Problemas escrita por Strawberry Gum


Capítulo 20
O segredo é revelado para Maria


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal!
Eu devo ter surpreendido muita gente. Pois é, não demorei muito pra postar, acho que postei o outro no começo da semana passada.
Cheguei a ficar feliz.
Aviso: Como vocês verão nesse capítulo, eu parei de escrever assim:
—- Cebola -- Blá blá blá
—- Mônica -- Blá blá blá.
Eu já estava enjoada de escrever os nomes de quem falava na frente, eu nem sei porque raios eu começeia fazer aquilo. Então decidi parar e tirar aquilo dos capítulos anteriores, ainda tô editando.
E pra melhorar mais ainda a versão do meu IPad atualizou e finalmente eu tenho um travessão (—) e não mais só o ífem (-).
Então, sem mais delongas...



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Pov Narradora

Era um dia escuro e chuvoso, porém, na casa de Cascão, tudo estava em silêncio. O mesmo estava em seu quarto pesando na vida, o que era bem costumeiro para ele, entretanto, o silêncio que ali se estabelecia não durou por muito tempo.

Batidas fortes na porta lhe vieram incomodar, e os pensamentos que ocuparam por um longo tempo a cabeça de Cascão, deram lugar a um susto.

Ele rapidamente desceu as escadas de sua casa e correu em direção à porta, onde encontrou seu melhor amigo. Seus lábios estavam roxos e tremiam, mesmo estando encharcado entrou e abraçou Cascão em seu momento de fraqueza.

— O que aconteceu, Cebola?

— Nada.

— É a sua fobia? Vou chamar a Maria.

— Não, Cascão, por favor. — Ao perceber que Cebola realmente precisava de um momento sozinho, Cascão não se opôs a deixá-lo entrar e tomar um banho.

Algum tempo se passou, e com ele, a preocupação também. O que será que tinha acontecido com o Cebola?

A ansiedade foi maior que a paciência, e isso fez com que Cascão subisse até seu quarto e encontrasse Cebola sentado no chão de cabeça baixa, ainda molhado.

Ele parecia chorar, mas na verdade só estava fungando.

"Já pegou um resfriado" — Pensou o garoto.

— Cara, o que aconteceu?

— Eu não quero falar sobre isso.

— Por favor, a quanto tempo a gente se conheçe? Não há segredos entre nós. Me conta, talvez isso te faça se sentir melhor.

— Já fazem nove anos! E eu ainda não superei. Hoje o dia poderia ficar pior?

— Como assim, Cebola? — Ele perguntou confuso. — Olha para mim. — Ele pediu e assim seu amigo o fez. — Mano, eu estou aqui com você, se acalma e toma um banho, vai ser melhor para você. Eu te empresto umas roupas minhas e se você quiser pode passar o resto do dia aqui.

Cebola assentiu e foi para o banheiro. Enquanto isso, Cascão ligou para a Magali para saber se ela sabia sobre algo.

Ele digitou os números e esperou ansiosamente até que ela atendesse. Eles conversaram por alguns breves minutos até que ela concluiu:

— Não estou sabendo de nada. — Disse ela do outro lado da linha. — Me conte se ele piorar, posso chamar um médico se você quiser.

— Não. Isso não será necessário, posso cuidar disso sozinho. Obrigado, Mága.

A ligação logo foi encerrada e posteriormente Cebola saiu o banheiro.

Provavelmente ele ainda não se sentia preparado para conversar, por isso Cascão foi fazer um chá e foi pegar alguns remédios.

"Chá, que coisa de mulher!" — Ele pensou por um momento é logo sorriu. — "Provavelmente Magali ou Mônica diriam que estou sendo machista"

Depois que Cascão fez com que Cebola tomasse o chá e os remédios, o moreno exigiu que seu amigo o contasse o que de fato havia acontecido.

Cebola, por sua vez, não teve outra escolha se não concordar.

Flashback On

Eram 9hs da manhã e Cebola e seu pai já estavam discutindo.

— Qual é! Será por 3hs no máximo, qual é o problema? — Cebola perguntava já bravo.

