It's Temporary? escrita por Hellie


Capítulo 11
Você é uma farsa.


Notas iniciais do capítulo

Boooooooooooooooooom dia todo mundo! Aqui quem fala é a nada adorável Hellie, trazendo mais um diferente capítulo para minhas leitoras maravilhosas ♥♥ Muito obrigada pelos Reviews, meninas. De verdade. Isso me instigou bastante e deu o impulso que eu estava precisando! Por favor, continuem assim para termos um relacionamento de mutualismo bem feliz e contínuo! Haushuadhaus.
Então tudo bem, aqui vai. Espero que gostem!



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— Eu acho que você está sendo dura demais com ele.

— O que? Alô-o, querido! Aquele cabeça queimada não é competente o suficiente para perceber alguma ''dureza''. E além do mais, eu sempre fui assim com ele.

— Não mesmo - retrucou. - Antes você tinha uma personalidade incrível quando estava o lado dele, chegava até a largar sorrisos para os outros; mas só agora resolveu fazê-lo de palco para suas humilhações. Eu sou seu melhor amigo Haylie, e simplesmente te digo a verdade. Você está sendo ridícula.

Mesmo que fosse mesmo a verdade, ela não podia escutar.

Não queria.

Mas, infelizmente, diante das palavras do amigo, tudo o que Haylie pôde sentir fora raiva.

— Você que está sendo ridículo! Eu não te devo satisfação de nada, seu babaca. - virou-se bruscamente em direção a porta e pegou sua bolsa do cabideiro, já descendo os óculos para o rosto e agarrando a pequena maçaneta enferrujada.

O menino sorriu de canto, mas com uma pontada de decepção no peito. Odiava ter que ser tratado assim, mas se colocava no lugar deplorável de Castiel, que sofria isso todos os dias.

— Acho que você deveria mudar com ele. Não merece esse tipo de pessoa que você está sendo agora...

Antes de sair, olhou-o friamente por cima do ombro.

— E lá vem a frase... 

— Eu prefiro morrer a ser qualquer outra coisa agradável para ele. - Voltou-se para frente. - E eu prefiro morrer a ver você de novo.

 

Demorou um tanto para a segunda aula começar de verdade. As pessoas da minha sala pareciam macacos selvagens, pulando de um lado para o outro. Eu espero ser diferente disso.

A cadeira de Lysandre que ficava ao meu lado estava vazia, o que era muito estranho, já que ele tinha vindo para a aula antes de mim e fez o favor de me fuder na primeira.

— É bem cara desse desgraçado mesmo.

Com o queixo apoiado em uma das mãos e encarando a porta, finalmente vejo um movimento ao meu favor. Era ele.

E ao me ver, abriu um sorriso tão majestoso quanto o que abriu ao conseguir namorar a novata mais bonita do colégio no ano passado. 

— Você está com a morte agendada para o final da aula. - disse, arrancando risos do mesmo.

— Eu tive que sair rapidinho da sala para pegar uma coisa. - arqueei as sobrancelhas.

— E o que era?

Ele se sentou calmamente e me mostrou um pequeno anel debaixo da mesa. - Isso brilha! Roubou de quem?

— Eu vou dar de presente pra Rosalya. 

— Incesto, Lysandre! Que horror!

— Não, não! - pude ver seu rosto fazer um arco de diferentes tons de vermelhidão. Não pude me conter.

— Hahahahah, é só brincadeira, cara. Por que vai dar isso pra ela?

Balançou a cabeça rapidamente para se recompor e escondeu novamente o anel em um dos bolsos da blusa.

— O irresponsável do Leigh conseguiu esquecer de comprar o presente de namoro deles. 

— Um presente assim?!

— É quase cinco anos juntos, Castiel.

— Ahhh - eu realmente havia esquecido que fazia tanto tempo. Até parece que foi ontem o dia em que Rosa queria me usar apenas para descobrir se o novatinho tinha algum tipo de ciúmes dela. - Cinco anos de dor no joelho por aquela rasteira histórica que ele me deu.

