A Patricinha e o Lobisomem escrita por elizabeth beans


Capítulo 27
Capítulo 26 - Mais que amigas!


Notas iniciais do capítulo

*recadinhos no fim!



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MAIS QUE AMIGAS!!! 

Jacob POV

Rachel me chamou no canto quando já estava na hora de eu levar Amelie para casa de Marta e fazê-la descansar um pouco antes que sua mãe chegasse.

- Maninho, eu tenho uma surpresa para você! - minha irmã sorriu toda alegre, como ela estava desde que minha mulher – era ótimo chamá-la assim - decidiu que estava levando todas as garotas para a Califórnia junto com ela.

Eu e os caras não sabíamos se estávamos agradecidos pela enorme distancia que as manteria seguras, se estávamos ainda mais deprimidos pela certeza de que todas elas estavam indo embora em algumas horas ou se estávamos totalmente putos com a grande quantidade de confusão que isso poderia gerar, enquanto estaríamos aqui, do outro lado do país lidando com alguns malditos sanguessugas que não tinham nada melhor para fazer do que acabar com nossa paz.

- Diga Rachel! - eu tentei alguma animação mas ela fez uma careta para a minha pouca vontade.

- Eu vou fazer sua alegria, tome! - e ela me estendeu a chave da nossa casa, o que fez com que eu cogitasse chamar o Paul e delatar minha irmã por beber durante a gravidez porque, de outra forma, o que ela achava que estava fazendo em meu favor, dando-me a copia dela da chave lá de casa?

Quando eu não estendi a mão para apanhar a tal chave, ela pegou minha mão e fez isso ela mesma.

- Eu já tenho uma copia da chave de casa, Rachel! - eu insisti procurando Mily com os olhos e começando a perder a pouca paciência. - De qualquer forma eu vou levar Amelie antes...

- Como você é burro garoto! Eu sabia que mamãe tinha te derrubado de cabeça quando era bebê. - Era Rachel quem me olhava irritada agora. - Agora escuta aqui e vê se faz o que eu mando... - ela franziu o senho e então uma expressão cansada e resignada se formou antes que ela maneirasse sua voz e falasse gentilmente:

- Eu não vou te contar nada porque é surpresa, mas eu devo te adiantar que você não levará Amelie para a casa de Marta, você levará ela lá pra casa e vocês tem dois dias antes que eu e Marta entreguemos a localização de vocês para a mãe dela. Não se preocupe que eu cuidei de tudo e não me agradece agora. Pega a sua patricinha e some daqui, certo Jake?

Mais dois dias com a minha Mily? E eu que pensei que ia ser só um beijo na testa e um depressivo “até logo” sem muita certeza do “logo”.

É claro que não fiquei mais nenhum segundo lá tentando entender o que era a tal “surpresa” da Rachel. Fui atrás da Sra. Black e não esperei que minha irmã colocasse minha capacidade mental em duvida ou tentasse me dar outro sermão.

Amelie POV

- Jake, dá pra me contar porque exatamente nós não estamos a caminho da minha... OMG!!!

É claro que eu estava apenas tentando arrancar uma desculpa convincente do meu marido – era ótimo chamá-lo assim – enquanto ele me erguia no colo, mesmo após todo o meu ganho instantâneo de peso e me conduzia da forma mais tradicional e brega possível, porém ainda fofa, para dentro da casa dele e não para meu quarto na casa que eu dividia com Marta, onde eu deveria estar agora esperando por minha mãe e me resignando a dizer adeus a tudo que me fez feliz até hoje em minha vida.

Mas então ele abriu a porta. Jake me apoiou sem esforços com um de seus braços enquanto o outro girava a chavezinha na porta e assim que eu vi o interior da casa eu não pude evitar:

Meus olhos saltaram realmente das orbitas, não de um jeito figurativo; e eu dei um gritinho totalmente vergonhoso saltando do colo do Jake e correndo pela sala.

Haviam tantas pétalas de rosa vermelhas e brancas espalhadas pelo caminho e a maioria dos moveis fora retirada, enquanto uma grande cama havia sido montada na sala, que era o maior comodo da casa, de modo que a residencia dos Black estava agora, igualzinha a uma suíte de hotel. Nada tão cinco estrelas mas tão charmoso quanto, talvez até mais.

- Caramba! - exclamou Jake que parecia não ter mais noção do que acabávamos de encontrar do que eu tinha. Ouvi ele balbuciar um: - “Então era disso que ela estava falando!” mas nem dei atenção. Apenas pulei na cama como se tivesse três anos oura vez e tudo pareceu tão certo que eu até me esqueci de meu recente mau humor e meus muitos problemas.

Nunca subestime o poder dos lençóis de linho egípcio que Marta com certeza tratou de desempacotar de algumas malas que nunca abrimos.

- Eu não acredito que as garotas fizeram tudo isso e ainda assim arrumaram nosso casamento. Elas são mais que amigas!!! - eu consegui dizer quando Jake arrancou seus sapatos e sua camisa e veio se juntar a mim. Me aninhei de encontro ao seu calor e beijei seu tórax exposto enquanto brincava distraída com meus dedos em seu abdomem.

- Rachel me disse que nós temos dois dias! - ele quase ronronou de encontro ao meu ouvido.

