P.s.: Eu Te Amo escrita por Dreamy


Capítulo 36
Anjos


Notas iniciais do capítulo

Oi flores,
Bem, eu não sei ao certo o que falar desse capítulo, então deixo inteiramente a critério de vocês...
Espero que gostem!



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Capítulo 36 - Anjos

A viagem para o St. Mungus pareceu levar uma eternidade. Foram apenas poucos segundos de ver Helena caída, chamar por James e aparatarmos no hospital, contudo esses poucos segundos pareceram uma vida. Enquanto aparatamos eu segurava Helena nos braços. Ela não recuperara a consciência. Depois do que pareceu uma eternidade, que éramos imprensados pela sensação de aparatar, finalmente chegamos ao átrio do hospital. Toda a equipe que foi chamada agiu muito rápido e eu fiquei parada ali, observando Helena ser removida dos meus braços e colocada em uma maca.

–São os pais da menina? – perguntou um atendente plantonista, eu não sabia o nome dele.

–Somos – respondeu James.

–Por aqui, por favor.

O que se seguiu foi uma série de acontecimentos que eu não consegui registrar direito, as vozes, os movimentos das pessoas e todo o cenário passavam por mim como um borrão. Vi Helena ser levada em direção ao corredor sul, estavam levando-a para a sala de radiografia e comecei a andar na mesma direção puxando James. Eu nem tinha percebido que ainda estava segurando a mão dele.

–Temos que registrá-la primeiro, Doutora. – disse o atendente que eu não lembrava o nome.

Senti vontade de gritar com o rapaz e voltar para junto de Helena. Mas me forcei a ficar ao lado de James enquanto ele respondia às perguntas e eu completava alguma informação. Depois que terminamos de preencher vários formulários, o rapaz nos permitiu sair; eu segui apressadamente para a sala de radiografia, ainda puxando James, mas quando entrei a sala estava vazia. Helena se fora. Corri de volta para o corredor olhando em volta. James estava frenético ao meu lado. Uma curandeira estagiaria passou por mim e eu agarrei o braço dela.

–Onde está minha filha?

–Drª Sammer, eu não sei.

–Então a encontre. – gritei com a menina.

–Qual o nome dela?

–Helena Potter. – quando falei o sobrenome dela a curandeira se virou para James o encarando surpresa.

–Onde... – ela pigarreou – Onde a deixou?

–Ela... estava tirando uma radiografia... ela... – foi James quem respondeu, eu estava a ponto de explodir e sair procurando minha filha de quarto em quarto se fosse preciso – O que fizeram com minha filha? Quero saber!

A curandeira olhou de mim para James atentamente.

–Vou encontra-la Drª Sammer, me espere aqui.

Ela voltou poucos minutos depois.

–O Drº McDoguem gostaria de falar-lhes. Por aqui, por favor.

Segui para a sala de Edgar McDoguem com as pernas trêmulas, estava difícil andar. Na verdade, se eu não estivesse apoiada em James acho que não conseguiria me mover.

–A senhora está se sentindo bem, Drª Sammer?

Minha boca estava ressequida de medo.

–Quero a minha filha. – James apertou minha mão.

Passamos pela sala de ressonância, no setor neurológico no hospital. Edgar estava em pé nos esperando.

–Hestia, Srº Potter.

–Onde está Helena? – perguntou James.

Edgar não respondeu.

–Sentem-se, por favor.

Me sentei ao lado de James.

–Helena... Helena está... não é nada grave, não é mesmo, Edgar?

–Ainda não sabemos. – respondeu ele com aquela voz que reconheci sendo a que ele usava para falar com os pacientes de forma tranquilizadora, isso só me deixou mais nervosa – Preciso de algumas informações? Qual a idade da sua filha?

–Ela tem quatro anos. – James respondeu.

–Ela sofreu algum acidente recentemente?

James me encarou em pânico, provavelmente se lembrando da mesma coisa que eu.

–Ela...

–Um carro bateu nela. Ela bateu a cabeça. – fui eu que respondi.

–Há quanto tempo isso aconteceu? – perguntou Edgar, sem nos encarar, ele estava tomando anotações.

–Há alguns dias. – disse James.

–Ela se sentiu bem depois do acidente?

Era difícil pensar direito.

