Memórias Póstumas escrita por yin-yang


Capítulo 3
Capítulo Terceiro: Memorial.


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo escrito de nossa querida história "Memórias Póstumas". Peço desculpas pelo atraso da publicação. Aconselha-se que se ouça a música "Qi", de Adrian von Ziegler para a leitura, disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=-VLCnM0vYMk >. Ademais, uma boa leitura.
Att,
yin-yang.



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As flores de cerejeiras já deixavam aos poucos o cenário para que as de hortênsias tomassem conta juntamente com as leves chuvas periódicas. As nuvens carregadas haviam passado há pouco e agora um belo sol iluminava toda Konoha. Na sala do Hokage, eu estava em posição de sentido, frente a frente ao mesmo. Sem conseguir encará-lo, meus olhos procuraram as papeladas sobre a escrivaninha do superior.

– Congratulações pelo casamento e conquista pelo cargo, Hokage-sama. – Saudei em respeito. Fechei brevemente meus olhos e então o reverenciei e assim permaneci.

– O-Obrigado, Hinata... – Respondeu-me ele, um tanto sem graça. Na verdade, parecia mais apreensivo do que tudo. – Não precisa ser tão... formal. Levante seu rosto. – Disse-me.

Assim eu o fiz com o pedido dele. Voltei à minha posição ereta e lentamente eu reabri meus olhos que, mais uma vez, preferiram procurar um ponto qualquer para se fixar aos dele.

– Pode me chamar pelo nome, como sempre fez. Afinal, já nos conhecemos há muito tempo. Não tem necessidade de formalidades.

Com o comentário do Naruto-kun, até pensei em me manifestar, entretanto, preferi manter meu silêncio, apenas para aguardar o porquê de ter me chamado ali. Aparentemente incomodado com o silêncio, ele parecia transpirar. Levou uma das mãos à cabeça dele, onde passou a coçar, um pouco tenso. Ele então suspirou. Levava suas mãos conjuntas e cruzadas à frente de seu corpo, ao colocar seus cotovelos sobre a mesa.

– Hinata, desculpe por quaisquer sofrimentos que eu acabei lhe causando. Quero que saiba que em momento algum eu desejei que isso acontecesse com você. Você é uma pessoa muito querida e....

– Por favor, não torne as coisas ainda mais difíceis para mim. – Interrompi. Fechei meus punhos e assim os apertei com força. Meu olhar se focava apenas na papelada alheia. Eu tinha certeza de que se eu encontrasse o olhar dele, não me aguentaria e me colocaria a chorar. – Eu sei que você não tem culpa de nada, tampouco a Sakura-chan. Então, por favor.

Após eu concluir minha fala, o silêncio pairou no ar por um tempo. Naruto então passava a procurar meu olhar para poder me encarar diretamente nos olhos. Ao notar que nada do que fizesse adiantaria alguma coisa, ele suspirou, convencido.

– Certo. – Disse ele, recostando-se na cadeira enquanto pegava em mãos uma das folhas e analisava o documento. – Vamos esperar os demais chegarem. É sobre missão.

– Obrigada pela compreensão, Hokage-sama. – Respondi logo em seguida ao assentir para o mesmo. – Quem seria o restante?

Antes mesmo que ele pudesse me responder, houve uma batida na porta e, em seguida, três ninjas entraram naquela sala a qual eu me encontrava: Gai-sensei, Rock Lee e Tenten. Virei para trás e assim os visualizei.

– Com licença, Naruto-kun. – Exclamou Lee, juntamente com seu professor e sua companheira. Ele então me notava ali. Olhou para mim e acenava espontaneamente. – Olá, Hinata-san. Tudo bem com você?

– Oi, Hinata! – Cumprimentou-me Tenten, logo após o primeiro. – Pelo jeito, trabalharemos juntas dessa vez.

Sorri para o trio após os cumprimentos.

– É o que parece, Tenten-san.

Assim que estavam todos reunidos, Naruto-kun nos chamou para mais próximos da escrivaninha onde ele estava. Bem como eu, os três passavam a ficar eretos, em posição de sentido enquanto aguardava as palavras do outro.

– Bom, ainda não me acostumei com essa ideia de falar como um Kage, mas... Vamos lá. – Comentou ele, antes de falar diretamente sobre o assunto. -- Eu os chamei para uma missão de Rank A. É um pedido da Takigakure¹. Há dois dias, a sacerdotisa local, Mikaru, foi sequestrada por ninjas da Kusagakure².. A missão de vocês, então, é resgatá-la até a noite de eclipse, que acontecerá daqui há... 5 dias.

– Então é uma missão urgente. – Concluiu Gai-sensei após a fala de Naruto.

– Exatamente, Gai-sensei. – Concordou o loiro, fitando a todos nós por igual e com semblante sério. – Agradeceria se vocês pudessem partir ainda hoje.

– Entendido, Naruto-kun! – Exclamou Lee, empolgado e determinado.

– Igualmente. – Respondeu Tenten, sorridente como sempre.

Eu apenas assenti ao concordar com os demais.

– Tomem cuidado.

