P.s.: Eu Te Amo escrita por Dreamy


Capítulo 25
Permissão


Notas iniciais do capítulo

Olá xuxus...
Eu não vou enrolar aqui hoje, só quero dizer que voltei a responder as reviews lindas de vocês... o/
Muito obrigada por lerem e aproveitem o capítulo!!!



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Capitulo 25 – Permissão

–Saia Lily. – disse a Srª Potter. Eu ainda a encarava e ela me olhava impassível, não revelava nada.

–Mamãe... – reclamou a irmã mais nova de James, mas cedeu depois de um olhar da mãe. Lily saiu resmungando e deixando-me a sós com a mulher que eu tinha acabado de enfeitiçar.

Ela entrou no quarto devagar, como se me analisasse. Olhou em volta e seu olhar parou na cômoda, onde minha varinha estava. Ela andou ate à cômoda e pegou minha varinha, eu nem mesmo protestei, não estava em posição de reclamar de nada. A Srª Potter contornou a cômoda e parou na minha frente, arqueando uma sobrancelha como eu às vezes fazia. Ela não disse nada por vários minutos e eu nem me atrevi a dizer nada também.

Sentia Helena nos meus braços, se contorcendo e balançando as perninhas. Ela não chorava mais, tinha o polegar na boca e seus olhos negros estavam pesados, como se ela estivesse prestes a dormir. Desviei meu olhar dela e encarei a mulher na minha frente de novo.

–Eu estou esperando uma explicação. – ela disse finalmente. Sua voz de volta ao tom calmo, o que me assustava ainda mais.

–Eu disse a senhora que não sairia daqui sem ver Helena. – respondi respirando fundo.

–Você me atacou, invadiu minha casa e esta me dizendo que fez tudo isso para ver uma menina que não é nada sua? – a forma como ela colocou fez parecer uma pergunta.

–Sim.

Ela voltou a ficar em silencio por alguns minutos. Eu já tinha chegado ao meu limite, já tinha ate mesmo passado dele. Me preparei para deixar Helena e ir embora, deixa-la de verdade dessa vez, que nunca mais veria ela. Nunca mais pegaria ela no colo. Tão pequena, minúscula, indefesa e que eu sentia como minha. Eu sabia que ela não era minha, tinha plena consciência disso, mas mesmo assim não queria aceitar.

– Pegue. – a senhora Potter bufou e se sentou na poltrona a minha frente me entregando minha varinha. Apoiei Helena em mim e peguei sem saber o que ela queria com isso tudo. – Admiro sua coragem menina, não são muitas pessoas que tem coragem de enfrentar uma bruxa mais velha e mais experiente apenas para ver uma criança que não é nada sua.

Eu permaneci em silêncio, não me vinha nada a cabeça que eu pudesse falar sem parecer arrogante, então optei por calar a boca.

–Sente-se – a forma como ela falou fez parecer uma ordem e eu hesitei enquanto ela conjurava uma poltrona – Sente-se Hestia, vamos conversar.

Eu coloquei Helena, já mais calma no berço e me sentei na poltrona recém-conjurada, esperando para ver o que ela tinha a dizer.

–Eu ainda não consigo entender qual seu proposito aqui. – ela começou – quero que você seja sincera comigo Hestia, é a única forma de você conseguir o que quer.

–Eu já lhe disse meus motivos Srª Potter, já lhe disse por que quero ver Helena.

–Isso não tem nada haver com meu filho tem? – ela me olhou inquisitivamente, um olhar tão penetrante que eu me senti invadida.

–Absolutamente. – respondi tentando fixar seu olhar – Apesar de não negar o que sinto por James, não é por ele que estou aqui.

–Qual era o seu relacionamento com Olivia? – ela perguntou.

–Olivia me procurou no começo da gestação contando sobre a doença dela e pedindo minha ajuda. – falei – No começo não quis ajudar, mas acabei cedendo. Eu enfeiticei os curandeiros que estavam comigo na sala de cirurgia para que eles salvassem a bebê por que foi o que Olivia me fez prometer que faria quando chegasse a hora.

–Você se arrepende? – ela perguntou me fuzilando com o olhar.

–Não.

– Eu não consigo te entender Hestia – ela confessou – não entendo seus propósitos aqui, não consigo ver o que esta pensando.

Instantaneamente usei Oclumência para proteger minha mente, apesar de saber que se deixasse que a mulher a minha frente visse minha mente seria muito mais fácil. Acontece que eu ainda era uma sonserina e ela ainda era uma grifinoria, e jamais deixaria que uma grifinoria tivesse acesso irrestrito a minha mente.

–O que você esconde? – ela perguntou arqueando uma sobrancelha.

–Não escondo nada senhora, mas a minha mente é um lugar somente meu. – respondi.

–Se eu acreditasse em você, veja bem, eu disse se. Como você manteria uma relação com a minha neta?

