Memórias Póstumas escrita por yin-yang


Capítulo 5
Capítulo Quinto: Vitória.


Notas iniciais do capítulo

Peço desculpas ao meus caros leitores pela demora na postagem desse capítulo. Por questões universitárias, estive um pouco apurada -- como já informado na page da fanfic -- e não pude atualizar antes. Aqui está, enfim, o capítulo quinto. Espero que gostem. Tenham uma boa leitura.

Att,
yin-yang.



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Assim que Tenten partia, eu corria de volta para o acampamento, onde Lee e Gai-sensei permaneciam dormindo. Assim que chegava, fui até ambos que, naquele momento, roncavam intensamente presos a um profundo sono. Passei a sacudi-los rápido, quase que afobadamente.

– Lee-san, Gai-sensei! – Chamei-os, enquanto os acordava. – Acordem!

Ainda sonolento, ambos despertavam e se sentavam ao tentar entender o motivo para tal.

– O que houve, Hinata? – Indagou o mais velho, coçando os olhos.

– Os ninjas de Kusagakure... Eles estão por perto. A Tenten-san foi na frente para alcançá-los e pediu que eu os chamasse para partirmos o quanto antes possível. – Expliquei-me às pressas.

Sem delongas, Rock Lee se levantava e se equipava rapidamente. O mestre, assim como o outro, levantava-se depressa e colocava seus pertences na mochila, bem como eu fazia enquanto esclarecia a situação para eles, ainda com meu Byakugan ativo.

– Então o que estamos esperando? – Exclamou o discípulo, ao ter seu olhar longe, porém firme e determinado. Em seguida, ele passava a nos fitar, sério. – Vamos, Gai-sensei, Hinata-san.

Sem objeções, concordamos com o outro. Antes de sairmos, senti algumas gotas de chuva cair sobre minha cabeça, o que me fez olhar para o céu noturno, agora com trovoadas.

– Qual a direção, Hinata? – Perguntou-me o professor, ao lado do outro, ambos preparados para partir.

Voltava a minha atenção para a equipe que, ansiosos, esperavam pelo meu parecer. Usei meu Byakugan e então visualizei os shinobis. Entretanto, algo estava errado. Inicialmente eram cinco ninjas e, agora tinha somente um. E onde estaria Tenten? Assim, tratei de observar as mais variadas distâncias que meu olho possibilitava e, com muito esforço, eu a encontrei em batalha com um deles.

– Eles estão ao sul, Gai-sensei. Mas a Tenten está a sudoeste, em combate. – Respondi, ao reportar tudo o que eu via. Olhei para ambos à minha frente, que atentamente me ouviam. – O que faremos, Gai-sensei, Lee-san?

Em meio à minha resposta, apenas pude notar o mais novo cerrar os punhos em sinal de inquietude ao me referir à companheira. Cessada a minha fala, antes que o mais velho pudesse opinar acerca da circunstância, o jovem shinobi se apressava – impaciente – e partia sem ao menos esperar por ninguém.

– Eu vou ajudar a Tenten! Eu sinto... Eu sinto que ela precisa de mim! – Exclamou Rock Lee, convicto, enquanto partia.

– Espere um pouco, Lee! – Chamou o pupilo de volta, embora em vão. Suspirou, colocando suas mãos sobre sua cintura. Voltava a olhar para as costas do outro que, cada segundo mais, estava mais e mais longe e esboçou um sorriso orgulhoso. – Vai lá, Lee. A força da juventude está contigo. – Falou baixo, como se deixasse o pensamento escapar de sua boca.

– Gai-sensei – chamei-o ao fazer uma pausa. Fitei o professor seriamente e, assim, prossegui –, quero que vá atrás da sacerdotisa. – Disse, sem medo. Antes de dizer qualquer outra coisa, fiz um clone meu e, assim, prossegui. – Uma bunshin¹ minha indicará o caminho. Eu vou com o Lee-san. Depois nós alcançamos o senhor.

Assentiu o mestre com um sorriso no rosto, ao passo que aprovava e confiava em minha decisão. Assim, eu parti sem mais demoras. A chuva passava a cair com mais frequência e intensidade, o que dificultava um pouco a locomoção. Corria o mais rápido possível para alcançá-lo, contudo, eu demoraria um pouco a alcançá-lo. Tudo o que eu podia fazer naquele momento era segui-lo e observá-lo, até que finalmente eu pudesse estar lado a lado do mesmo. Feito isso, cheguei próximo do companheiro de missão que, superficialmente, parecia meio perdido.

– Estamos na direção certa, Hinata-san? – Perguntou ele, virando o rosto para me olhar.

– Sim, Lee-san. – Respondi-o, direta. – Daqui a poucos metros já estaremos lá.

