The Surviver escrita por NDeggau


Capítulo 7
Capítulo 6 — Chutando




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Chutando

 AGARREI O PESCOÇO DELA COM AMBAS AS MÃOS. Ela ficou apavorada. Pobrezinha, tão boa e tão delicada.

 —Parasita repugnante!

Ashley solte-a! Se você machuca-la, eles irão nos matar. Solte a garota, Ashley.

Ela não é uma garota, Bruma.

Mas ela é igual a mim!

Ela é um deles. Mataram meus pais.

 Apertei ainda mais minhas mãos, mas algo muito forte me puxou para trás e me prendeu contra o chão.

 —Não. —Berrou uma voz conhecida. —Você não vai machuca-la.

 —Claro que não. —Berrei de volta. —Agora não. Mas irei fazê-lo assim que sair de cima de mim, O’Shea.

 —Não disse que seria mais racional? —Ele disse, a voz irônica.

Tentei me contorcer e me livrar dele, mas Ian estava totalmente sobre mim. Bruma começou a pirar novamente, deixando minha respiração pesada com a proximidade de Ian.

Que coisa ridícula, Bruma.

Não consigo evitar.

 Senti mãos segurarem as minhas e as amarrarem atrás das costas.

Sério? Amarras? Eles acham que eu sou o quê?

Uma Alma irracional e insana, respondeu Bruma.

Era uma pergunta retórica.

Ah.

 Ian saiu de cima de mim, e pude chutar o chão para me arrastar para longe. Levantei os olhos e fitei seus olhos de gelo. Bruma suspirou e eu a repreendi.

 —Você tem mesmo que ir falar com Doc, garota.

 Pensei em dizer que meu nome era Ashley e não garota, mas apertei a boca bem fechada, já como não tinha respondido a nenhuma das perguntas.

 Ian se aproximou de mim para me ajudar a levantar. Dispensei-o com chutes no ar. Usando os pés, me arrastei para mais longe dele. Minhas costas bateram em alguém. Ergui os olhos e encarei a garota Melanie.

 —Olha, eu sei que você está assustada e com medo, mas não vamos fazer nada com você. Não iremos te machucar. Por favor.

 Ela esticou uma mão amiga para mim, mesmo que as minhas estivessem amarradas.

 —Não quero ir até esse tal Doc. —Grunhi.

 —Não tem problema. —Disse outra voz masculina, parecendo bondosa. Olhei para frente e vi uma figura esguia e magra, com braços e pernas ossudos. Tinha um rosto bondoso como a voz.

Então esse é Doc?

Espero que sim. Achei que ele tivesse uma cara mais... De carrasco, sabe?

Não, respondeu Bruma. Ela estava encolhida na minha mente. Meu coração acelerava cada vez que alguém novo surgiu, e isso era por parte de Bruma. Ela temia desesperadamente os humanos.

 O provável Doc se aproximou de mim. Dei mais alguns chutes no chão para me empurrar para trás, mas Melanie bloqueava meu caminho. Cerrei os dentes.

 Doc se agachou na minha frente. Acendeu uma lanterna e passou pelos meus olhos. Pisquei cega pela luz. Ele tateou meu pescoço e encontrou a cicatriz. Bruma deu um gemido agoniado, como se ele fosse arranca-la com as próprias mãos. Levada pelo medo de Bruma, sacudi minha cabeça para me livrar da mão de Doc. Ele sorriu para mim.

 —Está tudo bem, mocinha, certo?

 Assenti com a cabeça, ainda com o cenho franzido.

 —Você parece cansada. Não quer descansar um pouco? Depois veremos se você está bem. Sabe, se não estiver incomodada com alguma coisa.

 Neguei com a cabeça. Eu só queria dar o fora. Agora que os encontrei, eu queria fugir. Mas era necessário. Eles eram uma ameaça para Bruma. E para mim também. Sem Bruma, eu ficaria insana e tentaria matar todo mundo. E acabaria morta. Remexi meu corpo, desconfortável. Senti algo gelado no meu pescoço e soube que era o focinho de Lola. Jared a segurava pela coleira.

 —Vamos leva-la para onde, Jeb?

 Jeb olhou para mim e para Lola e não consegui decifrar de quem eles estavam falando. Eu esperava que era sobre mim.

—Aposto que ela está com fome. —disse Jeb. —Leve a cachorrinha para a cozinha. Trudy pode servir um pouco do resto do almoço para ela, por favor?

 A mulher que conversara com Melanie assentiu e Jared a seguiu em direção a um túnel escuro, arrastando Lola. Lola freava com as patas no chão, tentando ficar ao meu lado.

 —Tudo bem Lola. —Sussurrei. —Vá com ele. É Jared. Não precisa ter medo. Não o machuque. Junto. Com. Jared.

