Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 23
"Gatinho prodígio"


Notas iniciais do capítulo

Snap larissa4lin3

Oi, pessoal. Gostaram da capa nova?
Feliz natal e ano novo atrasado pra todo mundo.

Espero que gostem.

Esse capítulo é dedicado a GABYSANTOS que deixou um dos melhores ou o melhor comentário que eu já recebi.

Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/392053/chapter/23

Pov Cebola

Vários dias haviam se passado finalmente eu era legalmente independente do meu pai e agora eu e Maria vivíamos juntos em uma casa a algumas ruas de distancia. Sim, havia algumas desvantagens em morar nessa casa, mas pelo menos eu e minha irmã não vamos mais precisar ver a cara daqueles dois, pelo menos não tão cedo.

O dia tinha acabado de amanhecer e pela primeira vez na vida eu pude experimentar a sensação do que eu tinha acabado de nomear de músculos de gelatina. Meu corpo estava cansado, minhas costas doíam e minhas mãos estavam repletas de farpas. Ontem eu passei a manhã e à tarde toda subindo e descendo, montando e desmontando, lixando e pregando os móveis na casa. E martelando meus dedos inúmeras vezes.

O que exigiu maior esforço foi o guarda roupa, mas para a minha sorte o Cascão passou aqui para me ajudar e trouxe com ele Do Contra e Nimbus. Eu estranhei um pouco no início, entretanto meu melhor amigo me explicou que ele chamou alguns caras para me ajudar e os que não tinham compromissos simplesmente recusaram. O Do Contra aceitou justamente porque ninguém mais viria e arrastou seu irmão junto com ele.

Admito que eu não gostava muito dele pelo motivo mais idiota do mundo: ele se recusar a entrar no meu grupinho idiota. Mas ontem eu acabei esquecendo isso e até agradeci por ele não ter entrado. Se isso tivesse acontecido eu provavelmente odiaria ele de verdade, já que eu brigo com todo mundo sem grandes rações (sim, eu admito isso), com exceção do meu pai.

Andei me arrastando e bati na porta do quarto da Maria, era de manhã e ela poderia estar se trocando, era melhor não arriscar.

Ela não respondeu.

Eu bati na porta mais uma vez.

Nada.

Então eu entrei e com a maravilhosa sorte que tenho, tropecei em algumas caixas que ainda guardavam as coisas da Maria, afinal nos mudamos ontem e restava muito trabalho a se fazer. E por causa daquelas malditas caixas que tropecei, acabei caindo em cima de outras caixas, o que acabou sendo ainda mais doloroso do que cair no chão. Senti todo o meu corpo queimar.

"Parabéns, ótario! É isso que dá ficar esnobando as pessoas. Se eu tivesse mais amigos eu poderia contar com a ajuda deles e meu corpo não doeria tanto agora".

Me levantei e vi que Maria ainda estava deitada. E eu sabia que uma guerra estava por vir.

— Maria. Levanta! Você tem que ir para a escola. — Ela nem mesmo se mexeu. Este é um fato curioso sobre a minha irmã, quando é final de semana ela consegue acordar cedo, ela era sempre a primeira a acordar, já nos dias de semana mais precisamente em dias de escola, a situação era exatamente oposta. — Maria, eu vou jogar água em você. — Ela abriu um de seus olhos, o coçou, virou para o outro lado e cobriu a cabeça. — Mariazinha, para de me ignorar. Vamos! — Comecei a puxar sua coberta e ela por sua vez ficou a segurando.

— Não, Cebola. Me deixa dormir?! — Ela pediu com a voz rouca.

— Escola...

— Você faltou por quase três semanas, eu não posso faltar um dia só? — Ela estava fazendo sua típica cara de "cãozinho que caiu do caminhão de mudança", mas aquele "feitiço" não funcionava mais em mim.

— Você pode faltar, mas vai ter que me ajudar a colocar todas das coisas no lugar.

— Eu iria ter que ajudar de qualquer jeito. Pelo menos eu posso dormir um pouco se eu faltar.

