Foto de NDeggau
NDeggau
ID: 329749
Cadastro:
  • 15/06/2013


  • "Quem sou eu"

    Eu sempre acho essa parte a mais difícil. É fácil escrever qualquer coisa, uma citação legal, uma letra de música, um rabisco em francês; mas realmente dizer quem sou eu? Quase impossível.

    Mas eu vou tentar.

    Eu gosto de escrever. Gosto de lápis de cor, cheiro de terra, banhos de chuva e tempestades. Gosto da textura da pelagem de filhotes de gato, e de andar descalça na grama. Gosto de enrolar diversas coisas no pulso esquerdo. Gosto dos ventos de outono, a sensação da água gelada contra a pele. Gosto de controvérsias e enigmas. Gosto do mar, mas odeio o verão, e gosto do silêncio. Admiro pessoas socialmente aceitas. Amo as socialmente desajeitadas.

    Tenho a péssima mania de ver sempre o lado ruim das pessoas. Sou bipolar. Sou negativa e tenho medo de mais coisas que gostaria. Sempre coloco algo meu nos personagens que crio. Posso ser inteligente para algumas coisas e ingênua para outras. Sou mais forte do que pareço. Sou mais fraca do que aparento.

    Não sou adorável. Não sou simpática, ou querida, ou sorridente. É raro eu me apegar a alguém, e quando o faço, é de maneira forte, incontrolável, sólida, quase dolorosa; mas, quando há necessidade do desapego, é ainda mais difícil. Não sei lidar com perdas. Nunca soube. Reprimo sentimentos ao máximo, até eles me explodirem. E eles explodem, às vezes. Tenho medo de altura, mas amo a sensação de queda livre, temo espaços pequenos e evito multidões. Acho que estou enlouquecendo. Meus medos às vezes tomam conta de mim.

    Tenho meus próprios demônios, assim como todos têm, e divago nas horas mais impróprias. Meus pensamentos são caóticos. Há gritos na minha cabeça. Não consigo me apaixonar, em hipótese alguma. Não consigo confiar nas pessoas. Não acredito em gentileza; o ser humano nunca é como aparenta. Pensando assim, não costuma agir do jeito que me sinto. Não gosto de ser decifrada, e talvez seja por isso que estou sendo supérflua nessa descrição. Pois é.

    Uso o desenho, a literatura e a escrita como forma de escape da realidade. As palavras podem tudo; as palavras transformam as coisas, do simples ao magnífico.

    Provavelmente vou adicionar coisas nessa descrição ao longo do tempo, enquanto tento me decifrar, mas quando a isso, não estou indo muito bem. Não sei direito quem eu sou. Acho que nunca saberei.