 Sentia os olhos de todos sobre mim. Lola deu uma farejada em Jared, para gravar seu cheiro. Ele deu uma guinada para trás, como se Lola fosse arrancar seu braço.

 —Tudo bem. —Eu disse. Minha voz saiu macia demais. ­—Ela só quer conhecer você. Para não te atacar.

 Depois de alguns segundos, Lola parou de cheirar Jared e o seguiu.

 Voltei a atenção para o pequeno círculo que se formava a minha volta. Jeb, com a arma; Ian, me fitando e deixando Bruma zonza; Peg, agarrada no pescoço Ian; Melanie, atrás de mim e bloqueando minha fuga; Doc, com um sorriso doce no rosto; e Jamie, me estudando com seus olhos de chocolate.

 Encarei cada um deles.

 Ian soltou os braços de Peg do pescoço dele e lhe mandou um olhar amoroso, acariciando seu rosto com o polegar. Quase vomitei. Ele se aproximou de mim e me puxou para cima de seu ombro.

 —Ei! —Gritei. —Solte-me!

 Já não bastava a humilhação de estar amarrada, eu ainda tinha que ser carregada? Chutei o ar com força, golpeando o nada e balançando o meu corpo, dificultando para Ian.

 —Para onde? —Ouvi a voz de Ian perguntar, talvez para Jeb.

 —O buraco está cheio. —Disse Melanie.

 —Não podem deixa-la lá, é meio... Desumano. —Disse a voz da Alma, Peg.

Ela está preocupada com você, disse Bruma.

Bichinho nojento.

 —Não há nenhum quarto reserva? —Perguntou Ian, a voz entrecortada pelos meus chutes.

 —Ainda estão sendo construídos. —Respondeu Jamie.

 —Posso vigia-la no meu quarto. —Disse Melanie.

 —Ela já te atacou Mel. Deixe que eu fique com ela. —Contrariou Ian.

 Bruma gostou da ideia. Eu odiei. Comecei a chutar com mais força.

 Como ninguém disse mais nada, estava decidido.

Droga.

Poderia ser pior, disse Bruma. Eu sentia uma pontada de felicidade vinda dela.

Claro que sim.

 Ian começou a andar em direção a outro túnel. Só naquele momento reparei que havia muitos túneis. Seria difícil escapar dali. Eu não queria de jeito nenhum ficar presa num quarto com Ian de vigia. Preferia a morte.

Exagerada.

 Como meus chutes não davam resultados, eu parei. Minhas pernas agradeceram. Mordi o lábio enquanto pensava no que fazer. Ian me segurava com um braço sobre seu ombro. Caramba, ele era forte pra valer. Mas não tão forte a ponto de aguentar todo meu peso com apenas um braço. Eu poderia me jogar para o lado.

Mas Ian é alto. Você pode se machucar.

Sei disso. Mas é algo meio inevitável, não acha?

Talvez. Mas eu acho que você devia deixar-se levar por...

 Bruma se calou quando impulsionei todo o meu corpo para o lado contrário da cabeça de Ian. Ele realmente não esperava, e seu braço não firmou todo meu peso. Eu caí num baque surdo. Tum. Antes que eu pudesse respirar, chutei a canela de Ian com força e me empurrei para trás.

Em questão de um segundo, rastejei, me coloquei de joelhos e fiquei de pé, correndo. Quase tropecei enquanto passava meus braços por baixo das pernas enquanto corria, deixando minhas mãos na frente do corpo.

—Você não desiste nunca? —Berrou Ian.

Não, pensei.

Sem perder o ritmo, desatei o nó da corda com a boca e me livrei da amarra. Corri pelo túnel escuro, as mãos esticadas na frente do corpo para me evitar esbarrar nas paredes. Tinha muitas curvas e o chão era cheio de buracos. Cai uma vez, de cara no chão. Minha bochecha esquerda ardeu e senti sangue escorrer pelo meu rosto, mas não parei de correr. Até que cheguei a uma fileira de túneis. Já estavam me alcançando a essa hora, ouvi duas vozes perto demais de mim.

Desista, disse Bruma. Não vamos conseguir sair daqui. Desista e se deixe ser pega.

Não, Bruma.

 Escolhi um túnel aleatório e disparei. Estava escuro, e esbarrei com força em uma parede. Cai no chão, batendo a cabeça. Fiquei tonta. O teto escuro girou por um momento. Ouvi as vozes se aproximarem e soube que era tarde demais para fugir. Senti lágrimas de frustação se formarem, mas as expulsei piscando os olhos com força.

 —Você é rápida mesmo, não é?

