The Surviver escrita por NDeggau


Capítulo 28
Capítulo 27 — (Sobre)vivendo




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(Sobre)vivendo

 TUDO QUE É BOM, DURA POUCO. Meu pai falava isso o tempo todo, e com razão. Nenhuma felicidade é duradoura. Começou no dia seguinte ao meu aniversário, quando eu acordei alvoroçada.

 Não sabia se era sonho ou realidade, mas eu escutara os burburinhos. “Buscadores”, eles diziam. Minha pele estava toda arrepiada. Minhas mãos ficaram agitadas, tremendo e se fechando em punhos apertados.

 —Ash?

 Eu reconheci a voz, mesmo atordoada. Escondi o rosto logo abaixo do dele e me concentrei em respirar normalmente. Jamie riu.

 —O que aconteceu?

 —Também queria saber.

 —Você estava sonhando. E me agarrou.

 Minhas faces queimaram.

 —Nossa, eu... Sinto muito.

 Jamie riu novamente, baixinho.

 —Eu não estou reclamando.

 Eu me ajeitei melhor no lugar onde estava — deitada no meu colchão, apertada entre a parede e Jamie — e me debrucei sobre seu peito do melhor jeito que pude. O braço dele envolveu meus ombros. O calor familiar que seu corpo irradiava me fez sorrir. Jamie me levou para mais perto, de modo que meu rosto ficasse de frente com o seu, e abaixou sofregamente os lábios sobre os meus. Explodimos outra vez, cada centelha de calor percorrendo meu corpo, despertando cada célula, vibrando-as. Minhas mãos trêmulas ficaram firmes e se espalmaram entre nossos corpos quando Jamie me apertou contra si. Um dos seus braços se firmou sob minha cabeça, como um travesseiro; e Jamie enrolou as mechas loiro-avermelhadas entre os dedos. Afastei meus lábios para poder respirar, e o oxigênio havia sumido; eu arquejava. Jamie também estava ofegante, sua respiração quente alentava meu rosto. Ele usou a mão presa entre meus cabelos para empurrar meu rosto para baixo, até eu poder aninhar minha cabeça sob seu queixo. Fechei os olhos um segundo, desfrutando com prazer de minha felicidade exorbitante. Era como se eu estivesse cheia demais, entretanto, era um ótimo sentimento. Eu estava completa.

 Entretanto, minha felicidade interna foi interrompida com passos ecoantes e a cortina de veludo afastada por alguém com respiração pesada.

 —Jamie. —Disse a voz pesada e áspera. Jared disse apenas uma palavra e eu saltei de pé. —Problemas.

 Corri até o salão principal seguida por Jamie. Todos estavam lá, e a ansiedade era pesada no ar. Murmúrios altos e desajeitados ecoavam, e sempre repetindo a mesma palavra “Buscador, Buscador, Buscador”. Havia nos descoberto.

 —Kyle! —Era a pessoa mais próxima de mim que teria as informações necessárias. —O que está acontecendo, exatamente?

 —Um Buscador. —Ele resmungou. Parecia cheio de hostilidade. —Ele foi avistado a pouquíssimos quilômetros daqui, e parecia saber o que procurava. Ele nos preocupa.

 —Se fosse um Buscador, por que viria sozinho? —Perguntei.

 —Não fazemos ideia. —Jeb respondeu, pelas minhas costas. Virei-me de frente para ele.

 —Se um Buscador tivesse a mínima ideia de onde nos encontrar, deveria ter trazido um enxame deles! —Exclamei, minha voz saiu amargurada. —Acha que ele pode nos encontrar?

 Jeb pensou por um segundo, alisando a barba.

 —Acho.

 Foi o suficiente para me fazer estremecer.

 Tateei até encontrar a mão de Jamie, que também parecia me procurar. Ele me puxou para bem perto dele, para dentro dos seus braços, e me aninhou firmemente contra seu peito – parecia querer se certificar de que eu ainda estava ali.

 —O que vamos fazer, Tio Jeb? —Perguntou Jamie.

 —Eu não faço ideia. —Respondeu ele.