— São muitos, Cebolinha! Você não te...

— Já disse para não me chamar assim, porra! Só a minha mãe me chamava desse jei... — Ele estava gritando.

— E eu já disse para você me respeitar! Você não vai ao cemitério hoje, você tem que superar.

— Me chama de Erick. Voltando ao assunto: Hoje fazem nove anos que ela morreu. Não quero que você me entenda, só quero que me empreste a chave daquela maldita moto. — Ele dizia entredentes. Cebola realmente deveria estar muito decepcionado com seu pai... se ele o considerasse como tal.

— Você ainda não tem carteira.

— Ninguém vai me pegar, só quero visitar o túmulo da minha mãe.

— Eu já disse que não.

— Fala sério!

Ele subiu ao quarto decepcionado, entretanto, ele não podia aceitar uma derrota. O que ele poderia fazer? Ele precisava de algo ou alguém para distrair seu pai. Ele nunca recorreria à Milena, então talvez Maria pudesse o ajudar. Os dois estavam brigados, mas ela era a única opção.

O garoto de cabelos desgrenhados subiu as escadas e foi ao quarto de sua irmã, que ainda estava dormindo. Provavelmente ele precisaria bolar um plano infalível para fazê-la concordar em ajudá-lo. E se ela concordasse facilmente, isso significaria que o plano infalível ficaria para seu pai, que era dificilmente enganado. Entretanto, Cebola era um rapaz demasiado inteligente.

— Maria... — Ele sussurrou entrando no quarto. — Maria, quer ir visitar o túmulo da mamãe hoje?

— Me deixa dormir. — Ela resmungou com a voz embargada.

— Maria, hoje é o aniversário de morte da mamãe. Quer fazer o favor de levantar dessa cama e ir visitá-la comigo?

— Hoje? — Ela perguntou ainda sonolenta.

— Não, bobona, ano que vem. Vai levanta.

— Me espera lá em baixo enquanto eu me arrumo.

— Okay, mas se eu subir aqui e você ainda estiver dormindo, você irá receber um banho de água gelada.

— "Tá" bom.

Alguns minutos depois, Maria desceu as escadas e disse que já estava pronta e que eles poderiam ir, Cebola, que estava assistindo televisão simplesmente pediu que ela fosse pegar a chave da moto do seu pai.

— Ele deixou a gente ir de moto? — Ela perguntou desconfiada.

— Mais ou menos.

— Cebola...

— Você quer ir no cemitério ou não? — Ela assentiu com a cabeça. — Então vai logo pegar as chaves, e não deixa ele te ver.

— Se nós formos pegos eu vou colocar toda a culpa em você.

— Está bem. Eu vou distrair ele enquanto você pega a chave. Ele está na cozinha lendo o jornal e a chave está do lado da xícara de café dele.

— E o que você vai fazer para distrair ele?

— Barulho. Agora vai. — Ele mandou empurrando-a pelas costas.

— Não, espera. Como assim?!

Cebola subiu em seu quarto correndo, pegou alguns livros grandes e pesados e voltou ao topo da escada.

— Droga! — Ele gritou soltando todos os livros. — Merda. Por que isso só acontece comigo?

O Senhor Menezes apareceu na sala de estar em poucos segundos.

— O que aconteceu? Pensei que tivesse caído da escada.

— Nada, eu que sou muito desastrado mesmo.

— Então tudo bem.

— Ora, mas que milagre, o Senhor Menezes se importando com um de seus filhos.

— Não me provoca, moleque. — Ele disse por fim.

Os Senhor Menezes voltou para a cozinha e mal percebeu que Maria havia conseguido pegar a chave. É só percebeu quando era tarde de mais. A garagem já havia sido aberta e Cebola já estava pilotado com Maria na garupa.

A viagem não foi muito longa, Maria Cebola tinha sido enterrada em um dos cemitérios ao redor da cidade.

Os dois ficaram lá por um bom tempo, somente olhando para a lápide e pensado. Até que Maria disse que estava com muita fome e não suportava mais esperar, por isso os dois foram a uma lanchonete e começaram a comer.