Lysandre ria como uma hiena, e eu não pude deixar de sorrir também; Mas, em questão de segundos, a expressão séria dele havia o domado e minha cara de dúvida atravessou fronteiras.

— Eu preciso falar uma coisa séria com você. - Até mesmo pra um machão como eu, aquela frase dava um certo medo.

— Pode dizer.

Olhou discretamente para os dois lados e puxou a gola de minha jaqueta.

— Você anda muito estranho esses dias, Castiel.

— Como assim?

— Eu não sei...

— Lysandre. - olhei-o de semicerro, dando um leve tapa em sua mão e afastando meu corpo, encostando nas costas da cadeira. - Não me enrola. O que eu tenho de estranho?

— Olha, eu não sei te explicar bem. Não é só você, é tudo!- Fiz um movimento com a mão, sinalizando para continuar. - Bom... Começando por aquele dia que você foi expulso da sala, onde te encontrei falando com as paredes e se irritando com o nada. - a maravilhosa chegada da diaba negra. - E depois teve aquele dia que eu ouvi você gritando coisas como ''as pessoas acham que eu sou louco por ficar tendo que comprar sempre o dobro do que vou comer!'' - É claro, ela me fez comprar cinco tipos de sorvete só porque tinha esquecido dos sabores que eles tinham! - e quando eu sai do quarto, você estava lá, sozinho, deitado na cama com a cara toda vermelha como se alguém tivesse te dado um tapa. Ah, mas não foi o bastante! Alguns dias depois eu vi você levantar do nada no meio da noite e ir até uma pilha de roupas sujas; eu achei que você ia pegar algo, como uma blusa e etc, mas não. Você pegou o vento e jogou na sua cama, logo depois deitando na beiradinha e se debatendo sozinho.

— Eu acho que você já pode parar...

— Não acabei. - me cortou. - Aquele dia da festa que quando estávamos saindo você ficava se batendo nas paredes e gemendo sozinho, e depois falando coisas como ''não tá sentindo nenhum peso?'' ou ''cara, você não tá com calor?''. Castiel. Estavam fazendo 20 ferrando graus naquela noite. - o fitei com dúvida. Falando daquele jeito eu parecia mesmo um louco, mas era inevitável. O que eu posso fazer quando se tem um carrapato invisível grudado em você e a única forma de fazê-lo sair é gritando com ele?

— Eu tenho um corpo muito quente e pensamentos muito altos. Pronto, tudo explicado.

— Eu vi minha tesoura da sorte voar, Castiel.

Não consegui segurar a gargalhada, desculpe Lysandre.

— Pfffffff

— Para de rir, eu sei que você tá brincando com a minha cabeça! E, para ser sincero, está conseguindo!

Passei a mão pelo rosto tentando esconder o riso. Estava tentando me recompor para não falar nenhum tipo de besteira, mas as reações dele quanto àquilo eram muito engraçadas.

— Então eu não tenho culpa. Você que não aguenta umas brincadeirinhas.

— Você sabe que eu sou sensível em questão dessas suas brincadeiras, seu idiota.

— Uhhh, perdão, madame. Eu não sabia desses seus sentimentos tão profundos.

— Castiel! - exclamou, dando um soco nada remunerado em meu ombro. Ri outra vez, mas fui cortado pela saliva fresquinha do professor voando em nossa direção.

 Vocês dois... Eu não sei quantas vezes vou precisar me dirigir ao casal feliz e dizer que esta aula é MINHA! Como professor, eu os retiro da sala. Agora!

— Ah, não. Comigo não, de novo não! - podia jurar que tinha sido sem querer. Lysandre bateu a mão na própria testa e riu muito discretamente, fazendo o favor de me lembrar que...

 

— Não diga não ao professor salivento, Castiel - murmurei, já no corredor fora da sala.