–Claro – James respondeu mais uma vez – Ficou com um galo atrás da cabeça, mas fora isso... parecia estar muito bem.

–Notou algum lapso de memória?

–Não. – James.

–Alguma mudança de personalidade?

–Não. – eu.

–Convulsões, torcicolo ou dor de cabeça?

–Não. – James.

–Edgar, por Merlin o que ela tem? – perguntei em pânico.

Ele parou de escrever e olhou para mim, em seguida para James.

–A radiografia não mostrou nada Hestia. Quero fazer um RAM.

–Um o quê? – perguntou James perdido.

–Ressonância com Auxilio de Magia. – respondi automaticamente – É uma maquina computadorizada que nós inventamos com auxílio de trouxas. Tira fotografias do interior do cérebro.

–E vou ter que fazer outros testes também.

–Isso... isso...isso – James estava gaguejando, eu nunca tinha visto ele gaguejando dessa forma – é realmente necessário... não... não vai machucá-la, não é mesmo?

–Não, Hestia eu vou precisar fazer uma punção espinhal.

A mão de James apertava a minha quase a ponto de doer. Ele estava apavorado mesmo sem saber o que significava todos esses termos, eu estava completamente em pânico, por que eu sabia exatamente o que eles iriam fazer com a minha Helena.

–O que acha que é? – me forcei a perguntar, não consegui reconhecer minha própria voz – Edgar o que acha que ela tem?

–Prefiro não dar palpites agora Hestia, você sabe como são essas coisas. – Edgar me olhou apreensivo – Saberemos dentro de uma ou duas horas. Ela está acordada agora, se quiserem vê-la.

–Claro Doutor. – mais uma vez eu fui incapaz de responder.

Uma das curandeiras sênior, que eu também não lembrava o nome nos conduziu até o quarto de Helena. Ela estava deitada em uma cama, um corpo pequeno e pálido. Virou a cabeça quando nós entramos.

–Papai, mamãe.

–Oi. – James falou se sentando de um lado da cama enquanto eu me sentava do outro – Como está se sentindo?

–Posso ver dois de tudo – ela respondeu com seu sorriso ingênuo. Eu e James trocamos um olhar preocupado.

–Disse isso ao curandeiro? – perguntou James.

–Eu disse que eu via dois curandeiros. – eu peguei sua pequena mão apertando levemente.

–Está sentindo alguma dor? – perguntei.

–É como se eu estivesse voando – ela disse reprimindo um bocejo.

–Eu estou aqui com você. – abracei minha filha gentilmente e a apertei. O corpo de Helena parecia frágil e encolhido, eu não queria soltá-la, queria pegá-la no colo e desaparatar dali. A contragosto me afastei dela, contudo ainda segurava sua mãozinha.

–Mamãe?

–O que é, querida? – perguntei desviando meu olhar de James para ela.

–Você é curandeira, não é?

–Sou meu amor.

–Não vai me deixar morrer, não é mesmo?

Meus olhos começaram a arder.

–Não, Helena, não vou deixá-la morrer. – “Não chore Hestia, seja forte!” eu dizia a mim mesma – Os curandeiros vão fazer você ficar boa e depois nós vamos para casa.

–Está bem. E você vai para casa com a gente, não vai mamãe?

–Vou querida, vamos nós três para casa e...

Helena estava dormindo.

Olhei para James cujo rosto estava molhado de lágrimas. Me levantei da cama e virei de costas passando as mãos nos cabelos. “Não chore!” Ouvi James se levantando também e logo depois ele me puxava para seus braços. “Não chore!”

–Ela vai ficar bem! – ele disse obstinado.

Fechei meus olhos com força. “Não chore!”

Edgar entrou no quarto em seguida, acompanhado por Harry Sweet e outra curandeira que estava estagiando.

–Gostaríamos de começar os exames agora, Hestia, Srº Potter. – Edgar estava sério – Não vão demorar. Mas pela idade da menina precisarei que um de vocês a acompanhe. O responsável legal. – Edgar me lançou um olhar de desculpas, bem, eu sabia que não era a responsável legal por ela – Você pode esperar aqui ou na minha sala ou mesmo na sua sala Hestia, o que for mais conveniente.