- Isso é sério? - eu parti minhas pernas e subi em cima dele, uma coxa de cada lado de seu quadril.

- Muito sério! - ele deu seu grande sorriso matador pra mim e eu me senti totalmente acordada como se não estivesse morta de cansaço e cheia de sono.

- Isso aqui tá mesmo lindo! - eu dei mais uma olhada ao redor notando agora algumas velas e alguns ramalhetes de rosas em jarros de cerâmica branca espalhados pelo aposento. E então me perguntei onde estariam todas as outras coisas que compunham a casa.

- O que será que tem na cozinha? - Jake parecia levar seus pensamentos para os mesmos padrões.

Saltei da cama e tratei de soltar a frente de meu vestido.

- Abre o zíper pra mim, amor. - eu pedi enquanto me livrava também dos enfeites de cabelo e joias, deixando-os em uma comoda clara logo a frente da cama.

- É sempre um prazer! - Jake me atendeu prontamente e plantou um beijo no meu ombro me fazendo arrepiar.

- Calma garotão, eu preciso de um banho! - sorri pra ele sem muita convicção enquanto era mais uma vez colocada no colo, como uma boneca de pano, e levada até o fim do corredor, para o banheiro que eu já conhecia mas que agora estava quase tão arrumado quanto todo o resto.

- O que é isso aqui? - Jake balançava um pequeno frasco com o que devia lhe parecer areia e sua expressão confusa quando se virou, me fez rir ainda mais com aquela grande onda de contentamento que me tomava. Eu estivera me perdendo em suas formas musculosas e suas costas perfeitamente delineadas em V, agora que ele vestia apenas uma boxer branca.

- São sais de banho meu amor! Aposto que Rachel andou pesquisando bastante em meu quarto e agradeço por isso.

Ele deixou o frasquinho onde o tinha achado.

- Traz pra mim! - eu disse enquanto fechava a torneira, vendo que a banheira já estava quase totalmente coberta com água.

Tirei o roupão que achei em nossa “suíte”, logo quando me livrei do vestido, me impressionando ainda mais com a riqueza dos detalhes aos quais Rachel se dedicara e confesso que me senti um pouco esquisita só com meu conjunto de renda La perla, agora que eu não tinha um abdomem tão reto quanto antes.

Não pude disfarçar meu constrangimento e abracei minha barriguinha de gravida já muito saliente como se assim pudesse fazê-la sumir e então continuar atraente como eu julgava ter sido. Jake obviamente percebeu e ele não é muito famoso por sua delicadeza.

- O que está escondendo aí? - perguntou com uma pontada de divertimento que me irritou um pouco.

- Nada... - eu desconversei.

- Não tá com vergonha de mim está? - ele sorriu ainda mais e eu comecei a ficar realmente irritada quando pude ver através de seus divertidos olhos negros todo o discurso do “não tem nada aí que eu já não tenha visto”.

- Pode se virar, por favor!? - eu confesso que exigi, na minha voz de poucos amigos.

- Não! - ele disse cortando um pouco seu divertimento e me avaliando mais seriamente. - Você é minha mulher e eu já te vi nua! - disse então justamente o que minha mente psicótica estava esperando para pirar completamente.

- Sai! - eu exigi mas não pude controlar o tom choroso que me dominou. De repente nada mais parecia perfeito. Eu estava com medo e muitas coisas confusas passeavam por minha mente, sendo que a maioria carregava o mesmo slogan de: Você está realmente gorda e ele vai te odiar!

Nunca pensei que eu me sentiria tão pequena e tão pronta a abrir vergonhosamente o berreiro. Mas para minha total surpresa, Jake apenas olhou-me carinhosamente e ignorando minha birra veio até mim, sem sorrisinhos matreiros e sem qualquer olhar de desprezo que eu pudesse temer.

Ele veio até mim e me abraçou na borda da banheira onde eu estava estática.

- Você é linda, sua boba! Você é a garota mais linda, sexy, cheirosa... - ele aspirou meus cabelos – E a garota mais perfeita que qualquer cara poderia desejar. - e então ele desatou habilmente o meu soutien enquanto dava novos beijos em meu ombro e apertava levemente os meus seios, me distraindo, me subjugando e me fazendo tão segura pelo simples fato de que ele me entendia, talvez melhor que eu mesma e ele parecia me aceitar de qualquer forma.

- Você é minha! - ele me olhou sério demais por um momento. Seu desejo e seu amor queimando em seus olhos escuros. - Não há nada que eu não faria por você e por nosso filho. - e ele tocou minha barriga com carinho tirando-a do esconderijo de minhas próprias mãos. - E eu pretendo ter você por quanto tempo você me quiser, mesmo que você esteja com cinco, sete ou nove meses de gravidez, porque Sra. Balck, você não tem ideia do quanto é GOSTOSA.

E eu tive que rir com essa. Fazendo minhas lagrimas caírem de alegria e não mais por confusão. Até que meu marido, a quem eu poderia devolver o mesmo elogio, me despiu por completo e me deu o melhor banho de banheira que eu jamais sonhei tomar.

Jacob POV

Amelie dormia completamente relaxada em cima do meu peito enquanto eu via sua face de anjo distender-se em pequenos sorrisos, durante o que me parecia ser um sonho bom.

