P.s.: Eu Te Amo escrita por Dreamy


Capítulo 37
Sempre


Notas iniciais do capítulo

Meus queridos... Mil perdoes pela demora, mas sinceramente, eu não esperava que o começo desse semestre na faculdade fosse essa loucura. Enfim, demorei por que queria estar com a fic completa quando postasse novamente.
E, finalmente, P.S.: Eu Te Amo, está pronto!
Espero que vocês gostem e me desculpem pelo atraso! s2



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Capítulo 37 – Sempre

Helena tinha 10 meses quando falou sua primeira palavra.

Eu estava no quarto dela, brincando, falando palavras incompreensíveis com ela e ela me respondia da mesma maneira. Helena estava no meu colo e quando eu a coloquei no chão ela simplesmente olhou para mim, com aqueles grandes olhos negros e falou:

–Mama. – eu paralisei, olhei para ela que estava com os bracinhos erguidos – Mama.

Meus olhos ficaram úmidos e eu me abaixei pegando-a no colo.

–O que você disse meu amor? – perguntei com a voz embargada de emoção.

–Mama. – ela repetiu gargalhando, como se sempre tivesse falado aquilo.

Eu me sentei com ela novamente, nem me lembrava mais para que queria levantar.

–Helena – chamei, ela olhou para mim com curiosidade – eu não sou sua mamãe. Sua mamãe é a Olívia, eu sou a Hestia.

Ela tinha 10 meses, eu não achava que ela fosse realmente entender o que eu estava dizendo, mas me surpreendendo completamente, o lábio inferior dela começou a tremer e seus olhinhos ficaram marejados.

–Mama? – ele repetiu, mas pareceu mais uma pergunta. Como se ela estivesse me perguntando o que eu quis dizer com isso.

Limpei as lágrimas que começaram a escorrer no meu rosto. Olhei seu rostinho tão lindo e sua expressão, que por incrível que pareça, estava... magoada. Como se ela tivesse entendido exatamente o que eu tinha falado. Eu não consegui mais dizer não, eu não tinha força suficiente para dizer isso a ela.

–Sim amor, mamãe. – disse a apertando contra mim, ela colocou a cabeça no meu ombro e eu me levantei começando a niná-la. Helena adormeceu minutos depois, mas mesmo assim continuei com ela nos braços. Quando olhei para a porta, James estava nos observando.

–Desculpe, eu não devia ter... – pedi sem saber o que poderia dizer.

– Ela falou. – ele apenas sorriu, um sorriso triste, que dizia que ele estava pensando o mesmo que eu.

–Eu não sou a mãe dela. – disse mais para mim mesma que para ele.

–Não, não é, mas é a única mãe que ela conhece. – ele respondeu, passando a mão pela bochecha rosada de Helena – Fico feliz por não ter perdido isso.

Helena ressonou e eu a apetei mais contra mim. Minha filha, minha filha!

Com 11 meses, Helena deu seus primeiros passos.

Todos estavam a incentivando a andar, mas ela morria de medo. Engatinhava, andava agarrada nas coisas, contudo quando tinha que andar sozinha não conseguia. Eu estava com ela, na sala dos Potter. Estava sentada no chão, ela estava engatinhando de um lado a outro da sala. Eu me levantei e segurei sua mãozinha, Lily estava do outro lado a chamando para ir até ela, Helena deu um passo e quando eu comecei a soltá-la ela foi para o chão engatinhando até a tia. Todos começaram a rir.

Tentei mais uma vez, foi a mesma coisa. Na quarta tentativa a porta foi aberta e James entrou por ela, Helena deu um gritinho de felicidade ao ver o pai e vendo o que eu estava tentando fazer James se abaixou.

–Papa. – ela falou, aquela altura do campeonato ela já estava falando mais que toda a família junta.

–Helie vem para o papai, vem filha. – chamou James e ela deu um passo, eu soltei uma mão dela, Helena me olhou em dúvida – Helena, vem querida. – ela deu outro passo e mais outro, eu soltei completamente ficando perto caso ela perdesse o equilíbrio. – Filha, vem meu amor – ela ficou meio cambaleante e então deu o primeiro passo sozinha, com isso pareceu criar confiança, começou a andar em direção ao pai dela, mas na metade do caminho parou – Helena, só mais um pouquinho filha. – Helie, porém olhou para trás e ao ver que eu não estava logo atrás olhou para mim e estendeu a mãozinha.

–Mama. – ela chamou se equilibrando precariamente. Eu fui para perto dela, me abaixando.

–Eu estou aqui meu bem. – sussurrei para ela, olhei para James em dúvida, ele balançou a cabeça afirmativamente. Helena recomeçou a andar. A cada passo que dava olhava para James, que continuava a chamá-la e depois olhava para mim que estava bem atrás dela.

