It's Temporary? escrita por Hellie


Capítulo 5
Eu não quero ser salva


Notas iniciais do capítulo

MEU DEEEEEEEEUS GENTE
Eu sei que algumas de vocês querem me matar por demorar tanto, mas só depois de voltar pra essa conta e ler todos os comentários carinhosos, mensagens e principalmente uma recomendação (minha primeira recomendação, me segura Juliana), eu tomei vergonha na cara e resolvi continuar. Pode ser que meus ''dons de escrever'' tenham desaparecido, mas estou fazendo isso por vocês, e espero realmente não decepcioná-las D:
Bom, aqui está a continuação de um bom projeto, espero que gostem *u* Kissus da Hellie (Kuro)



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Pulei.

Mas, uma coisa me assustou mais do que o quase pulo. O braço que havia agarrado minha cintura.

– Sua louca! Quer morrer de vez?! – dessa vez, eu estava no chão do quarto, sentada e encarando o rosto vermelho de Castiel. Seus olhos pareciam mais inchados, e sua boca estava mais rosada.

Olhei para os cantos, não acreditando muito.

– Você me salvou? – ele pareceu indignado com minha pergunta. Depois, deu uma gargalha sarcástica, voltando a me fitar com ódio.

– Não sua idiota, você foi empurrada pelo vento. Claro que eu te salvei!

– Por quê? – acho que estava realmente deixando-o irritado.

Puxou o ar com bastante força, tentando controlar o resto da paciência que tinha. Mas, eu estava realmente bem confusa. Eu... Não queria ser salva.

– Se quiser morrer, pode ir. Da próxima eu não vou ficar com a consciência pesada se te deixar ir – fiquei encarando-o com uma expressão duvidosa, não deixando meu sorrisinho de canto se esconder. – E por que você está sorrindo mesmo?

– Eu não posso morrer. Você realmente não prestou atenção no que eu te disse?

– Como não? Tu pareces bem real pra mim. – suspirei, fazendo uma cara de tédio.

Em um único movimento, levantei e me lancei pela janela, sem nem mesmo pensar duas vezes, e sem dar tempo de ser ajudada. A única coisa que consegui ouvir por último fora um grito, algo como ‘sua imbecil!’.

E, como o esperado...

Eu não morri. Não me machuquei. Não senti dor, não senti nada em especial. Era inexplicavelmente agonizante. Assim que abri os olhos, me deparei com o cabelo cor de fósforo. Seus olhos estavam arregalados, e ele parecia bem instável como a reação de antes.

– O que você fez? – olhei ao redor, e lá estava eu. No mesmo quarto, com o mesmo cara.

– Nada, obviamente. Eu só gritei.

– E o que você gritou? – ele pareceu um pouco pensativo, mas não hesitou em me responder.

– ‘Sua imbecil! Volte aqui!’ – meu coração disparou ao escutar aquilo. Finalmente, eu descobri que ainda tinha um coração, que ainda tinha sentimentos.

Mas não me senti estranha por sua fala; senti-me estranha com o poder que elas tiveram sobre mim. Realmente, enquanto caia, senti um tipo de força contornando meu corpo, e me forcei a fechar os olhos antes do impacto. Na verdade, não teve impacto nenhum. Eu nem cheguei perto do chão.

Castiel também parecia bem confuso, mas sua expressão não mudou além daquela de cara de tacho que possui. Um silencio se estabeleceu naquele quarto, e eu já estava ficando irritada. Odiava silencio.

– Eu quero sair daqui – disse, já abrindo a porta.

– Pra onde você vai? – ele deu alguns passos a frente, sorrindo de canto.

– Pra onde você me levar – desfez o sorriso – eu não posso ficar a minha “vida” inteira dentro desse depósito de baratas. Anda, me leva pra algum lugar legal.

– Quem você acha que... – não dei importância para a continuação. Apenas agarrei seu pulso com força, e levei-o na marra para fora dali. Ele tentava se soltar, mas não conseguia. Eu estava extremamente forte. Força... É um de meus poderes?

Assim que conseguimos sair daquele ovo de dormitório, chegamos ao estacionamento.

– Olhe, tente não conversar comigo. Vai passar vergonha sozinho. Hmm... De novo – bufou, revirando os olhos e começando a andar na minha frente. Segui.

– Ei... Você viu na internet? Parece que aquela garota do colégio de ricos aqui perto se acidentou feiamente ontem, de moto. Encontraram ela no meio da rua, cheia de cortes pelo corpo e sangue ao seu redor. Realmente desagradável. – meu corpo foi obrigado a parar. Não consegui assimilar aquilo de forma passiva.

Se espalhou tão rápido assim?

Castiel parou de andar e se virou para mim. Ele percebeu minha reação, e mesmo não podendo falar, perguntou:

– O que foi? Conhece ela? - não respondi na hora. Não consegui responder; estava pensando em como meus amigos e parentes poderiam estar reagindo ao saber daquilo. Dessa forma, eu consigo sentir meus sentimentos fluindo agora.

