Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 21
É claro que eu perdoo você, Cebolinha.


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoas. Tudo bem?

Esse capítulo tá que tá, em?!

Antes de vocês lerem o capítulo peço que leiam as notas finais depois, porque lá tem recados muito importantes.

Eu tô pensando em mudar o nome da fanfic de "Problemas" para "Problemas em um romance clichê" acho que o nome é mais legal, mais informações nas notas finais.

Além disso, eu estou pensando em passar o meu Snapchat pra vocês, lá vocês vão poder me conhecer melhor e até poderão ganhar spoiles, que tal?

Podem ler.



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Pov Narradora

Magali chegou na casa de Cascão em apenas dois minutos. Seus cabelos estavam levemente úmidos. O guarda-chuva que ela havia pego não era tão eficiente quanto ela imaginava, a pressa mal a deixou pensar direito.

Ela precisava saber o que havia acontecido de fato. Cascão nem mesmo explicou o que tinha ocorrido.

"Cebola está louco? Bem, isso ele sempre foi. Mas... Primeiro o Cascão me liga para perguntar se eu sabia o que tinha acontecido com ele, e depois ele diz que o mesmo está louco?!" — Pensava a garota.

Ela entrou na casa em silêncio. Tudo parecia calmo, exceto pelo fato de que o moreno, o qual havia aberto a porta para ela, tinha uma expressão preocupada. Mesmo sendo um garoto, ele estava preocupado com seu melhor amigo.

Os dois subiram em silêncio até o quarto, onde se encontrava Cebola.

Magali espantou-se ao perceber que ele estava com o rosto completamente inchado e os olhos muito vermelhos.

"Ele deve ter chorado muito" — Magali pensou o que era obvio.

Ela se sentou ao seu lado e cuidadosamente perguntou:

— O que aconteceu, Cebola?

— Vai embora, Magali, eu maltratei você. Não deveria estar tentando me ajudar a resolver os meus problemas psicológicos.

— Cebola, eu sei!

— Então vá embora, eu nunca vou mudar. Quando éramos crianças vivíamos dizendo que iríamos crescer e ficar diferentes... Mas isso não passava de uma ingenuidade infantil. Eu nunca vou mudar, meu pai nunca vai mudar e minha mãe nunca mais irá voltar. Precisamos cair na real.

— Cebola, olhe para mim. — Assim que o garoto o fez, ela se pôs novamente a falar. — Nós, seres humanos, nunca conseguimos mudar nossas personalidades, mas se quisermos a melhoramos, modificamos e seguimos nossas vidas. E é isso que você deveria ter feito a muito tempo.

Eles ficam quietos. Cascão, que até o momento não havia se pronunciado, estava quieto até demais. Mas Magali não se importou muito com isso.

Ela afagou os cabelos rebeldes de Cebola e perguntou novamente:

— Pode me contar o que aconteceu?

O garoto ponderou por um bom tempo, contudo decidiu conotar resumidamente. Cascão, "língua solta" como era, iria contar a ela de qualquer forma. E se fosse para alguém mais saber, tudo tinha que vir de seus próprios lábios.

A explicação rapidamente encerrou-se. E neste momento, Magali percebeu que seu "ex-amigo" deveras sofria e que talvez toda aquela maldade e rancor que permanecia sobre seus olhos, na verdade era dor.

A dor realmente pode mudar qualquer um.

Depois de muitos minutos de silêncio, Cascão revelou o que esteve pensando esse tempo todo:

— E a Maria... Será que a Mônica já a encontrou? — Ele perguntou fazendo uma expressão mais preocupada do que antes. — A Mariazinha é só uma criança. Coisas muito ruins podem acontecer.

— Temos que procurar ela! — Cebola disse desesperado. — Eu jamais me perdoaria se algo acontecesse com ela por minha culpa! Não... Não posso deixar. Onde é que era seu esconderijo secreto mesmo? — Ele pensava alto enquanto andava de uma lado para o outro.

— "Véi", relaxa. Você ainda não está em condições de se estressar mais. Deixa comigo que eu...

— Fica quieto. — Ele pediu. — A árvore oca no parque. A Maria sempre se escondia lá quando éramos menores e brincávamos de esconde-esconde.

— Cebola, você realmente quer procurá-la? A essa hora a Mônica provavelmente já deve ter a achado e as duas foram para suas respectivas casas. Não há o que se preocupar. — Magali disse enquanto sorria.

— Magali, não está falando sério não é?! Ela é minha irmã, mesmo que eu a maltratasse as vezes, tudo o que eu queria realmente era esconder essa verdade obscura.