Não me era surpresa de que eu sempre esquecia dessa bendita regra, mas não é minha culpa se toda vez eu lembro da vez passada e reclamo por causa dela.

Olhei ao meu redor; vazio. Totalmente vazio.

E silencioso. Até demais.

— Ahhh... - espreguicei-me. - Acho que não vou precisar mesmo assistir o resto das aulas de hoje...

Silêncio.

— Ha-ham, eu disse: Acho que não vou precisar MESMO assistir o resto das aulas de hoje.

— Eu sugiro que você assista o resto das aulas e também que pense um pouco menos alto.

Ahhhh, a voz que eu mais queria escutar no momento. Que delícia.

— Você poderia se meter menos na vida dos outros?

— Infelizmente, este é o meu dever - abriu um sorriso pequeno e fechou os olhos com calma. Que cínico desgraçado!

— O seu dever vai passar a ser de enfermeiro próprio se não sair logo daqui. - bufei. Nathaniel levantou as mãos e apenas assentiu, passando rapidamente por mim. - Onde diabos você se meteu...

— Se você se refere a sua cópia feminina, eu posso te dizer que a vi alguns minutos atrás...

— Achei que tinha mandado você embora - retruquei. Ouvi uma risada baixa e logo após um murmúrio.

— Mas ainda sim acho que queira saber. Ela estava na biblioteca mais cedo e parecia muito confusa e assustada. Ela ficou falando coisas como ''eu não existo'', ''você está falando sozinho na visão destas pessoas''... E até mesmo se jogou em mim gritando umas palavras estranhas! Diríamos que ela tentou me possuir? - permaneci calado. Ele continuou. - Quando eu a aparei nos meus braços, ela pareceu se machucar de alguma forma e se afastou bruscamente, suava frio. Ela começou a ficar nervosa pelos olhares que as pessoas tinham nela e simplesmente me empurrou e saiu correndo. Foi a última vez que a vi hoje.

Eu não conseguia falar. Na verdade, mesmo que conseguisse eu não saberia o que dizer.

— Bom... Eu espero que ela esteja bem. Tenha certeza de ficar ciente disso quando a encontrar.

E o que isso significa? Ela não disse que apenas eu e mais uma pessoa que ela escolhesse poderiam vê-la? Ela não o escolheu, e também não escolheu um monte de pessoas. Mas... O que era mesmo a verdade? E se ela for só uma...

— Oh, você ouviu a última? - um grupo de garotas passavam por mim quase gritando de ansiedade, e admito que o assunto chamou minha atenção.

— O que, o que? - uma delas perguntava.

— Disseram que viram uma garota muito parecida com aquela dos jornais discutindo com o Nathaniel na biblioteca hoje. Ela falava coisas muito estranhas e parecia desesperada!

— Será que é algum tipo de espírito daquela menina ou algo assim?

— Angi, isso é impossível! Hahahah, até parece que um espírito ia ficar aparecendo para todos e ainda conseguir pegar em coisas como ela estava fazendo. Muito estranho, não acha?

Mentirosa.

 

Meus passos eram tão fortes e bruscos no chão dos corredores que parecia que iam se quebrar diante deles. Eu não conseguia pensar mais nada além de meter um tapa na cara daquela cretina mentirosa.

Espírito? Anjo? Consertar meu coração? Que tipo de idiota eu fui por acreditar que esse monte de baboseira era verdade?! Ela deve ser só mais uma dessas garotas babacas que fazem de tudo para conseguirem ficar perto de mim, e ainda por cima alugou o meu melhor amigo para participar dessa bendita trama. Eu não...

Minha vista estava embaçada com tanto ódio que me queimava por dentro. Eu odiava ser enganado.

Chegando na porta do quarto eu não pensei em nada, apenas a chutei e me deparei com uma merda pior ainda.

— O que essa garota fez com a minha parede?!