Dentro de um sonho era como eu me sentia, protegido por uma redoma onde nada poderia nos atingir e nossa inevitável separação não parecia assim tão inevitável.

Minha casa estava irreconhecível e eu deveria agradecer eternamente à Rachel pelo cuidado e dedicação com o qual arranjara, sabe-se Deus como, todo aquele lugar e toda aquela situação para que nossa “lua-de-mel” não passasse em branco.

O telefone que estava ao lado da cama de casal e era a única coisa que nos ligava ao mundo lá de fora, soou apenas uma vez antes que eu o atendesse, preocupando-me em não acordar minha linda mulher adormecida.

- Jacob? - era a voz quase pesarosa de minha irmã.

- Oi Rachel, muito obrigada! - eu praticamente cochichei de encontro ao aparelho.

- Ah, eu só queria que vocês tivessem o seu tempo. Ela está dormindo? - perguntou, percebendo que eu me esforçava para que minha voz não soasse completa.

- Sim, não quero acordá-la! Muito obrigada mesmo maninha, você é a melhor! - eu insisti e pude ouvir uma risadinha do outro lado da linha que me garantia que Rachel estava bastante feliz consigo mesma.

- Jake, eu odeio interromper mas vocês precisam se arrumar. A mãe dela estará aqui em umas duas horas pelo que Marta me disse e nós já estamos todas prontas para... - e ela não conseguiu terminar a frase, parecendo subitamente deprimida. - É isso aí Jake, te esperamos aqui! - disse por fim e depois de mandar um beijo à Amelie ela desligou, me tirando de dentro da minha redoma e me lembrando que a vida real seguia seu curso e nada mudara lá fora embora tudo tenha se intensificado ainda mais dentro dessas paredes.

Precisava acordá-la então comecei a beijar-lhe os cabelos, agora bem mais escuros do que na época em que nos conhecemos, embora igualmente cheirosos e macios.

Quando meus beijos seguiram até o lóbulo de sua orelha ela resmungou e sorrindo, ainda de olhos fechados, me puxou pela nuca, escorregando de cima de meu peito e fazendo com que eu ficasse totalmente por cima de seu corpo.

Eu a beijei na boca, deixando minha língua brincar com a sua e ela ronronou antes de sua voz rouca dizer:

- Bom dia marido gostoso!

Não contive o riso e me soltei um tanto dela para em seguida ser novamente condicionado à me voltar sobre seus lábios quando ela continuou a agarrar os cabelos de minha nuca. O beijo ficou mais forte e sua língua travava uma batalha contra a minha.

Amelie partiu suas pernas e afastou o fino lençol que a cobria, encostando todo o seu corpo em mim. Ela ainda estava completamente nua da ultima vez que fizemos amor e seu sexo roçou o meu, já cheio de umidade, deixando-me completamente exitado.

- Você é uma garota má, Sra. Black! - eu falei de encontro a seu ouvido enquanto ela bufava algo incompreensível e levava às mãos ao meu membro rijo e completamente sensível entre suas pernas.

- Fala menos e faz mais Jacob! - Mily disse com falsa impaciência enquanto me guiava ela mesma pra dentro de si.

Gemi descontrolado sentindo seu sexo quente me apertar e me engolir inteiro e ela arranhou meus braços quando eu teimei em estocá-la gentilmente.

- Vem Jake, você faz melhor que isso! - ela provocou enquanto eu tentava manter a linha ali. Não podia mais me dar ao direito de libertar o animal em mim enquanto ela estava carregando meu filho, mas a maluca não parecia se lembrar disso.

Levei uma das minhas mãos até seu sexo, bem próximo de onde nos uníamos e comecei a estimulá-la enquanto aumentava minimamente a pressão sobre ela. Amelie parou qualquer provocação, seus olhos se espremeram e sua boca abria e fechava formando adoráveis caretas de prazer. Começou a se remexer e gemia completamente entregue provando-me que aquela foi, de fato, uma boa ideia.

Tive de acelerar mais, me revezando entre estocadas longas e profundas, apertando-lhe a carne alva dos quadris e beijando-lhe sofregamente até que ela explodiu e eu fui logo em seguida.

- Precisamos nos arrumar, meu amor. - eu falei quando sai dela e a puxei para meu lado. - Já é hora de irmos!

Amelie POV

E lá estava eu, sentada numa das poltronas do Jatinho da minha família do lado de uma Kim completamente apavorada por estar andando de avião pela primeira vez na vida. Se não estivéssemos todas muito mal-humoradas por termos nos despedido de nossos Lobos a poucas horas atrás, eu talvez encontraria forças para rir dela.

Entramos em uma área de leve turbulência e pude sentir a pressão em meus ouvidos e uma pequena sacudida na aeronave.

- Ai meu deus do céu! - Kim espremeu os olhos e juntou as mãos em seguida como se rezasse.

- Ei, nós não vamos cair nem nada assim, relaxa! - falei sem paciência, embora uma parte de mim se condoesse com sua situação.