— Nisso eu concordo com o careca... — Somente a dizer esta última palavra, Cebola olhou ferozmente para Cascão, que mal se importou. — Não podemos deixar uma criança desaparecida.

— "Valeu", Cascão! Me ajudou muito. — Ela disse irônica. — Você não percebeu que eu tentava poupar o Cebola de mais estresse? — Ela lançou-lhe um olhar cortante. — Mas é uma anta mesmo!

— Uma anta com sentimentos. — Retrucou o moreno. — Mas, voltando ao assunto... Cebola, tem certeza que quer procurá-la? Eu posso ir nessa tal árvore e buscar ela.

— Não, Cascão. Isso é um dever meu. E além disso, eu estou precisando ter uma boa conversa com ela.

— Então eu vou com você. — Disse Cascão.

— Não precisa, é melhor você ficar aqui e ver se ela passa na rua ou vem se esconder aqui.

— Cebola, isso não faz muito sentido. Se duas cabeças pensam melhores do que uma, então se duas pessoas procurarem muito tempo vai ser poupado. — Ponderou Magali.

— Eu preciso fazer isso sozinho, Magali. — Ele respondeu olhando-a profundamente nos olhos. — Isso é um dever o qual eu devo cumprir sozinho. — Logo após sair do quarto ele disse um pouco mais alto do que antes para que seja amigos pudessem o escutar: — Por favor, liguem para a Mônica e digam que eu já a encontrei.

— Mais isso não é verdade. — Magali falou.

— Dane-se a verdade.

Ele saiu, deixando dois amigos apreensivos. Talvez ele ficasse horas procurando por ela, mas ele sabia que isto não aconteceria.

Correndo em direção ao parque ele começou a ficar nervoso, será que entre tantas árvores ele lembraria qual era a certa após tantos anos?

Quando eles ainda eram pequenos e Cebola não tinha tantos ressentimentos com o pai quanto agora — ele tinha onze e ela cinco anos de idade — ambos saiam de casa para brincar no parque perto de casa. O senhor Meneses mal se importava, o que por um lado era bom. Lá eles ficavam brincando por horas.

Um dia, quanto eles foram brincar de esconde-esconde, Maria achou aquela árvore, Cebola que a estava procurando chegou a chorar quando percebeu que não estava conseguindo achar sua irmãzinha. Até que uns minutos depois ela sai de seu esconderijo e o revela a seu irmão, o qual chora de alívio ao encontrá-la. Naquela época, Cebola e Maria eram muito mais próximos.

Mesmo sendo baixinho e magricela, Cebola mal cabia no buraco onde sua irmã estava. Agora, cinco anos depois ele era no mínimo vinte e cinco centímetros mais alto e estava muito mais musculoso. Muitas coisas tinham mudado.

Ao chegar no parque, Cebola começou a olhar em volta e ficar desesperado, todas as ávores estavam muito parecidas.

Por causa disto, ele saiu como um louco batendo em todas as árvores que via pela frente. Até que o garoto de cabelos rebeldes finalmente encontra uma árvore enorme e muito velha. Sua cor estava deplorável, o marrom em seu tronco era quase preto e suas folhas eram amarelas e secas, além de tudo havia muito musgo em suas raízes que saiam do chão. Mas o que definitivamente chamou a atenção de Cebola foi o fato de que parte daquele musgo tinha sido tirado, ou revirado e remexido.

Com um leve soco no tronco pode-se ouvir um Toc, aquela era a árvore certa.

Ele deu a volta a árvore assim conseguindo encontrar um buraco disfarçado por um pedaço de casca de outra árvore.

Ele puxou levemente a casca de árvore revelando uma garotinha com os olhos vermelhos e inchados de tanto chorar. Assim como os dele estavam.

— Vai embora, Cê! — Ela pediu com a voz embargada.

— Só se você for comigo.

— Por que não me contou tudo em todos esses anos? Isso era uma coisa que você não podia ter escondido de mim.

— Eu não queria que você sofresse como eu sofri, não queria que você odiasse o nosso pai como eu o odeio e também não queria que você me odiasse por não contar. É meio contraditório mas foi o que eu sempre pensei, além disso, eu prometi ao nosso pai que não contaria pra você.

— Aquele idiota sabe que o que fez não foi certo.

— Claro que sabe.

— Será que ele pelo menos se sente um pouco culpado?

— Acho que não, Maria.

Os dois ficaram se observando por um minutos e lembrando a quanto tempo não tinham uma conversa curta e simples como aquela. Os dois sentiam muita falta de quando eram menores. Maria ainda era uma criança, mas sua mentalidade era quase a de um adulto. Ela só queria parar no tempo ou um dia acordar e perceber que tudo aquilo foi um sonho, mas ela sabia que aquilo nunca aconteceria.