 —Há somente um Buscador? —Perguntei.

 —Um maldito Buscador. —Disse Jared as minhas costas. Não consegui me virar para olhá-lo, Jamie me atou com os braços.

O que fazer com ele? A resposta era tão simples que parecia uma piada.

—Então só temos que mata-lo.

Jeb me encarou como se eu tivesse dito que queria desfilar pela cidade no meio das Almas. Seus olhos jeans perguntaram “você enlouqueceu garota?”.

Jared surgiu no meu campo de visão, mas não parecia ter o mesmo olhar questionador que Jeb. Ele parecia estar considerando minha proposta, procurando pontos para torna-la aceitável.

Jamie não teve uma reação tão discreta.

—O quê?

Eu levantei meu rosto para encontrar o dele, a alguns centímetros acima.

—O que há de tão estranho?

—Não podemos simplesmente matar um Buscador.

 —Por que não? Eles já mataram milhares de nós.

 —Ashley, essa proposta nem é remotamente aceitável.

 Eu franzi as sobrancelhas para o exagero dele. Melanie apareceu, se enrolando sob os braços de Jared. Sunny também havia se aproximado silenciosamente e se abrigara nos braços de Kyle. Jeb olhou em volta e segurou a espingarda firmemente contra o peito – o modo como ele fez foi sugestivo.

 —O que estão discutindo? —Perguntou Mel.

 —Ash acha que devemos matar o Buscador. —Informou Jamie.

 —Matar? —Era a voz de Peg, e ela entrou em poucos segundos em nossa pequena roda. Ian estava a abraçando pela cintura, e desviei os olhos para o peito de Jamie, repousando a cabeça ali e desfrutando de seu calor. Respondi a pergunta de Peg.

 —Enquanto o Buscador estiver vivo, não vai desistir de tentar matar toda a nossa comunidade, Peg. É isso que você quer?

 Seus olhos cinzentos brilharam pelas lágrimas, e ela se abraçou a Ian.

 —Não podemos mata-lo. —Ela sussurrou. —Não podemos.

 Ian afagou seus longos cabelos loiros.

 —Shh. —Ele sussurrou. —Ninguém vai ser morto.

 —Então o que espera que façamos? —Eu me desprendi dos braços de Jamie enquanto falava. —Simplesmente esperamos que ele nos encontre, nos capture e mate todos nós? —Minha voz saiu mais alta do que imaginei, mas chamou a atenção de todos.

 —Eu não vou permitir que matem as pessoas que amo. Você vai, Peg?

 Não esperei por nenhuma resposta, apenas andei em passos rápidos para fora da cozinha, sem saber qual a direção certa a tomar. Nem Jamie me seguiu dessa vez.

 Caminhei até o ala hospitalar. Doc estava lá com Alice. Ele havia cochilado, e ela não acordara. Afaguei seus cabelos ruivos e toquei sua testa com os lábios. Dei uma olhada no soro preso a ela e no estoque de Curar. Ela ficaria bem.

 Lola estava deitada em seus pés, descansando a cabeça sobre as patas. Agachei-me para poder afagar suas orelhas.

 —Olá, minha menina.

 Lola sentou-se na minha frente, seu focinho na altura do meu rosto. Sorri e acariciei seu rosto canino.

 —Cuide bem de Alice, ouviu?

 Toquei meus lábios em sua testa peluda.

 —Fique aí. —Ordenei. —Eu te amo, menina.

 Lola obedeceu, mesmo que eu quisesse que ela pulasse sobre mim e me jogasse no chão. Soprei-lhe um beijo e saí do consultório.

 Ian estava me esperando do lado de fora, com os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas.

 —Que diabos você pensa que vai fazer?

 Fiz-me de inocente.

 —Do que você está falando?

 Ele deu dois passos compridos até estar bem próximo de mim, seu queixo pairando muito acima da minha cabeça.

 —Você não vai se arriscar a ir lá fora com a espingarda velha do Jeb, enfrentar um Buscador que tem treino militar. Seria uma missão suicida.

 Eu ri sem humor.