– Arigatou, Hinata-san. – Agradeceu-me, ainda que sério.

Para ser bem sincera, era a primeira vez que eu o via tão sério quanto estava naquele momento. Ele, então, voltava a fitar o horizonte e aumentava ainda mais a velocidade, de modo a ficar cada vez mais distante de mim novamente. Apertei os meus passos para alcançá-lo novamente. Agora, somente um pouco atrás de Lee, eu direcionava meu olhar para o local de conflito entre Tenten e o ninja estrangeiro. Embora estivesse um combate balanceado em número, ela não me parecia estar acompanhando o ritmo do adversário. Ao chegarmos próximos ao local, segurei o outro, impedindo-o para agir por hora.

– Espere um pouco, Lee-san. – Alertei-o, antes que pudesse estragar o timing e acabasse por prejudicar a kunoichi, sussurrando. – Vamos só observar por enquanto.

Detido, ele aparentemente parecia concordar com as minhas palavras. Sim, aparentemente.

– Admito – começou o shinobi de Kusagakure, convicto de sua vitória numa notória vantagem –, suas habilidades são impressionantes, mas... – Fez-se uma pequena pausa. Em meio a uma frase e outra, ele esboçou um sorriso. Fez alguns selos com as mãos e, então, invocava um escorpião gigante à sua frente pela árvore. – É uma pena que sequer conseguirá se defender. Samirata², agora!

Tenten estava relativamente cansada, já com alguns ferimentos no braço. Assim que notava os movimentos de ataque, abria novamente o seu pergaminho para expelir as diversas armas ninjas para se defender, porém seus movimentos não foram rápidos o suficiente para tal.

Quando eu virei-me para o outro com o intuito de então atacarmos o inimigo, para minha surpresa – ou não –, ele já não estava mais ao meu lado.

Konoha Senpuu³! – Anunciou sua entrada, ao dar uma voadora precedido de um movimento giratório no aracnídeo que, com o impacto do ataque, era lançado para o lado e ia de encontro com a árvore, tombando.

O ninja de Konoha repousava no chão, em posição de combate, frente à outra. Encarava seriamente o inimigo, como se estivesse prestes a estourá-lo. Depois de um tempo, ele desviou seu olhar para Tenten com um gentil sorriso no rosto.

– Está tudo bem, Tenten?

– Lee! – Exclamou ela, ao retribuir o sorriso contente por ele tê-la vindo salvar a tempo. – Estou bem.

Aliviado ao ver que estava tudo bem, Rock Lee fechava os olhos brevemente e virava a cabeça de volta à vanguarda, reabrindo-os juntamente com o cessar de seu sorriso para voltar a encarar o shinobi adversário.

– Não permitirei que encoste mais um dedo sequer nela! – Advertiu para o inimigo, alto. – Eu serei seu oponente.

Diante daquilo, o inimigo desfazia a expressão tranquila e despreocupada de seu rosto e seu semblante ficava mais pesado. Para ser bem sincera, ele parecia furioso, com raiva, até.

– Como você ousa machucar o meu Samirata!? – Gritou, indignado. – Vocês pagarão por isso... Vocês pagarão! – Assim, ele novamente fazia selos de invocação. – Tajuu Kuchiyose no Jutsu!

Inúmeros escorpiões médios eram invocados pelo mesmo, de modo que Lee não tivesse escapatória. Tenten encostava suas costas na dele, em posição de combate, enquanto se mantinha preparada ao carregar uma maça ninja invocada de seu pergaminho. Estavam apreensivos. Afinal, eram muitos bichos. Normalmente, eu já teria entrado no campo de batalha para ajudá-los, mas ainda não via como melhor hora para tal. Talvez, se eu aparecesse naquele momento, eu poderia ser... inútil. Portanto permaneci escondida, atenta e cuidadosa ao observar a luta de longe.

Com o comando do shinobi de Kusagakure, os escorpiões passaram a atacá-los conjuntamente, em formação de onda. Tenten rodava o instrumento, de modo a repelir os aracnídeo de perto de ambos, enquanto Lee, tentava se aproximar cada vez mais do inimigo pela cobertura dada pela outra. Corria e se esquivava de cada uma das criaturas invocadas como praga.

– Eles não têm fim! – Comentou Tenten, sem poder cessar uma vez sequer com seus movimentos. Ela olhava para a manga de sua blusa branca, que de sangue estava manchada devido a seu ferimento no braço. – Tsc...

– Aguente só mais um pouco, Tenten. Vou dar um jeito! – Disse ele com precisão. – Estou quase chegando lá.