James respondeu alguma coisa, eu estava observando levarem Helena do quarto. Me sentei na beirada da cama, com a sensação de que tinha sido espancada fisicamente. Toda a energia do meu corpo desaparecera. Aquilo parecia mais um sonho, um pesadelo, qualquer coisa, menos real. Encarei a parede branca, em transe. Um momento depois, James voltara, provavelmente para perguntar onde eu ficaria até os exames serem realizados.

–Hestia...

Olhei para ele.

–Vou ficar aqui mesmo James, pode ir com ela.

Ele me olhou com uma expressão estranha.

–Eu já fui, os exames já acabaram Hestia.

Olhei para o meu relógio de pulso. Eu estava sentada ali por duas horas. Para onde tinha indo o tempo? Olhei novamente para James, ele estava com os olhos vermelhos e percebi Edgar logo atrás, contemplei o rosto dele, interpretando-o, procurando por indícios que me revelassem a verdade. Há cinco anos eu trabalhava com Edgar, conhecia suas expressões quando tinha boas ou más notícias para os pacientes. Mas seu olhar não revelava nada. Quantas vezes eu mesma não tivera aquele olhar, que podia significar tanto a condenação quanto à libertação de uma vida? A vida em jogo agora era a de Helena e o pânico me dominava por que eu não podia sequer descobrir qual era o veredicto do curandeiro a minha frente. Meu corpo começou a tremer incontrolavelmente. James me abraçou novamente e eu me apoiei nele.

–Edgar... – sussurrei sem ter certeza se queria ou não ouvir a resposta.

–Sua filha está sofrendo deum hematoma subdural – eu ofeguei enterrando meu rosto na camisa de James.

“Não chore!”

–O que é isso? – perguntou James – O que isso significa?

–Há um trauma no cérebro. – respondi, minha voz saiu abafada.

Eu me afastei de James para encarar Edgar, mas de repente minha garganta estava tão seca que as palavras não conseguiam sair. Foi James que perguntou.

–O que... – ele pigarreou – o que... o que é...

–Preciso operar imediatamente.

O mundo rodou aos meus pés. Ele estava fazendo alguma brincadeira cruel comigo. Dentro de poucos minutos, iria sorrir e dizer que Helena estava bem. Eu estava apenas punindo-a por aquela vez que não quis trocar de plantão comigo, lembra Hestia? Não há nada de errado com sua menina, exceto que precisa dormir algumas horas, está em fase de crescimento, deve ter brincado muito esses últimos dias. Devia saber disso Hestia. Edgar ia sorrir e dizer: “Podem levar a menina para casa agora.”

–Ela é jovem o corpo parece forte. Há todas as razoes para termos esperança de que a operação será um sucesso.

James perguntou alguma coisa, não consegui decifrar o que era. Só o que eu conseguia pensar era que eles iriam abrir a cabeça da minha bebê, iria rasgá-la, enfiar todos aqueles instrumentos afiados nela enquanto minha pequena estava lá, desacordada. Ela poderia não acordar mais. Talvez eles... a matassem.

–Não! – não percebi que aquele grito irado tinha vindo de mim até que James pegou minha mão e Edgar falou muito calmo, como se eu fosse uma criança.

–Não quer a operem? – ele me olhou em duvida – Hestia, você sabe que é preciso. Você, melhor que ninguém sabe que é preciso. Se quiser, pode assistir a operação e...

–Eu... – minha mente estava tão confusa que não conseguia pensar.

–O que vai acontecer se não operar? – perguntou James. Eu me encolhi, já sabia a resposta.

–Sua filha morrerá. – ele me olhou apreensivo novamente – Hestia me desculpe, mas a mãe biológica da menina está aqui?

–Não, ela... – James disse a ele, mas não prestei atenção na resposta completa.

Olívia. De repente, de uma forma louca, tudo fez sentido na minha cabeça. Era um castigo, não era? Eu matei Olívia e aceitei ser mãe de Helena, ter James foi prepotente da minha parte. Foi demais, um erro e agora eu estava pagando. Me afastei de James.

Observei ele assinar um documento, meio em transe.

–Quanto tempo vai demorar? – James perguntou entregando o papel a Edgar.

–Não vou saber até começar a cirurgia. – Edgar passou por mim e apertou meu braço em solidariedade – Gostariam de ficar esperando aqui?