— Nós precisamos mesmo voltar? — Ela perguntou quebrando o silêncio.

— Precisamos. Você não quer que eu fique aqui na chuva pra sempre não é? — Ele perguntou sorrindo verdadeiramente. — Mas antes, eu quero pedir uma coisa.

— O quê?

— Desculpas. — Ele respondeu rapidamente. — Me desculpa por ter ignorado você por todo esse tempo e por ter dito coisas ruins para você. E principalmente por ter escondido essa história por tanto tempo. Além de não querer te fazer sofrer com isso, quando eu tinha treze ou quatorze anos o nosso pai pediu para não contar nada a você, como eu já disse, e eu respeitei isso. Achei que seria melhor para todos.

Ela saiu de dentro da árvore e se aproximou vagarosamente de seu irmão e finalmente o abraçou dizendo:

— É claro que eu perdoo* você, Cebolinha. Posso te chamar assim?

— Claro que pode, meu amor. — Ele respondeu sorrindo enquanto abraçava a pequena em seus braços.

Depois disso os dois foram para casa andando lentamente mal se importando com a chuva forte. Naquele dia muitos problemas haviam sido resolvidos, mas eles sabiam que outros mais viriam. E um já os aguardava em casa.

Os dois chegam em seu lar. O Senhor Meneses os estava esperando sentado no sofá junto com Milena. Ele mal se importou que seus filhos entrassem encharcados em casa, simplesmente disse:

— Milena e Maria, subam as duas.

Milena obedeceu, ela levantou-se do sofá, onde se encontrava, rapidamente e foi para seu quarto. Entretanto Maria recusou-se a subir.

— Isso é um assunto nosso, e não seus. Eu tenho o direito de participar disto.

— Você está proibida de ficar aqui em baixo, Maria. — Ele gritou.

— Eu não estou nem aí. Eu preciso saber de muitas coisas, fazer muitas perguntas e você não pode tirar esse direito de mim. — Ela respondeu no mesmo timbre de voz.

O Senhor Menezes bufou e revirou os olhos. Uma criança achando que poderia mandar em sí mesma.

— E o que você quer, Maria? — Ele perguntou com um tom entediado na voz, como se achasse que ela não fosse perguntar nada que fosse realmente importante.

— Quando eu nasci... Você já traia a mamãe? — Ele arregalou os olhos, provavelmente por ter achado que ela nunca o perguntaria algo como aquilo.

— Maria, você não tem o direito de...

— Responda ela. — Cebola o interrompeu. — E ela tem todo o direito de saber o que realmente acontecia quando nós dois éramos pequenos e inocentes.

O pai dos dois percebeu que aquela conversa ela realmente séria. Não seria só uma bronca de um pai para com os seus filhos, aquela discussão talvez comprometesse o futuro daquela família. E ele precisava falar a verdade, mesmo que ele não quisesse responder tal pergunta.

— Sim. E a Milena não foi a primeira mulher a qual eu fiquei, mas foi a última antes de sua mãe morrer. — A frieza que prevalecia em sua voz magoou** Maria. Ela ainda queria fazer muitas outras perguntas, mas sua voz estava entalada em sua garganta.

— E você trai a Milena? — Cebola perguntou.

— Isso não te interessa.

— Me interessa, e muito. Se não, eu certamente não estaria perguntando. Hoje é o dia de colocar as cartas na mesa e jogar a merda contra o ventilador. Você precisa dizer.

— Eu traio de vez em quando, assim como eu fazia com a mãe de vocês. Okay?! — Ele respondeu entredentes.

— Não acredito. Então você realmente é um canalha completo! — Cebola gritou sem pensar duas vezes.

— Olha lá como fala comigo, garoto. Eu gosto da Milena, assim como eu gostava da mãe de vocês.

— Claro, e como! — Maria satirizou em um tom irônico. — Sabe, eu acho que você é um idiota que não gosta dos próprios filhos.

O mais velho, em um momento de raiva foi de encontro á sua filha, contudo, para sorte da mesma, seu irmão mais velho entrou em sua frente para defendê-la.

— Sai da minha frente! — Ele gritou. Sua voz e expressão pareciam de uma fera horrível, mas Cebola não tinha medo.

— Não vou, porque a Mariazinha está certa. Você nunca me amou, nem à mim nem à Maria ou a minha mãe. Você é um completo egoísta que só pensa no próprio prazer.

— Cala a boca, moleque! — Ele gritou o mais alto que podia. — Quer saber? Foda-se. Eu nunca quiz ter filhos mesmo. Você, Cebola, foi um acidente. Eu até faria sua mãe abortar se aqui não fosse proibido.