– Eu... – continuou me fitando, com um pouco de desconfiança no olhar. Virei-me bruscamente para ele, o que o assustou. – Eu sou ela.

*

– Por isso que sua aparência não se pareceu tão estranha pra mim – murmurou, um pouco pensativo. Olhei para o mesmo, rezando do fundo de minha alma para que não fosse o que estava pensando. Estou com medo.

– Você me conheceu? – e eu ainda estou com medo.

– Se não to enganado, vi você tocando e cantando com um garoto em uma festa que fui. – Por favor, me diz que... – E depois, você ficou bêbada e começou a se jogar em cima de todos os meus amigos na mesa...

– Tá, eu já entendi, eu acabei ficando com um deles, não preciso que você fique me lembrando de algo assim.

– Na verdade, você ficou comigo – engasguei violentamente, quase caindo de cima do corrimão da ponte que estava. Ele deu um sorriso malicioso, fechando os olhos e levantando a cabeça para o céu. – Você parecia bem carente, e como não queria que passasse vergonha na frente daquele monte de garotos, fiz essa caridade.

Olhei-o com ódio, evitando acreditar naquilo. Não é possível, nunca fiquei tão bêbada a ponto de não me lembrar do ficante.

– Eu queria poder me consertar – bati a mão na testa, começando a me arrepender de tal vida que tinha.

– É, não sei como uma garota pior que eu, vai conseguir me ajudar em algo. Você me parece bem inútil. – que garoto irritante!

Dei um soco em seu braço, tendo na cabeça de usar aquela minha força sobrenatural. Pelo gemido alto de dor que ele deu, parece que tinha funcionado.

– Mas, sabe – sua feição de raiva tinha sido interrompida, e voltou a prestar atenção em mim. – É até legal ter esses poderes. Mesmo que seja temporário, e que eu tenha que aplicar eles em você, é mais interessante do que qualquer outra coisa que eu tenha feito na minha vida de existência.

– E isso é muito chato. Vou ter que passar seis meses da minha vida ouvindo essa sua voz irritante e rindo de tentativas inúteis de me ajudar.

– Só não te dou outro soco pra parar lá no quinto dos infernos por que essa força deve ser limitada, e tenho que usá-la para coisas mais importantes que você.

– Eu sou a única coisa importante pra você agora, então trate de deixar essa sua idiotice de lado e começar logo a me ajudar – olhei-o, aflita.

– Ohhh – um sorriso de orelha a orelha se formou em minha cara – não creio – virou a cara para o outro lado, mas agora, ele estava extremamente visível aos meus olhos. – Vai mesmo me deixar te ajudar? Então o garotinho babaca que se recusava a ter ajuda há pouco tempo atrás... Quer minha ajuda?

– Tanto faz. É o seu dever mesmo, não seja tão convencida – ele acha que não, mas eu podia ver. Estava com um leve rubor nas bochechas, e os olhos espremidos. Sorri em sinal de vitória, colocando os braços atrás da cabeça e jogando meu corpo para frente, tentando vê-lo melhor apenas para provocar. Virou ainda mais a cara.

– Eu quero ouvir você dizer. – ouvi um grunhido vir de sua garganta, e uma veia pulsando ao lado do rosto. Abri ainda mais meu sorriso de hiena.

– Eu vou socar a sua cara. – murmurou, ainda se recusando a virar para mim.

– Não entendeu? Eu quero ouvir você dizer: “Haylie, eu quero a sua ajuda”. Vamos. – outro grunhido.

– Não vou dizer isso. Tá achando que é quem para mandar em mim? – de repente, ele se vira. Seu rosto estava mesmo corado, mas seus olhos expressavam raiva. Ri outra vez.

– Você é tão previsível. Que idiota. – inclinei um pouco em sua direção, levantando minha mão até seu rosto e segurando-o. A feição mudou. – Diga. – Apertei seus lábios com o dedo polegar e indicador, me aproximando mais.

– Não.

– Diga.

– Não.

– Diga agora! – movi minha mão para a lateral de seu rosto, segurando-o levemente, com meu rosto a apenas alguns centímetros de distância. Ele virou um pouco a cabeça para o outro lado, mas minha mão continuou ali.

– Se eu dizer, vai parar de me encher o saco?

– Vou – eu não ia. Mas precisava escutar aquilo.

– Eu... – o rosto voltou a se avermelhar. Deus, eu quero dar um soco na cara dele. Parece uma criancinha.

– Eu...? – revirou os olhos, rapidamente levantando sua mão e segurando o pulso do braço que estava estendido para seu rosto.

– Eu quero a sua ajuda, Haylie. – não suportei. Soltei uma risada rápida e extremamente alta, e afastei a mão que estava nele e voltei-a com tudo, dando-lhe um tapa bem forte no rosto.

Pensando bem, isso pode ser bem divertido.


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Notas finais do capítulo

Não me matem ;-;



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