–Não. – mais uma vez foi James que falou. Eu tinha perdido a capacidade de elaborar uma frase.

As paredes estavam me comprimindo, me sufocando. Edgar acenou com a cabeça e saiu. Eu não conseguia respirar. James passou o braço pela minha cintura me conduzindo para fora da sala e só percebi onde ele estava me levando quando chegamos lá. Na recepção estava toda a família de James. Ele foi engolfado assim que o viram e eu me afastei, foi ai que eu vi duas pessoas deslocadas que me olhavam preocupados. Tropeçando nos meus pés eu corri para os braços deles.

–O que... como vocês sabiam...

–Jensen. – respondeu Amy – Ele me mandou uma mensagem, disse que você talvez precisasse de força.

–Então aqui estamos. – completou Ian.

Eu não sabia dizer se meu choque era maior por ver os dois ali juntos, por que eles mal se falavam nos últimos meses, ou por Clay ter entrado em contado com a Amy por mim.

–Como ela está? – perguntou Amy.

–Em cirurgia. – respondi, minha garganta arranhando.

–Você está bem? – Ian perguntou.

–Eu estou me sentindo tão impotente e inútil. – admiti para eles – Do que adianta ser uma das melhores curandeiras do nosso mundo, se no momento que eu mais preciso, não consigo nem mesmo reconhecer um sintoma?

–Não se culpe.

–Eu não sei o que fazer.

–Reze Hestia – disse a Srª Potter, aparecendo atrás de mim, antes que eles tivessem a chance de falar alguma coisa.

–Não sei rezar. – respondi apática.

–Acredite Hestia, é a única coisa que nós podemos fazer agora. – ela disse se afastando – Junte-se a nós.

Eu rezei, de mãos dadas com Ian e Amy eu fechei meus olhos e pedi a um ser superior que atendesse o meu pedido, que salvasse a minha Helena. O mundo não podia ser tão injusto, o ser superior que nos criou, qualquer que fosse ele não podia ser cruel. Helena ainda era um bebê, uma criança maravilhosa que nunca tinha feito nada de errado, era um anjo, meu pequeno anjo, não podia ser possível que ela simplesmente, simplesmente... Não, eu não podia, não iria pensar nisso.

–Hestia... – a voz de James me trouxe de volta a realidade.

Eu o olhei e novamente pensei em Olívia.

Balancei a cabeça me afastando dele. Eu não ia conseguir ficar perto dele, por mais que eu precisasse da força dele eu me sentia culpada, como se tudo que estava acontecendo com Helena fosse por minha culpa. Me sentei ao lado de Ian e eu estava tão cansada, tão cansada...

–Quer comer alguma coisa Hestia? – perguntou Amy.

Olhei para meu relógio, eram 3 da manhã. Balancei a cabeça incapaz de falar, ouvi Amy falar com Ian sobre me fazer comer, mas não dei atenção. A minha mente estava entorpecida, a voz de Helena ressoava com o pedido que ela me fez: “Não vai me deixar morrer, não é mesmo?”.

Olhei para James do outro lado, bem a minha frente e que também estava olhando para mim.

“Olívia salve Helena e eu prometo nunca mais me aproximo dele, nunca mais me aproximo do James.”

Esse foi meu último pensamento, antes de perder o controle de mim mesma.

Quando abri os olhos percebi que estive dormindo. Olhei em volta, mas estava sozinha, completamente sozinha no hospital. Corri para a sala de cirurgia que eu sabia que Helena estava sendo operada, mas, novamente estava vazia. Comecei a entrar em pânico. Onde está minha filha? Onde está todo mundo?

Corri de sala em sala, em todos os lugares, mas não tinha ninguém. Absolutamente ninguém. Comecei a chorar... “Deus, por favor... salve a minha filha!”

–Hestia – chamou uma voz que eu não escutava há exatamente quatro anos.

Me virei devagar, controlando o tremor no meu corpo.

–Olívia...

Ela estava na minha frente, exatamente como eu a tinha visto da última vez. Era como se ainda estivéssemos na minha casa arruando o quarto para um bebê sem nome que se tornara a luz da minha vida.

–O que você... você... você está... morta.

–Sim – ela respondeu sorrindo, eu tinha me esquecido em como ela gostava de sorrir.

