Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 22
Um dilema: Aquele beijo deveria, ou não, parecer tão certo?


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, eu estou satisfeita com algumas partes desse capítulo e acho que vocês também vão gostar.

E antes que eu me esqueça, vou passar meu snapchat pra vocês, posso até passar alguns spoilels por lá (é lógico que não muitos e nem sempre).

Nas notas finais.

Boa leitura.



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Pov Mônica

Muitos dias haviam se passado desde aquela confusão na casa do Cebola, e desde então ele não apareceu na escola.

Pelo que eu soube ele teve uma segunda briga horrível com o pai no mesmo dia e por causa de tudo isso ele terá que morar sozinho. Foi por esse mesmo motivo que ele faltou todos estes dias, ele foi cuidar de toda a papelada do aluguel, e também de seus documentos para sua emancipação.

Cascão também me disse que ele está procurando um emprego, já que ele precisa pagar suas contas e comprar sua comida.

Pelo visto os problemas dele com a família são mais complexos que os meus.

Eu pensava nisso tudo enquanto caminhava de volta para casa.

Hoje socorro não estaria lá, minha mãe deu alguns dias de folga para ela já que ela adoeceu nestes dias, aparentemente ela ainda não tinha melhorado. Pelo visto eu estaria sozinha o dia inteiro, o que eu faria pelo resto do dia?

— Mônica? — Cascão falou preocupado enquanto caminhava ao meu lado. — Está tudo bem? Você está com uma carinha.

— Não é nada, Cascão.

— Fala logo, você não fica assim por pouca coisa.

— Eu vou ficar sozinha o dia inteiro hoje, meus pais vão ficar trabalhando até tarde, como sempre, minha governanta está de folga e hoje a Magali foi para a casa da tia dela para cuidar do primo Dudu. Além disso eu estou um pouco preocupada com o Cebola, será que ele está bem?

— Para falar a verdade, eu não sei. Ele não atende quando eu ligo e quando eu fui na casa dele, ele não estava lá, ele o pai estavam no cartório organizando a emancipação.

Nós dois ficamos caminhando vagarosamente por um longo tempo. O silêncio não era incômodo, contudo, fiz uma pergunta.

— O que vai fazer esta tarde?

— Acho que nada, talvez jogar vídeo game.

— Por que não vamos ver se o Cebola está bem?

— Olha, Mônica, eu acho que não é uma boa ideia

— Mas por quê? Você foi na casa dele e…

— Presta atenção… — Ele me interrompeu. — Eu dei sorte de o pai dele não estar em casa naquela hora, é bem provável que eu escutaria poucas e boas. Mas se você não quiser mesmo ficar sozinha esta tarde, que tal andarmos de skate?

— "Tá bom" — Respondi receosa. — É que eu estou muito, muito mesmo preocupada com o Cebola.

— Que isso garota, até parece que ele é seu namorado. — Ele olhou para mim é um sorriso que já estava em seu rosto, multiplicou-se de tamanho. — Você está ficando vermelhinha!

— Cala a boca, Cascão. Você só fala besteira.

— Por que é que todo mundo diz isso?

— Porque é verdade. E parece que você está com ciúme falando desse jeito.

— É lógico, eu não quero perder minha melhor amiga para um careca marrento.

— Isso é porque ele é o seu melhor amigo, em?

Ele fez bico e prosseguiu:

— Você quer andar de skate, sim ou não. Se você estiver tão preocupada assim com o careca eu ligo para ele e pergunto se ele pode ir lá na pista.

— Combinado então. A gente se encontra lá, eu vou almoçar e tomar um banho. A gente pode se encontra lá 2hs? — Ele assentiu com a cabeça e nós continuamos a andar.

Continuamos a andar, e agora em silêncio novamente. Mas desta vez, eu começei a reparar algo estranho em Cascão, ele parecia um pouco envergonhado eu nervoso. Isso provavelmente tenha se dado pelo fato do que ele me perguntou em seguida.

— Por que você não chama a Magali? Talvez ela também esteja preocupada.

— Desta vez sou eu que acho que não é uma boa ideia. Sabe, mesmo conhecendo a Magali a pouco tempo, sei que o coração dela é mole e que ela irá perdoar o Cebola por aquelas ofenças…

— E o que… — Eu lhe lancei um olhar cortante por me interromper e imediatamente ele se calou.

— O Cebola nem pediu desculpas, e ela não gosta de muitas atitudes suas.

— Quê atitudes?

— Ela disse que você é um… Como dizer isso?

— Safado, "galinha"? Tudo bem Mônica, é uma pena que a minha amiga de infância me odeie tanto. Eu ainda gosto dela. — Eu sabia que Cascão estava falando que ela não era nada mais que sua amiga, mas eu senti uma certa melancolia em seu tom de voz. Aquilo foi estranho.

Quando chegamos na frente da minha casa, ele me deu um beijo no rosto e entrou na sua, que era logo ao lado.

Eu entrei em casa vi que todas as janelas estavam fechadas e cortinas as cobriam, dando um ar sombrio ao local. Aquele ar estava pesado, e como eu nunca gostei muito da escuridão, sai como uma louca abrindo todas as cortinas.

