It's Temporary? escrita por Hellie


Capítulo 4
Relembrando.


Notas iniciais do capítulo

Meeeeeeeu sinhô x.x Desculpem mesmo ter demorado, mas é pq as aulas voltaram, to abarrotada de trabalhos, tarefas, meus desenhos, poemas, tudo :c AH, e muuito obrigada pelos comentários, sempre saio pulando de felicidade quando vejo *u* Lembrem-se, essa fic é movida a comentários >.< Kissus da Kuro, bye o// :3



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Temos um acordo? – Estendi minha mão para o mesmo. Ele pareceu ficar pensativo, encarando-me. Olhou para os lados... E apertou minha mão.

- Temos um acordo.

*

Não havia muito tempo que o ruivo tinha apagado em sua cama, e eu ficava encarando-o.

Era estranho... Ele tem quase os mesmos defeitos que eu. Teimoso, arrogante, frio, impaciente, que não está nem ai para nada que acontece ao seu redor. Quando eu ainda tinha a minha vida, eu sempre dava um jeito de descobrir as melhores formas de viver intensamente. Todos diziam que viver era cair na farra todas as noites, quebrar regras, beber, se enturmar com gente popular e ser foda. Ter carros importados e mega-caros, ficar com todas as pessoas que você vê pela frente...

Eu era dessas que realmente acreditava que isso era viver. Por conta dessas coisas, minha mãe foi se afastando de mim, ela antes acreditava que eu seria sua filha prodígio, uma menina doce, inteligente, amada por todos, educada, e teria um ótimo emprego, na companhia de ótimas pessoas. Mas não, esse progresso foi interrompido por minhas más influências, eu me deixava ir por conta de outras pessoas, esse foi um dos maiores erros da minha vida. Ao topo de meus 14 anos, eu era uma completa babaca. Vivia em estudos, nunca saía nos finais de semana, eu nem se quer tinha amigos. Passava o dia todo escrevendo histórias fictícias, minhas personagens sempre entravam em contato com o romance impossível e as aventuras sonhadas. Eu nunca usara maquiagem, vivia com meus óculos de leitura, por que achava bonito. Minhas roupas eram ridículas, sempre usava roupas de criança, em palavras da minha mãe a aparência não importava mesmo. Eu sofria bullying na escola por causa de meu histórico de nerd, por eu ser a ajudante da diretora, e por sonhar em mares de amor com o menino mais popular da escola. Quando chegou meu aniversário de 15 anos, chamei todos da escola, dizendo que ia ser uma perfeita festa, em um clube super legal. Sabe oque eles fizeram? Riram da minha cara. Quando chegou a noite, ninguém havia aparecido, nem mesmo minha mãe. Ela me deu a desculpa dizendo que estava presa no trabalho, e não pode ir. Foi naquela noite que resolvi mudar, que resolvi não ser mais uma completa retardada, largar aquela coisa que eu chamava de vida.

Joguei meus óculos no meio da rua, deixando livremente os motoristas acabarem com uma das minhas fontes de ódio. Peguei todas as minhas roupas e as taquei fogo, sem a menor culpa. De baixo de minha cama, eu tinha um cartão de crédito para emergências, que eu nunca havia usado. Ali tinha bastante dinheiro, bastante mesmo, já que minha mãe vivia colocando metade de seu salário ali. No começo do outro dia, enquanto minha mãe dormia, fui fazer as compras para um bendito novo armário.

Comprei coisas que eu jamais pensava em usar, mas que tenho que admitir, ficaram muito boas em mim. Combinaram comigo. Meu cabelo, que antes vivia preso em coques certinhos, se encontrava repicado e com algumas mechas azuis em seu fundo. Quando voltei para a escola, as pessoas já não me xingavam, e não me olhavam feio. Muito pelo contrário, me olhavam com interesse, com desejo. Todos podiam jurar que eu era uma aluna nova, só que quando eu revelei quem realmente era, ficaram pasmos. Por aí em diante, fiz várias amizades, e a principal foi de Armin. Mas para falar a verdade, Armin era um novato na escola, ele jamais havia me visto da outra forma. Um bom amigo viciado em jogos.

As noites de farra e bebedeira começaram assim que comecei a sair com pessoas de outra laia, e, acredite, não foi Armin. Ele era que nem eu, nunca saía de casa, nem nunca havia bebido, mas como eu começava a chamá-lo para as festas, se tornou um costume maldito. Minha mãe havia ficado preocupada comigo entre esses dias, ela chorava em seu quarto achando que eu ia acabar me ferrando nas algemas da polícia.

Sempre tentava manter contanto comigo, querendo saber oque estava acontecendo, se alguém estava me obrigando a fazer tudo aquilo. Na verdade, eu estava tentando mesmo, me incluir em uma classe social, não ser uma completa fracassada. Tive vários namorados, vários ficantes, várias noites inesperadas e surreais (você já sabe oque pode ser).

Nunca me arrependia. Na verdade, me gabava por ser uma vadia. Sim, hoje eu me considero uma vadia, não posso acreditar que sempre fui daquela forma...

Ridículo da minha parte. Incrível que aquele ditado agora se repete mil vezes na minha cabeça:

Só aprendemos a dar valor a uma coisa quando a perde.

No caso, eu perdi a minha vida, e chamei aquelas coisas que eu fazia de viver.

Chutei meus pensamentos para longe assim que percebi Castiel se mover na cama. Ele não estava dormindo, agora me olhava fixamente, e eu retribuía o olhar. Senti uma certa pontada de agonia, não gosto quando ficam me encarando por mais de um minuto.

- Seis meses com você vai parecer uma eternidade, droga. Será que não dá pra você ficar do lado de fora, ‘‘cuidando’’ de mim, em vez de parecer um carrapato?

- Não. – Disse, ríspida.

- Você é realmente muito chata.

- Problema meu se sou chata, tenho que cuidar de você por obrigação, meu dever é ser chata. Se for coração mole é óbvio que você nunca será consertado... – Ele parou de me encarar, novamente com os olhos fechados. Incrível a rapidez de uma pessoa se desligar em meio a uma conversa. Levantei-me, indo diretamente até a janela. Oque será que acontece se eu tentar me matar sendo que já estou morta? Vou morrer na minha morte? Abri a janela, deixando uma brisa realmente boa passar por mim, diretamente. Coloquei minhas pernas para fora da janela, e me sentei, encarando o chão. Estávamos no 6 andar, e duvido que se alguém se jogasse dali iria sobreviver. Com nada mais de interessante para fazer, resolvi experimentar me jogar dali. Será que eu iria sair voando? Será que iria me espatifar? Será que eu iria passar direto do chão? Ou eu iria cair e não sentir nada? Várias perguntas, nenhuma resposta. Joguei um pouco mais as minhas pernas para ora da janela, quase caindo. Tenho que admitir que senti um pouco de medo por dentro, mas beeem pouquinho mesmo. Olhei novamente para baixo, dessa vez retomando a coragem.

Pulei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *u*