 —Você é tão extremista. Eu não preciso ir lá sozinha. Podemos armar uma emboscada, captura-lo, tortura-lo e lhe arrancar informações antes de mata-lo.

 —E depois?

 —Venceríamos?

 Ian bufou.

 —Não pode pensar assim, Ash.

 —Ash? Quem é Ash?

 —Está dizendo que Jamie pode te chamar de Ash... E eu não posso?

 —Veja só quem sabe deduzir. —Ironizei.

 —Desde quando você se tornou tão presunçosa?

 —Não sei Ian, talvez desde que eu descobri que há um Buscador tentando matar minha família. —Fiz uma pausa um tanto dramática. —E preciso mata-lo.

 —Se mata-lo, outros virão. É um ciclo doentio. Não há como se livrar deles.

 —Mate-os! —Exclamei. —É simples!

 —Matar não é a solução certa.

 —Entretanto, é a mais prática.

 —E o que isso tem haver com o fato do Jamie lhe chamar de Ash?

 —E desde quando isso tem haver com você? O modo como Jamie me chama ou deixa de chamar é um assunto intransferivelmente meu.

 —Mas você havia dito que era por mim que você sentia algo.

 —Ciúmes, O’Shea?

 —Não! —Ele gritou então se virou de costas com uma risada amarga. —O que diabos está acontecendo comigo?

 Deixei meus braços caírem e minhas sobrancelhas relaxarem.

 —Você está preocupado. —Falei. —Estamos sob constante risco e isso deixa qualquer um louco.

 —Eu não estava falando disso. —Ele me espiou por cima do ombro e se virou devagar enquanto falava. —Por que eu estou sentindo coisas que não deveria sentir por uma garota jovem como você?

 Meu coração parou por um segundo. Eu estava esperando por qualquer coisa, menos isso. E o cenário se repete, ironicamente ao contrário.

 —Ian...

 —Eu sei. —Ele bufou. —Isso é ridículo.

 —Você ama Peg. —Lembrei-o.

 Ele inclinou a cabeça para trás e me olhou, me estudou com cuidado.

 —E você?

 As palavras saíram com cuidado, sem haver mentira nenhuma nelas.

 —Eu amo Jamie.

 Ele deixou os olhos caírem para o chão.

 —Você havia dito algo diferente antes.

 —Eu estava confusa. —Minha voz não saiu mais alta que um sussurro. —Com Bruma e Alice... Eu estava sufocada.

 —Sufocada. —Ele repetiu, avaliando a palavra. —Não passava de um sufoco.

 —Não era real. —Repeti suas palavras. —Você mesmo disse isso, e é verdade.

 Ele estava perto demais de mim novamente, seu rosto perto do meu.

 —Às vezes parece ser. —As palavras dele fizeram meu cabelo se agitar.

 —Não. —Falei, minha voz soou muito alta aos meus ouvidos. —Não. Não. Pare com isso.

 Ele então baixou mais o rosto, perto demais. Arquejei; um arquejo que não deveria existir. Ian era algo incontrolável, irreversível. O gás da explosão. Não podia acender nenhuma faísca perto dele, seria fatal. Contudo, o sentimento era desajeitado e mal colocado. Não deveria existir. Apenas uma palavra gritava na minha mente. ERRADO. Uma cor inundou minha mente, as sombras, a luz e o chocolate, e dei uma guinada para trás, saindo de perto dele.

 —Não! —Gritei. —Eu não sinto isso e não quero sentir. Fique longe de mim.

 Ele inclinou a cabeça e sorriu. Parecia satisfeito.

 —Isso é algo bom de ouvir. —Não havia ironia em sua voz.

 —Você estava me testando, não estava? —Senti a traição na minha voz.

 —Não. —Ele respondeu, mas Ian mentia bem. —Estava convencendo eu mesmo do que já tinha certeza.

 —Sua lógica é distorcida demais. —Murmurei.

 Ian me encarou nos olhos. Foi psicologicamente doloroso o modo como ele me olhou, não gostei da agitação em seus olhos cobalto.

 —Não é real.