— Você irá se arrepender. — Eu disse dando uma risada malígna forçada.

— Agora vai dormir também e saia do meu quarto.

Eu realmente voltei a dormir, mas não foi por muito tempo já que meu corpo doía muito e eu mal conseguia me mexer na cama. Então decidi trocar de roupa e ir à farmácia comprar um remédio e passar em alguma mercearia por aí para comprar alguns preparativos para chantagear a Maria.

Comprei duas barras de chocolate, uma para mim é outra para ela, e várias daquelas balinhas que começam a estralar quando colocamos na boca — as preferidas da minha irmã.

Pensei em comprar mais algumas coisas como bolo ou sorvete ou qualquer ou outra coisa que minha irmã gostasse, mas não o fiz porque eu só começaria a trabalhar amanhã, e preferia não gastar muito dinheiro até receber meu salário.

Peguei meu som e liguei o mais rápido que podia, baixei no meu celular uma música do Big Time Rush, uma banda de garotos pela qual minha irmã era apaixonada. Eu só precisaria de uma música mesmo para ela acordar, descer e, provavelmente perguntar porque eu estava ouvindo aquela música, para eu poder concretizar meu plano infalível. Conectei meu celular e meu som através de um cabo e aumentei o som no último volume, e fiquei escutando enquanto fazia um brigadeiro.

Digamos que a música até que era legal, mais não faziam muito o meu estilo.

Maria desceu as escadas com os cabelos completamente bagunçados e fora de lugar. Coçou os olhos e bocejou é só quando chegou perto de mim perguntou:

— Para quê você está escutando essa música?

— Santa Maria, que bafo dos infernos! — Eu reclamei me afastando um pouco.

— Chocolate! — Ela disse feliz.

— Vai escovar os dentes, menina.

— Make love me again... — Ela cantou um trecho da música que estava cantando e sorriu. — Big Time Rish! Desde quando você gosta?!

— Desde que você escovou os dentes. — Eu disse desligando o fogo e a empurrando até o banheiro.

— Mas eu ainda não escovei os dentes.

— Não me diga!

Depois que ela escovou os dentes sendo supervisionada por mim, eu respondi a todas as perguntas que ela me fez, até mesmo a "porque você comprou duas barras de chocolate?". Ela estava me irritando tanto quanto o Zequinha do Castelo Rá-Tim-Bum, aquele garoto e seus porquês.

— O que eu não entendi é a finalidade desses doces?

— Os doces são para comer! — Eu respondi como se a resposta não fosse óbvia.

— Isso eu sei, cabeção. Por que você comprou tantas? Você não gosta tanto assim de doces. — Ela parou e pensou coçando o seu queixo. — Isso não importa! Vamos comer esse chocolate antes que ele derreta. — Ela disse sorrindo e pulando.

— Nada disso!

— O quê?

— A gente só vai comer isso depois que toda a casa estiver arrumada.

— O quê?! — Gritou.

— Exatamente. Não vai demorar tanto assim, essa casa não é grande como a do nosso pai.

— Eu preferia ter ido para a escola. — Ela disse fazendo bico.

— Eu disse que você iria se arrepender de ficar em casa.

— Mais um plano infalível?

— Mais um plano infalível.

Depois de colocar o chocolate na geladeira nós começamos da dividir as tarefas. Eu arrumei meu próprio quarto, lavei um dos banheiros, coloquei as cortinas, coloquei toda a prataria no lugar e arrumei minhas roupas no meu guarda roupa.

Já a Maria lavou o outro banheiro, limpou o fogão, pendurou todos os nossos quadros (que se resumiam em fotos de nós dois juntos e algumas da nossa mãe), tirou o pó de todos móveis, organizou todos os DVDs e nossos livros e arrumou suas roupas, assim como eu fiz. Eu também fiz ela varrer e aspirar o pó de toda a casa enquanto eu fazia o almoço, pois era tarde e ainda não tínhamos almoçado.

Quando já era noite finalmente pudemos sentar (eu primeiro é quase 1h antes da Maria).