–Como? – me forcei a perguntar – Como eu te vejo?

–Por que você me chamou. – ela respondeu.

–Helena... – sussurrei – Ela... Olívia ela, ela está... Salve a.

–Eu não tenho esse poder. – ela respondeu calma.

Fiquei sem fala. O que ela estava fazendo ali então?

–Vim para impedir que você cometesse mais uma loucura. – ela respondeu minha pergunta não verbalizada.

–O que quer dizer?

–Acha que isso é um castigo meu por você estar com James? – ela perguntou pegando a minha mão e começando a andar.

–Não, eu... – suspirei – acho sim.

–Você sempre esteve destinada a estar com James – ela sorriu me olhando – Você acredita em almas gêmeas? É o que vocês são – ela continuou sem esperar que eu respondesse – Só que você precisou aprender muitas coisas e Helena te ensinou isso. Ela é sua filha.

–Eu sei, eu a amo como se tivesse nascido de mim e...

–Não Hestia, você não está entendendo – ela me interrompeu – Helena é sua filha. Teria nascido de você se não tivesse sido tão orgulhosa e ambiciosa. Ela vem sendo sua filha a vidas, assim como James é sua alma gêmea a vidas. E eu... – ela pigarreou e eu percebi que ela estava chorando.

–Você? – perguntei, com medo e maravilhada ao mesmo tempo.

–Não posso dizer, mas... – ela parou colocando a mão na minha bochecha limpando as lágrimas que escorriam – isso nunca foi um triângulo amoroso porque eu nunca fui do James, não romanticamente falando. Contudo eu estou na vida de vocês, sempre estive assim como Helena. Só que as coisas não estavam saindo como tinham que sair dessa vez. Então nós decidimos intervir para que você aprendesse, vocês dois aprendessem.

–Nós quem? – perguntei. Tudo era tão estranho, tão surreal...

–Você sabe Hestia... – ela sorriu e eu sabia. Recomecei a chorar intensamente.

– O que devo fazer? – perguntei entre soluços – Eu não vou suportar perdê-la. Diga-me que ela vai ser salva, por favor.

–Eu não posso, não sei o que vai acontecer. – Olívia me abraçou e eu chorei mais – Independente do que acontecer, eu preciso que você me prometa que vai seguir seu coração. Prometa!

–Prometo. – jurei ainda aos soluços.

Ela se afastou de mim, estávamos em frente a sala que ela tinha morrido, que Helena tinha nascido. Ela apertou minha mão e eu sabia que tinha que entrar naquela sala.

–Eu tenho que ir – eu comecei a abrir a boca para dizer que não fosse, que eu estava com medo, mas ela não me deixou interromper – se você cumprir sua palavra, logo eu voltarei.

Ela sorriu – de novo – e abriu a porta, eu respirei fundo e entrei. James estava lá sorrindo e chamando por mim.

–Hestia... Hestia...

Abri os olhos ofegante e me levantei. Tinha sido apenas um sonho, não tinha sido real. Eu não sabia se ficava aliviada ou frustrada com isso. Eu queria contar tudo a James, mas então vi Edgar ao lado de James e meu coração parou. Juro que parou. James me abraçou e eu me apertei a ele. Olhei para Edgar e comecei a chorar. Escondi o rosto na camisa do James e comecei a sussurrar para mim mesma.

–Não... não... não... não...

–Hestia calma. – James me apertou mais ainda.

–Hestia – começou Edgar e eu entrei em pânico.

–Não... – coloquei as mãos nos ouvidos, em um gesto infantil, mas eu não queria escutar. – Não... Deus não... por favor não... não...

Não consegui, nem precisei fazer qualquer pergunta. De repente era demais, tudo era demais para mim e o mundo saiu de foco conforme a escuridão tomava conta de mim.


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Notas finais do capítulo

Oi de novo,
Eu não sou de deixar notas aqui, mas dessa vez é preciso.
Esse capítulo estava idealizado a muito tempo na minha mente, mas foi totalmente inspirado em um capítulo de um livro do Sidney Sheldon intitulado "A Ira dos Anjos". Eu fiz algumas mudanças, mas em suma não tenho direito algum sobre esse capítulo.

Espero que tenham gostado.

Bjos e até o próximo!^^