 Concordei com a cabeça e dei dois passos em direção ao túnel.

 —Tenho assuntos para resolver. —Falei. —Até mais.

 —Até mais. —Ele repetiu. E sumiu por trás da parede do túnel.

 Caminhei pelo túnel escuro até encontrar Jared e o restante do grupo. Jamie não estava lá. Interpretei que ele deveria estar me procurando em outro cômodo.

 —Melanie! —Chamei-a. —Como estão os planos?

 —Peg vai falar com o Buscador. —Ela respondeu. —Dizer que é uma arqueóloga que estava estudando a área, e que não havia visto nenhum resquício de humanos na área.

 —Peg consegue mentir assim? —Perguntei.

 A dúvida era nítida no rosto de Mel, mas não em sua voz.

 —Esperamos que sim.

 —Nós não podemos esperar, Melanie. Há vidas demais dependendo de uma só pessoa. Temos que dar um fim nesse Buscador.

 —Eles nunca desconfiaram dessa área. —Ela disse impaciente. —Talvez tenham conseguido pistas novas. Precisamos afastá-los o quando antes.

 —Se há pistas, eles não desistirão.

 —Ele não encontrará nada. —Ela insistiu.

 —Mas quanto tempo ainda tem com o estoque de alimentos? Dois meses? Acha que um Buscador desisti tão rápido assim? Melanie, ele povoaram toda a Terra em questão de um ano. Acha que quarenta humanos é um problema para aquelas Almas? Eles vão nos esmagar como insetos!

 Melanie ficou incomodada. Roeu uma unha e chamou Jared, praticamente repetindo minhas palavras. Aaron se aproximou.

 —Kyle acabou de ver o Buscador avançar três quilômetros. Ele está vindo em linha reta para cá. Não vai demorar muito.

 —Escondam tudo! —Gritou Jared. —Tirem todos os vestígios de vida daqui e levem para o salão de jogos. Tranquem tudo e coloquem algumas pedras para encobrir a entrada. Fiquem lá até que eu diga o contrário. Rápido!

 As mulheres começaram a correr em direção aos dormitórios e a cozinha. Agarrei o braço de Trudy.

 —Avise Doc e o ajude a levar Alice para o salão.

 Ela assentiu e correu. Virei-me para Jared.

 —E agora?

 Ele pegou a espingarda nas mãos e me encarou.

 —Vamos matar o parasita.

 —Onde está a Glock? —Perguntei.

 —Comigo. —Respondeu a única voz que eu não queria ouvir naquele momento. Virei-me com cuidado, com medo, rezando para que fosse uma peça da minha mente.

 Mas não era. Presa entre seus dedos, a Glock estava apontada para o chão. Respirei fundo duas vezes antes de falar.

 —Jamie... Eu acho que não posso deixar você fazer isso.

 Ele se aproximou com as sobrancelhas franzidas.

 —E o que você quer que eu faça? Deixe você correr até lá e corra o risco de não voltar? Por acaso se esqueceu de quem ama você?

 As palavras dele eram mais afiadas que facas. Meu olhar caiu no chão.

 —Não vou deixar você se machucar. —Falei.

 —Muito menos eu. —Ele falou, mas sua voz estava branda.

 Ergui meus olhos para dentro dos seus, e estavam cercados por sombra.

 —Jamie...

 Ele colocou um dedo nos meus lábios para me silenciar.

 Jared limpou a garganta para chamar atenção. E conseguiu. Haviam poucas pessoas na sala. Jared, Mel, Aaron, Brandt, Lily, Jamie e eu. Sabia que provavelmente Kyle também ajudaria na missão. E Ian.

 —Isso deve ser bem planejado. —Disse Jared, sua voz áspera era firme. —Não queremos que ninguém se machuque. Vamos captura-lo e tirar a Alma do seu corpo, como sempre fizemos, certo?

 Houve murmúrios, mas ninguém se colocou contra sua opinião.

 —Vamos atrair ele para o Oeste. —Disse Jared. —Alguns poucos quilômetros, no entanto, se algum outro Buscador o procurar, seguirá na direção errada. Vamos fechar um círculo e tentar derruba-lo sem matar. Vamos usar os carros.