Ao ouvir a conversa de ambos, o adversário sorriu maliciosamente. Ele então mudava os selos de sua mão e pegava um pergaminho, reinvocando Samirata, porém agora à frente de Rock Lee. Este parou, apreensivo com a criatura. Engoliu a seco e, ao tomar fôlego e impulso, investia contra o maior com suas habilidades de taijutsu. O artrópode, contudo, era resistente e de reflexo rápido. Com sua região pós-abdome, ele chicoteava o ninja de Konoha, fazendo-o deslizar para trás devido ao impacto. Novamente, tentou uma nova investida, porém sem sucesso. Cada vez mais, aquele escorpião parecia ficar mais forte. Mais e mais forte. Para piorar, sua companheira não parecia estar dando conta. Em razão a tal fator, outros aracnídeos passavam a cercá-lo, deixando-o sem saída. Não dava para sequer fazer seu Omote Renge

Konoha Dai Senpuu! – Notificou seu golpe, o qual expulsava alguns dos escorpiões ali presentes. Mas, no instante seguinte, eles estavam novamente ali. – Maldição, desse jeito eu não chegarei a lugar nenhum.

O aguilhão concentrava uma enorme quantidade de chakra roxo, totalmente anormal. Observei os demais, os quais Tenten naquele momento dava conta – o mesmo chakra. Aquilo, de modo algum, me parecia algo bom. Desviei minha atenção para o invocador e, que novamente fazia a mudança de selos, notei que, dessa vez, não se tratava de invocação. No estado em que ambos se encontravam, talvez aquilo que estava prestes a ocorrer não suportassem.

– Hunf. Vocês são mais fracos do que eu podia imaginar. – disse o adversário. – Está na hora que por um fim nisso.

– Cale a boca! – Disse o casal em sincronia, sérios, talvez um pouco irritados. – Não nos subestime!

Desse modo, Tenten reabriu o pergaminho e devolveu a maça. Olhou para seu braço machucado, como se pensasse se realmente deveria fazer aquilo. Ela olhou para Rock Lee e assentiu juntamente com ele. De tal modo, ela saltava para o alto e, num movimento acrobático, até artístico rítmico, ela girava o pergaminho em torno dela, de maneira que expelia várias ferramentas ninjas desse último em alta velocidade, atingindo os escorpiões. Lee então abria aparentemente os primeiros portais de chakra de seu interior, o que o fazia ganhar mais velocidade e força para combater os artrópodes. Quando todos os aracnídeos menores haviam sido abatidos, ambos se olharam, satisfeitos com o resultado.

O inimigo, contudo, não parecia irritado com aquilo. Sua expressão sádica continuava, bem como o selo que fazia com as mãos outrora.

– Isso é tudo o que podem fazer? – Instigou, convencido. Fechava brevemente os olhos enquanto esboçava um leve sorriso em seu rosto. – Devo admitir que conseguir dar conta dos meus bichinhos é um pouco trabalhoso, mas... – Fez-se uma pausa, finalizando, assim, o selo de modo a produzir seu jutsu. – Quero ver vocês escaparem dessa. O chakra roxo concentrado na cauda dos escorpiões era absorvido pelo ninja adversário. – Ninpou... – Começava a aclamar sua técnica ninja e, pois, reabriu seus olhos, agora completamente negros como os de um escorpião. – Dokubari Ame!

Abria seus braços ligeiramente e, de seu corpo, expelia inúmeras agulhas rápidas revestidas daquele chakra suspeito. Eram tantas que Tenten e Lee não conseguiriam desviar sem raspar em uma delas. Aquele, sim, era o momento ideal para eu ajudá-los. Ligeiramente, antes que aquela chuva de agulhas venenosas os atingissem, corri e pulei na frente de ambos.

Kaiten! – Anunciei ao dar voltas de 360 graus em torno de mim mesma, o que fez todas aquelas agulhas venenosas repelirem de volta em direção do ninja de Kusagakure. Parei gradativamente com meus movimentos e então passei a encarar o inimigo enquanto eu ficava no típico posicionamento em combate dos Hyuuga.

– Hinata! – Chamou-me Tenten, surpresa ao me ver.

– Hinata-san! – Exclamou juntamente à outra, porém mais contente do que propriamente surpreendido. – Seu timing foi simplesmente perfeito!

Sorri para ambos.

– Eu disse que chegaria o momento certo. – Falei, feliz por ouvir aquilo, para ser bem sincera. Observei o cansaço de Tenten. Pedir para que ela continuasse na batalha era ilógico. – Lee-san, Tenten-san; eu posso cuidar dele sozinho. Sigam adiante.

Com o meu discurso, os dois hesitaram e pareciam reprovar minha conduta.

– Tem certeza, Hinata-san? – Perguntou-me o outro, parecendo não confiar muito na minha afirmação.