Após as últimas palavras do Naruto-kun, Gai-sensei olhou para nós e então fez positivo com a mão juntamente com seu sorriso brilhante antes de todos partir. Fiz uma última reverência ao Hokage, que eu fazia de tudo para fingir que não o conheciade fato, e então eu acompanhei os demais para que a missão pudesse ter início. Já do lado de fora, o trio havia feito um círculo, ao qual me colocava igualmente para fazer parte.

– Por ora, estão dispensados. – Disse o mais velho com suas mãos na cintura, e o peitoral estufado. – Nos reuniremos em frente ao Portão Principal depois do almoço. Não se atrasem!

Todos, inclusive eu, concordaram. Assim, eu os observei se desfazendo da roda e cada tomando um rumo diferente: enquanto Gai-sensei seguia para a casa de Lámen Ichiraku, Lee e Tenten caminhavam de mãos dadas para algum lugar da cidade. Acompanhei-os com os olhos enquanto eu passava a esboçar um leve sorriso. Assim que eles desapareciam de vista, passei a andar também, porém para casa. Ainda eu precisava arrumar as coisas e almoçar antes de partir.

– Hinata, desculpe por quaisquer sofrimentos que eu acabei lhe causando. Quero que saiba que em momento algum eu desejei que isso acontecesse com você. Você é uma pessoa muito querida e....

Durante todo o caminho, aquelas palavras do Naruto-kun não paravam de ecoar em minha mente. Eu estava tentando aceitar, me conformar... Mas aquilo havia me feito voltar à estaca zero. Aquele sentimento de vazio novamente ameaçava tomar conta de mim. Cerrei mais uma vez meus punhos e assim continuei a caminhar, até que finalmente estava em casa. Fui ao meu quarto e arrumei rapidamente minha mochila, colocando ali dentro saco para dormir, kit de primeiros socorros, dentre outras coisas de maior importância. Fui até cozinha preparar um rápido almoço para mim, Hanabi e meu pai. Como ambos ainda não estava em casa, deixei a comida sob alguns panos, para que não a esfriasse tão rapidamente. Para mim, preparei alguns bolinhos de arroz.

Após a ligeira refeição, preparei-me para me encontrar com o time Gai e assim saí da mansão. Eu não queria ficar parada, pois assim eu sabia que se eu ficasse, apenas ficaria pensando em coisas que eu não gostaria de me recordar. Passei a correr pelas ruas de Konoha a visar logo a missão, quando então passei pela praça com a pedra memorial dos heróis. Ali, eu avistei Lee-san e Tenten, ajoelhados perante a pedra oferecendo um prato de comida. Pareciam fazer uma breve oração. Aos poucos, desacelerei meus passos e então passei a observá-los ali. Aproximei-me de ambos e fiquei atrás dos mesmos enquanto rezavam concentradamente. Passei a observar a pedra à minha frente e ler os nomes ali inseridos, quando então, bem ao centro, eu me deparava com o nome do meu falecido primo, Hyuuga Neji, que bravamente nos defendeu na última Guerra Ninja. Naquele momento, senti um pequeno aperto no coração. Diferentemente daqueles dois, após a morte dele, eu nunca trouxe uma flor sequer para ele. Meus olhos se tornaram tristes. Tive vontade de chorar naquele momento, mas, quando meus olhos estavam prestes a derramar as primeiras lágrimas, ambos à minha frente se levantaram e se viraram para mim. Tenten sorriu para mim, embora triste como o de seu companheiro.

– Faz muito tempo desde a sua partida, não é? – Começou ela, em um momento tênue de nostalgia. – Ele faz muita falta para nós.

Não fui capaz de responder às palavras dela. Eu queria poder falar algo, mas não me sentia no direito de tal. Por mais que eu tentasse, minha voz parecia ter sido roubada por aquela cena.

– Vamos prosseguir, então, pessoal? – Sugeriu Lee-san, depositando sua mão sobre o ombro da outra enquanto olhava para a mesma e logo em seguida para mim. Gai-sensei já deve estar nos esperando.

– Un³! – Respondeu Tenten, já um pouco melhor. – Vamos, Hinata.

Passei a observar a expressão no rosto do chuunin. Ele, naquele instante, olhava para a pedra fixamente com seu olhar ardente, como se ali estivesse fazendo um juramento. Assim que notava que eu o analisava, ele se virou e sorriu para mim ao mesmo tempo que, então fazia, igualmente ao seu mestre, sinal de positivo.

– Hai! – Respondi, sem nenhuma hesitação.

Passamos a seguir o caminho juntos até o Portão Principal, onde, olhando para o relógio de pulso, Gai-sensei nos esperava. Ao nos avistar, ela colocou as mãos na cintura com o peitoral estufado, sorridente.

– Vamos lá, pessoal! Seishun Full Power, Let's go⁴!

Assim, demos início a nossa curta e, ao mesmo tempo, longa jornada.



















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Notas finais do capítulo

[1] Vila Oculta da Cachoeira.
[2] Vila Oculta da Grama.
[3] "Tá", "sim", "entendido" em japonês.
[4] Grito de guerra do personagem, criado pelo próprio autor.