Subi para o meu quarto e fiz o mesmo.

Tomei um banho rápido e escolhi minha roupa rapidamente. Uma blusa folgada é um short justo ficariam legas e um tênis qualquer em meu armário ficaria ótimo de qualquer maneira.

Meu celular tocou, era Magali. Ela me perguntou o que eu faria durante toda a tarde já que Socorro não estaria lá e ela não poderia me fazer companhia. Ela só poderia sair da casa de sua tia, enquanto ela não fosse trabalhar, o que ainda não tinha acontecido.

Quando contei a ela que iria ter uma tarde com o Cascão, ela demonstrou um certo desgosto perante a ideia. Afirmou que eu estava caindo em suas conversas e que ela mesma achava que o Cascão era um garoto muito legal a maior parte do tempo, mas que ele tratava todas como objetos e que não me merecia, eu era muito para ele e ele pouco de mais para mim.

Por muito tempo continuei afirmando que nós éramos só amigos e que ele nunca tentou algo a mais e isso não iria acontecer, contudo antes que eu continuasse a retirar todas aquelas loucuras de sua cabeça, ela falou um decisão:

— Quer saber? Eu vou na casa daquele canalha agora falar poucas e boas para ele! — Após dizer isso ela desligou o telefone na minha cara.

Pov Narradora

Cascão tinha acabado de chegar em casa. Ele ainda estava um pouco chateado, Magali realmente pensava que ele era uma pessoa ruim. Era certo que ele não fazia com que as mulheres se sentissem como princesas ou coisa parecida, mas ele também não as obrigava a nada.

Ele não compreendia esse ódio de Magali, eles eram só amigos, o fato de Cascão ter ficado com muitas meninas não a deveria incomodar.

"As mulheres são muito complicadas" — Pensou ele enquanto coçava a cabeça.

O moreno decidiu almoçar primeiro e depois tomar banho.

Como seus pais estavam trabalhando ele preferiu comer um miojo em frente à televisão. Assim que o programa que ele assistia acabou, juntamente com sua refeição, ele subiu correndo para tomar um banho. Se ele ousasse não o fazer, seria muito provável que Mônica desmaiasse assim que ele levantasse o braço.

Antes que ele entrasse no chuveiro, decidiu escolher que roupa colocaria depois. Mesmo que Mônica fosse só sua amiga, ela era uma garota e ligava para as aparências e com certeza ela não iria querer ser vista com um menino que mais parecia um sem teto.

Depois disso ele entrou no banheiro e se despiu rapidamente. Entrou de baixo do chuveiro e assim que ele começou a se ensaboar e sentir a água fria escorrer por seu corpo, Cascão ouviu estrondos altíssimos vindos do andar de baixo. Além disso, alguém gritava por seu nome.

Durante alguns minutos ele ignorou aquele barulho, mas talvez alguém estivesse realmente desesperado para lhe dar notícias urgentes, e este pensamento o deixou preocupado.

O moreno mal deu importância ao fato de estar somente enrolado em uma toalha e desceu às pressas.

Ao abrir a porta vislumbrou Magali com um semblante raivoso. O que ele tinha feito dessa vez?!

Assim que ela percebeu que ele estava vestido apenas com uma toalha ela rapidamente corou, tentando disfarçar ela abaixou a cabeça e entrou.

— O que foi, Magali? Queria arrombar minha porta?

Antes que ela pudesse evitar ela estava novamente fitando aquele torso nú. Pequenas gotículas de água escorriam de seus cabelos, passavam por sua testa, seu nariz, lábios, queixo, peito, abdômen e enfim chegavam na toalha que impedia o resto de sua visão. Um pouco de espuma ainda estava em seus ombros e escorriam pelos seus braços definidos.

Ela realmente acompanhou tudo aquilo como se fosse a cena mais linda do mundo.

Cascão percebeu o que ela estava fazendo e se sentiu envergonhado e orgulhoso ao mesmo tempo, mas para não constrangê-la ainda mais decidiu fingir que não tinha reparado.

— Magali, eu fiz uma pergunta. Eu estava tomando banho, quietinho e você começa a fazer o maior escândalo?!

— Cala a boca, sem noção! — Ela falou alto.

— Agora você vem me chingando dentro na minha casa? — Perguntei no mesmo tom de voz. — O que foi que eu fiz?!

— Você está querendo incluir a Mônica na sua listinha por acaso? Pois eu não vou deixar. A Mônica não merece alguém como você e ela não é qualquer uma.

— Do que é que você está falando, menina? Que listinha? Eu e a Mônica somos só amigos.

— Pois não me interessa. Você vai sair de perto dela e vai deixá-la em paz. Não quero que ela sofra nas mãos de um canalha como você. Ela não é uma piriguete como as outras.

— Sabe, eu não te entendo. Fica aí bancando um de defensora das mulheres, uma feminista. Mas na hora "h", acaba falando que eu sou pegador e as mulheres são piriguetes. Onde estão os direitos iguais que você tanto defende?

— Vai à merda, Cascão. Ser pegador não é um elogio para você. Considere a pior das ofensas.