Meu corpo doía ainda mais, mesmo que eu tenha trabalhado menos do que ela (hoje), e por causa disso assim que ela sentou começaram as reclamações: "Minhas costas estão doendo", "Eu trabalhei mais que você", "Seu chato!", "Eu 'tô' com dor de cabeça", e muitas outras. E a única forma de fazê-la calar a boca foi dizendo:

— Vamos comer o chocolate primeiro ou as balas?

— Cê, eu esqueci! — Ela disse dando uma risadinha. — Chocolate, chocolatinho, chocolatão! — Ela gritou enquanto corria para a cozinha e negava as barras dentro da geladeira.

— É uma minha e uma...

— Não me diga! — Ela me interrompeu.

— Está roubando minhas frases?

— Mas é claro que não! — Lançou-me um sorriso irônico.

Depois disso nós comemos o chocolate e as balinhas enquanto assistíamos um filme, as barras de chocolate comemos após o jantar. Eu não sabia cozinhar muito bem, então no almoço e no jantar nós comemos macarrão.

— Sorte a sua que eu goste de macarrão. — Ela disse de boca cheia enquanto comia.

Depois disso nós fomos tomar banho e dormir.

[...]

— Ai! — Eu disse assim que a Mônica parou do meu lado e tocou meu braço.

— Desculpa! — Ela disse depois de colocar a mão no peito demonstrando que tinha se assustado.

— Te assustei? — Ela assentiu. — Desculpe, meu corpo está doendo. Há dois dias que eu arrumo minha casa nova.

— Era exatamente isso que eu vim perguntar a você. — Arqueei minhas sobrancelhas tentando entender o que ela quis dizer. — Você quer ajuda com a organização ou com a Maria?

— Eu já terminei de arrumar tudo e até agora não preciso que ajuda com a Maria.

— Então tudo bem. Pelo que parece você está se adaptando bem a casa nova.

— É bem melhor do que morar com meu pai, mas tem um ponto negativo.

— Qual?

— Agora, quando eu olhar pela janela não vou mais ter mais a possibilidade de ver você. — Ela abaixou sua cabeça e eu pude ver suas bochechas corarem, pelo visto ela não tinha nenhuma resposta para o que eu tinha acabado de dizer, então decidi mudar de assunto. — Bem... Eu preciso ir na diretoria antes que a aula comesse, preciso averiguar um assunto sobre as minhas provas.

— Tudo bem, até mais tarde.

Fui a coordenação e contei o que tinha acontecido, minha situação e expliquei todas as minhas faltas (muitas delas tinham sido durante dias de provas).

Quem me ajudou em tudo foi Aldení, ela foi muito compreensiva sobre tudo, me escutou atentamente e disse que eu poderia fazer as provas a partir da próxima segunda-feira, e pediu que eu estudasse e me esforçasse essa semana, e por sorte, eu não precisaria pagar nenhuma das provas que perdi.

Depois disso eu fui para a sala pensando o que eu poderia fazer. Durante esse tempo que eu passei fora da escola eu não abri meus livros nem mesmo uma vez. Eu não sabia nada sobre a matéria que caiu na prova.

"Eu sou inteligente, mas não sou exatamente um auto-didata. Acho que preciso da ajuda de alguém para estudar".

O tempo passou durante todo o tempo eu percebia que algo incomodava o Cascão. Não estávamos juntos em todas as aulas, mas durante elas eu percebia que ele estava muito quieto, e normalmente ele era muito falante, muitas vezes ele chegava a der expulso da sala por estar atrapalhando a aula. Sendo assim tinha realmente algo errado.

Durante o intervalo eu perguntei o que ele tinha e ele falou que não queria conversar naquele momento, eu insisti e de nada adiantou, mas sendo meu melhor amigo, o garoto prometeu conversar depois, justificou dizendo que a escola não era o melhor lugar para conversar sobre aquilo.

[...]

Já era hora de voltar para casa e eu estava conversando com a Magali:

— Por favor, Magali!

— Não, Cebola. Não era você o "gatinho prodígio", "o perfeitinho super inteligente"?