Recostei-me em minha própria poltrona e pus a mão meio que inconscientemente em cima de minha barriga. Quase pude sentir os lábios de Jake me beijando ali quando se despediu de mim. Ele fez questão de levantar minha blusa e fazer toda uma cena que eu acreditei que fosse levar minha mãe à uma combustão instantânea além de já deixá-la completamente roxa de indignação.

- Eu vou te ligar todo dia minha linda! – ele prometeu com os olhos molhados me fazendo segurar o choro de forma ferrenha para não derramá-lo perto de minha mãe.

- E você fica bem filhão! - ele falou com minha barriga ainda modesta se comparada à de Emily que estava se despedindo de Sam à poucos passos de mim. - Fica saudável aí dentro e não dá muito trabalho pra sua mamãe certo? - continuou como se a criança já pudesse obedecê-lo.

Eu sorri para ele mas não consegui dizer nada alem do abraço apertado que trocamos e um ultimo beijo desesperado.

É claro que a Sr. Clarissa Weelow, infelizmente conhecida como minha progenitora, quase gritou comigo se esquecendo de toda sua pose e circunstancia, além de me ameaçar varias vezes com o terrível: “Vou deserdá-la, mocinha”, assim que fixou seus olhos em minha aliança e teve a confirmação de que eu realmente me casara, de forma legal.

Mas nem mesmo a minha mãe foi capaz de continuar me atazanando quando deixei meus olhos caírem e assumi minha nova voz, completamente sem vida lhe dizendo um: “Faça o que você quiser” e lhe informando que todas as garotas estavam indo conosco para Beverly Hills.

Depois disso entrei em um dos carros que meu Tio Oliver providenciou quando ligou para Marta e foi informado do meu plano de levar todas as minhas novas amigas comigo e segui direto para um aeroclube particular em Seatle de onde partimos em um voou sem escalas com destino à quente, porem emocionalmente gélida, L.A.

Minha mãe acabou tendo de morder a própria língua de cobra e vir junto sem dizer mais nada, já que pareceu bem obvio que eu a jogaria pela janelinha do avião a qualquer momento se ela se manifestasse outra vez sobre qualquer coisa relativa à meu casamento, meu marido ou meu filho, quem dirá sobre as garotas que viriam comigo e ficariam de hospedes em uma casa que também era minha e seria mesmo se ela me deserdasse já que pertencera primeiramente à minha avó, já falecida e que não teve tempo de me deserdar antes de morrer, conferindo-me tanto direito à mansão quanto tinha minha mãe. Talvez até mais.

Jacob POV

Amarrei a bermuda na minha perna e me estiquei todo antes de me curvar para a transformação. Podia sentir Quil e Embry fazerem o mesmo movimento a poucos passos de mim, Leah um tanto mais afastada, enquanto Sam, Jared, Paul e os outros garotos já estavam transformados, suas mentes conectando-se as nossas assim que tomamos nossa forma animal.

Dentro de cada um de nós o medo e a saudade se fez presente mesmo que os instintos mais primitivos gritassem pelo sangue do inimigo e nos deixassem totalmente alerta quanto à iminente batalha.

Não estávamos caminhando para o confronto ainda, no entanto. Estávamos a caminho de uma clareira na mata, exatamente situada entre as terras dos Cullens e as nossas terras e lá teríamos nossa primeira “reunião” sobre o que viríamos a enfrentar em algumas semanas, novamente juntos, como aliados.

Depois de um tempo relativamente curto de corrida, o mal cheiro nos mostrou que estávamos perto o suficiente do ponto de encontro.

- Sejam bem vindos! - Carlisle Cullen falou amigavelmente enquanto um a um, eu e meus irmãos saiamos da sombra das arvores e nos mostrávamos.

Junto ao clã de vampiros já conhecido estavam também outros vampiros, que eu supus serem as tais “testemunhas” de que Bella falara, aliados para o tal momento de diplomacia que precederia o provável massacre.

Nunca antes havíamos sequer os farejado e eles conseguiam ser ainda mais fedidos que os Cullen, o que me fez perceber seus olhos vermelhos logo em seguida, levando meus irmãos as mesmas conclusões e assim causando uma comoção dentre o bando e muitos rugidos zangados até que Edward tomou a frente do pai e tentou se explicar:

- Eles não estão caçando em Olympic! Nós estamos comprando sangue e estocando, mas não é justo pedir a eles que adotem nossa dieta. Eles estão aqui para NOS ajudar e somos agradecidos por isso. Não estamos em posição de recusar ajuda e julgar nossos amigos!

Isso não ajudou muita coisa e os rugidos dos mais novos eram ainda mais intensos. No entanto, Sam mandou que se calassem e eu não pude evitar de pensar que não tínhamos realmente muita alternativa.

Quando esse pensamento se firmou a tristeza entre o bando era palpável mas nenhum outro rugido de cólera se ouviu e a tal “reunião” estava novamente segura.

- Não podemos brigar entre aliados se quisermos uma chance! - o Dr. Preza voltou a dizer e em seus olhos havia uma tristeza similar aquela que eu sentia em meus irmãos.

Por respeito a ele, me sentei sobre minhas patas traseiras e me deixei cair naquele solo para ouvir tudo oque eles tinham a nos dizer. Afinal, eu fora uma das pessoas de quem ele cuidou quando precisei de seus serviços médicos e não estava em discussão o apreço que aquele ser tinha pela vida humana.