O silêncio que havia entre os dois não era desagradável, pelo contrário, era muito reconfortante. Não brigavam ou faziam as pazes, não riam ou choravam.

Mas Maria estava com uma questão perambulando a sua mente a algum tempo, e por isso ela decidiu a revelar.

— Cebolinha, como a mamãe era?

— Ué, Maria? Você não vê as fotos da mamãe nos nossos quartos?

— Não fisicamente, bobo. Eu estou perguntando com era a personalidade dela. Eu era muito pequena e... Não me lembro de nada. Você pelo menos teve a sorte de viver com ela durante sete anos, e eu não.

— Ela era a pessoa mais gentil e carinhosa que eu já conheci. A risada dela é o que eu mais me lembro, era alta e grossa, não como a de um homem e sim a de uma criança. As vezes quando você ri, eu me lembro dela. Ela sempre nos abraçava e dizia que nos amava e em todos os domingos, quando eu acordava, tinham panquecas quentinhas esperando por mim. Era sempre a quarta ou a quinta remessa feita, porque todas as anteriores ela tinha deixado queimar, e isso sempre me fazia rir. Uma mulher incrível.

Depois que ele terminou de falar, os silêncio retornou até a hora que eles chegaram em casa, mesmo durante a volta não falaram nada, não iriam consegui ouvir um ao outro. A moto era um pouco barulhenta e uma chuva rála, porém incômoda tinha começado a cair.

Assim que eles chegaram viram Mônica sentada no sofá à espera deles.

"O que ela está fazendo aqui?" — Pensou Cebola.

— Oi. — Disse ela se levantando.

— Mônica! — Gritou Maria Cebolinha correndo em direção a garota para abraçá-la, o que era infantil mesmo para uma garota de dez anos de idade.

— Oi, Maria. — Ela respondeu retribuindo o abraço. — Depois eu converso com você, primeiro eu tenho que conversar com o seu irmão. — Ela sussurrou no ouvido da menina.

— Eu vou subir, mas estou de olho em vocês. — Ela sussurrou de volta.

Maria disse aquilo literalmente, pois subiu as escadas e ficou á espreita, escondida atrás de alguns móveis que se encontravam muito próximos às escadas.

— Vai embora, vou brigar com o meu pai primeiro, depois é sua vez. — Cebola respondeu de forma arrogante. Essa atitude a deixou nervosa, mas daquela vez ela não não queria brigar e sim, fazer as pazes.

— Não, Cebola. Eu não quero brigar, eu vim pedir desculpa dela nossa última discussão. Desculpa, eu não sabia que não não estava. Milena me mandou entrar e esperar.

— Não faça nada que essa vadia mande. — Ele disse sério olhando-a fixamente nos olhos.

— Cebola, por que está falando assim da sua mãe...?

— Ela não é minha mãe! — Ele gritou. — Aquela filha da puta matou a minha mãe.

— Como assim, Cebola?! — Ela perguntou surpresa, o quê ele estava falando? — E por que ela não está presa? — Mônica estava assustada, será que seus vizinhos eram loucos? Uma assassina era encoberta por eles. Ou somente Cebola estava delirando?

— Não quero falar sobre isso.

— Cebola...?

— Porra! — Ele gritou.

— Tem uma assassina nessa casa e você não me fala nada?! — Ela fala um pouco mais alto.

— Ela não a matou desse jeito. Quando eu ainda era uma criança, meu pai admitiu para a minha mãe que a estava traindo, e ela decidiu sair de casa. — Ele estava cada vez mais furioso. Mônica não entendia nada, por que ele estava contando aquelas coisas para ela? — Eu, Maria e ela fomos para um hotel, e quando voltamos somente para pegarmos o resto de nossas coisas, vimos meu pai e Milena se agarrando aqui. Não tinha nem uma hora que tínhamos saído — Ele disse começando a chorar. — E ela era a melhor amiga da minha mãe. Depois disso ela ficou tão nervosa que nos fez voltar para o carro correndo, não me lembro de ela ter posto o cinto de segurança. Ela morreu.

