a me perguntar onde foi que ela arrumara tanta candura e de onde vinha toda aquela maturidade. Antes de perceber que um coração bom como o dela certamente guardava ainda mais virtude e eu era tolo em questionar seu bom senso baseado em todos aqueles preconceitos que eu já tive para com ela.

 

Sei que vi o medo tomar seus olhos quando, mesmo fazendo tudo para não assusta-la, eu contei sobre nossas poucas chances naquela guerra e vi igualmente seus olhos brilharem, desta vez com certo orgulho, quando contei sobre seu Tio, oferecendo-nos ajuda.

 

De repente ela voltou-se para mim e sorriu como se dissesse que eu deveria realmente alimentar a esperança. Como se intendesse a verdade por traz de toda a minha preocupação e mesmo assim estivesse apostando em nosso sucesso com muita certeza.

 

Uma de suas mãos tomou minha nuca e embrenhou-se em meus cabelos, puxando meu rosto de encontro ao seu. Eu fui, sem nenhum motivo para resistir e ela me presentou com um beijo doce e logo depois, vários outros beijos por meu pescoço. Seu nariz um tanto gelado roçou minha orelha e aquilo acordou a fera em mim. Porque mesmo com todos aqueles problemas eu nunca estaria imune à ela e ao que podia fazer com minha sanidade.

 

- O que está fazendo? - eu perguntei sentindo minha garganta se fechar e meu desejo queimar obvio sob minhas veias.

 

- Eu não quero perder nenhum segundo... - ela ronronou guiando sua boca até a minha, outra vez. - Não temos mais o luxo do tempo e eu preciso de você. Eu preciso sentir o quanto é real!

 

 

 

 

Amelie POV

 

 

Acho que fez muito sentido quando ele me contou sobre os tais vampiros italianos e o que aconteceria a todos nós, em breve. Eu estava assutada e eu com certeza não poderia lidar com aquilo, mas por alguma razão suprema, eu só conseguia pensar que eu o tinha ali, em meus braços e talvez não houvessem mais chances como essas.

 

Eu subjuguei a minha parte histérica, que queria chorar e gritar e comandar ordens ao destino para evitar qualquer perigo. Porque eu sabia que nada adiantaria se eu parecesse mais uma criança mimada e eu não ajudaria Jacob a carregar aquele fardo se ele precisasse controlar-me também.

 

Era minha chance de me mostrar apta, adulta e merecedora dele. Era minha hora de enfrentar o meu medo e a minha desesperança e lutar como eu podia para garantir a vida da minha família. E o que eu podia fazer se limitava, infelizmente, à deixar que meu amor acreditasse que estava tudo bem e que ele não precisava temer por mim que eu manteria nosso filho seguro e eu o esperaria, fazendo o que ele me ordenasse mesmo que meu orgulho idiota fosse ter varias idéias anarquistas no processo.

 

E a grande verdade continuava nublando qualquer outro sentimento. Aquela verdade imediata de que essa poderia ser a ultima vez para beijar seus lábios voluptuosos e alisar sua face rija, sentindo sua pele desfalecer na minha. A ultima vez para estar em paz!

 

De repente era urgente minha vontade de tê-lo pra mim, como se nossa união física fosse afugentar os fantasmas de nossa separação. Gravar cada segundo em minha memoria para me manter viva quando ele precisasse ir. Porque ele precisaria, em breve.

 

- O que está fazendo? - ele ainda perguntou, quando minhas mãos traçaram caminhos certeiros por seu adomem e minha boca chamou a sua.

 

- Eu não quero perder nenhum segundo... Não temos mais o luxo do tempo e eu preciso de você. Eu preciso sentir o quanto é real!

 

E eu creio que ele entendeu muito bem o meu ponto, já que logo estava tomando as redias da situação para si, guiando um novo beijo quente e encontrando os caminhos para as minhas maiores fraquezas, das quais só ele tinha conhecimento.