Depois de nos informar com riqueza de detalhes sobre todas as visões de Alice e nos apresentar aos “amigos” que compareceram dispostos à testemunhar a favor do filho de Bella, eu me concentrei em Edward e pedi a palavra.

O vampiro me encarou acenando positivamente e comunicou a todos que eu iria falar. Sam não se importou e eu, incomodado com o fato de aquele lá ficar traduzindo o que eu dizia e editando ao seu bel prazer, avisei à Sam apenas em cima da hora, que esteva mudando de forma e falaria eu mesmo, com minha boca e minhas palavras.

Em alguns segundos eu já estava de volta, com minha bermuda e um olhar mortal do lobo negro sobre mim por não ter esperado seu consentimento quanto a essa possível imprudência de minha parte.

- E aí sanguessuga! - cumprimentei sem poupar o sarcasmo e deixando claro a todos que não precisaríamos de um interprete.

Evitei olhar para Bella que estava ao lado de seu marido e não tirava seus olhos de mim, em uma vã esperança de estabelecer qualquer contato. Ela era uma maldita egoísta que ainda por cima tinha se transformado em monstro por vontade própria. O que ela esperava que eu fizesse: Corresse atrás dela emocionado para ter sua amizade de volta? Ela me ferira o bastante e mesmo que Amelie tenha tirado qualquer vestígio de Bella que pudesse estar ainda dentro de mim eu não queria me reaproximar dela. Eu queria que ela fosse cuidar de sua vida bem longe de mim e me deixasse finalmente em paz.

Pela expressão carrancuda do sanguessuga com meus pensamentos não parecia concordar com a minha opinião sobre sua mulher. Rolei os olhos em impaciência e me dirigi apenas ao Dr. Preza.

- Sr. Cullen, eu preciso avisar sobre um outro aliado que teremos em comum. - falei me sentindo meio sem jeito ao encarar o vampiro que me olhava cheio de respeito e que logo disse algo como “Por favor me chame de Carlisle, filho!”

Continuei com o que ia dizendo.

- Através de minha mulher, conhecemos um vampiro de nome Oliver e ele se manifestou ao nosso favor. Ele e o seu clã se comprometeram com a luta. Achei justo avisá-los antes que ele batesse a sua porta. - terminei por fim, ainda um tanto constrangido em ter assumido minha aliança com o mais novo sanguessuga que tentara me tomar a garota.

Foi inevitável pensar em Amelie e em seu sorriso molhado quando disse SIM naquele altar improvisado e se tornou ainda mais a “minha mulher”. Com essa imagem em minha mente engoli um pouco mais do meu orgulho e me dirigi à vampira ao lado de Carlisle.

- Sra. Cullen, eu tenho certeza de que minha esposa agradeceria muito por sua ajuda em nosso casamento se estivesse aqui. Eu agradeço também! - disse ainda mais sem jeito.

- Oh querido, foi de coração. Tudo o que precisar, estaremos aqui. Sei que não é agradável para vocês estar em contato conosco mas nós é que agradecemos por aceitarem essa aliança, pela segunda vez! - a mulher dizia com sinceridade nos olhos enquanto me fazia realmente pensar em como uma fria conseguia ser tão terna e maternal enquanto a mesquinhez e maldade de minha sogra me saltavam ao pensamento.

- Jacob... - Bella tentou falar mas eu praticamente agradeci ao Cullen quando a refreou com o olhar. Eu não desejava nenhum dialogo com ela.

Dando por encerrada qualquer comunicação com o nosso novo grupo favorito de “amiguinhos”, me pus a mudar outra vez de forma e pude ir embora com meus irmãos escutando os resmungos de Sam sobre minha neglicencia e impulsividade, e claro, não deixando de pensar nem por um segundo em minha linda e geniosa patricinha e no que ela estaria fazendo, junto a todas as outras garotas, agora que certamente já teriam chegado à ensolarada Califórnia.

Amelie POV

Olhei pro meu quarto, lindo, intacto e completamente compatível com o que eu mereço e senti falta de tudo, como se toda a seda, o linho egípcio e o requinte não me fizessem nem remotamente feliz, como um certo índio em uma barraca de lona fez um dia.

Respirei fundo e reorganizei as ideias, pois se eu ia para a escola no dia seguinte, gravida de quase quatro meses com uma barriguinha bem saliente e uma grande aliança no dedo eu teria de endurecer um pouco o que andei amolecendo em La Push e teria que deixar a Srª Weelow tomar conta de mim mas uma vez, se eu quisesse sobreviver àqueles corredores.

Conhecendo pela primeira vez na vida a fraqueza, fiz aquilo que todo fraco faz primeiro:

- Kim!!! - gritei minha melhor amiga, que dessa vez não era só uma vadia interesseira e sim uma pessoa que me aturava e gostava de mim por tudo o que eu era. Logo ela estava ali, com sua carinha de assustada e pronta à me ajudar.

Abracei Kim bem forte e ela me correspondeu e então eu me ouvi dizer uma coisa que se parecia muito pouco comigo ou com o “eu” que eu sempre conheci:

- Dorme comigo aqui? Essa cama é grande demais!