– Absoluta. – Respondi sem sombra de dúvida alguma. – Logo em seguida irei alcançar vocês. Mesmo porque Gai-sensei precisará de ajuda contra os demais ninjas. – Sorri para ambos, confiante. – Não se preocupem. Eu sei que consigo.

Diante minhas palavras, eles aos poucos foram ficando mais calmos e, assim, igualmente esboçaram um sorriso para mim. Tenten então se aproximou mais de mim e colocou sua mão sobre um dos meus ombros, num gesto de companheirismo e confiança.

– Obrigada, Hinata. – Agradeceu-me. – Contamos com você.

Assim, eles trataram de partir e, desse modo, minha atenção voltava ao adversário logo à minha frente. Ele vinha correndo em minha direção, o que, notoriamente, significava uma ofensiva. Dessa maneira, eu concentrei o chakra em meus punhos e fui semelhantemente ao encontro do mesmo.

Ele expelia repetidamente várias agulhas venenosas em minha direção. Várias e várias vezes, eu executava o Kaiten e me defendia com êxito. Irritado, ele voltava a invocar novos escorpiões que, em bando, vinham me atacar. Agora, eu passava a concentrar o chakra na palma das minhas mãos e as movimentei rapidamente, de forma que eu executasse o Shugohakke Rokujuuyon Shou – técnica exclusiva minha – e os dilacerasse. Feito isso, avancei no inimigo e investi objetivamente o ataque, utilizando-me da técnica Juuho Soushiken¹. Com isso, elevei-o ao alto e, seguidamente, pulei à altura do mesmo e passei a golpeá-lo.

Hakke Rokujuuyon Shou¹¹ ! – Aclamei. Entretanto, antes que eu pudesse concluir o jutsu, aquele shinobi havia se transformado em um tronco. – Kawarimi¹² ?

– Lenta demais! – Disse o adversário, aparecendo logo atrás de mim. – Doku Nagashi¹³ !

Antes que eu pudesse me defender ou me desviar, ele enfincava a katana dele em meu abdome e, através da lâmina, deixava correr aquele chakra purpúreo. Apesar de afetada, não teria a melhor oportunidade de por fim àquela batalha do que aquela. De tal modo, Concentrei enorme quantidade de chakra em meus punhos e investi nele com tudo, técnica a qual, há muito tempo, Neji nii-san havia usado em mim durante o Chuunin Shiken, na região do coração.

O shinobi caía no chão, morto. De pé, diante do mesmo, eu o observava enquanto retirava a katana do abdômen e a jogava para longe. Sorri com a vitória, apesar de ter saído machucada. Tirei um pequeno rolo de faixa da pequena bolsa fixada em minha calça e seguidamente abri minha jaqueta, para assim enfaixar o ferimento e seguir avante. Desativei uma vez o Byakugan para poder descansar os olhos, que, naquela noite, havia usado demais. Eu me sentava em uma rocha ali presente e reparava o céu que, agora, já não era noturno. O dia estava nascendo e a noite, morrendo. Suspirei, um pouco cansada. Olhei para as minhas mãos com um leve sorriso nos olhos. Eu havia ganhado um combate sozinha, tudo graças aos treinamentos que tive com ele, meu querido primo.

Naquele instante em que eu me lembrei dele, o sorriso que eu havia esboçado gradativamente se desfazia, deixando uma lágrima cair de meus olhos. Honestamente, eu gostaria que ele ainda estivesse vivo, esperando pelo meu retorno. Queria contar para ele, compartilhar com ele aquela minha vitória, aquela conquista... Queria vê-lo sorrir contente por mim; de poder passar horas e horas treinando juntos. Gostaria de, pelo menos, poder vê-lo mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

________________________________-

[1] - Clone.
[2] - Nome do escorpião de invocação do personagem. "Samirata" vem de "Samrāṭa", do hindu, que significa "imperadorr".
[3] - Um taijutsu onde se inicia uma sucessão de chutes altos e de baixos pontapés.
[4] - Técnica de Invocação Múltipla.
[5] - Um taijutsu usando uma combinação de velocidade e potência.
[6] - lit.: Arte Ninja.
[7] - lit.: Chuva de Agulhas Venenosas.
[8] - lit.:Rotação.
[9] - Criado por Hinata, esta é uma técnica altamente versátil que oferece capacidades ofensivas e defensivas em que ela emite um fluxo constante de chakra de suas palmas.
[10] - O usuário faz duas grandes orbe em forma de leão de chakra em torno de suas mãos, então ataca o oponente com eles.
[11] - Golpe único característico do Clã Hyuuga.
[12] - lit.: substituição. Abreviação de "Kawarimi no Jutsu" (técnica ninja de substituição).
[13] - lit.: Corrente de Veneno.