 

Seu cheiro tão conhecido, seu toque exigente e os sons baixos e satisfatórios que lhe saiam pela boca quando eu revidava uma ou outra investida. Eu já estava com uma saudade enorme de estar com ele, pude perceber assim que minha blusa foi embora e não demorou para que a calça seguisse o mesmo caminho.

 

Com as mãos em minhas coxas, Jake pareceu despertar de nosso transe coletivo.

 

- E o bebê? - perguntou um tanto hesitante. Eu consegui rir com sua expressão.

 

- Não seja bobo, ele foi feito assim, que mal pode haver?! - assegurei impaciente.

 

Ele riu do meu desespero enquanto eu o ajudava a se livrar da bermuda e então esqueceu-se completamente das razões para qualquer hesitação.

 

Acho que eramos dois ali, temerosos de que essa fosse nossa ultima chance para se entregar sem reservas ao desejo, ao carinho e à louca ligação que parecia nos unir cada vez mais.

 

Uma guerra certamente é capaz de nos por em perspectiva.

 

Sempre fora delicioso estar com Jacob mas seus toques carregavam muito mais que nossa química usual, era como se eu pudesse sentir a magica na ponta de seus dedos. O destino que nos unia e nos acorrentava um ao outro.

 

A ponta de sua língua traçou um arco em meu mamilo direito enquanto sua mão tomava meu sexo com experiencia. Eu podia senti-lo em toda parte, seus músculos sobre mim, cobrindo cada partícula de pele.

 

Seu beijo era lento e eu me sentia flutuar, subjugada pelo momento. Desfrutando tudo que ele podia me oferecer.

 

- Eu amo você. - sussurrei de encontro ao seu ouvido.

 

Jacob acomodou-se entre minhas pernas, enquanto empurrava com facilidade. Uma sensação conhecida de prazer e cumplicidade me tomou enquanto eu o sentia mover-se de forma certeira e cadenciada, apagando qualquer razão ou pensamento logico.

 

Em pouco tempo eramos apenas gemidos e sussurros, perdidos naquela tarde antes maldita, seguros em nossa própria bolha de alegria.

 

 

 

 

 

 

 

Jacob POV

 

 

Acordei com o barulho insistente do telefone. Amelie dormia um sono tranqüilo enroscada em mim. Me peguei pensando que poderia permanecer ali para o resto de minha vida, pois nada mais me faltava.

 

A vida real, no entanto, cobrava a minha presença e me levantei devagar para não acordar minha linda. Puxei o aparelho barulhento do gancho e atendi sonolento, pedindo aos deuses para que não fosse mais um problema à se acumular na montanha que já pesava em meus ombros.

 

- Jacob, até que enfim, já estava ficando preocupado. Ninguém te achava em lugar nenhum! - era só a voz de meu pai, então pude relaxar.

 

- Fica frio velho, já tem um tempo que estou em casa... - então me lembrei que era ELE que eu não via desde cedo. - Onde o senhor está, pai?! - perguntei em seguida.

 

- Na casa de Quil Ateara, com todos os garotos do seu bando, esperando apenas você para começar a reunião do conselho. - ele disse como quem repreendi.

 

Respirei fundo e disse um: - Estarei aí em dez minutos!

 

Voltei para o quarto afim de deixar um bilhete para Amelie caso ela acordasse e se visse sozinha, mas me deparei com ela sentada na cama, os olhos um tanto assustados, procurando ao redor e se perguntando onde eu fora, com certeza.

 

- Amor. - chamei e ela se virou para mim com uma expressão ainda abobada de quem acordou à pouco. Não que eu estivesse melhor. - Preciso encontrar o bando e o meu pai, na cada do velho Quil. Você quer que eu te deixe em casa?

 

- Não, você pode me deixar na Emily. Eu aposto que as garotas estão todas lá e eu quero falar com a Kim. - ela começou a se arrumar, catando suas roupas pelo chão.

 

Eu a abracei pelas costas quando ela terminou de colocar a blusa.

 

- Eu já falei obrigado por como você me escutou e me entendeu? Já pedi desculpas por ter tentado te afastar hoje de manha? - perguntei soando adequadamente culpado.