E ela sorriu pra mim como quem pensa o mesmo e nem precisou dizer nada pra que eu percebesse que ela estaria ali pra mim em qualquer momento.

No dia seguinte, tudo foi muito corrido já que Rachel e Emily decidiram que todas nós iriamos ao médico o mais rápido possível, pois só Emily fazia pré-natal e já estava mais que na hora de todas nós seguirmos essa mesma direção.

Claro, eu e Kim íamos à escola também, e pela cara de Marta, isso era bem inegociável. Uma boa coisa pelo menos foi notar ou melhor, não notar, minha mãe, mais conhecida como a grande serpente, em nenhum lugar da casa.

Eu sabia que ela estava tramando alguma coisa porque não seria Clarissa Befart-Weelow se não estivesse e eu admito que aqui, longe de Jake, onde me sentia totalmente insegura, eu temia o que ela pudesse fazer a mim e a meu bebê.

Vesti meu uniforme com aquele brasão, antes tão conhecido e ouvi um engraçado suspiro de Kim enquanto ela se olhava no espelho do closet logo atrás de mim.

- Você poderia imaginar que eu estaria vestindo uma dessas coisas algum dia! - ela sorriu sem graça e eu notei todo seu embaraço, me identificando mais com ela do que devia. - Isso aqui diz “Escola Particular” tão alto! - ela disse e eu percebi com um sorriso que eu também a influenciara um pouco no fim das contas, já que esse tipo de comentário não costumava vir da Kim mega tímida que eu de incio conheci.

- Coloca esses sapatos aqui. - estendi pra ela um par Manolo Blahnik que eu comprara antes de ser exilada em Washington e nunca tivera a oportunidade de usar.

Não estavam passados já que eram de uma coleção vintage super cobiçada e com certeza fariam todos abrir caminho pra ela, mesmo na Abermonth Academy.

- Ah Mily, não sei se posso... - ela começou a recusar daquele jeito vergonhoso dela e eu a olhei com meu melhor olhar de “Isso é uma ordem” calçando meus sapatos Prada exclusivamente encomendados para mim.

Estávamos prontas antes do tempo e nos olhávamos com uma compreensão mutua de que aquilo ali não seria fácil ou agradável.

Na mesa do café encontramos Emily com a pequena Claire no colo e Rachel conversando com Marta enquanto essa se mostrava muito incomodada em se sentar à mesa dos “patrões” como eu dissera que ela se sentaria de agora em diante, logo quando chegamos.

- Amelie, nós conseguimos marcar as consultas e vamos buscar vocês assim que terminarem as aulas. - Rachel falou quando apontamos na sala de refeições.

Eu assenti, sempre impressionada com a competência da minha querida cunhada e quando disse isso em voz alta eu pude ter certeza que as bochechas naturalmente avermelhadas de Rachel se destacaram ainda mais tingidas, deixando-a ainda mais bonita.

Entramos no Mercedes que John, o motorista, sempre conduziu para levar-me a escola e não pude deixar de sentir um comichão a respeito de estar voltando para “casa” depois de ter minha vida completamente virada de cabeça para baixo e em minha opinião mais justa, totalmente mudada para melhor por mais que o meu amado marido estivesse a alguns estados de distancia prestes a lutar com algumas criaturas míticas terríveis que nunca poderiam voltar a ser um mito para mim.

Kim POV

Aquilo era tão estranho. Quer dizer, eu estava em um carro super chique sentada no banco de traz com Amelie enquanto um homem que eu não conhecia nos levava ao colégio e nos tratava, nas raras vezes em que se dirigia a nós duas, por Srtª acrescido de nosso ultimo nome. Completamente surreal para a minha realidade.

No dia anterior quando chegamos à mansão onde Amelie morava, porque qualquer coisa menos que “mansão” era insultar aquele lugar; ela me surpreendeu completamente pedindo para que eu dormisse com ela. Eu fiquei tão feliz, porque eu estava tão sozinha e eu sentia tanta falta de Jared e de minha casa, mesmo que meus pais estivessem meio brigados comigo por conta da gravidez.

O carro parou em frente a um muro alto de pedra e eu vi um portão de ferro se abrir para que entrássemos. Foi quando o estacionamento surgiu, apinhado por um monte de carros brilhantes que eu só vira na televisão.

Me sentia completamente impropria naquele uniforme e usando aqueles sapatos caros demais. Aquilo ali não era pra mim e eu não pude me impedir de abaixar a cabeça quando o motorista veio abrir nossa porta.

- Olhe pra cima Kim, eles são só um bando de garotos infelizes. - Mily me cutucou, reconhecendo meu medo e me repreendendo instantaneamente.

Concentrei toda a minha coragem no simples gesto de olhar para frente e Amelie pegou o meu braço enroscando no dela e fazendo com que andássemos juntas pela escadaria que se estendia diante de nós.

Íamos subindo, ou Amelie ia enquanto eu me firmava em sua confiança, quando uma garota barrou nossa passagem. Ela era alta, muito magra e loira e sua expressão era tudo menos amigável.

- Hora, Hora... E a boa filha a casa torna! - disse a garota enquanto Mily a encarava com um olhar que eu não quereria ter sobre mim se fosse ela.