Estava com um buraco enorme do lado da janela e os destroços espalhados pelo quarto inteiro. O banheiro estava com gigantes madeixas de cabelo no chão e um dos descolorantes em cima da pia. E agora resolve se disfarçar e fugir? Ela acha que acabou por aqui, é?!

Não muito longe dali, eu pude ouvir um ronronar muito familiar. Marchei até o buraco e olhei para o estacionamento. Minha moto.

Uma garota desceu, desligando-a na chave e colocando o meu próprio capacete embaixo do braço, como se fosse a dona de tudo ali. Uma interrogação do tamanho da minha cabeça estava aparecendo, até que eu segui a lógica.

Olhando melhor, estava com a minha camiseta favorita dos Wild's; o cabelo era curto e loiro, e o rosto tão familiar quanto minhas botas de couro.

— Ahhh, aí está você.

O ódio me subiu mais ainda ao vê-la entrar por aquela porta com uma cara de coitada tão ridícula quanto o papel de personalidade de pessoa que passava para mim. Seu rosto estava vermelho e os cantos dos olhos também, mas eu estava cego pelo sangue subindo à mil em minha cabeça. Não pensei duas vezes.

O tapa foi tão forte que quase vi sangue saindo de seu nariz.

— Como você ainda tem coragem de aparecer aqui depois de toda essa enganação? Corta o cabelo? Muda de roupa? Está tão desprezível quanto antes. - puxei a ponta de seu cabelo e a obriguei a chegar mais perto. Haylie chorava, e a cada lágrima que escorria por sua face horrorizada, meus gritos ficavam mais altos. - E pare de fazer essa carinha de garota assustada. Eu quero que você e suas mentiras fiquem bem longe de mim, e, se eu a ver de novo... Aquela sua lápide de mentirinha vai ter um corpo real pra armazenar.

Ela não disse nada. Nem sequer uma única palavra. Estava tão paralisada com o medo que parecia que iria se rachar ao meio, como um vaso de vidro.

Foi se afastando lentamente, até que conseguiu mover o corpo e se virar para correr, mas eu a impedi.

Ela fitava meus dedos em seu pulso com desespero, mas pareceu ficar um pouco mais calma. Ficamos um tempo em silêncio daquele jeito, até que finalmente disse o que realmente precisava.

— Você não vai fugir com a minha moto outra vez. 

Seus lábios se moveram em um tremor e a expressão mudou completamente. Forçou os olhos para deslizar todas as lágrimas acumuladas e deu um soco forte em meu peito, soltando as chaves por cima e correndo com sucesso para longe; Ainda olhando para as chaves, perto do chão eu pude ver botas pretas com leves encardidos chegando.

— Cara, as fotos da festa da Rosalya chegaram, olhe só...

— E você! - empurrei meu melhor amigo na parede e segurei seu pescoço com todas as forças que ainda me restavam de segundos atrás. - Agora eu tenho um round 2? 

— D-do que... Falando, Castiel, o-o que você...

— Cala a boca. - Forcei mais os dedos em sua garganta, tirando um tossido seu. Ele soltou alguma coisa e elas foram diretamente até meus pés. -... O que é isso?

Quando o larguei estava completamente vermelho e lacrimejava um pouco. Senti-me mal por ter feito aquilo com ele, mas ainda me devia muitas explicações. Depois de alguns segundos, ele juntou o que tinha caído e me estendeu.

— S-são as fotos da festa da Rosa... Achei que você iria querer ver.

Puxei rapidamente de seus dedos e encarei todas as imagens. Eu estava em todas, e em todas...

Haylie não estava.

Havia apenas um espaço pequeno em todas do meu lado, e sempre eu estava com alguma careta de um puxão de orelha ou puxões do cabelo. Ela simplesmente não aparecia, como se... Não existisse. Ela não estava lá.

 

Puta merda.

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Desculpem meeesssssmo pelos diversos palavrões, mas eu precisava representar o ódio e raiva de um valentão de 18 anos por ter sido enganado xD (e também tá na classificação indicativa né gente, não me xinguem por favor



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