 —Menos a picape. —Interrompeu Melanie. —Precisamos dela inteira para quando formos à cidade. Com certeza marcas de bala chamariam a atenção.

 —Mel está certa. —Disse Jared. —Então temos dois jipes e um Troller.

 E o plano se desenrolou por mais de uma hora. Cada segundo fazia meu corpo tremer mais intensamente.

 Tínhamos meia hora antes de partimos. Estávamos no meu quarto, Jamie e eu, depois de tudo pronto, sem saber exatamente o que fazer. Eu, pelo menos. Jamie já fazia alguma ideia. Ele segurou meus braços, impedindo meu corpo de se afastar. Inclinou a cabeça para frente e colou os lábios pesadamente nos meus. E murmurou contra meus lábios.

—Eu amo você.

Ele não deixou que eu me afastasse, e um sentimento claustrofóbico tomou conta da minha mente. Sem ar. Presa. Mesmo nos braços dele, eu estava presa. Tentei afastar meu rosto, mas não conseguia, pois meu corpo já estava quase caindo para trás e Jamie não me soltava.

—Eu te odeio. —Murmurei contra seus lábios, irônica, desejando que ele me beijasse logo e acabasse com aquele sentimento ruim. Mas Jamie começou a se afastar, soltando meu corpo, as sobrancelhas franzidas. Tendo meus braços livres novamente, pude deixa-los envolver o pescoço de Jamie e traze-lo para perto de mim novamente.

—Eu te odeio, mas, por favor, não me deixei.

Jamie se inclinou para frente mais uma vez, mas virei meu rosto para o lado, de modo que Jamie apoiou a bochecha em minha têmpora.

—Isso é um “eu te amo”?

Ele estava sorrindo, eu escutava o sorriso em sua voz. Procurei entender o que eu sentia. Se houvesse um momento para dizer a verdade, seria aquele.

—Eu estou em pedaços. —Sussurrei contra seu pescoço. Não existia coisa mais verdadeira do que isso. —Meu coração está em pedaços. Não me sinto completa, há não ser... Há não ser quando estou com você.

Eu não estava brincando. Estava dizendo em voz alta coisas que eu não ousava nem pensar.

—Você me completa. Eu me sinto totalmente inteira com você; e às vezes penso... Bobagens. Grandes bobagens. Como vivermos juntos para sempre. Mas, na minha mente, isso parece tão real...

Não era na minha mente. Era no meu coração, eu queria dizer. Eu o estava abrindo, revelando coisas que nem eu mesma sabia. Aceitando. E isso saia na minha voz num jorro.

—E não consigo entender o que acontece, então... Parece que te odeio, mas... Eu amo você, Jamie.

Ele ficou em silêncio. Apertei meus olhos, e meus braços ao redor dele. Fiquei com medo do que ele pensaria. Ele finalmente falou, sua voz parecia entrecortada.

—Não é bobagem. Nada disso. Principalmente a parte de que eu quero ficar junto com você para sempre. Eu amo você de verdade, Ash.

Uma risada estranha despontou pela minha garganta, aliviada.

—Mas nunca pensei que você aceitaria isso. —Murmurou Jamie contra meu rosto.

—Por quê? —A voz quase não saiu. Minha garganta estava inchada por dentro.

—Porque pensei que você amava Ian. Eu vi isso. Sabia que você o tinha beijado, mas eu via em seus olhos. Vi seu olhar de decepção quando ele foi embora e eu fiquei. Pensei que você me odiasse.

—Não... Nunca... —Não havia palavras.

—Mas eu nunca deixei de te amar. —Ele sussurrou, por fim. —Mesmo que você não goste de mim. Eu não me importo. Eu amo você. Só quero que fique.

 Afundei no abraço dele quando seus braços se apertaram a minha volta, e sem nenhum sentimento claustrofóbico.

 —Eu vou ficar. —Sussurrei. —Eu vou ficar com você, sempre. Eu prometo.

 Eu não tinha ideia de quanto estava errada.


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