- Vejo que a sua má educação não foi concertada, querida! Pode nos dar licença, por favor!? Estamos passando se não percebeu. - Amelie tinha uma voz tão doce e calma que contrastava completamente com o aperto de ferro que ela agora exercia em meu braço. Aguentei calada e tentei por tudo não abaixar minha cabeça para as outras três garotas que estavam paradas próximas à loira.

- Mily, amiga, você precisa se livrar desse mal humor matinal, os rapazes odeiam esse tipo de gênio assim logo de manhã! - a garota continuava a barrar nossa passagem e eu senti Amelie respirar fundo e mudar o peso de uma perna para a outra em uma tentativa clara de se controlar enquanto todo o seu corpo parecia querer cair em cima da outra garota.

Isso não ia dar certo.

Amelie POV

Assim que chegamos na Abermonth Academy me preparei para o pior embora estivesse admitindo pra mim mesma que adoraria que nada acontecesse.

Eu e Kim saímos do carro e eu garanti que ela não iria se portar como coitadinha já que a primeira coisa que você pode fazer para fracassar na escola é se portar como coitadinha. Você será realmente uma coitada tão rápido quanto aprenda a dizer “Por favor, não!”

Para minha completa falta de sorte, no entanto, Trace já estava ali logo na escadaria e ela obviamente começou uma conversa pretensiosa e imbeciloide tentando mostrar quem era o grande chefão quando eu obviamente não voltei das férias de Natal para reclamar meu posto.

- Hora, Hora... E a boa filha a casa torna! - dizia ela se achando inteligente enquanto eu rolava meus olhos e sentia raiva por ter de olhar na cara dela.

O que era aquilo afinal? A vadia já começou apelando para citações bíblicas? “As coisas realmente decaíram por aqui” - não pude me impedir de pensar.

- Vejo que a sua má educação não foi concertada, querida! Pode nos dar licença, por favor!? Estamos passando se não percebeu. - optei por ser rápida e demonstrar meu desprezo em continuar em sua companhia por mais tempo que o estritamente necessário.

- Mily, amiga, você precisa se livrar desse mal humor matinal, os rapazes odeiam esse tipo de gênio assim logo de manhã! - ela disse e eu vi tudo vermelho quando percebi que ela não ia sair dali quanto tudo o que eu verdadeiramente queria era ser deixada em paz.

- Quem você esta chamando de amiga, sua vagabunda?” - foi o que eu quase gritei pra ela, mas eu sabia que nunca você vence um embate com uma biscate como a Trace, descendo ao mesmo nível que ela, afinal, gente assim pode sempre ir mais e mais baixo e tudo o que eu e meu bebê não precisávamos agora era de uma louca como ela fazendo nosso sangue ferver e nossa boca se sujar com alguma ofensa barata. Então o que eu obviamente disse foi:

- Concordo completamente com você “AMIGA”, lembro-me muito bem do Luke reclamar que acordar ao seu lado era como acordar ao lado de um dragão com TPM. - e então permiti que um sorriso maligno passasse por meus lábios deixando-a ainda mais encanada. - E só para que você saiba, antes que precise fofocar o suficiente para descobrir, agora é Srª e não Srtª porque pra você já não era mais Mily, há muito tempo, “QUERIDA”!

E imediatamente comecei a procurar uma brecha em seu ridículo cerco a Kim e eu para que minhas palavras a deixassem no chão tempo o suficiente para que eu escapasse dali, já que esse tipo de embate nunca foi vencido de fato pelo maior numero de respostas mas sim pela pessoa que conseguiu ter a ultima palavra e a minha já estava dada.

Kim POV

Eu estava afoita e meu coração estava disparado. A Amelie é doida isso sim! Não que eu já não soubesse disso mas o que sinceramente ela acha que seria da gente agora depois de declarar toda essa guerra contra a menina loira? E eu percebi que ela não estava apenas ganhando como de costume. Algo parecia se partir nela quando falava com a tal de Trace. Me lembrei que esse era o nome da garota que ela costumava chamar de “melhor amiga” e tive ainda mais medo da situação.

- Você não quer uma água? - perguntei quando nós duas já estávamos distantes e ela estava levemente ofegante com um olhar baixo e resignado que me alarmou.

- Não exagera Kim! - ela se recompôs. - Aquela vadia não significa mais nada pra mim. - disse muito decidida, embora a ponta de ressentimento fosse clara.

Não me importei com o que ela faria comigo ou se me afastaria e mesmo assim avancei até ela e a abracei. Mily pareceu mais surpresa impossível mas isso não fez ela me afastar como eu esperava e sim, colocou sua cabeça no meu ombro deixando um longo suspiro sair, rindo levemente depois, um riso nervoso.

Antes que eu pudesse falar em voz alta o que esperava que ela estivesse sentindo naquela momento:“Eu estarei aqui para você, sempre” alguma coisa tremeu entre nós duas e começou a tocar uma musiquinha animada que soava como OhOhOohh.

- É o Jake! - ela gritou como se tivesse a mesma idade da Claire e eu não poderia julgá-la por isso quando uma saudade ainda mais palpável do meu Jared me invadiu.

- Ah, é só uma mensagem! - ela parecia um pouco menos animada mas eu aprovei totalmente o sorriso que nasceu em sua face e as rugas de preocupação que se foram como se não tivéssemos passado por nada estressante.