— Magali, eu acho que nem sempre é certo falar o que se pensa, você pode acabar magoando as pessoas.

— Por acaso você está se referindo a você mesmo? — Ela perguntou cínica. — Eu acho que você não tem o mínimo direito de falar isso. Quantas garotas você já magoou? Quantas sofreram por sua causa?

— Põe uma coisa na sua cabeça… Eu nunca iludi ninguém, só namorei uma vez. E. Você sabe que eu acabei me magoando também. Eu sei o que é sofrer por amor e nunca tive nada sério com ninguém além da Cascuda. Não firmei compromisso com nenhuma garota que fiquei e não desejei o mal de ninguém.

— Por que você é a Cascuda terminaram afinal? — Ela perguntou fazendo bico. — Você ficou com outro e ela o descobriu? — Lançou-me um sorriso irônico.

— Você sabe muito bem que ela foi morar em outro país, se apaixonou por um cara de lá e terminou o nosso namoro.

Magali novamente ficou muda. E deliberadamente voltou a olhar para o corpo de Cascão. Ele percebeu que por muitas vezes ela tentou desviar o olhar e não conseguiu.

E então desta vez ele decidiu não ignorar.

— Sabe, com você me dizendo todas essas coisas e gritando desse jeito… Mais parecia que estava com ciúme. — Ele disse enquanto se aproximava passo a passo.

— Cala a boca, sem noção!

— E parece também que fala isso quando está envergonhada.

— Para de ser louco e sai de perto de mim.

— Por que não gosta de mim, Magali? O que eu fiz para você afinal? — Ele olhou profundamente em seus olhos quando chegou a um palmo de distância dela.

Ela estava encostada na parede sem ter para onde fugir. Seu rosto estava extremamente vermelho e ela ofegava com a proximidade.

Ela já antecipava com o que iria acontecer e esperava ansiosamente com os lábios entreabertos.

Com força, ele enlaçou seus dois braços em sua fina cintura e encostou seus narizes. Ela tentava resistir ainda, suas mãos pousavam no abdômen de Cascão, mas ela não o o empurrava, só sentia seus músculos entre seus dedos delicados.

Ele não recuou, mas também não a beijou ainda. Ele não iria fazer nada que ela não quisesse. Ele roçou seus lábios nos de Magali, como que para ter certeza do que ela realmente queria.

Ela entreabriu ainda mais seus lábios, gemeu e suspirou enquanto arranhava levemente seus músculos da barriga.

— Eu quero uma resposta. — Ele sussurrou rouco em seu ouvido.

Assim ele a beijou.

O beijo era urgente e violento. Ela o retribuía da mesma forma enquanto passava suas mãos pela barriga definida do garoto. Este, passou uma de suas mãos à nuca da garota. Ele abria os olhos em alguns momentos do beijo para ter certeza que não estava delirando, mas não, ela realmente estava ali com ele retribuindo cada um de seus movimentos.

Quando ambos perderam o fôlego, Cascão passou a beijar-lhe o pescoço novamente, e ela não resistia mais, simplesmente sentia tudo de olhos fechados e gemia às vezes. Os beijos a embriagavam e extasiavam. Agora ela podia entender o que as outras garotas gostavam Cascão além de, claro, sua beleza.

Ele voltou a sua mão a cintura da garota e ali apertou, Magali gemeu novamente, e ela o beijou desta vez. Os papéis foram invertidos.

Agora a Magali passava as mãos descontroladamente pelo corpo do garoto que sentia tudo com o olhos fechados. Mesmo que sua barriga estivesse sendo arranhada e suas costas constantemente recebiam cravados de unha, ele não se importava e gemia pouco. Ora de dor, ora de prazer.

Magali sem perceber começou a levar suas mãos à altura da cintura do moreno com a intenção de puxar sua toalha, e assim que perceberam o que ela estava fazendo, se afastaram.

— Por que você me beijou? — Ela perguntou incrédula enquanto o afastava com uma de suas mãos.

— Porque você deixou e me beijou também. — Ele respondeu como se não fosse óbvio.

— Eu não quero ser mais uma nessa sua listinha! — Ela gritou e lhe deu um forte tapa no rosto.

— Que listinha?! — Ele perguntou novamente a mesma coisa, enquanto afagava o local do tapa, mas não obteve resposta.

Magali saiu da casa dele e correu até o outro lado da rua, onde era sua casa e lá começou a repensar o que tinha acontecido.

Seus lábios ainda formigavam, ela estava levemente úmida por causa do corpo molhado de Cascão e o cheiro dele estava em seu corpo.

A garota entrou em um dilema: Aquele beijo deveria, ou não, parecer tão certo?

Ela realmente não gostava da companhia de Cascão, se ela realmente analisasse a proximidade dos dois, eles mal se falavam e ela só se aproximava dele quando era necessário.

Ela achava que estava enlouquecendo.

Enquanto isso, na casa de Cascão ele já corria para ligar para Mônica para desmarcar o dia juntos. Ele talvez estivesse "pisando na bola" com ela, mas ele precisava terminar de tomar banho e pensar, pensar muito.


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Notas finais do capítulo

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