Nesse instante Maria começou a chorar de modo incontrolável. Então era isso o que seu pai pensava? Ela não podia acreditar que tudo aquilo era realidade.

— N-Não, Maria. Eu disse filhos, e não filhas.

— Vai tomar no cú, velho escroto. — Maria gritou seus primeiros palavrões.

— Olha o que você fez, Cebola! Influenciou sua irmã em tudo, até em me xingar.

— Cala a boca! — Cebola pediu. — Será que você não percebe? Você destruiu a nossa família e não sente nenhuma culpa quanto a isso.

— Eu nunca amei sua mãe de verdade. Eu gostava... Suportava ela, mas eu nunca a amei de verdade.

— Isso é óbvio, você só ama a sí mesmo.

— Quero que saia da minha casa. Você vai se emancipar e morar em outra casa. Eu pago o aluguel para você e é só isso. Se quiser pagar o resto das suas contas você vai ter que trabalhar, se não quiser, vai ter que morar na rua. E eu não quero que você ponha os pés nessa casa novamente. Nunca mais.

— Tudo bem.

— Eu vou com ele — Maria afirmou. Ela não queria permissão, ela já tinha se decidido.

— Eu não permito — O Senhor Menezes falou com autoridade.

— Foda-se você. Eu vou e pronto.

Ela respondeu e foi imediatamente arrumar suas coisas, talvez isso demorasse um pouco, mas quando eles pudessem se mudar ela não iria querer esperar nem um minuto, então era melhor que todas suas coisas estivessem arrumadas.

No andar de baixo Cebola e seu pai continuavam conversando.

— Você... Tente convencer ela a ficar.

— Não. Eu não quero que ela fique com você neste hospício que você chama de casa.

— Cebolinha...

— Já pedi para não me chamar assim. — Ele o interrompeu. Por alguns segundos os dois permaneceram calados analisando as expressões faciais um do outro. Até que cebola retorna a falar: — Sabe pai... — A palavra soa estranha ao homem a quem ela se dirigia, há tempos que seu filho não o chamava assim. — Até algumas horas atrás eu ainda acreditava que um dia nós poderíamos nos resolver e voltar a ser uma família.

— Sua mãe não vai voltar, Cebola.

— Eu sei, não sou um idiota. Mas eu ainda acreditava. — Ele começou a subir as escadas até que parou e disse: — Antes que eu me esqueça... Há nove anos você construiu o pior dia da minha vida, e quero te parabenizar por ter feito o mesmo pela Maria hoje. — Ele concluiu toda aquela conversa com sarcasmo.

Depois disso ele subiu sem olhar novamente para trás deixando seu pai estático na sala, refletindo tudo o que acabara de acontecer.

Leia as notas finais


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Notas finais do capítulo

* De acordo com a nova norma ortográfica, não se escreve mais perdôo, e sim perdoo, sem acento.

** " "

Então pessoal, o que vocês acham do nome da fanfic? Eu gosto, mas como eu sou muito democrática e gosto sempre de pedir a opinião dos meus leitores eu tô perguntando pra vocês.

Outra coisa, para quem lê "O outro lado de um monstro" uma fanfiction do Amor Doce que eu escrevo com uma amiga minha, saibam que ela está querendo pular fora porque nós temos 19 leitores e poucos comentários, mas a criatura não percebe que a gente só escreveu cinco capítulos.

Em falar em comentários, eu peço que vocês comentem. Nos últimos dois capítulos eu tive só três comentários (obrigada de verdade a quem comentou. Vocês são de mais), mas eu tenho mais de sessenta leitores e nem um quarto deles comentam ou favoritam, e só quem recomendou a fanfic até agora foram garotas que eu considero amigas (gatas, eu considero vocês minhas amigas, se vocês não acham o mesmo de mim, saibam que estão partindo meu coração. Brincadeira!). Gente, pode não parecer, mas eu adoro aqueles comentários assim: CONTINUAAAAAAA! Porque eu sei que quem escreve isso se importa com a fanfic e quer saber o final da história.

Então vamos lá pessoal me ajudem.

Sobre o meu Snapchat, eu quero saber a opinião de vocês. Vocês querem? Deixem um comentário escrito assim: CONTINUAAAAAA!!!! QUERO SPOILES NO SNAPCHAT.

Vocês nem precisam escrever nada é só copiar e colar. Se mais de dez pessoas comentarem pelo menos isso, eu chamo todo mundo que quiser no privado, vocês passam o Snapchat de vocês e vocês pegam o meu.

E para quem não sabe as vantagens de tem um Snap, vai estar escrito no meu perfil.



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