Memórias Póstumas escrita por yin-yang


Capítulo 6
Capítulo Sexto: Efeitos.




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O dia já havia amanhecido enquanto eu tentava alcançar os demais. Para poupar minhas energias e chakras já desgastados, eu desfazia os clones que acompanhava a equipe, de modo que, com isso, ficasse mais fácil e menos desgastante de usar o doujutsu. Eu estava próximo a eles. Não faltava muito e, dessa vez, não havia necessidade de hesitar para entrar em combate. Com a minha chegada, seria um combate de um contra um, o que facilitaria bastante. Pelo que eu observava, cada um dali dominava jutsus elementais diferentes. O mais velho dali dominava doton; os gêmeos, suiton e fuuton; e o mais novo, que carregava a sacerdotisa, katon. Os primeiros três estavam lutando contra o time, enquanto o último com a garota sagrada fugia. Eu passei pelos meus companheiros de missão. Tenten, já recuperada do dano adquirido na batalha passada, desempenhava-se muito bem, juntamente com Lee. Seus combos eram extraordinários.

– Lee-san, Tenten-san, Gai-sensei. Eu vou seguir adiante. – Informei.

– Certo, Hinata. – Respondeu-me o professor. – Assim que dermos um jeito aqui vamos te alcançar.

– Hai. – Assenti.

Um dos gêmeos vinha até mim, direcionando-me uma rajada de vento. Lee então corria em direção ao inimigo, juntamente com Tenten, e então o atacava e fazia o ataque passar longe de mim.

– Sua luta é conosco, ninja de Kusagakure. – Disse o garoto, posicionando-se com uma das mãos atrás de si e outra na frente, com sua palma voltada para si.

– Agora vá, Hinata. – Ordenou Tenten. – Nós cuidamos daqui.

Assenti. Assim, eu novamente parti, agora em busca do outro ninja, que fugia. Minha visão estava meio turva – talvez fosse o cansaço, uma vez que não havia dormido – mas isso não era empecilho para mim. Eu precisava prosseguir o mais rápido possível. Eu corria; eu estava quase o alcançando, quando este, de repente, sumia.

Parei em uma das árvores e ali eu observei todos os lados, tentando localizá-lo, porém sem êxito.

– Onde será qu—

– Estou aqui. – Disse uma voz sussurrando atrás de mim.

Antes que eu pudesse reagir, ele segurava meu pescoço e me jogava com tudo contra o chão, agora, ficando ele sobre a árvore. Gritei ao sentir dor por toda a coluna ao colidir com o chão. Ele sorriu levemente, satisfeito. Tentava me levantar, mas, antes que eu pudesse fazer isso, ele já estava novamente à minha frente, pegando-me pelos cabelos. Embora ainda dolorida, concentrei chakras na palma das mãos e então resolvi investir, algo o qual não obtive sucesso. Ele segurou meus pulsos com apenas uma mão, de modo que a circulação de chakra parasse de chegar à região. Com o joelho, ele chutava meu estômago com força, fazendo-me expelir um pouco de sangue pela boca. Ainda a me segurar pelo cabelo, o ninja me arremessava contra outra árvore, passando a me observar logo em seguida com expressão de desdém.

– Vamos. Estou esperando. – Disse-me ele, com as mãos no bolso. – Você não queria lutar comigo?

Estava toda dolorida. Entretanto, as provocações alheias, sinceramente, estavam me deixando irritada. Não era legal você entrar numa briga perdendo e só apanhando. Limpei o sangue que escorria da boca e então eu me pus de pé. Concentrei novamente os chakras em minhas mãos, até que esses formassem dois leões – um em cada lado. Fui com seriedade em direção ao mesmo. Ataquei-o, tendo dessa vez êxito. Entretanto, no momento em que eu o golpeei, ele sorriu e olhou diretamente nos meus olhos. Aquilo não me soava nada legal. Antes de ser arremessado devido ao impacto do meu ataque, o inimigo enfincava as unhas em meus braços, o que me fazia sentir um pequeno ardor momentâneo. O adversário ia de encontro com a árvore, assim como anteriormente eu havia ido. Ele começava a gargalhar histericamente, ainda sentado e com sua cabeça abaixada. Ele então se levantava, ainda rindo. Olhava para mim com seu ar um tanto psicopata. Executava alguns selos. Feito isso, ele proferia algumas palavras que, por estar longe, não pude compreender. Nisso, eu senti aquela ardência em meu braço aumentar gradativamente, até que eu parei para observar os membros superiores: eles estavam em chamas.

Katon... Karada Moyashi no Jutsu.¹ – Disse ele, agora com uma expressão séria.

Eu tentava apagar aquelas chamas, mas aquilo parecia incessável. Corri para o lago mais próximo e enfiei meus braços na água. Para minha surpresa, o fogo não apagava e continuava queimando cada vez mais. A dor era insuportável. Eu sentia meus braços serem desintegrados e se tornarem cinzas. O que estava acontecendo, afinal? Aquilo era totalmente ilógico. Mas a agonia era tão real... Eu gemia, tentando encontrar forças para continuar meio àquele sofrimento. O inimigo novamente vinha até mim e então me segurava novamente pelo pescoço, enforcando-me. O adversário me olhava novamente, porém, agora, com tédio.

– Ah. – Disse-me, com um olhar frio e vazio. – Cansei. Que tal se você... – Repentinamente, sua expressão mudava mais uma vez, agora insana. – Queimasse no inferno?

Assim, ele passava a me enforcar, ao mesmo tempo em que as chamas se tornavam mais intensas, de maneira que a dor fosse se espalhando por todo o meu corpo que queimava.