 

Ela balançou a cabeça em um gesto descrente e então virou-se para me beijar na bochecha e sorriu.

 

- Você pode ser muito idiota Black, mas eu já aprendi como devo lidar com você. Está tudo bem agora! - e me olhou com os olhos estreitos por um momento. - Mas, é bom você saber: Não se atreva a esconder mais nada de mim! Você entendeu? Eu fui clara?

 

E eu apenas me encolhi e lancei à ela meu melhor olhar de submissão, entrando na dúbia brincadeira.

 

- Como você quiser, minha senhora!

 

 

 

 

Amelie POV

 

 

- Como você quiser, minha senhora! - Jake soou adoravelmente resignado.

 

- Acho bom mesmo! - Revidei prolongando o joguinho e me sentindo toda poderosa.

 

E então uma idéia veio até mim do que só pode ser descrito como “As profundezas da minha inconsciência” e eu me lembrei dos papeis de tutoria que davam à Marta minha guarda, eu me lembrei da necessidade dos garotos de tirar-nos dessa zona de guerra que em breve seria La Push e mais do que tudo eu entendi que tinha menos de doze horas antes de minha mãe aparecer para invalidar qualquer livre arbítrio meu.

 

E acho que foi isso, em resumo, que me fez virar para o meu, agora desconfiado namorado e dizer com uma voz de incrível obviedade:

 

- Você vai se casar comigo, Jacob Black! - e você pode notar que eu não cheguei a pedir, exatamente.

 

Jake arregalou seus olhos e ele pareceu até momentaneamente assustado mas não demorou para que lançasse sua cabeça para traz em uma sonora e libertadora gargalhada. Como se estivesse ainda brincando, coisa que ele não estava, virou-se para mim e perguntou cheio de impertinencia:

 

- A senhorita tem ao menos um anel para me dar, ou acha que vou me dar assim, sem receber nada?

 

E agora quem tinha uma cara de idiota era eu, já que nem ao menos pensei em nenhuma dessas ramificações do noivado ou do casamento quando o propus e me dei conta de que realmente não me importava se assinaríamos apenas em um papel ou receberíamos algumas bençãos em uma capela vinte e quatro horas, porque eu estava fazendo a coisa certa.

 

- Eu realmente não tenho um anel... - eu concedi quando ele parou de rir e me pegou pela cintura, me fazendo chocar contra seu peito maciço.

 

- Acho que você deve agradecer ao seu noivo por ser um cara tão preparado... - ele disse cheio de si e eu reparei na palavra noivo enquanto ele começou a mexer em uma gaveta ao lado da cama, ainda me segurando firme pela cintura. - Porque diferente de você... - ele hesitou pegando algo la dentro - Eu tenho um anel para te dar e tenho um pedido oficial para fazer, já que o homem dessa relação ainda sou EU.

 

 

E virou-se para mim com seu maior sorriso de garoto. Aquele mesmo sorriso que me desarmou e me venceu desde o primeiro dia. Jacob deslizou em meu dedo uma coisinha linda e delicada feita em ouro branco com uma pedra verde, aninhada em uma caminha de arabescos muito bem trabalhada. Foi então, a primeira vez em que eu vi a única jóia que eu usaria por todos os dias de minha vida sem nunca pensar em tira-la; a única que carregava um valor realmente inestimável e a única da qual eu não sabia nem remotamente a procedência, e sinceramente, nem me importava.

 

 

 

 

Jacob POV

 

 

Nunca realmente pensei que estaria me amarrando antes dos 20, mas lá estava eu tão feliz quanto todos os outros caras do bando, lê-se, Sam, Paul e Jared que já haviam se comprometido com um noivado ou no caso de Sam, casamento propriamente dito. Eu só esperava que uma alegria assim pudesse vir em tempos melhores mas acabei percebendo que para eu e Amelie, pelo menos, as coisas pareciam estar acontecendo exatamente como deveriam ser.