Ela virou o visor pra mim e eu pude ler a mensagem, aproveitando eu mesma a minha parte de alegria.

(De: Jake --- Para: Mily

Tô morrendo de saudades da minha patricinha!!! Tá tudo bem por aqui. Não se preocupem, nenhuma de vocês! Cuida bem do meu coração, Srª. Black!!!

Jared manda dizer à Kim que ela não vai mais escapar, ele vai fazer dela uma mulher honesta em muito breve.)

Eu tinha lagrimas nos olhos de saudade e de contentamento pelo que acabava de ler. Eu não estava mais tranquila quanto ao perigo que eles enfrentariam mas pude perceber que, assim como Amelie, eu estava muito feliz por terem se lembrado de nós assim no meio do dia, sem um proposito aparente. Com toda essa distancia significava ainda mais.

- Amelie Weelow? - uma voz masculina perguntou com o que parecia real surpresa e eu me virei para ver Mily cumprimentar um garoto loiro que parecia um daqueles modelos de marcas famosas. Ele olhava pra ela com olhos arregalados intercalados entre seu rosto e seu ventre levemente saltado na camisa de uniforme. Esperei sinceramente que ele não fosse mais um “amigo da onça”.

Amelie POV

- Amelie Weelow? - A voz de Luke me abordou enquanto eu ainda tentava engasgar o choro pela mensagem do Jake. A saudade corroendo e por um instante eu pude jurar que meu bebê mexera mas foi tão suave que poderia muito bem ser fruto da minha imaginação.

Tratei de me recompor e erguer a cabeça a tempo de vê-lo intercalar olhares confusos do meu rosto à minha barriga levemente saltada e novamente ao meu rosto.

- Luke! É sempre bom vê-lo, espero que esteja tudo bem! - falei apertando sua mão e lhe concedendo os dois beijinhos na bochecha que a educação pede quando estamos em frente a uma pessoa que conhecemos por quase toda a vida.

E me lembrei imediatamente da ultima vez que vi Luke e mesmo que a saudade me apertasse tive de conter minha risadinha quanto à facilidade com que Jacob livrara-se dele. Percebi que o garoto agora mirava minha aliança e a ruga em sua testa aumentou enquanto seus olhos arregalaram.

-Então Trace estava dizendo a verdade! - ele exclamou esquecendo-se dos bons modos com a mesma rapidez que sua pretendente vagabunda, minha ex-amiga.

- Se você se refere à minha aliança... Os rumores que certamente ouviu são verdadeiros, não que seja do interesse de qualquer pessoa aqui presente. - disse com meu melhor sorriso amarelo enquanto Kim arregalava os olhos pra mim no que percebi claramente como uma repreensão muda por minha audácia em alfinetá-lo já de cara.

- Eu não posso... - ele já ia falando qualquer outra coisa que eu não tinha nenhuma necessidade de ouvir e não estava interessada tão pouco quando o grande sino do colégio badalou providencialmente tirando-me qualquer obrigação de continuar a aturá-lo.

- Desculpe querido, precisamos ir não é Kim?! - virei-me para ela que felizmente balançou a cabeça em afirmativa rápido o suficiente. - Nos vemos por aí! - acenei enquanto já me punha a caminho da primeira aula.

É claro que Marta ligara na escola e pegara os nossos horários, impedindo assim que nos detivéssemos na salinha da secretaria por tempo indeterminado dependentes da boa vontade de um funcionário enquanto aturávamos todos os olhares sobre nós. Eu conhecia bem a sala para a qual Kim e eu íamos agora, já que nossos horários eram completamente idênticos como uma exigência minha a diretoria que logo foi acatada.

Passei pela porta e percebi que o professor já se encontrava em sua mesa. Olhei para Kim por um momento. Ela estava branca e suava um pouco nas têmporas. Segurei em sua mão como se ainda fossemos crianças e a apertei com confiança sorrindo para ela com sinceridade e cheia de esperanças. Tudo que eu pensava é que deveria protegê-la dessas pessoas.

E então eu percebi que nós ficaríamos ambas bem justamente porque passaríamos por tudo isso juntas. Kim já me era muito mais que uma amiga, e, no momento em que eu finalmente reconheci aquela sensação antes impossível, fui capaz de nominar seu significado em minha vida.

Aquela garota de La Push, meiga e extremamente simples, ao mesmo tempo que podia ser leal e até destemida, era pra mim, uma irmã. A irmã que eu nunca tive.

Uma irmã que sempre me faltou!


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Notas finais do capítulo

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Aqui está o penultimo cap, com muito esforço no meio de TCC, desfile de formatura, aula de violão, vida social e etcs. Espero que vocês gostem e tô loka pra saber a opinião então comentem e falem tudoo o que quizerem dizer pq estamos mesmo ACABANDO ... chora!!! e por outro lado , aleluia né, pq preciso retomar as outras pobres fics abandonadas na saga de terminar essa!!! bjooo e o meu muito obrigado de coração a todos que acompanham minhas historias e esta em especial ja que estamos quase no fim... nada seria possivel sem vcs ... muitoo bjoo e muitas desculpas pelas demoras involuntarias *_*