–Eu ainda não pensei a respeito. – confessei – Acho que poderia vir vê-la em um horário que lhe fosse conveniente, em que James não estivesse aqui.

–Eu me pergunto por que Olívia pediu socorro a você, vocês não se conheciam, não eram amigas e, sinceramente, você não é a pessoa mais fácil de lidar, tirando o fato de ser apaixonada pelo noivo dela. Tem algum palpite?

–Não. – respondi. De jeito nenhum eu iria contar a ela sobre meu diário e todas as consequências desastrosas que ele me trouxe.

–Tenho a impressão de que esta mentindo Hestia.

E eu tenho a impressão que esta me testando, quis responder, mas mantive a boca calada.

–Vamos tentar de outro jeito, o que Olívia te falou quando foi te procurar pela primeira vez? – ela jogou para cima de mim.

–Disse que precisava da minha ajuda, que estava morrendo e precisava salvar a criança. – respondi o mais indiferente que consegui.

–E o que você disse?

–Que ela estava louca e que procurasse outra ajuda. – respondi, vendo um segundo mais tarde a minha deixa.

–E por que ajudou ela Hestia? – ela se levantou ficando na porta e me olhando tão intensamente que mais uma vez senti minha mente tentando ser invadida.

Por amor a James, eu queria ter respondido, por amor a ele, amor a criança que é um pedaço dele. Mas percebi que essa resposta soaria uma mentira, era mais fácil dizer que fora por ciúmes, por despeito, por ódio, mas nunca por amor. O que eu podia falar, que matara Olívia por amor a James? Era a coisa mais absurda falar isso, mas era a verdade? Me perguntei, eu realmente matara Olívia, realmente amava James, mas o sentimento que nutria por Helena não tinha nada haver com nenhum dos dois, nem com Olívia, nem com James. Então porque eu tinha ajudado Olívia?

–Estou esperando uma resposta Hestia.

–Ajudei Olívia a principio por que sua morte me era conveniente, depois, mesmo que a senhora não acredite, passei a gostar da criança. Por fim, Olívia se tornou quase uma amiga para mim. Matei-a por que ela me pediu, mas estou aqui por que me sinto responsável pela criança, por que, por mais improvável que pareça eu realmente... – parei sem saber como falar isso.

–Realmente o que? – insistiu ela.

–Eu realmente amo a Helena. – respondi num sussurro.

A Srª. Potter sorriu. E eu me encolhi, como se tivesse acabado de confessar um terrível pecado.

–Tem consciência de que a menina a qual você diz amar é filha de uma trouxa e de um traidor de sangue e que ela pode ser uma bruxa, mas também pode ser um aborto? – ela perguntou cruelmente.

–Plena consciência senhora. – respondi.

–E o que você pensa em fazer? – ela pegou Helena nos braços – O que pensa em fazer quando conforme ela for crescendo? Se ela não demonstrar sinal nenhum em magia e tiver que levar uma vida inteiramente trouxa? Ou se ela for uma bruxa? Uma grifinoria? Uma lufana? O que pretende fazer Hestia?

As perguntas dela me surpreenderam. Então olhei no rostinho adormecido dela e soube a resposta para todas as perguntas.

–Mesmo se ela for um aborto ou for uma lufana ainda me sentirei responsável por ela. – respondi, mesmo sabendo que a resposta estava desfalcada.

–Você luta com as palavras Hestia, por quê? – ela perguntou, mas isso não tinha nada a ver com a minha visita, então permaneci calada. – Muito bem, eu vou ser mais direta. O que você esta disposta a enfrentar por ela?

–Tudo. – respondi sem pestanejar. – Eu já matei por ela, já engoli meu orgulho por ela. Não há nada que eu não possa fazer por ela Srª Potter.

A mulher me analisou por vários minutos e então me entregou Helena, eu nem mesmo tinha percebido que levantara da poltrona e estava diante dela. Helena se encaixou perfeitamente em meus braços.

–Nos vamos dar um jeito nisso. – disse ela passando a mão na bochecha rosada de Helena.

Eu imaginei o que ela queria dizer com isso, imaginei se isso era uma permissão de poder ver Helena ou era apenas uma forma dela me fazer ir embora. Encarei a face enrugada da bruxa a minha frente, os olhos dela tinham a mesma cor dos olhos de James, castanhos esverdeados ou quem sabe verdes azulados, nunca uma cor fixa, mas a cor mais linda que poderia existir. Como que uma surpresa eu me peguei pela milésima vez pensando em James e eu me perguntei se tudo que eu estava fazendo não era apenas para me aproximar dele. Será que eu estava enganando a mim mesma? Será que eu estava mentindo para mim mesma? Coloquei esses pensamentos de lado para poder pensar com clareza.

–O que a senhora quer dizer com isso? – perguntei olhando Helena ressonando.