Lily estava em êxtase, clicando sem parar a câmera fotográfica e andando em volta da Helena para pegar o melhor ângulo. Quando minha pequena, finalmente chegou perto de James que não parava de sorrir ela riu e se atirou nos braços dele, eu sorri, nós estávamos lado a lado, novamente, comemorando mais uma vitória da nossa filha.

O aniversário de um ano dela foi com o tema de Asha, Altheda e Amata. Helena maquiou James e fez eu me vestir de Asha.

Quando ela tinha 1 ano e três meses James permitiu que eu a levasse para passar o final de semana na minha casa.

Com um ano e cinco meses a palavra que Helena mais falava era ‘não’.

Quando Helena tinha dois anos eu tive que viajar por alguns dias, voltei com uma mensagem de James dizendo que ela estava com uma febre muito alta que não abaixava de forma alguma. Poucas horas depois que cheguei a febre dela se foi.

Aos três anos e meio Helie insistiu que queria fazer balé. Eu a acompanhei a escola de balé trouxa.

Com 3 anos e sete meses, um mês depois de começar as aulas de balé ela teve que desistir. Começou a flutuar no meio da aula...

Helena era articulada, inteligente, esperta. Tinha o olhar mais meigo e maroto que uma criança podia ter. Insistia em usar maquiagem e queria usar apenas calçados com salto. Ela brigava comigo para deixar o cabelo crescer. Helena sabia que se quisesse convencer James a dar alguma coisa a ela era só começar a chorar. Ela também sabia que isso não funcionava comigo. Ela não dormia sem o Tod, um ursinho horroroso que parecia um elfo doméstico. Helie fazia o que queria do avô e conseguia dominar a avó como ninguém. Ela adorava quadribol.

Desde que Helena nasceu, eu aprendi a cozinhar, a trocar fralda, comecei a ler contos infantis. Eu sempre tinha alguma coisa comestível na minha bolsa caso ela sentisse fome. Eu passei a beber bem menos e a fazer de tudo para não adoecer. Parecia que eu havia adquirido um sexto sentido ou o que quer que fosse, já que eu sempre sabia quando ela estava chorando ou precisando de mim de alguma forma. Passei a dormir bem menos e quando dormia sempre tinha uma parte de mim que se preocupava com ela.

Era por isso que mesmo inconsciente eu pensava nela, mesmo que o mundo a minha volta não passasse de escuridão, ainda assim o rostinho de Helena e todos os momentos que passei com ela inundavam a minha mente. Era por que eu a amava de uma forma tão intensa que em nenhum momento eu pude deixar de pensar nela. Engraçado como ela era uma parte de mim, como eu amava James desesperadamente e quando Helena nasceu esse amor duplicou e eu nunca, jamais, de maneira alguma poderia suportar a ideia de perdê-la.

Quando abri os olhos e comecei a me levantar um par de mãos muito fortes me deteve na cama.

–Clay – falei sem acreditar.

–Oi. – ele cumprimentou me forçando para a cama.

–Eu preciso levantar, eu... – consegui me sentar mesmo com Clay me impedindo – Helena...

–Ela está bem Hestia. – ele falou e uma onda de alívio passou pelo meu corpo.

–Ela está bem? – repeti em forma de pergunta.

–Sim, a operação apesar de ter sido complicada ocorreu muito bem. Nós removemos o coagulo com sucção.

–Controlou todos os locais de sangramento? – perguntei.

–Todos, não havia muitos locais com sangramento, então as complicações pós-operatórias não serão tão severas.

–Você participou da cirurgia?

–Participei, na verdade quem operou fui eu. – Clay respondeu pegando minha mão – Considere como um presente de despedida.

–Despedida? – perguntei.

–Eu estou indo embora da Inglaterra Hestia. – ele disse me olhando atentamente.

–Por quê? – perguntei sabendo que era isso que ele queria que eu perguntasse. Eu o conhecia bem, apesar de tudo.

–Por que eu te amo. – ele respondeu simplesmente.

–Sabe que eu não posso dizer o mesmo, não sabe? – perguntei.

–Sei – ele sorriu sem humor algum – salvar sua filha foi o meu último presente para você. Eu te amo tanto que quero que você seja feliz, mas eu ao posso, não consigo ficar perto de você, sabe como é isso?

–Sei – respondi mesmo sabendo ser uma pergunta retrógada.

–Eu te amei desde Hogwarts e sempre soube que você amava o Potter, sempre soube que essa era uma guerra que já começava perdida. Eu só não podia desistir, fui tão feliz quando nós estávamos juntos Hestia. Eu queria te dar essa felicidade, queria que você fosse feliz ao meu lado – o que eu queria mesmo era sair dali e ir ver Helena, mas achei que Clay merecia aqueles minutos por ter salvado minha filha – Sinto muito não ter sido capaz de te fazer feliz.