 Abri meus olhos e me deparei com Jamie. Ele estava com a respiração pesada. Ajoelhou-se ao meu lado.

 —Consegue se sentar? —Ele perguntou.

Boa pergunta, pensei.

 Coloquei o peso o meu corpo sobre os cotovelos e me levantei um pouco. Um braço gentil me ajudou a me reerguer. Outra pessoa se aproximou e ergui a cabeça para identifica-lo. Era Ian. Meu nariz ficou vincado. Ian abriu a boca para dizer algo, mas Jamie falou antes.

 —Não se preocupe, Ian, eu cuido dela.

 —Quer a arma de Jeb?

 Estremeci. Não sabia se era o medo de Bruma ou o meu próprio. Jamie negou com a cabeça.

 —Já aterrorizamos Peg antes, não precisamos fazer isso novamente. Como você já disse, nós não queremos ser monstros.

 Ian consentiu, e vi que ele se sentiu culpado ao falar de Peg. Ele se afastou, e Bruma ficou tristonha.

Ora, por favor, a censurei.

 Jamie segurou meus braços e me ajudou a ficar de pé. Minha cabeça latejava.

 —O que aconteceu com seu rosto?

 Ele aproximou a mão da minha bochecha esquerda e eu arquejei, me afastando.

 —Não, não corra. Está tudo bem, tudo bem. Vem, vamos para um lugar onde você possa descansar.

 Jamie esticou a mão para eu pegar, mas protestei enfiando minhas mãos nos bolsos do moletom. Quando o sacudi, uma nuvem de poeira levantou. Jamie segurou meu braço.

 Dei um passo cambaleante, tropeçando nos meus próprios pés, e Jamie segurou minha cintura para me apoiar. Dei uma guinada para o lado, afastando o braço dele da minha cintura como se queimasse ao tocar nele.

Não precisa ser tão bruta. Um pouco de educação não faz mal a ninguém, ralhou Bruma.

Está querendo que eu seja educada com as pessoas que querem te matar?

Estou.

 Apertei meus lábios e olhei nos olhos de Jamie.

 —Obrigada. —Resmunguei.

 Ele sorriu.

 —Sem problema.

 Jamie apontou com a cabeça para a minha frente.

 Comecei a andar para onde ele apontou, confiando mais nos meus pés.

 Andamos para fora daquele túnel. A minha esquerda, outros três túneis se encontravam vazios e escuros. Comecei a andar em direção ao túnel principal, na minha frente. Jamie apertou meu braço, me fazendo parar.

 —Esses são os dormitórios. —Ele explicou. —Vamos ficar aqui. No terceiro da esquerda para a direita, certo? Divido um quarto aqui. Meu amigo não está no quarto agora, então pode descansar lá.

 Resisti ao impulso de levantar uma sobrancelha para ele e protestar, mas Jamie me puxou em direção ao túnel com demasia de gentileza. Segui-o olhando tudo em volta. Queria ter certeza de que saberia o caminho de volta. Andamos até o fim dos corredores. Um quarto com uma porta de madeira ficava no final do túnel. Jamie empurrou a porta.

 Era um quarto pequeno, com dois colchões de solteiro separados. Entre eles, uma pedra lisa formava estante com roupas e outros utensílios. Jamie apontou para a cama da direita.

 —Essa é minha cama. Pode se deitar aí. Deve estar cansada. Quando acordar, te levo até a cozinha. Amanhã será Maggie quem preparara o café e os ovos dela são umas maravilhas. Vamos, não precisa ter medo.

 Ele indicou com a cabeça para a cama e olhou para mim com expectativa. Eu tinha que admitir, estava com medo de adormecer ali e ficar tão exposta. Jamie pareceu adivinhar.

 —Ninguém vai entrar aqui, vou ficar de vigia.

 Cerrei um punho de nervosa e me aproximei da cama. Ajoelhei e encostei a cabeça no travesseiro macio. Meu corpo estava cheio de nós do tempo que fiquei encolhida na caçamba da picape e todas aquelas tentativas de luta não ajudaram.  Quando deitei a cabeça no travesseiro percebi o quanto eu estava exausta. Mas algo me incomodava e não me deixava relaxar. Era a sensação dos olhos de Jamie em mim. Virei a cabeça para olhar para ele. Ele estava sentado no chão, aos pés do colchão, segurando o braço em volta dos joelhos.

 —Quantos anos você tem?

 Respirei duas vezes antes responder.

 —Dezesseis.

 —Eu tenho dezessete. Cheguei aqui quando tinha treze. Jeb é meu tio, e Jared me trouxe aqui. Melanie é minha irmã e Jared está com ela.

Franzi minhas sobrancelhas. Lembrei-me do rosto de Melanie e de Jared. Eles pareciam tão... Opostos. Jamie continuou falando.