 

Era uma sensação estranha, abrasadora... De alguma forma para nós dois, tudo era maior que o imprinting em si; nós tivemos tempo para amar um ao outro antes que o destino nos escolhesse. Parecia que eu tive tudo o que poderia pedir e mais do que um dia ousaria almejar.

 

Ter esperança de novo era com certeza uma grande coisa, por mais que não me permitisse senti-la a cada segundo como que me penitenciando por estar tão feliz quando corríamos, ainda, tanto perigo.

 

Estacionei em frente à casa de Emily, beijei minha mulher e meu filho, ainda em sua barriga e deixei-a antes que não pudesse solta-la mais. Afinal, o conselho me esperava.

 

- Até que enfim, cara. - Quil parecia um tanto atordoado enquanto me esperava na varanda de sua casa.

 

- Foi mal, eu peguei no sono. - disse a guisa de desculpa.

 

Quando passei pela soleira da porta respirei fundo. Estavam todos lá.

 

Billy parecia compenetrado enquanto falava ao telefone. Pude ouvir quando ele disse: “- Está certo, nós telefonaremos depois Sr. Cullen!”. Soube instantaneamente que ele falava com o Dr. Caninos, em quem confiava bastante desde meu acidente com o exercito de recém-criados. Parece que o pessoal já foi adiantando o assunto.

Era melhor assim.

 

Enquanto Billy contava sobre uma tal profecia que ele antes ignorou, eu me distanciava da felicidade pura e infantil que senti quando estava com minha Mily nos braços e depois quando ela me pediu em casamento daquela forma abrupta e incomum com só ela poderia.

 

Lembro-me de estar ali totalmente aterrorizado por me encontrar no comando de tantas vidas enquanto Sam estava voltando temporariamente ao bando mas se recusou a liderar. Eu era o herdeiro de Hephraim Black, ele dizia. Eu devia assumir o meu destino!

 

Todos ficaram boquiabertos quando Billy repetiu as palavras da profecia e o velho Quil reforçou-as em juramento.

 

Quando o verdadeiro alfa assumir... Uma guerra sem esperança e sem razão... Os sinais: Todas aquelas, parceiras em idade fértil irão carregar os filhos do amanha.”

 

E então a promessa na qual todos nós estávamos colocando nossas melhores intenções. “Enquanto seus ventres estiverem cheios com a semente da esperança, nada estará completamente perdido. “

 

Assim devia ser, eu podia ver no rosto de cada um de meus irmãos de bando. Nossos filhos deveriam sobreviver. Proteger as garotas era nossa grande prioridade, mesmo que tecnicamente as vidas humanas como um todo viessem em primeiro lugar.

 

A guerra por si, só será vencida se o orgulho vier ao chão e a ajuda impura for aceita, sem hesitação. “ - entoou Billy, por fim. E foi com grande alivio que eu recebi essas palavras enquanto me convencia de que realmente fizera bem em aceitar a ajuda de todos aqueles sanguessugas.

 

 

 

Amelie POV

 

 

Não pude me conter. Mesmo com toda aquela confusão de guerra, incertezas e minha mãe pairando ameaçadora sobre nossas cabeças; tudo o que eu conseguia pensar enquanto entrava pela porta da casa de Emily, era: “Eu vou me casar com Jake” e “Eu nunca pensei que pudesse amar tanto assim!”. E claro, “Eu tenho um lindo anel para exibir”.

 

Devo admitir que não me sentia nenhum pouco fútil.

 

Kim e Rachel estavam sentadas no sofá e faziam algo que depois de um tempo eu reconheci como tricô. Embora eu quisesse rir da cara delas e provavelmente ainda o faria, não pude deixar passar um pequeno sapatinho azul de bebê que já estava pronto, largado sobre o colo de Rachel.

 

A visão daquele pequeno e adorável objeto me fez pensar imediatamente em meu filho. Seria um menino? Moreno, encrenqueiro e completamente dócil como o pai? Ou herdaria os meus olhos sem graça que Jake insistia que eram os mais lindos olhos que ele vira em toda a vida?

