02.

Depois de três meses Harry ainda amava Snape, mas fazia de tudo pra esquecê-lo. Ele ficava com meninas e meninos, torrava seu dinheiro com doces, descarregava sua raiva no quadribol, continuava reprovado em poções... Snape nunca esqueceu Harry, nunca ficou com outra pessoa depois do Harry, nem um beijo, no máximo um abraço de amizade com algumas pessoas. Ele chorava quase todo dia, pois sentia falta do menino, e quando não chorava não esboçava nenhum sentimento nem nada. Seu humor estava bem pior.

- Harry – sussurrou Hermione para o garoto que estava observando o professor Snape de relance. Era horário de almoço.

- Que Mione?

- Seja mais discreto. Ou então vá até ele e diga o que sente.

Harry desviou o olhar do professor e voltou a comer. Já na grande mesa dos professores...

- Você devia falar com ele Severus – disse Minerva para o amigo.

- Que? Com quem? – perguntou Severus se fazendo de desentendido.

- Com o Potter, oras! Vocês se amam, está na sua cara. E na dele.

Snape tinha ficado sem graça pela segunda vez em sua vida. A primeira foi quando ele disse para Harry que o amava.

- Ta doida Min? O que tem no seu suco hoje? – perguntou ele.

- Severus você não se alimenta bem há uns 3 meses. Você só sai daquele quarto quando muito necessário, você faz questão de tirar pontos de Harry por qualquer motivo. Você vive com os olhos inchados e vermelhos. Assuma Severus! – disse Minerva. – Estão todos preocupados com você, você emagreceu muito, cada vez mais pálido (se é que isso é possível) sua feição está bem pior...

Ele ignorou a amiga e voltou a “comer”. Mas não esqueceu nenhuma palavra que a mais velha tinha dito.

XXX

Dois dias depois Harry estava fazendo a recuperação de poções. Severus estava aplicando a prova, andava pela sala de um lado para o outro. Harry não sabia nada. Depois de 50 minutos o tempo acabou e todos os alunos entregaram as provas, e Harry ficou de teimosia lá.

- Potter anda logo, quero voltar para os meus aposentos, estou exausto – disse Severus irritado.

- To cagando e andando para sua exaustão. – retrucou Harry.

- Menos 20 pontos para a Grifinória pelo seu comentário desnecessário. – disse Snape estiando o braço e puxando a prova do mais novo.

- Covarde. – sussurrou Harry.

- Por que? Só por que você não terminou a prova no tempo e porque você foi mal educado e eu tirei 20 pontos a sua casa? Isso não é covardia – rebateu Snape indo até sua mesa e pegando um pincel.

- O que você vai fazer? – perguntou Harry.

- Corrigir sua prova na sua frente. – respondeu Snape começando a corrigir. – Hum... Questão 1 certa, dois... Hum... Errada. Três... Nossa Potter, erradíssimo, você me ofende com suas respostas... – dizia enquanto dava errado nas questões. – (...) Questão 8... Meio certa. Mas como eu não considero meio certa, então é errada. Parabéns Potter, de zero evoluiu para 1. – respondeu ironicamente.

Harry estava super chateado com sua nota, impossível ele ter tirado um!

- Eu odeio você Severus Snape. – murmurou ele – Irei conversar com Dumbledore sobre essa prova.

- Você não me odeia Harry – respondeu Severus – Aliás você até...

- Calado!

Eles se entreolharam, mas Harry desviou o olhar dele.

- Quero que você apodreça no inferno junto com essa prova – falou Harry super puto com Severus.

- Menos 10 pontos para Grifinória. – respondeu Severus com um olhar impassível.

Harry não se agüentou de raiva, então partiu pra cima do professor. Ele levantou a mão para bater na face do outro, mas foi impedida pelo mesmo. Eles ficaram se encarando. Estavam bem próximos... Snape não agüentou e fisgou aqueles lábios vermelhos. Eles se beijaram, língua com língua, lábio com lábio...

Harry se afastou de Snape, arregalou os olhos, e saiu correndo da sala. Estava corado. Envergonhado. Mas se sentia perfeitamente bem por ter beijado o mais velho.

XXX

Nos dias seguintes as coisas entre Harry e Severus “melhoraram”. Eles se esbarravam no corredor da escola “por acaso”, ou “por acaso” Harry tinha reprovado em poções de novo... “Por acaso” Snape tinha ido ler ao ar livre quando Harry também tinha ido fazer isso... “Por acaso”...

Era um domingo a tarde e Harry, fazia frio, estava começando a nevar. Ele estava no gramado da escola “lendo” um livro. Ele usava uma toquinha fofa, e luvinhas de lã. Mais a diante o professor Snape estava sentado em um banco, “lendo” um livro sobre efeitos colaterais de certos experimentos. Ele usava suas vestes negras, como sempre.

O mais novo levantou os olhos do livro por um instante e ficou olhando Severus de longe. Ele lembrou dos momentos em que os dois passaram juntos e sorriu. Mas sentiu seu rosto esquentar quando sentiu os olhos do professor direcionado à ele. Eles ficaram se encarando por uns instantes até que Harry sentiu duas pessoas sentarem ao seu lado. Eram Rony e Hermione.

- Harry seja mais discreto – alertou Rony.

- Para Ron... Deixa o Harry ficar olhando. – disse Hermione para o ruivo – Harry, querido, olhar não mata, pode olhar – disse Hermione para o garoto moreno que sentiu suas bochechas esquentarem novamente.

- Hermione pensa... Se eu ficasse te secando com os olhos você não iria gostar muito, né?

- Na verdade você faz isso o tempo todo Ron... – respondeu Hermione fazendo beicinho.

- Não faço não! – respondeu abaixando a cabeça todo envergonhado.

- Faz sim – disseram Hermione e Harry juntos.

- Talvez eu faça mesmo! – admitiu o ruivo erguendo os olhos. – Mas você gosta, pois nunca reclamou sobre!

- Ér... Talvez eu goste!

- Vela. – disse Harry para si mesmo.

De repente, Harry não sabe como, mas Rony e Hermione estavam se beijando. Então para não ficar olhando os dois ele vira o rosto e vê Snape conversando com a professora McGonagall.

Um pouco mais adiante Snape ouvia um sermão da melhor amiga, Minerva, sobre o que fazer com seu coração.

- Vai dizer que você gosta de ler ao ar livre? Vai dizer que você se encontra, por acaso, com Potter, todo dia no corredor da escola.

- Ta bom Min... – dizia ele já de saco cheio da amiga.

- Snape! Vocês precisam se acertar!

- Ele não me quer Min... Ele terminou... E eu não quero assumir... – disse Snape angustiado com a conversa.

- Você é um cabeça dura Severus!  Você o ama, e pelo incrível que pareça ele te ama também!

- Vamos parar de falar de mim! Por favor! – pediu Severus tentando fugir da conversa.

- Só se você for falar com ele. – respondeu Minerva com uma postura de “Eu mando nessa porra, então me obedeça”.

- Agora não! Ele ta lá com os amigos dele... – disse Severus.

- Marque de sair com ele... Ou algo do tipo... Agora!