—Mas Mel não pode vir junto por tinha sido capturada pelos Buscadores.

 —Mas ela não tem reflexo nos olhos. —Deixei escapar.

 Jamie deu de ombros.

 —Era Peg que estava dentro dela. Mas Peg ensinou a Doc como remover Almas sem danificar os corpos nem as Almas e Peg ganhou um novo corpo. Foi isso.

 Resmunguei para mostrar que entendi e me ajeitei de lado na cama. Arrastei minha bochecha esquerda no meu braço e dei um gemido.

 —Ah, isso deve estar doendo, não é? Espere só um minuto.

 Jamie ficou de pé e olhou para mim.

 —Não saia daí, por favor. Não quero ter que correr atrás de você novamente.

 Assenti e prometi para Bruma que ficaria ali mesmo.

 Jamie hesitou antes de sair pela porta. Fiquei em silêncio. Percebi que minha bochecha ainda ardia e a afastei do travesseiro, para não sujar de sangue. Passei os dedos perto da área machucada. Meus dedos ficaram sujos de sangue e suor. Estava quente ali, principalmente por causa do meu moletom.

 Ouvi passos e me sentei rápido, como reflexo. Jamie surgiu pela porta carregando um caixinha de madeira.

 —Está tudo bem, sou eu. —Ele sorriu. —Trouxe isso aqui. É para cuidar desses seus machucados. Não se preocupe, é medicamento de Alma.

 Bruma ficou feliz, mas eu me encolhi.

 —Você vai ficar perfeita num segundo.

 Jamie se ajoelhou na minha frente. Tentei sair de tão perto dele, me arrastando para trás, mas dei com as costas na parede. Jamie segurou o lado direito do meu rosto com uma mão e avaliou meu rosto. Ele puxou o ar por entre os dentes.

—Caramba, você fez um machucado feio mesmo. Caiu de cara no chão?

 Talvez eu tenha enrubescido de vergonha, porque senti eu rosto ficar quente.

 —É, mais ou menos isso.

 Jamie deu uma risada divertida enquanto pressionava uma toalha úmida na bochecha machucada. Achei meigo o modo como ele não... Quis me matar.

Quem está tendo uma queda por quem, mesmo? Zombou Bruma.

Não sou eu que fico com o coração acelerado cada vez que Ian se aproxima de nós.

Na realidade, você fica.

Por sua culpa.

 Jamie espirrou um líquido gelado na minha pele. Fechei os olhos, esperando que ardesse, mas só senti um formigamento igual a sangue escorrendo.

 —Isso é Limpar. Está removendo todas as sujeiras do seu machucado. —Explicou Jamie. —Prontinho.

 Ele passou o lado limpo da toalha sobre meu rosto, e a toalha ficou suja de sangue escuro e poeira. Jamie espirrou outra coisa no meu rosto, dessa vez era morno.

 —Isso é Curar. —Ele explicou. —Seu machucado vai sarar agora mesmo. Depois vou aplicar Suavizar, que é para não deixar nenhuma cicatriz nesse rostinho bonito.

 Dei uma guinada para o lado, afastando meu rosto da mão dele.

 —Ei, calma garota, eu só estava brincando.

 Ele segurou meu rosto novamente, o deixando imóvel. Senti minha pele formigar com o medicamento. Ergui meus olhos para os dele, que estavam divertidos.

 —Você está achando tudo isso muito engraçado, não é? —Perguntei sarcástica.

 —Tirando a parte que você se machuca, sim. —Ele respondeu indiferente.

 Jamie aplicou o Suavizar e senti minha pele repuxar sem doer. Bufei agradecendo.

 —Doc nunca me deixa usar esses remédios, mesmo que Peg tenha me ensinado como fazê-lo. Uma oportunidade como você é... Rara.

 Balancei minha cabeça, apenas para me livrar da mão dele.

 —Durma um pouco agora. —Disse ele. —Amanhã lhe mostro a caverna.

Mostre que está preocupada com ele. Pergunte aonde ele vai dormir, sugeriu Bruma.

Para quê? Para ele ter total certeza de que eu sou só uma garotinha fraca?

Não, só para mostrar que você está agradecida por ele te poupar de dormir num buraco, como os outros queriam.

Como Ian queria você quer dizer.

Pergunte, insistiu ela.

 —E onde você vai dormir? —Resmunguei.

 Ele olhou para mim, primeiro com surpresa, depois sorriu.

 —Não se preocupe comigo.

 Deite-me de lado, encarando a parede, e me ajeitei o melhor que pude. Meus músculos doídos agradeceram a cama macia e eu relaxei, pegando no sono.

Bons sonhos, Ash.


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