 

Não importa o que Jacob me dissesse, eu esperava que menino ou menina, ele pudesse realmente herdar os olhos do pai. Eu ainda sentia falta de minhas lentes de contato a tanto perdidas.

 

- Amelie, pensei que não te veria aqui hoje! - Emily veio da cozinha, limpando suas mãos em um avental florido.

 

- Mily? - Kim finalmente me viu e veio para meu lado. - Você está melhor? Você encontrou com Jacob?

 

Depois de eu contar tudo o que acontecera, enquanto elas também me contavam o que sabiam a respeito do mais novo problema do bando, percebi que os outros garotos não contaram muita coisa à elas, e que no fim, eu acabei com os maiores detalhes.

 

Não fiz alarde quanto às coisas que Jake me contara e em certa altura comentei sobre o casamento com Kim e Rachel que começaram a comemorar como se elas mesmas não estivessem prestes a se casar.

 

Kim pelo menos estava, já que Rachel fez um grande caso quando Paul a pediu e ele achou melhor deixar a raiva dela esfriar para pedir de novo em uma ocasião melhor. Acho que minha cunhada ainda guardava certa magoa de ter engravidado por mais que se mostrasse tão apaixonada por seu bebê quanto nós estávamos pelos nossos.

 

A imagem de Jake me implorando para deixar La Push, no entanto, passou a povoar meus pensamentos depois de um tempo e não queria sumir de jeito nenhum. Eu tive a impressão de que os outros garotos queriam a mesma coisa pelo pouco que Emily me disse sobre a possibilidade de se mudar de volta para Makah, para a casa de sua irmã, temporariamente.

 

Nenhuma de nós queria ir embora, muito menos abandonar nossos homens nessa hora tão sombria. Mas cada uma tinha a plena consciência de que não poderia decidir apenas por si e se as coisas ficassem realmente perigosas – e que os deuses nos livrassem disso – nós precisávamos pensar primeiro em nosso bebês.

 

Eramos fracas e inúteis em uma guerra como essa. Não passávamos de distração para os rapazes quando eles precisavam, de fato, estar focados em algo maior. Não adiantava gritar e chutar. Não mudaríamos o fato de que não tínhamos nada a oferecer além de nosso amor, que na pratica, não parava exércitos.

 

Considerei que seria muito fácil para cada uma das mulheres ali, seguir o exemplo da pequena Claire, que com certeza iria ao chão em birra quando Quil a levasse de volta para os pais, mas nenhuma de nós poderia se dar ao luxo de ser assim tão imatura e impulsiva. Não mais.

 

Acho que poderia dizer que pela primeira vez na minha vida, a palavra “responsabilidade” soou pra mim como algo mais que muita chatice. Era tempo de por a cabeça no lugar e manter o coração fiel para suportar aquilo que não se pode controlar.

 

Como se para nos lembrar o porque nossas bocas estavam tão caladas e nossas mentes tão cheias, os garotos irromperam na sala de Emily algum tempo depois do anoitecer parecendo tão abatidos e assustados como nunca os vimos.

 

Eu caminhei até Jake e o abracei pela cintura colocando minha cabeça junto ao seu coração assim como Rachel fez seu caminho até Paul, Emily até Sam e Kim alcançou Jared.

 

Parecia que aquelas 24 horas tinham durado 24 dias quando eles se puseram a contar sobre a reunião do conselho e a estranha profecia que envolvia todas nós.

 

Ninguém parecia querer voltar para suas casas e dormir, como se mesmo todo o esgotamento não fosse capaz de derrubar os muros de medo que foram construídos ao redor de cada um de nós.

 

Resolvi assumir então a liderança de todas aquelas caras desgastadas e trazer um pouco de diversão, falando sobre um assunto também importante, mas completamente agradável.

- Acho que você esqueceu Jacob, que minha mãe estará na porta da minha casa assim que amanhecer. - eu falei alto e os outros garotos começaram a rir do meu tom quando cobrei. - Você vai se casar comigo ou não vai? Nós temos só essa noite!


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