Eu apenas balancei a cabeça em concordância.

–Adeus Hestia. – ele estava sentando na beirada da cama e beijou minha mão demoradamente.

–Clay... – chamei quando ele já estava chegando na porta, ele se virou rápido demais, eu percebi seus olhos úmidos – Muito obrigada.

A decepção em seu rosto foi quase palpável. Ele sorriu – aquele sorriso que fez com que eu aceitasse ser namorada dele por três anos, o sorriso que o fazia se parecer com um menino, apenas um menino – e em seguida foi embora. Eu fiquei sozinha no quarto apenas o tempo de vestir minhas roupas, depois sai a procura de Helena.

Perguntei a uma residente onde poderia encontrar Helena Potter e não demorou nada, nada para eu saber onde ela estava. Eu me surpreendi um pouco ao chegar à porta do quarto e ver que apenas James estava lá dentro com Helie. Onde estava toda a tropa dos Potter e cia? Mas logo deduzi que Edgar ou quem quer que fosse o responsável devia ter proibido as visitas. James estava sentado na cama com um livro aberto lendo para Helena que sorria.

Fiquei assistindo aquela cena enquanto limpava uma teimosa lágrima que escorria no meu rosto. James me viu e sorriu, Helena acompanhando o olhar do pai sorriu mais ainda ao me ver, eu entrei no quarto e abracei minha filha.

–Mamãe, meu cabelo. – ela disse chorosa.

–Não tem problema nenhum, vai crescer de novo. – respondi a mantendo perto de mim – Vai ficar tudo bem.

James se aproximou, largando o livro e colocando a mão na minha cintura. Foi então que eu me lembrei do sonho que tive com Olívia. O sonho estranho que não parecia sonho. Ele não falou nada, eu tampouco. Ficamos em um silêncio agradável observando Helena para ter certeza que ela estava bem. Helena ficou duas semanas no St. Mungus, quando saiu de lá estava bem, conhecendo a maioria dos curandeiros, uma vez que ela não tinha parado quieta nem um minuto e plenamente recuperada.

Eu e James não tocamos no assunto “nós dois”, até por que não tinha necessidade. Eu sabia o que ele queria e ele sabia o que eu queria. Só que nós estávamos focados na nossa filha, todo o resto poderia ficar para depois, a única coisa que importava no momento era Helena. Naquele momento eu era mãe, não era amante, não era amiga, não era mulher, era mãe e apenas mãe.

Foi um dia como qualquer outro quando aconteceu. Eu estava sentada de um lado, James do outro e Helena no meio – rindo feliz da vida de um desenho trouxa na TV – depois de um dia de trabalho, James estava ficando tempo integral com Helena, já tinha uma semana que ela tinha saído do hospital. Quando ela adormeceu, pouco depois das nove horas da noite, eu e James saímos do quarto. No corredor ele me abraçou e me beijou calidamente os lábios.

–Eu te amo. – ele sussurrou.

–Amo você. – respondi. Não tinha sentido não dizer. Essa era a verdade mais absoluta da minha vida. O amor por James e por Helena era a única coisa que eu tinha, era a única coisa que eu queria.

Nós andamos a passos lentos até o quarto dele. Ele deitou na cama e me puxou para ele. Eu apoiei a cabeça no peitoral dele me sentindo exausta física e mentalmente. Só queria ficar ali, quietinha nos braços dele, sabendo que enquanto eu estivesse ali tudo estava bem.

–Hestia... – James chamou.

–O que? – perguntei meio em sussurro, já que ele estava hesitando.

–Casa comigo? – simples assim. Ele não fez um discurso, não disse que me amava desde sempre e que eu era a mulher da vida dele, apenas isso. Apenas o pedido.

–Sim. – respondi da mesma forma. Que sentindo tinha enrolar?

–Ótimo. – ele disse me aconchegando nos braços dele. Segundos depois eu escutei James ressonar baixinho.

–Ótimo. – disse mesmo que ele não estivesse mais escutando.

E ótimo queria dizer exatamente isso. Que estava tudo bem, que nossa filha estava bem, segura e teria uma vida longa e feliz. Ótimo queria dizer que James tinha me perdoado por tudo que eu tinha feito. Ótimo queria dizer que eu estava, finalmente, me perdoando pelo que tinha feito. Ótimo queria dizer ótimo. Ótimo queria dizer que eu estava bem, estava feliz como nunca antes tinha estado. Ótimo queria dizer que tudo iria se resolver, queria dizer que eu tinha James e tinha Helena.

E eu seria a mulher do James, como devia ter sido há muito tempo. Como seria de agora em diante e para sempre, para todo o sempre!


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Notas finais do capítulo

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