— Eu nunca ouvi ninguém falar isso de mim. Tem certeza de que não está inventando isso agora?

— Cala boca.

— Acho que você está ficando sem resposta.

— Cala a boca! Por que todo mundo diz isso? — Ela perguntou com um bico tão grande que mais parecia um pato.

— Porque é verdade. Voltando ao assunto: Por que você não quer me ajudar? Pensei que tínhamos feito as pazes. Eu pedi desculpas.

— Você acha que é só pedir desculpas a alguém e já está tudo perfeito?

— Claro que não. Mas eu estava sendo sincero, se você não quiser me perdoar eu não vou poder fazer nada e esse será o final definitivo da nossa amizade. Porém, se lembre que foi você quem se afastou primeiro, nós não tínhamos brigado.

— Então você está dizendo que a culpa é minha? — A garota disse com ódio.

— Não, mas a culpa será sua se nossa amizade realmente acabar. Estou dizendo que estou arrependido por ter te ofendido e por não ter ido atrás de você quando se afastou, mas não estou arrependido de falar isso é pedir desculpa.

— Olha, Cebola, eu aceito suas desculpas. Mas eu não me sinto confortável o suficiente ainda para dizermos que somos amigos e ficarmos brincando de escolinha. — Ela disse com frieza e depois a vi olhar para alguém atrás de mim. Olhei também é vi que Cascão se aproximava. — Eu preciso ir, okay? — Ela mal esperou minha resposta é saiu correndo portões a fora.

Cascão passou por mim olhando para baixo, pelo visto ele não queria conversar ainda.

"Mônica" — Eu pensei. — "Ela me ofereceu ajuda"

Eu sabia que ela ainda não tinha ido embora pois eu estava na frente da saída da escola e até agora ela não tinha passado por aqui. Como a Magali já tinha ido embora e o Cascão também, então provavelmente ela não iria demorar.

Quase dez minutos depois, eu a vi se aproximar na companhia de duas outras garotas, e nunca mais falei com nenhuma das duas, mas eu ainda me lembrava delas, afinal, como esquecer essas duas figuras?

— Oi... Uh... Marina e Denise.

— Cebola? Você "tá" bem? — Marina perguntou preocupada.

— Estou, por quê?

— Ué, gato, você nunca mais falou com nós "meros mortais". — Denise disse com sarcasmo.

— Desculpa. — Eu disse envergonhado.

— Tudo bem, lindo. Nós sabemos que você "tava na bad" por causa... Sabe... Da sua família e tal. — Denise voltou a falar.

— Eu estou bem melhor agora.

Marina sorriu: — Que bom.

Eu estava envergonhado por elas estarem aqui, na verdade eu queria falar com a Mônica, mas até agora nós não tínhamos dirigido nenhuma palavra um ao outro.

— Eh... — Eu gaguejei. — Lembra que você me ofereceu ajuda mais cedo?

— Claro.

— Bom, é que não se trata da Maria e nem da minha casa e...

— Sem rodeios Cebola, pode falar.

— Essa menina que tudo na hora. — Ouvi Denise falar baixinho.

Ignorei e prossegui: — Eu vou fazer minhas provas semana que vem, mas não sei nada da matéria. Você pode me ajudar?

— Você quer que eu meio que te dê aulas? — Mônica perguntou.

— Exatamente.

— Mas eu não sou lá aquela inteligência toda.

— Suas notas foram melhores que as minhas. — Denise disse.

— E as minhas. — Marina completou.

— Por que você não pediu para o Cascão? — Mônica perguntou curiosa.

— Por acaso você já viu o boletim dele? E antes que você pergunte, eu pedi para a Magali mas ela se recusou.

— Então tudo bem. Que horas?

— Pode ser às 6h?

— Por que tão tarde. — Ela perguntou desconfiada.

— Não é tarde, Mô. Não exagere. — Marina advertiu.

— Por que eu estou trabalhando meio período agora. Preciso pagar as contas.

— Entendo. — Mônica disse.

— Então nós vemos amanhã às 6h?

— Sim.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, curtiu?

Então não deixe de comentar



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Problemas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.