Mônica não sabia o que fazer, nunca havia visto um homem tão frágil. Devagar ela começou a se aproximar e o abraçou. Não havia nada que ela pudesse fazer e as palavras só piorariam a situação.

— Calma, Cebola.

— E hoje fazem nove anos que ela se foi.

— Por que nunca me contou isso? — Alguém perguntou.

Maria, que este o tempo todo ali, finalmente havia descoberto o que tinha acontecido.

— Maria! Você escutou... — Ele disse se separando de Mônica.

— Tudo! — Ela gritou — Por que não me contou? — Ela perguntou com a voz fina e os olhos molhados. Sim, ela estava chorando. Sua expressão era horrível, e tudo isso estava assustando Cebola e Mônica.

— Cebola! — Uma voz grossa ecoou pela sala. Era o Senhor Menezes, o mesmo tinha escutado todos os gritos e sabia o que tinha se passado naquela sala. — Você contou para a Maria?! Por quê fez isso?! — Ele estava intimidador, ele era um carrasco. Se Mônica não estivesse ali para assistir tudo, Cebola teria apanhado.

— Eu não sabia... — Cebola tentou responder, mas seu pai logo o cortou.

— Com esses gritos, até mesmo os vizinhos sabem o que aconteceu.

Em um momento de desespero, Maria desceu as escadas e saiu correndo porta-á-fora, ela não se importou muito, a garotinha só queria sair do meio daquela loucura. O que realmente estava acontecido ali? Aquilo era só um sonho, não era? Essa era a única explicação, pois seu pai não teria coragem de fazer tal coisa. Pensar, era o que ela tinha que fazer.

— Maria! — Seu pai gritou ainda mais furioso. — Volta aqui! — A garota mal se importou com os gritos e seguiu sem rumo. — Erick, vai buscar ela! Eu não quero você aqui enquanto ela não aparecer!


Cebola obedeceu sem reclamar. Não havia mais nenhuma forma de aquele dia piorar. Por que ele falou tudo aquilo á Mônica afinal? Não tinha motivo algum, mas talvez ele só precisasse desabafar com alguém.

Ele sentia a chuva gelada molhando o seu corpo, o vento batendo em seu rosto, as lágrimas em seus olhos e até mesmo a presença de sua vizinha atrás de si, mas ele nunca se sentira tão morto.

Sem perceber, o garoto de cabelos rebeldes estava de joelhos e Mônica o abraçava e dizia que tudo ficaria bem. Mas ele sabia que aquilo não era verdade.

— C-Cebola, acho melhor eu ir procurar a Maria, você não está em condições. Quer ir para a minha casa enquanto isso? — Ele negou com a cabeça. — Você não pode ficar aqui, vai acabar ficando doente. — Ele não respondeu nada, e Mônica decidiu não insistir. — Quando se sentir preparado, vá para casa do Cascão, ele é o seu amigo e sei que irá te ajudar.

Ela levantou-se e saiu correndo em busca de Maria e alguns minutos depois ele foi para a porta do seu melhor amigo.

Flashback Of

Quando Cebola terminou de explicar tudo o que tinha acontecido, Cascão pôde finalmente falar, porém ele temia falar algo que só piorasse as coisas. Mas o que ele faria em tão?

— E será que a Maria já foi encontrada agora? — Ele perguntou receoso.

— Não sei. Já não sei mais o que vai acontecer. Eu tenho que sair daquela casa. Realmente eu preciso me mudar.

Ouvido isso, Cascão levantou-se imediatamente e pegou seu celular. Discou o número e esperou ansiosamente para que atendessem.

— Alô, Magali? Será que você pode vir aqui...? Acho que o Cebola ficou louco.


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Notas finais do capítulo

Até o próximo, galera.
Não esqueçam de comentar se quiserem e favoritar se puderem. É muito importante para um autor saber que as pessoas gostam do que eles escrevem.
Deem uma olhada nas minhas outras fanfics. E obrigada a quem sempre comenta.

É MUITO IMPORTANTE SEMPRE LER O QUE EU ESCREVOS NAS NOTAS, SAIBAM QUE EU POSSO DAR SPOILERS AQUI!!!

Beijos❤️



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