­­– Oyasumi, ojou-sama².

Com a última fala, eu despertava, fraquejando. Tudo aquilo não passava de uma ilusão! Eu estava caída no chão. Em primeira instância, eu tentava me levantar, mas meu corpo estava todo dolorido e pesado, como se tivesse toneladas de chumbo que me mantivesse caída. Eu sentia meu coração pulsar, enquanto via o oponente carregar a sacerdotisa e aos poucos se afastar do local.

– N-Não... – Sussurrei. Com esforço, eu tentava me levantar. Minha visão estava turva, mas não... Eu não podia desistir. Eu sou mais forte do que isso. – Espere! – Gritei, finalmente conseguindo me manter em pé. Trêmula, eu ativava de volta meu Byakugan e ficava em posição de combate. – Eu... Eu não vou desistir. Essa batalha ainda não terminou!

Ele então parou de andar e virou para trás, inexpressivo. Ele jogou a sacerdotisa contra a árvore, agora me encarando frente a frente. Aproximava-se de mim silenciosamente e então ficava a pouca distância.

– Hmm... Interessante. – Proferiu ele, extremamente calmo. ­Acendia um cigarro e então o colocava na boca tranquilamente, enquanto me olhava. – Só espero que entenda que, agora, não pouparei sua vida como o fiz pela primeira vez. – Momentaneamente, seu lado psicopata se fazia presente, entretanto, logo depois, seu semblante voltava a ser indiferente. – Esteja preparada.

– Igualmente, shinobi da Grama. – Disse eu, um pouco ofegante.

– Futagao Karyuu³. Esse é meu nome. – Falou, colocando uma das mãos em seu porta armas.

– Hyuuga Hinata. – Apresentei-me.

Assim, começávamos a nossa luta. Meus movimentos, infelizmente, não eram rápidos o suficiente para alcançá-lo. Afinal, meu corpo estava muito debilitado. A ferida do confronto passado, com o domador de escorpião, começava a latejar. Mas isso não podia ser empecilho para mim.

Passei a concentrar chakra em minhas mãos, executando logo em seguida o Hakke Kuushou, porém sem sucesso, uma vez que o adversário usava o Katon: Goukakyuu no Jutsu⁴ contra mim e, devido ao meu ataque ser do tipo eólico, acabava potencializando a técnica alheia. A cada jutsu que eu executava, os pontos de chakra de todo o meu corpo começava a queimar, como se aquelas chamas do genjutsu fossem reais. Meu corpo parecia não aguentar mais um minuto sequer de pé. Aquela era uma luta apenas minha. Eu tinha que vencer sozinha.

Respirei fundo, como se aquele fôlego que eu tomava fosse o último, e me preparei: aquilo doeria muito em mim, mas era a única alternativa viável. Eu corri diretamente a ele, mesmo que minha visão já não estivesse muito nítida e concentrei a maior quantidade de chakra em minhas mãos e, ao chegar cara a cara com Karyuu, eu o acertei em cheio no peitoral, fazendo com que atravessasse e adentrasse ao corpo alheio. Ele sorriu novamente, como se aquilo trouxesse prazer. O ninja então me dava uma surra que, por eu já estar fraca, que jogava para longe devido ao impacto. Ele voltou à sua seriedade e se aproximava e parava perante a mim.

­– Você sabe? Esse tipo de ataque não funciona para mim. – Disse ele, advertindo-me. – É uma pena que a luta acabe assim, tão cedo. ­– Assim, ele passava a fazer selos rapidamente. – Adeus, Hyuga Hinat—

Antes que ele pudesse atacar, ele caía ao chão e ali se encolhia. Passava a ficar ofegante, como eu estava.

– Mas o que...? – Tentava ele compreender a situação. – Impossível... Esse tipo de ataque deveria ser ineficaz para mim. Então por qu... – Passou a me observar, tentando obter uma resposta, até que fixou seu olhar no ferimento da batalha passada. – Tsc... Samirata... – Concluiu ele.

Eu então me levantei e saquei uma kunai do porta armas e então a enfiei com tudo no peitoral alheio, de modo que, dessa vez, morresse. Retirei a ferramenta ninja do cadáver e a limpei, para assim guardá-la de volta. Olhava para o céu, que já quase não conseguia enxergar nitidamente.

– Hinata!

– Hinata-san!

Ouvi aquelas vozes de meus amigos e então eu me virei para trás. Ao vê-los se aproximarem, eu sorri bastante cansada. Senti minha pulsação acelerar de repente, causando-me dor. Desativei meu doujutsu, para tentar poupar mais energia.

Tenten, ao notar meu estado, correu até mim me segurou, preocupada:

– Hinata. O que foi? Está tudo bem? – Disse ela, sacudindo-me.

Logo em seguida, os outros dois chegavam mais próximos. Eu apenas sorri, embora não soubesse o que fosse acontecer comigo. Minha visão escurecia aos poucos; eu suava frio.

– Hinata! – Tentou Tenten me animar. As vozes começavam a ficar abafadas, até que eu não conseguia mais entendê-las.

Depois de tudo isso, eu não vi, senti, ouvi mais nada. Eu havia perdido minha consciência.


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Notas finais do capítulo

[1] Literalmente, “Estilo Fogo: Técnica de Queimar o corpo”.
[2] Boa noite, donzela.
[3] Futagao = duas caras / Karyuu = dragão de Fogo.
[4] O usuário lança uma grande bola de fogo de dentro da sua boca. O tamanho da esfera de fogo depende da quantidade de Chakra usada pelo Ninja.