–Eu não confio em você Hestia. – ela disse curta e grossa – Mas... eu senti que você pode estar falando a verdade. – ela franziu o cenho. – Talvez possa ser apenas uma loucura de uma velha bruxa, mas com os anos aprendi a conceder o beneficio da dúvida as pessoas.

–Eu posso vê-la então? – perguntei diretamente.

–Eu não detenho o poder de permitir ou não isso. – ela respondeu calmamente. – Helena é filha de James e cabe a ele decidir isso.

–James jamais permitiria. – murmurei.

–Ah a doce certeza juvenil. – ela sorriu saudosa. – Pra vocês é tudo ou nada não é? Ou sim ou não, ou sempre ou jamais. – ela se sentou, eu permaneci em pé, não me sentia a vontade ali. – Hestia sempre existi um talvez, um meio termo.

Eu estava tentando acompanhar o raciocínio rápido dela, mas a mulher me confundia a cada frase. Sempre que eu pensava que estava começando a acompanha-la ela vinha com uma frase que me deixava perdida.

–Você esta me entendendo? – ela perguntou me analisando. Eu permaneci calada. Ela riu. –Talvez você entenda exatamente o que eu quero dizer quando tiver vivido tanto quanto eu.

–Senhora Potter o que eu quero realmente saber e se eu posso ver Helena. – falei cansada das charadas dela – James não precisa saber de nada por enquanto. Helena é um bebê recém-nascido, precisa de certos cuidados e eu posso ajudar.

–Ou Rose poderia ajudar. – ela respondeu arqueando uma sobrancelha.

–Talvez para Rose seria uma obrigação, pra mim seria uma... – parei pensando em como dizer o que seria para mim poder cuidar de Helena. Seria sublime? Uma dadiva? Uma bênção? Todas essas palavras eram tão piegas que eu não me permitia falar. – seria...

–A forma de quitar uma divida com a mãe dela? De cumprir com a promessa que você fez? – ela completou.

–Talvez. – respondi.

–O que você propõe? – ela perguntou depois de um momento em silêncio, em que ela ficou com um sorriso que eu não soube decifrar nos lábios.

–Vê-la em uma hora que James não esta. – respondi. – Ele tem treino e os jogos, não vai ser difícil.

–Sem ele saber?

–Por enquanto sim. – respondi. – Por favor. – me forcei a falar, parecia o certo.

–Mas você trabalha, não pode sair quando bem entender pode? – ela perguntou.

–Posso trocar meus horários. – esclareci. – Isso não será um problema.

–O problema será esconder isso do James. – ela suspirou e eu fiquei calada esperando a decisão dela – Tenho que falar com meu marido a respeito.

Senti um momento de pânico somente em pensar em ficar cara a cara com o Srº Potter, apesar de saber por James que ele era uma pessoa normal, ainda assim ele era Harry Potter, uma lenda, o maior bruxo do mundo, aquele que salvou mundo bruxo, que derrotou Voldemort e acima de tudo era o pai do James. Só de ter uma conversa com a mãe dele eu já estava incoerente, conversar com ambos me faria ficar parecendo uma completa trouxa, no sentido literal da palavra.

–Acho que não vai ser preciso. – disse uma voz masculina forte e ressonante. Parecia muito com a de James, não a voz em si, mas a entonação, o jeito como falava cada palavra.

Eu me virei e paralisei.

A minha frente estava o pai do James.

–Ouvi boa parte da conversa. – ele disse andando ate o lado da esposa. – Como vai Hestia?

Eu abri a boca, mas fechei-a em seguida, eu não sabia mais como formular nenhuma palavra. Olhando para eles eu fiquei muda. James era a perfeita combinação de ambos, o cabelo, a cor dos olhos... tudo. Uma parte do meu cérebro se perguntou se eu nunca tinha visto os dois, bem, é claro que sim, mas não tão perto, não juntos assim. A aura de poder que emanava deles por si só já era suficiente para amedrontar qualquer Comensal da Morte que pensasse em voltar a ativa.

–Oi. – ah estupida. Oi? Eu tinha mesmo dito oi? Eu queria me matar.

–Pelo que eu entendi você quer ver minha neta escondida do meu filho. É isso? – ele perguntou.

–Basicamente. – respondeu a Srª Potter se levantando. – O que acha?

Eles trocaram um olhar longo, pareciam estar conversando apenas se olhando.

–Acho que Helena tem sorte. – respondeu ele olhando para mim.

–Isso... – minha boca estava seca – Isso é um sim? – me forcei a perguntar.

–Isso é um sim Hestia. – respondeu Ginny Potter de mãos dadas com Harry Potter, enquanto eu tentava controlar a onda de gratidão que se abatia sobre mim abraçando o mais apertado que podia minha pequena Helena.


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Notas finais do capítulo

Reviews???